ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

ACICLOVIR


Ações terapêuticas. Antiviral seletivo contra vírus herpes.

Propriedades.

Atua contra os tipos I e II de herpes simples e vírus de varicela zoster, com baixa toxicidade para as células infectadas do homem. Quando penetra na célula infectada pelo vírus herpes, o aciclovir se fosforiza, convertendo-se no composto ativo aciclovirtrifosfato. Para este primeiro passo é necessária a presença da timidinacinase específica do vírus herpes simples. O aciclovir-trifosfato atua como inibir específico da DNA-polimerase do vírus herpes, evitando a posterior síntese de DNA viral sem afetar os processos celulares normais. Em adultos, a meia-vida plasmática do aciclovir, após sua administração, é de 2 a 9 horas. A maior parte da droga é excretada sem trocas pelo rim. Tanto a secreção tubular como a filtração glomerular contribuem para a eliminação renal. O único metabólito significativo é a 9-carboximetoximetilguanina, que representa 10 ou 15% da dose excretada na urina. Também é eliminada perante a hemodiálise.É pouco absorvido no trato gastrintestinal (15 a 30%), embora as concentrações séricas sejam suficientes para obter um efeito terapêutico. Distribui-se amplamente nos tecidos e líquidos corporais, encontrando-se as maiores concentrações no rim, fígado e intestino. As concentrações no LCR são de aproximadamente 50% das concentrações plasmáticas. Atravessa a placenta e sua união às proteínas é baixa.

Indicações.

É indicado para o tratamento de infecções por vírus herpes simples e profilaxia em pacientes imunodeprimidos, principalmente em infecções cutâneas progressivas ou disseminadas. Herpes genital inicial é recorrente em pacientes imunodeprimidos e não imunodeprimidos.

Posologia.

A duração do tratamento dependerá da gravidade da infecção, embora em infecções agudas por vírus herpes simples o tratamento adequado deva ser de 5 dias. Adultos: com função renal normal: infecções por vírus herpes simples (exceto encefalite herpética) ou vírus varicela zoster: 5mg/kg/8 horas. Em pacientes imunodeprimidos com infecções por vírus varicela zoster ou com encefalite herpética: 10mg/kg/8 horas. Função renal alterada: a administração deve ser realizada com precaução e a dose será estabelecida em função da liberação de creatinina: 25 a 50ml/minuto, 5mg/kg/12h; 10 a 25ml/minuto, 5mg/kg/24h; 0 (anúricos) a 10ml/minuto, 2,5mg/kg/24 a 48h, ou após a diálise. Crianças entre 3 meses e 12 anos: calcula-se conforme a superfície corporal. Vírus herpes simples ou vírus varicela zoster: 250mg/m 2 cada 8 horas. Em crianças imunodeprimidas com infecções por vírus varicela zoster: 500mg/m 2/8 horas, se a função renal não estiver alterada. Em crianças com função renal alterada são necessárias modificações especiais da dose, de acordo com o grau de disfunção.Idosos: deverá ser controlada a função renal diminuindo a dose em função dos valores de creatinina. A dose deve ser administrada muito lentamente, em um período não-inferior a 1 hora. Via oral: dose usual para adultos: 200mg cada 4 horas, 5 vezes ao dia, durante 10 dias. Tratamento crônico supressor das infecções recorrentes: 200mg cada 8 horas, durante, no máximo, 6 meses. Não foi estabelecida a dose para crianças. As cápsulas podem ser tomadas com os alimentos, pois não foi demonstrado que a absorção seja afetada por eles.

Reações adversas.

Em alguns pacientes foi observado aumento rápido e reversível dos níveis sangüíneos de uréia ou creatinina, fato este que pode ser devido a níveis plasmáticos elevados da droga e ao estado de hidratação dos pacientes. Portanto, é imprescindível que a hidratação seja adequada. Por extravasação pode aparecer uma inflamação grave, às vezes seguida de ulceração. Foram evidenciados também o aumento das enzimas hepáticas, a diminuição dos índices hematológicos, erupções e febre; náuseas e vômitos. Em algumas ocasiões houve reações neurológicas reversíveis, como tremores, relacionados com confusão e alterações eletroencefalográficas.

Precauções.

Deverá ser utilizada com precaução em pacientes com alterações renais e, a fim de evitar acúmulo da droga, a dose será regulada em função da tabela de posologia. Observar a função renal em pacientes submetidos a transplantes renais, pelo aumento que produz da creatinina ou uréia sérica. Deverá ser indicado para mulheres grávidas somente quando a relação risco-benefício de sua aplicação aconselhar o seu uso. As mulheres com herpes genital são mais propensas a desenvolver câncer cervical, pelo que é necessário realizar um exame de Papanicolau anualmente ou com maior freqüência. Por transmitir a herpes genital, o contato sexual deverá ser evitado se um dos da parceiros apresentar sintomas inerentes a esta patologia.

Interações.

A probenecida aumenta a meia-vida e as concentrações plasmáticas de aciclovir. A interferona ou o metotrexato administrados simultaneamente com aciclovir IV podem produzir anormalidades neurológicas.

Contra-indicações.

Pacientes que tenham demonstrado hipersensibilidade ao aciclovir. Deverá ser avaliada a relação risco-benefício em pacientes com disfunção renal preexistente, hepática ou anomalias neurológicas.