ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Tumores ósseos


Os tumores ósseos são proliferações de células anormais nos ossos. Os tumores ósseos podem ser não cancerosos (benignos) ou cancerosos (malignos). Os não cancerosos são relativamente comuns, enquanto os cancerosos são raros. Os tumores ósseos também podem ser primários – tumores (não cancerosos ou cancerosos) que se originam no próprio osso – ou metastáticos – cânceres originados em outros locais do corpo (p.ex., mama ou próstata), os quais, a seguir, propagam-se ao osso. Nas crianças, a maioria dos tumores ósseos cancerosos é primária e, nos adultos, quase todos os tumores são metastáticos.

A dor óssea é o sintoma mais comum desse tipo de tumor. Além disso, pode ser observada uma massa ou uma tumefação. Algumas vezes, um tumor, principalmente se ele for canceroso, acarreta enfraquecimento do osso e acarreta sua fratura com pouca ou nenhuma sobrecarga (fratura patológica). Um indivíduo que apresenta uma articulação ou um membro persistentemente doloroso deve ser submetido a um estudo radiográfico. No entanto, as radiografias somente revelam a presença de uma anormalidade, sem indicar se o tumor é não canceroso ou canceroso. um procedimento cirúrgico (biópsia incisional aberta) para se obter uma amostra adequada para diagnóstico. O tratamento imediato, o qual pode incluir uma combinação de drogas, cirurgia e radioterapia é extremamente importante para os tumores cancerosos.

Tumores Ósseos Não Cancerosos

Os osteocondromas (exostoses ósteocartilaginosas) são o tipo mais comum de tumor ósseo e, geralmente, ocorrem em indivíduos com idade entre 10 e 20 anos. Esses tumores são massas que crescem na superfície do osso e sobressaem, formando protuberâncias duras. O indivíduo pode apresentar um ou vários tumores. Em certas famílias, existe uma tendência para a formação de vários tumores. Em um certo ponto da vida, cerca de 10% dos indivíduos com mais de um osteocondroma desenvolvem um tumor ósseo canceroso denominado condrossarcoma.

No entanto, os indivíduos que apresentam somente um osteocondroma apresentam pouca probabilidade de desenvolver um condrossarcoma. Os condromas benignos, os quais comumente ocorrem em indivíduos com idade entre 10 e 30 anos, desenvolvem-se na parte central de um osso. Esses tumores freqüentemente são descobertos em radiografias realizadas por outras razões e, muitas vezes, podem ser diagnosticados pelo seu aspecto radiográfico. Alguns condromas causam dor. Se um condroma for indolor, ele não necessita ser removido ou tratado.

Contudo, radiografias de controle, visando controlar o seu tamanho, podem ser realizadas. Se o tumor não puder ser diagnosticado com segurança através das radiografias ou se ele estiver causando dor, pode ser necessária a realização de uma biópsia para se determinar se ele é canceroso ou não. Os condroblastomas são tumores raros que crescem nas extremidades dos ossos. Geralmente, eles ocorrem em indivíduos com 10 a 20 anos de idade. Esses tumores podem causar dor, o que facilita a sua descoberta. O tratamento consiste na sua remoção cirúrgica.

Ocasionalmente, ocorre a recorrência do tumor após a cirurgia. Os fibromas condromixóides são tumores muito raros que ocorrem em indivíduos com menos de 30 anos. O sintoma habitual é a dor. Esses tumores apresentam um aspecto característico nas radiografias. O tratamento consiste na remoção cirúrgica. Os osteomas osteóides são tumores muito pequenos, os quais, em geral, desenvolvem-se nos membros superiores ou inferiores, podendo, no entanto, ocorrer em qualquer osso. Habitualmente, eles causam um dor que piora à noite e é aliviada com doses baixas de aspirina.

Algumas vezes, os músculos que circundam o tumor atrofiam. Essa condição pode melhorar após a remoção do tumor. A cintilografia óssea com marcadores radioativos auxiliam na determinação da localização exata do tumor. Algumas vezes, a sua localização é difícil e pode ser necessária a realização de exames complementares como, por exemplo, a tomografia computadorizada (TC) e técnicas radiológicas especiais. A remoção cirúrgica do tumor é o única maneira de se eliminar a dor de forma permanente.

Em vez de serem submetidos ao tratamento cirúrgico, alguns indivíduos optam pelo uso de aspirina por tempo indeterminado. Os tumores de células gigantes geralmente ocorrem em indivíduos com 20 a 30 anos de idade. Mais comumente, esses tumores originam-se nas extremidades dos ossos e podem disseminar-se aos tecidos adjacentes. Eles costumam causar dor. O tratamento depende do tamanho do tumor.

Este pode ser removido por cirurgia e, para preservar a estrutura do osso, o espaço remanescente pode ser preenchido com um enxerto ósseo ou com um cimento ósseo sintético. No caso de tumores muito extensos, pode ser necessária a remoção do segmento ósseo afetado. Cerca de 10% dos tumores recidivam após a cirurgia. Raramente, esses tumores tornam-se cancerosos.

Tumores Ósseos Cancerosos Primários

cioO mieloma múltiplo, o tipo mais comum de tumor ósseo canceroso primário, origina-se em células da medula óssea, as quais produzem células do sangue. O mieloma múltiplo ocorre mais comumente em indivíduos idosos. Esse tumor pode afetar um ou mais ossos e, por essa razão, o indivíduo pode apresentar dor em um ou em vários locais. O tratamento é complexo e pode incluir a quimioterapia, a radioterapia e a cirurgia.

O osteossarcoma (sarcoma osteogênico) é o segundo tipo mais comum de tumor ósseo canceroso primário. Embora seja mais comum em indivíduos com idade entre 10 e 20 anos, os osteossarcomas podem ocorrer em qualquer idade. Algumas vezes, os indivíduos mais idosos com doença de Paget apresentam esse tipo de tumor. Cerca de 50% desses tumores ocorrem no joelho ou em torno dele. No entanto, eles podem originar- se em em qualquer osso. Esses tumores tendem a disseminar-se aos pulmões. Geralmente, eles causam dor e edema. Para confirmação do diagnóstico, é necessária a realização de uma biópsia.

Geralmente, os osteossarcomas são tratados com uma combinação de quimioterapia e cirurgia. Comumente, a quimioterapia é administrada em primeiro lugar. Freqüentemente, a dor desaparece durante essa fase do tratamento. Cerca de 75% dos indivíduos com esse tipo de tumor sobrevivem pelo menos cinco anos após o estabelecimento do diagnóstico. Atualmente, com o avanço dos procedimentos cirúrgicos, é possível se salvar o membro inferior ou superior afetado, enquanto que, no passado, era comum a amputação do membro. Os fibrossarcomas e os histiocitomas fibrosos malignos apresentam uma similaridade com os osteossarcomas no que que diz respeito ao aspecto, à localização e aos sintomas. O tratamento também é o mesmo.

Os condrossarcomas são tumores formados por células cartilaginosas cancerosas. Muitos deles apresentam um crescimento lento ou são de baixo grau e, freqüentemente, são curados com o tratamento cirúrgico. Entretanto, alguns deles são tumores de grau elevado e tendem a apresentar metástases (disseminação). Para o estabelecimento do diagnóstico, é necessária a realização de uma biópsia. O condrossarcoma deve ser totalmente removido na cirurgia, haja vista ele não responder à quimioterapia nem à radioterapia. A amputação de um membro superior ou inferior é raramente necessária. Mais de 75% das indivíduos com condrossarcoma sobrevivem se o tumor for totalmente removido.

O tumor de Ewing (sarcoma de Ewing) afeta os homens com maior freqüência que as mulheres e ocorre mais comumente em indivíduos com idade entre 10 e 20 anos. Quase todos esses tumores ocorrem nos membros superiores ou inferiores, podendo, no entanto, afetar qualquer osso. A dor e o edema são os sintomas mais comuns. Os tumores podem tornar-se bastante grandes, afetando algumas vezes toda a extensão de um osso. Embora a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM) possam ajudar na determinação das dimensões exatas do tumor, é necessária a realização de uma biópsia para o diagnóstico. O tratamento consiste em uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia e ele é eficaz em mais de 60% dos casos.

O linfoma maligno do osso (sarcoma das células reticulares) geralmente afeta os indivíduos na quarta ou quinta década da vida. Esse tumor pode originar-se em qualquer osso ou em outra região do corpo e disseminar-se aos ossos. Normalmente, ele causa dor, edema e propensão à fratura. O tratamento consiste em uma combinação de quimioterapia e radioterapia e parece ser tão eficaz quanto a remoção cirúrgica. Raramente, é necessária a realização de uma amputação.

Tumores Ósseos Metastáticos

Os tumores ósseos metastáticos são cânceres que se disseminaram pelo osso a partir de seu local de origem, em outra região do corpo. Os cânceres que apresentam maior probabilidade de se disseminar aos ossos são os de mama, de pulmão, de próstata, de rim e de tireóide. O câncer pode propagar-se a qualquer osso, mas, em geral, ele não se dissemina além do cotovelo e do joelho. O indivíduo que apresenta ou apresentou câncer e apresenta dor óssea ou edema geralmente é examinado, verificando-se a presença de tumores ósseos metastáticos.

As radiografias e a cintilografia óssea com marcadores radioativos podem ajudar na localização desses tumores. Ocasionalmente, um tumor ósseo metastático causa sintomas antes que o câncer original tenha sido detectado. Os sintomas podem consistir na dor ou em uma fratura óssea na região debilitada pelo tumor. Nessas situações, uma biópsia pode fornecer indícios para localizar o câncer original. O tratamento dependerá do tipo de câncer. Alguns tipos respondem à quimioterapia, alguns à radioterapia, alguns a essas duas modalidades terapêuticas e, finalmente, alguns não respondem a qualquer uma dessas modalidades. Algumas vezes, a cirurgia para estabilização do osso pode evitar a ocorrência de fraturas.

Doença de Paget dos Ossos


A doença de Paget é um distúrbio crônico do esqueleto, no qual áreas de ossos apresentam um crescimento anormal, aumentam de tamanho e tornam-se mais frágeis. O distúrbio pode afetar qualquer osso. No entanto, os ossos mais comumente atingidos são: os ossos da pelve, o fêmur, os ossos do crânio, a tíbia, os ossos da coluna vertebral (vértebras), as clavículas e o úmero. Nos Estados Unidos, cerca de 1% dos indivíduos com mais de 40 anos apresentam esse distúrbio, o qual raramente ocorre entre os indivíduos mais novos.

Os homens apresentam uma probabilidade 50% maior de apresentar a doença de Paget do que as mulheres. A doença de Paget é mais comum na Europa (excluindo a Escandinávia), na Austrália e na Nova Zelândia que nas Américas, na África e na Ásia. Ela é particularmente comum na Inglaterra. Em condições normais, as células que destroem o osso velho (osteoclastos) e as células que formam o osso novo (osteoblastos) trabalham em equilíbrio para manter a estrutura e a integridade ósseas.

No caso da doença de Paget, tanto os osteoclastos quanto osteoblastos tornam-se hiperativos em algumas áreas dos ossos e a velocidade do turnover (renovação) dessas áreas aumenta de modo significativo. As áreas hiperativas aumentam de tamanho. No entanto, elas apresentam uma estrutura anormal e, por essa razão, são mais frágeis que as áreas normais. A causa da doença de Paget é desconhecida. Apesar dela apresentar uma tendência a ocorrer em família, até o momento não foi descoberto qualquer padrão genético específico. Algumas evidências sugerem a possibilidade do envolvimento de uma infecção viral.

Sintomas

Geralmente, a doença de Paget é assintomática. Quando o indivíduo apresenta sintomas, como a rigidez articular e a fadiga, eles comumente apresentam um desenvolvimento lento e sutil. O paciente pode apresentar dor, aumento de tamanho e deformidades ósseas. As dores ósseas podem ser profundas, algumas vezes intensas, e pioram à noite. Os ossos que apresentam aumento de tamanho podem comprimir nervos e aumentar a dor. Algumas vezes, a doença de Paget acarreta o desenvolvimento de uma osteoartrite dolorosa nas articulações adjacentes. Os sintomas variam, dependendo de quais os ossos afetados.

O crânio pode aumentar de tamanho fazendo com que as sobrancelhas e a fronte apresentem um aspecto mais proeminente. O indivíduo pode perceber esse aumento de tamanho ao ter que utilizar um chapéu de tamanho maior. Esse aumento dos ossos do crânio pode acarretar perda auditiva devido à lesão do ouvido interno, cefaléia devida à compressão de nervos e dilatação de veias do couro cabeludo devida ao aumento do fluxo sangüíneo ao crânio. As vértebras apresentam aumento de tamanho, enfraquecimento e deformações, acarretando diminuição da estatura.

As vértebras lesadas podem pinçar os nervos da medula espinhal, causando insensibilidade, formigamento, fraqueza ou até paralisia de membros inferiores. Quando os ossos dos quadris ou dos membros inferiores são afetados, o indivíduo pode apresentar arqueamento dos membros e os seus passos tornam- se curtos e titubeantes.

O osso anormal apresenta uma maior probabilidade de fratura. Raramente, ocorre o desenvolvimento de insuficiência cardíaca devido ao aumento do fluxo sangüíneo através do osso anormal, o qual acarreta um maior esforço cardíaco. Em menos de 1% dos indivíduos com doença de Paget, o osso anormal torna-se canceroso.

Diagnóstico e Tratamento

Freqüentemente, a doença de Paget é descoberta por acaso, quando radiografias ou exames laboratoriais são realizados por outras razões. Por outro lado, o diagnóstico pode ser feito baseando- se nos sintomas e no exame físico. A doença pode ser confirmada pela radiografia que revela alterações características do distúrbio, e pela análise da dosagem da concentração sangüínea da fosfatase alcalina, uma enzima envolvida na formação das células ósseas.

A cintilografia óssea revela quais ossos encontram-se afetados. Um indivíduo com doença de Paget necessita de tratamento somente quando os sintomas causam desconforto ou se o risco de complicações, como a perda autiditiva, a artrite ou a deformidade, é grande. Geralmente, a aspirina, outras drogas antiinflamatórias não-esteróides e analgésicos comuns (p.ex., acetaminofeno) reduzem as dores ósseas.

Se um membro inferior torna-se arqueado, o uso de saltos corretores podem tornar a marcha mais fácil. Algumas vezes, a cirurgia é necessária para aliviar o pinçamento de nervos ou para substituir uma articulação afetada pela artrite. Um bisfosfonato – etidronato, pamidronato ou alendronato – ou a calcitonina podem ser utilizados para retardar a evolução da doença de Paget. Essas drogas são administradas antes da cirurgia, para evitar ou reduzir o sangramento durante a intervenção.

Elas também são prescritas para tratar a dor intensa causada pela doença de Paget, para evitar ou retardar a progressão da fraqueza ou da paralisia (em pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia) e como uma tentativa para evitar a artrite, o agravamento da perda auditiva e o aumento da deformidade. O etidronato e o alendronato normalmente são administrados por via oral e o pamidronato, pela via intravenosa. A calcitonina é administrada sob a forma de injeção subcutânea ou intramuscular, podendo também ser administrada sob a forma de um spray nasal.

osteoporose


A osteoporose é uma diminuição progressiva da densidade dos ossos, a qual os enfraquece e os torna mais passíveis de sofrerem fraturas. Os ossos contêm minerais, como o cálcio e o fósforo, os quais os tornam duros e densos. Para manter a densidade dos ossos, o organismo necessita de um suprimento adequado de cálcio e de outros minerais e deve produzir as quantidades adequadas de vários hormônios, como o paratormônio (hormônio da paratireóide), o hormônio do crescimento, a calcitonina, o estrogênio (nas mulheres) e a testosterona (nos homens).

Além disso, é necessário um suprimento adequado de vitamina D, para que o cálcio oriundo dos alimentos seja absorvido e incorporado aos ossos. A densidade óssea aumenta gradativamente até atingir um máximo, em torno dos 30 anos de idade. Depois disso, a densidade óssea diminui lentamente. Se o organismo não for capaz de regular seu conteúdo mineral, os ossos tornam-se menos densos e mais frágeis, resultando na osteoporose.

Tipos

Existem vários tipos de osteoporose. A osteoporose pós-menopáusica é causada pela falta de estrogênio, o principal hormônio feminino, o qual auxilia na regulação da incorporação do cálcio aos ossos nas mulheres. Geralmente, os sintomas ocorrem em mulheres com idade entre 51 e 75 anos, mas podem ocorrer mais cedo ou mais tarde. Nem todas as mulheres apresentam o mesmo risco de apresentar a osteoporose pós-menopáusica. Por exemplo, as mulheres da raça branca e da raça amarela apresentam maior propensão a apresentar esse distúrbio do que as mulheres da raça negra.

A osteoporose senil provavelmente é decorrente de uma deficiência de cálcio relacionada com a idade e de um desequilíbrio entre a velocidade de degradação do tecido ósseo e a velocidade de formação de osso novo. O termo senil significa apenas que o distúrbio ocorre em indivíduos idosos. Geralmente, a osteoporose senil afeta indivíduos com mais de 70 anos de idade, sendo duas vezes mais comum em mulheres que em homens. Freqüentemente, as mulheres apresentam tanto a osteoporose senil quanto a osteoporose pós-menopáusica. Menos de 5% dos indivíduos com osteoporose apresentam osteoporose secundária, a qual é causada por outras doenças ou por drogas.

A osteoporose secundária pode ser decorrente de distúrbios como a insuficiência renal crônica e distúrbios hormonais (especialmente distúrbios da tireóide, da paratireóide ou das adrenais). Ela também pode ocorrer devido ao uso de drogas, como corticosteróides, barbitúricos, anticonvulsivantes e quantidades excessivas de hormônio tireoidiano. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o tabagismo podem piorar o quadro. A osteoporose juvenil idiopática é um tipo raro, cuja causa não foi identificada até o presente momento. Ela ocorre em crianças e adultos jovens que apresentam concentrações e funções hormonais normais e concentrações normais de vitaminas e que não apresentam qualquer razão óbvia para apresentar fragilidade óssea.

Fatores de Risco de Osteoporose em Mulheres

Membros da família com osteoporose Quantidade insuficiente de cálcio na dieta Estilo de vida sedentário Raça branca ou amarela Compleição delgada Nunca ter engravidado Uso de determinadas drogas, como corticosteróides e quantidades excessivas de hormônio da tireóide Menopausa precoce Tabagismo Consumo excessivo de bebidas alcoólicas

Sintomas

A densidade óssea diminui lentamente, sobretudo em indivíduos com osteoporose senil. Por isso, na fase inicial, a osteoporose é assintomática (não produz sintomas). Alguns indivíduos jamais apresentam sintomas. Quando a densidade óssea diminui a ponto de causar colapso ou fratura óssea, o indivíduo pode apresentar dor e deformidade óssea. Pode ocorrer dorsalgia (dor nas costas) se o indivíduo sofrer um colapso vertebral (fraturas por esmagamento vertebral).

As vértebras enfraquecidas podem colapsar espontaneamente ou após uma lesão menor. Normalmente, a dor apresenta um início súbito, permanece localizada em uma determinada área das costas e piora quando o indivíduo permanece em pé ou caminha. A área pode ser sensível ao toque, mas, em geral, essa sensibilidade desaparece gradualmente, após algumas semanas ou meses. Se o indivíduo apresentar fraturas de várias vértebras, pode ocorrer a produção de uma curvatura anormal da coluna vertebral (“corcunda de viúva”), provocando distensão muscular e dor.

Outros ossos podem fraturar, freqüentemente em decorrência de sobrecargas leves ou de uma queda. Uma das fraturas mais graves é a do quadril, a qual é uma causa importante de invalidez e de perda de autonomia em indivíduos idosos. A fratura de um dos ossos do antebraço (rádio) perto do punho (fratura de Colles) também é uma ocorrência comum. Além disso, nos indivíduos com osteoporose, as fraturas tendem a consolidar lentamente.

Diagnóstico

Nos indivíduos que apresentam uma fratura, o diagnóstico de osteoporose é baseado em uma combinação dos sintomas, do exame físico e de radiografias. Pode ser necessária a realização de outros exames para se descartar a possibilidade de doenças tratáveis que podem levar à osteoporose. A osteoporose pode ser diagnosticada antes que ocorra uma fratura através de exames que avaliam a densidade óssea.

O exame mais acurado é a densitometria duo-energética. Trata- se de um exame indolor e seguro, o qual pode ser realizado dentro de 5 a 15 minutos. A densitometria duoenergética é útil para as mulheres que apresentam um alto risco de osteoporose, para aquelas cujo diagnóstico é incerto ou para aquelas cujos resultados do tratamento devem ser avaliados com acurácia.

Prevenção e Tratamento

A prevenção é mais eficaz que o tratamento e envolve a manutenção ou o aumento da densidade óssea através do consumo de quantidades adequadas de cálcio, a prática de exercícios com suporte de peso e, para alguns indivíduos, o uso de drogas específicas. O consumo de uma quantidade adequada de cálcio é uma medida eficaz, especialmente antes que a densidade óssea máxima tenha sido atingida (em torno dos 30 anos de idade).

O consumo diário de dois copos de leite e de um suplemento de vitamina D ajuda a aumentar a densidade óssea em mulheres de meia-idade que não vinham recebendo previamente quantidades suficientes desses nutrientes. Entretanto, a maioria das mulheres necessita tomar comprimidos de cálcio. Existem muitas preparações disponíveis e algumas delas incluem uma suplementação de vitamina D. Recomenda-se tomar aproximadamente 1,5 g de cálcio diariamente. Exercícios com suporte de peso, como a marcha e a subida de escadas, aumentam a densidade óssea.

Os exercícios que não envolvem o suporte de peso, como a natação, não o fazem. O estrogênio auxilia na manutenção da densidade óssea nas mulheres. Freqüentemente, ele é administrado em associação com a progesterona. A terapia de reposição estrogênica é mais eficaz quando iniciada quatro ou seis anos após a menopausa. Contudo, o início mais tardio desse tipo de terapia ainda pode retardar a perda óssea e reduzir o risco de fratura. As decisões sobre o uso da terapia de reposição estrogênica são complexas, pois o tratamento pode acarretar riscos e efeitos colaterais.

O raloxifeno é uma nova droga análoga ao estrogênio, que, apesar de ser menos eficaz na prevenção da perda óssea do que o estrogênio, não apresenta os efeitos típicos deste sobre as mamas ou o útero. Os bisfosfonatos, como o alendronato (ver adiante), podem ser utilizados isoladamente ou juntamente com a terapia de reposição hormonal para evitar a osteoporose. O tratamento visa aumentar a densidade óssea. Todas as mulheres, especialmente aquelas com osteoporose, devem tomar quantidades adequadas de cálcio e de vitamina D. As mulheres na pós-menopausa e com osteoporose também podem tomar estrogênio (geralmente associada à progesterona) ou o alendronato, os quais podem retardar ou interromper a progressão da doença. Os bisfosfonatos também são úteis no tratamento da osteoporose.

O alendronato reduz a velocidade de reabsorção óssea em mulheres na pós-menopausa, aumentando a massa óssea na coluna vertebral e nos quadris e reduzindo a incidência de fraturas. No entanto, para se garantir a absorção do alendronato, ele deve ser ingerido com um copo de água ao acordar e não se deve ingerir comida ou bebida nos 30 minutos seguintes. Como o alendronato pode irritar o revestimento do trato gastrointestinal superior, deve ser realizado um repouso de, no mínimo, 30 minutos após a sua ingestão, até que algum alimento seja ingerido.

Determinados indivíduos com dificuldade de deglutição ou que apresentam determinados distúrbios esofágicos ou gástricos não devem utilizar o alendronato. Muitas autoridades recomendam a calcitonina, particularmente para os indivíduos que apresentam fraturas vertebrais dolorosas. Esse medicamento pode ser administrado sob a forma injetável ou de spray nasal. Ainda que os suplementos de fluoreto possam aumentar a densidade óssea, o osso resultante pode ser anormal e frágil e, por essa razão, a sua administração não é recomendada. Estão sendo testadas novas formas de fluoreto que podem não apresentar efeitos adversos no que diz respeito à qualidade do osso.

Os homens com osteoporose geralmente tomam suplementos de cálcio e de vitamina D, especialmente quando os exames indicam que o seu organismo não está absorvendo quantidades adequadas de cálcio. O estrogênio não é benéfico para os homens, mas a terapia de reposição de testosterona pode ser benéfica quando a concentração deste hormônio encontra- se baixa.

As fraturas devidas à osteoporose devem ser tratadas. No caso de fraturas do quadril, geralmente é realizada a substituição cirúrgica parcial ou total quadril. As fraturas do punho são imobilizadas com aparelho gessado ou corrigidas cirurgicamente. No caso do colapso vertebral que acarreta dorsalgia intensa, o tratamento consiste no uso de suportes ortopéticos, de analgésicos e de fisioterapia. No entanto, a dor persiste durante muito tempo. O levantamento de cargas pesadas e quedas podem piorar os sintomas.

Distúrbios dos Ossos, das Articulações e dos Músculos


O osso é um tecido orgânico que muda constantemente e que desempenha várias funções. O esqueleto é o conjunto de todos os ossos do corpo. O sistema musculoesquelético é formado pelo esqueleto, pelos músculos, tendões, ligamentos e outros componentes das articulações. O esqueleto provê força, estabilidade e uma base de sustentação para que os músculos trabalhem e produzam o movimento. Os ossos também servem de escudos para proteger os delicados órgãos internos.

Os ossos possuem duas formas principais: plana (como as placas do crânio e as vértebras) e longa (como os ossos das pernas e dos braços). Entretanto, a sua estrutura interna é basicamente a mesma. A parte rígida externa é composta, em sua maioria, por proteínas como o colágeno, e por uma substância denominada hidroxiapatita. Composta principalmente de cálcio e outros minerais, a hidroxiapatita armazena grande parte do cálcio do corpo e é, em grande parte, responsável pela resistência dos ossos. A medula óssea localizada no centro de cada osso é mais mole e menos densa que o restante do osso e contém células especializadas que produzem células sangüíneas.

Vasos sangüíneos passam através dos ossos e nervos os circundam. As articulações representam o ponto de união de um ou mais ossos e a sua configuração determina o grau e a direção do possível movimento. Algumas articulações, como aquelas que se encontram entre os ossos planos do crânio (denominadas suturas) não apresentam movimento. Outras permitem uma amplitude de movimento. Por exemplo, a articulação do ombro, a qual é do tipo “bola e soquete”, permite a rotação interna e a rotação externa, além dos movimentos do membro superior para frente, para trás e para os lados.

As articulações do tipo dobradiça (gínglimos) dos cotovelos e dedos das mãos e dos pés permitem apenas os movimentos de flexão e extensão. Outros componentes das articulações proporcionam estabilidade e reduzem o risco de lesões resultantes do uso constante. As extremidades de uma articulação são recobertas por cartilagem – um tecido liso, resistente e protetor que atua como amortecedor de choques e redutor do atrito. As articulações também possuem um revestimento (membrana sinovial) que as envolve, formando uma cápsula articular. As células do tecido sinovial produzem um líquido transparente (líquido sinovial) que preenche a cápsula, reduzindo ainda mais o atrito e facilitando o movimento. Os músculos são feixes de fibras que apresentam a propriedade de contração.

Os músculos esqueléticos, responsáveis pela postura e pelos movimentos, estão unidos aos ossos e dispostos em grupos opostos em torno das articulações. Por exemplo, os músculos que flexionam o cotovelo (bíceps braquial) sofrem a oposição de músculos que estendem o cotovelo (tríceps braquial). Os tendões são cordões resistentes de tecido conjuntivo que inserem cada extremidade de um músculo ao osso. Os ligamentos são tecidos semelhantes aos tendões que circundam as articulações e conectam um osso a outro. Os ligamentos ajudam no reforço e estabilização das articulações, permitindo os movimentos somente em determinadas direções.

As bursas são sacos repletos de líquido que provêem um amortecimento extra, geralmente entre estruturas adjacentes, as quais, de outra forma, poderiam produzir atrito entre si e, conseqüentemente, acarretar desgaste e laceração, por exemplo, entre um osso e um ligamento. Os componentes de uma articulação trabalham em conjunto para facilitar um movimento equilibrado e que não cause dano. Por exemplo, quando o joelho é flexionado para montar um degrau, os músculos posteriores da coxa contraem-se e encurtam, tracionando a perna para trás e flexionando o joelho.

Ao mesmo tempo, o músculo quadríceps femoral, localizado na parte anterior da coxa relaxa, permitindo a flexão do joelho. No interior da articulação do joelho, a cartilagem e o líquido sinovial minimizam o atrito. Cinco ligamentos em torno da articulação ajudam a manter os ossos alinhados adequadamente. As bursas servem como amortecedores entre estruturas como, por exemplo, a tíbia e o tendão que se insere na patela (tendão patelar).

Distúrbios Musculoesqueléticos

Dentro do Joelho

A estrutura do joelho garante sua proteção. Ele encontra-se totalmente envolvido por uma cápsula articular flexível o suficiente para permitir os movimentos, mas também forte o suficiente para manter a articulação unida.

A cápsula é revestida pelo tecido sinovial, o qual secreta o líquido sinovial que lubrifica a articulação. A cartilagem resistente ao uso e que reveste as extremidades do fêmur (osso da coxa) e da tíbia (osso da perna) ajuda a reduzir o atrito durante os movimentos.

Coxins cartilaginosos (meniscos) atuam como amortecedores entre os dois ossos e ajudam a distribuir o peso do corpo na articulação. As bursas (bolsas repletas de líquido) fornecem proteção quando a pele ou os tendões movem-se sobre os ossos. Os ligamentos laterais e posteriores do joelho reforçam a cápsula articular, aumentando a estabilidade. A patela (rótula) protege a parte frontal da articulação.


Os distúrbios do sistema musculoesquelético são causas importantes de dor crônica e de incapacidade física. Embora os componentes desse sistema possam apresentar um bom desempenho com o uso, eles podem sofrer desgaste, lesões ou inflamações. As lesões ósseas, musculares e articulares são muito freqüentes e com gravidade variável, desde um estiramento muscular leve a uma distensão ligamentar, de uma luxação articular a uma fratura. Embora essas lesões geralmente sejam dolorosas e possam acarretar complicações a longo prazo, quase todas curam completamente.

A inflamação é uma resposta natural à irritação ou à lesão tissular. Ela produz aumento de volume, rubor, calor e limitação funcional. A inflamação de uma articulação é denominada artrite e a de um tendão é denominada tendinite. A inflamação pode ser limitada a uma pequena área do corpo (localizada), como apenas em uma articulação ou em um tendão lesado, ou pode ser disseminada, como ocorre em determinadas doenças inflamatórias (p.ex., artrite reumatóide).

A inflamação pode tornar-se crônica e persistente, algumas vezes em decorrência do movimento contínuo e de sobrecargas mecânicas e, outras vezes, por causa de reações imunes, infecções ou depósitos de materiais anormais. Infecções de ossos e articulações podem fazer o indivíduo ficar inválido. O tratamento imediato pode impedir danos permanentes às articulações. Tumores benignos e cânceres às vezes têm origem nos ossos, e às vezes alastram-se até os ossos a partir de outros locais do corpo. Desequilíbrios metabólicos ou hormonais também podem afetar os ossos e as articulações.

Um exemplo é a osteoporose, uma rarefação dos ossos resultante da perda excessiva de minerais nos ossos. Outro exemplo é a gota, em que cristais formam-se nas articulações de indivíduos suscetíveis, que apresentam um nível anormalmente elevado de ácido úrico no sangue. Os exames laboratoriais podem fornecer informações úteis relativas a alguns distúrbios musculoesqueléticos, mas essas informações em geral não são suficientes para o diagnóstico. Radiografias são efetuadas para avaliar áreas de dor óssea, porque freqüentemente esse procedimento detecta fraturas, tumores, lesões, infecções e deformidades.

Tomografia computadorizada (TC) e imagens por ressonância magnética (IRM) podem ser solicitadas para a determinação da extensão e da localização exata de uma lesão. A imagem por ressonância magnética é especialmente válida para a obtenção de imagens de tecidos como músculos, ligamentos e tendões. Uma amostra de líquido articular pode ser examinada para identificar as bactérias causadoras de uma infecção ou para examinar os cristais que confirmam um diagnóstico de gota ou pseudogota.

O médico remove o líquido através de uma agulha – um procedimento geralmente rápido, fácil e quase indolor, efetuado no consultório. O tratamento depende do tipo de distúrbio musculoesquelético. Freqüentemente as lesões são tratadas com repouso, compressas quentes ou frias, analgésicos e imobilização com talas ou bandagens. Doenças que afetam simultaneamente várias articulações são em geral tratadas com drogas para reduzir a inflamação e suprimir a resposta imunológica do organismo; contudo as articulações mais cronicamente lesadas não podem ser curadas apenas por drogas.

Algumas articulações gravemente lesadas podem ser substituídas por juntas artificiais. Com freqüência, o tratamento exige os esforços combinados de médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.