ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Exercícios e condicionamento físico




O exercício é a atividade física planejada, realizada de forma repetida para desenvolver ou manter o condicionamento físico. O condicionamento físico é a capacidade de realizar atividades físicas. Para tornar-se e manter-se condicionado, os indivíduos devem exercitar-se regularmente. Os exercícios fortalecem o coração, permitindo que ele bombeie uma maior quantidade de sangue em cada batimento.

O sangue então pode liberar mais oxigênio ao organismo, aumentando a quantidadade máxima de oxigênio que o organismo consegue obter e utilizar. Essa quantidade, denominada captação máxima de oxigênio, pode ser medida para se determinar o nível de condicionamento de um indivíduo. Os exercícios beneficiam o corpo de muitas outras maneiras. O alongamento pode aumentar a flexibilidade. O exercício com sustentação do peso fortalece os ossos e ajuda a prevenir a osteoporose.

Os exercícios também ajudam a evitara constipação, a prevenir e controlar algumas formas de diabetes e do colesterol ligado à lipoproteína de baixa densidade (LDLcolesterol). Os exercícios beneficiam aos indivíduos de qualquer faixa etária, inclusive os idosos. Estudos recentes demonstraram que o exercício pode fortalecer os músculos de indíviduos idosos debilitados que vivem em asilos. Os homens idosos que continuam a treinar e a participar de competições de corridas de longa distância conseguem manter a sua captação máxima de oxigênio.

A inatividade, mais do o envelhecimento em si, é a principal causa do declínio da capacidade física dos idosos. Os benefícios dos exercícios são perdidos assim que o indivíduo deixa de praticá-los. A força do coração e dos músculos diminui, assim como o nível do colesterol ligado à lipoproteína de alta densidade (HDL-colesterol) – o denominado colesterol bom –, enquanto a pressão arterial e a gordura corporal aumentam. Mesmo os ex-atletas que deixam de se exercitar não conservam benefícios mensuráveis a longo prazo. Eles não apresentam uma maior capacidade para realizar atividades físicas, nem menores fatores de risco de infarto do miocárdio e nem uma resposta mais rápida ao exercício do que aqueles que nunca se exercitaram.

Início de um Programa de Exercícios

O modo mais seguro para se iniciar um programa de exercício consiste em executar o exercício ou o esporte escolhido em uma baixa intensidade, até que membros inferiores ou superiores tornem- se doloridos ou até eles tornarem-se “pesados”. Se os músculos ficarem doloridos após apenas alguns minutos de prática, a primeira série deverá durar apenas esse período. À medida que o condicionamento aumenta, o indivíduo deve ser capaz de exercitar-se por mais tempo sem sentir dores musculares ou desconforto.

Quando é possível exercitar-se confortavelmente durante 10 minutos consecutivos, as séries devem ser executadas em dias alternados, avançando de modo gradual até 30 minutos de exercício contínuo. As orientações relativas à duração e à freqüência do exercício, à sua intensidade e como prevenir lesões são as mesmas para todos os tipos de exercícios e esportes.

Duração e Freqüência

Para obter e manter o condicionamento físico, um indivíduo deve exercitar-se por apenas 30 minutos, três vezes por semana. Para a maioria dos indivíduos, não é necessária a prática de exercício por mais de 30 minutos por vez, pois o condicionamento, mensurado pela captação máxima de oxigênio, aumenta muito pouco com práticas com duração superior a 30 minutos. A melhoria é decorrente da tensão sobre os músculos e de sua subseqüente recuperação e não da realização da mesma série todos os dias.

Embora o coração possa ser exercitado várias vezes por dia todos os dias, os músculos esqueléticos começam a falhar quando exercitados intensamente mais freqëntemente do que em dias alternados. No dia subseqüente a um exercício intenso, podem ser observados sangramento e lacerações microscópicas nas fibras musculares. É por essa razão que os músculos ficam doloridos no dia seguinte a uma série de exercícios adequada. Os indivíduos que se exercitam devem repousar durante 48 horas para que os músculos se recuperem após o exercício. Quando recuperados, os músculos tornam-se mais fortes. A prática de exercícios duas ou três vezes por semana, com a alternância de dias de exercício com dias de repouso, pode ajudar a evitar lesões.

Intensidade

O condicionamento físico é determinado mais pela intensidade do exercício que pela sua duração. As séries de exercícios devem ser suficientemente intensas a ponto dos músculos tornarem- se um pouco doloridos no dia seguinte, mas totalmente recuperados no outro dia. Para fortalecer o coração, o exercício deve ser realizado em uma intensidade que aumente a freqüência cardíaca (medida em batimentos por minuto), pelo menos 20 batimentos acima da freqüência cardíaca de repouso. Quanto mais intensamente o exercício for realizado, mais rápido o coração baterá e mais forte tornar-se-á o miocárdio (músculo cardíaco).

A freqüência cardíaca é determinada força de contração dos músculos esqueléticos. Quando um indivíduo começa a exercitar-se, os músculos esqueléticos contraem e comprimem as veias próximas, forçando o sangue em direção ao coração. Quando os músculos esqueléticos relaxam, essas veias enchem-se de sangue. A alternância de contrações e relaxamentos dos músculos esqueléticos funciona como um segundo coração, bombeando sangue extra ao coração. O fluxo sangüíneo aumentado faz com que o coração bata mais rapidamente e com mais força. Portanto, quanto mais intensa for a contração dos músculos esqueléticos, mais rápidas serão as batidas do coração.

A freqüência cardíaca recomendada (freqüência cardíaca de treinamento) é igual a 60% da freqüência cardíaca máxima do indivíduo, a qual é igual a 220 menos a idade do indivíduo. Entretanto, esse cálculo não se aplica aos indivíduos idosos que apresentam um bom condicionamento físico. A freqüência cardíaca máxima mensura a força dos músculos esqueléticos, não a força do coração, e, por isso, um indivíduo idoso bem condicionado e forte apresentará uma freqüência cardíaca máxima muito mais elevada que um indivíduo mais jovem fraco e não condicionado.

A mensuração da freqüência cardíaca não é necessária desde que o indivíduo comece a se exercitar lentamente e aumente a intensidade gradualmente. A intensidade deve ser aumentada até que seja atingida a freqüência cardíaca de treinamento: quando os ombros elevam-se a cada respiração e a respiração é mais rápida e profunda, indicando que o indivíduo necessita de mais oxigênio. Para tornar-se bem condicionado, não é necessário exercitar-se mais intensamente do que isso. Apenas os atletas que estejam treinando para competição necessitam exercitar-se até o ponto de sentir falta de ar.

À medida que a intensidade do exercício aumenta, aumenta a probabilidade da ocorrência de lesões de músculos esqueléticos. A probabilidade de lesão desses músculos durante a realização de exercícios contínuos e intensos é muito maior que durante a realização de exercícios intermitentes. No caso de exercícios intermitentes, o indivíduo realiza um aquecimento inicial lento e, gradualmente, aumenta o ritmo. Quando os músculos começam a ficar pesados, doloridos ou desconfortáveis, o indivíduo diminui o ritmo. Quando os músculos relaxam, o ritmo é aumentado.

O indivíduo alterna movimentos mais rápidos e mais lentos até o “peso” nos músculos não mais desaparecer e, em seguida, interrompe a sessão. A melhoria é decorrente do aumento do tempo gasto no exercício intenso e pela diminuição concomitante do tempo gasto no exercício mais lento. O indivíduo deve sentir-se bem após o exercício. Caso isso não ocorra, é provávle que ele tenha se exercitado excessivamente. O excesso de exercício faz com que as articulações, músculos, tendões e ossos tornem-se doloridos, aumenta o risco de lesão e torna o indivíduo irritadiço.

Prevenção das Lesões

Mais do que 6 em cada 10 indivíduos que iniciam um programa de exercícios desistem nas primeiras semanas por causa de uma lesão. As lesões podem ser evitadas se as sessões de exercícios forem marcadas com um intervalo de 48 horas. Com esse tipo de programação, um indivíduo pode exercitar- se em dias alternados ou, para quem deseja exercitar-se todos os dias, podem ser trabalhados diferentes grupos musculares em dias alternados, ou ele pode exercitar-se intensamente um dia e menos intensamente no dia seguinte (princípio do difícil-fácil). Repetir os mesmos exercícios todos os dias não melhora o condicionamento físico e, na realidade, aumenta as probabilidades de uma lesão. Além disso, o indivíduo deve interromper o exercício caso sinta dor.

Exercícios em Dias Alternados

É normal que os indivíduos acordem com os músculos rígidos e doloridos no dia seguinte à participação de uma competição ou à realização de exercícios vigorosos. O modo mais rápido de se recuperar consiste no repouso, isto é, não praticar nenhum tipo de exercício o dia inteiro. Um exercício vigoroso e prolongado pode esgotar a maior parte das reservas de açúcar (glicogênio) dos músculos. O glicogênio é a principal fonte de energia durante o exercício. Se os níveis de glicogênio estiverem baixos, os músculos tornamse pesados, fracos e cansados. O consumo de alimentos ricos em carboidratos, como pão, massas, frutas, cereais, cereais integrais e a maioria dos doces, repõe o glicogênio muscular. O repouso permite que praticamente todo o glicogênio que entra nos músculos seja armazenado e também que as fibras musculares lesadas se curem.

Alternância de Exercícios

Diferentes exercícios solicitam diferentes grupos musculares. Por exemplo, a corrida força principalmente os músculos dos membros inferiores; o choque dos calcanhares contra o solo e a elevação do corpo apoiado sobre as pontas dos dedos forçam mais os tornozelos. O ciclismo força principalmente os músculos das coxas. Ao pedalar, o indivíduo trabalha os joelhos e os quadris. O remo e a natação forçam a parte superior do corpo e as costas. Um programa ideal alterna exercícios para a parte superior do corpo realizados em um dia e exercícios para a parte inferior realizados no dia seguinte.

Para os indivíduos que se exercitam todos os dias, a alternância permite que os músculos se recuperem, evita lesões e promove um maior nível de condicionamento físico. A probabilidade de ocorrência de lesões é muito menor para o indivíduo que corre 30 minutos em um dia e pedala durante 30 minutos no dia seguinte que para aquele que pratica as duas modalidades todos os dias, durante 15 minutos cada. Os corredores de maratona sofrem lesões com maior freqüência que os triatletas, os quais competem em três esportes, embora estes se exercitem mais intensamente. Os triatletas trabalham diferentes grupos musculares em dias sucessivos: podem correr em um dia e nadar e praticar ciclismo no dia seguinte.

Seguir o Princípio do Difícil-Fácil

Para atingir os níveis mais elevados de condicionamento físico ou para competir em em eventos esportivos, o indivíduo deve exercitar-se intensamente duas ou três vezes por semana e menos intensamente nos demais dias (o princípio do difícil-fácil). Os atletas profissionais treinam diariamente e o treinamento é específico para o esporte – um indivíduo não se torna um melhor corredor andando de bicicleta. Por essa razão, para proteger- se contra lesões, os atletas planejam um treinamento intenso em um dia e um mais leve no dia seguinte.

Dessa forma, os treinamentos intensos causam menos lesões musculares. “Difícil” e “fácil” referem-se à intensidade, não à quantidade. Por exemplo, em um dia fácil, um corredor de maratona pode correr 30 quilômetros, mas em um ritmo muito mais lento que em um dia difícil. Os levantadores de peso (halterofilistas) levantam grandes pesos apenas uma vez por semana e pesos mais leves nos outros dias.

Os jogadores de basquetebol participam de jogos-treinos prolongados e exaustivos em um dia e, no dia seguinte, praticam apenas jogadas e arremessos. Para aumentar a força, a velocidade e a resistência, os atletas exercitam-se de forma intensa ou suficientemente prolongada em um dia até os músculos tornarem-se pesados ou até eles sentirem a sensação de uma discreta queimação - um sinal de que eles foram adequadamente trabalhados.

Geralmente, os músculos doem por aproximadamente 48 horas. Os atletas exercitamse com menor intensidade nos dias seguintes, até os músculos pararem de doer. Quando os músculos estão doloridos, a realização de exercícios intensos causa lesões e diminui o desempenho, enquanto que os músculos tornar-se-ão mais fortes se o indivíduo aguardar que a dor cesse antes de retornar aos exercícios intensos. Dois tipos de desconforto muscular podem ser sentidos após o exercício.

O tipo desejável, a dor muscular de início retardado, manifesta-se somente somente algumas horas após o exercício intenso, afeta geralmente ambos os lados do corpo de modo igual, desaparece após 48 horas e faz com que o indivíduo se sinta melhor após o aquecimento para a próxima série de exercícios. Por outro lado, a dor devida a uma lesão normalmente é sentida logo após a sua ocorrência, é pior em um dos lados do corpo, não desaparece após 48 horas e aumenta de intensidade quando o indivíduo tenta exercitar-se novamente.

Aquecimento

A elevação da temperatura dos músculos (aquecimento) antes do exercício ou da participação em um esporte pode auxiliar na prevenção de lesões. Os músculos aquecidos são mais flexíveis e apresentam menor risco de laceração em comparação aos músculos frios, os quais contraem lentamente. O aquecimento mais eficaz – muito melhor que o aquecimento passivo dos músculos com água quente ou com almofadas térmicas – consiste na realização lenta dos próprios movimentos do exercício ou do esporte.

A repetição dos movimentos aumenta o fluxo sangüíneo para os músculos que serão utilizados, aquecendo-os e preparando-os para os exercícios mais vigorosos. O fluxo sangüíneo deve aumentar substancialmente para proteger os músculos contra lesões durante o exercício. A calistenia (série de movimentos que exercitam um grupo muscular isolado, como as flexões) não é suficientemente específica para aquecer os músculos para um determinado esporte.

Alongamento

O indivíduo deve realizar o alongamento apenas após ter se aquecido ou realizado exercícios, quando os músculos estão aquecidos e apresentam menor risco de lesão. O alongamento distende os músculos e tendões e músculos mais longos podem produzir mais força em torno das articulações, ajudando o indivíduo a saltar mais alto, a levantar pesos maiores, a correr mais rapidamente e a realizar arremessos mais longos.

Entretanto, o alongamento, ao contrário do exercício contra resistência (como no treinamento com pesos), não fortalece os músculos e é o fortalecimento que diminui o risco de lacerações. Existem poucas evidências de que o alongamento cause lesões ou dor muscular de início retardado, a qual é provocada por lesões de fibras musculares.

Resfriamento

A redução gradual dos esforços (resfriamento) ao final do exercício ajuda a evitar a tontura. Quando os músculos dos membros inferiores, o sangue acumula-se nas veias vizinhas. Para enviar o sangue ao coração, os músculos das pernas devem contrair. Quando o exercício é subitamente interrompido, o sangue acumula-se nos membros inferiores e não chega em quantidade suficiente ao cérebro, causando tontura.

O resfriamento também ajuda a remover o ácido lático, um produto metabólico que se acumula nos músculos após o exercício. O ácido lático não causa dor muscular de início retardado e, portanto, o resfriamento não impede a ocorrência desse tipo de dor.

Escolha do Exercício Correto

Qualquer exercício que aumenta a circulação de sangue através do coração melhora o condicionamento físico. Os exercícios mais seguros são a caminhada, a natação e a pedalagem em uma bicicleta ergométrica. Durante uma caminhada, pelo menos um dos pés sempre encontra- se em contato com o solo de modo que a força com que o pé choca-se contra o solo nunca é maior do que o peso do indivíduo.

Durante a natação, a água sustenta o corpo e, por essa razão, os músculos raramente são submetidos a forças capazes de causar laceração. As bicicletas são pedaladas com um movimento circular contínuo que não “sacode” os músculos. A caminhada lenta não torna um indivíduo bem condicionado fisicamente. Para caminhar mais rapidamente, o indivíduo pode realizar passos maiores além de mover os membros inferiores mais rapidamente. Os passos podem ser aumentados através da oscilação dos quadris de um lado para outro, de modo que os pés avancem mais para frente.

A oscilação dos quadris tende a fazer com que os dedos apontem para fora quando os pés tocam o solo e, por isso, o alcance dos pés não é tão grande quanto seria se os dedos apontassem diretamente para a frente. Portanto, a indivíduo que está andando sempre deve tentar apontar os dedos dos pés diretamente para frente. O movimento mais rápidos dos membros superiores ajuda os pés a também se moverem mais rapidamente. Para movimentar os membros superiores mais rapidamente, o indivíduo deve flexionar os cotovelos, para encuratr o balanço e reduzir o tempo que os membros superiores levam para balançar para trás e para frente.

A natação exercita todo o corpo – membros inferiores, membros superiores e e costas – sem forçar as articulações e os músculos. Freqüentemente, a natação é recomendada para os indivíduos com problemas musculares e articulares. Os nadadores, movimentando-se em seu próprio ritmo e utilizando qualquer estilo de natação, podem exercitar-se de forma gradual durante até 30 minutos de natação contínua. Se a perda de peso for um dos principais objetivos do exercício, a natação não é a melhor escolha. O exercício fora da água é mais eficaz, pois o ar isola o corpo, aumentando a temperatura e o metabolismo corpóreos por até 18 horas.

Esse processo queima mais calorias tanto após o exercício quanto durante a sua realização. Por outro lado, a água conduz o calor para fora do corpo, de modo que a temperatura corpórea não aumenta e o metabolismo não permanece aumentado após a natação. A pedalagem em uma bicicleta ergométrica é um bom exercício. A tensão da roda da bicicleta deve ser regulada, de modo que seja possível se pedalar em um ritmo de 60 rotações por minuto. À medida que ele progride, o ciclista pode aumentar a tensão e o ritmo até 90 rotações por minuto. Uma bicicleta ergométrica horizontal é uma escolha particularmente boa para os indivíduos idosos. Muitos deles apresentam fraqueza da musculatura da coxa, pois o único exercício que eles praticam é a caminhada e a deambulação sobre uma superfície plana utiliza muito pouco esses músculos.

Conseqüentemente, muitos indivíduos idosos apresentam dificuldade para se levantar de uma cadeira sem usar as mãos, para levantar da posição agachada ou para subir escadas sem apoiar-se no corrimão. A pedalagem fortalece os músculos da coxa. Entretanto, alguns indivíduos não conseguem se manter equilibrados mesmo sobre uma bicicleta ergométrica (fixa). Outros não utilizam esse equipamento por causa do desconforto provocado pela pressão do selim estreito contra a pelve. Por outro lado, uma bicicleta ergométrica horizontal é segura e confortável. Esse aparelho possui um assento contornado, de modo que mesmo um indivíduo que tenha sofrido um acidente vascular cerebral pode sentar-se. Também no caso em que o indivíduo apresenta paralisia de um dos membros inferiores, suportes para os dedos mantêm os dois pés no lugar, de modo que o indivíduo consegue pedalar com a outra perna. A dança aeróbica, um tipo popular de exercício oferecido por muitas entidades, exercita todo o corpo.

Os indivíduos podem exercitar-se em seu próprio ritmo com a orientação de instrutores experientes. A música alegre e as rotinas familiares tornam os exercícios divertidos e o compromisso com um programa ou com os amigos podem aumentar a motivação. A dança aeróbica também pode ser praticada em casa, com a ajuda de vídeo-teipes. A dança aeróbica de baixo impacto elimina os saltos e as colisões da dança aeróbica comum, o que diminui a tensão sobre as articulações. A aeróbica com degrau (steps aerobics) força sobretudo os músculos anteriores e posteriores das coxas (quadríceps e músculos posteriores da coxa), quando o praticante sobe e desce de uma plataforma elevada (um degrau) em uma série de rotinas com música e ritmo determinado. Assim que sentir dor muscular, o praticante deve parar, fazer alguma outra coisa e retornar à aeróbica com degrau após uns dois dias.

A aeróbica na água (hidroaeróbica) é uma escolha excelente para os indivíduos idosos e para aqueles com músculos fracos. Os aparelhos de esqui de cross-country exercitam as coxas e as pernas. Muitos indivíduos gostam de usar esse equipamento, mas outros acham difícil dominar os movimentos. Como o uso desses aparelhos exige uma maior coordenação que a maioria dos tipos de exercícios, o indivíduo deve experimentar o aparelho antes de comprá-lo. Os aparelhos de remo fortalecem os grandes músculos dos membros inferiores, dos ombros e das costas e ajudam a proteger as costas contra diversas lesões. No entanto, o indivíduo que apresenta problemas nas costas não deve usar esse equipamento.

O esforço para remar, o qual é realizado principalmente com as costas, pode agravar o estado dos músculos e articulações das costas já afetados. Todos os aparelhos de remar de boa qualidade possuem um assento deslizante e os melhores possuem uma catraca giratória que permite ao indivíduo ajustar a tensão enquanto ele rema. Os indivíduos que podem se exercitar durante 30 minutos com facilidade podem desejar uma maior variedade em seu programa de exercícios.

A marcha atlética (caminhar o mais rápido possível balançando os membros superiores vigorosamente), o jogging, a corrida, o ciclismo, a patinação no gelo, o skate, o esqui de cross-country, o raquetebol, o handebol e o squash são modalidades excelentes para a obtenção do condicionamento físico, mas elas exigem pelo menos um nível moderado de coordenação e habilidade. Esses esportes também apresentam um maior risco de lesão.

Lesões esportivas




Nos Estados Unidos, mais de 10 milhões de lesões esportivas são tratadas anualmente. Os princípios da medicina esportiva podem ser aplicados ao tratamento de muitas lesões músculoesqueléticas, as quais assemelham-se às lesões esportivas mas que possuem causas diferentes. Por exemplo, o cotovelo de tenista (tennis elbow) pode ser causado pelo ato de carregar uma mala, apertar um parafuso ou abrir uma porta emperrada. O joelho do corredor pode ser causado pela rotação excessiva do pé para o interior (pronação) ao caminhar.

Causas

As lesões esportivas são provocadas por métodos inadequados de treinamento, alterações estruturais que sobrecarregam mais determinadas partes do corpo do que outras e pela fraqueza muscular, tendinosa e ligamentar. Muitas dessas lesões são causadas pelo desgaste crônico e por lacerações, os quais são decorrentes de movimentos repetitivos que afetam os tecidos suscetíveis.

Métodos Inadequados de Treinamento

A causa mais comum das lesões musculares e articulares são os métodos inadequados de treinamento: o indivíduo que se exercita não permite uma recuperação adequada após uma série de exercícios ou não pára de se exercitar ao sentir dor. Todas as vezes em que os músculos são sobrecarregados por um período de exercícios intensivos, algumas fibras musculares são lesadas e outras utilizam sua energia disponível, a qual foi armazenada sob a forma de glicogênio (um carboidrato). São necessários mais de 2 dias para as fibras cicatrizem e para que o glicogênio seja reposto.

Como somente as fibras não lesadas e nutridas funcionam adequadamente, os períodos de exercícios intensivos, com pequenos intervalos de repouso, acabam exigindo um trabalho comparável por parte de uma menor quantidade de fibras saudáveis, aumentando a probabilidade de lesão. Conseqüentemente, um intervalo de no mínimo dois dias entre treinamentos intensivos ou a alternância de treinamentos que sobrecarregam partes diferentes do corpo podem ajudar a evitar a ocorrência de lesões crônicas. A maioria dos programas de treinamento alternam um período de treinamento intensivo em um dia com repouso ou um treinamento mais leve no dia seguinte. Por exemplo, muitos halterofilistas alternam um treinamento intensivo em um dia com repouso no dia seguinte.

Um corredor 1,5 km em 5 minutos em um dia e a mesma distância em um período de 6 a 8 minutos no dia seguinte. Se o atleta treinar duas vezes por dia, cada série de exercícios intensivos deve ser seguida por no mínimo três séries mais leves. Apenas os nadadores podem realizar treinamentos intensivos e leves diariamente sem risco de lesão. A força de ascenção da água os ajuda a proteger seus músculos e articulações. A dor, a qual precede a maioria das lesões por desgaste e laceração, ocorre pela primeira vez quando um certo número de fibras musculares e de tendões começa a se romper. A interrupção do exercício ao primeiro sinal de dor limitará a lesão dessas fibras, resultando em uma recuperação mais rápida. A continuidade do exercício com dor acarretará a laceração de mais fibras, agravando a lesão e retardando a recuperação.

Anormalidades Estruturais

As anormalidades estruturais tornam o corpo suscetível a lesões esportivas por causa do esforço desigual de várias partes do corpo. Por exemplo, quando as pernas apresentam comprimentos diferentes, uma maior força é exercida sobre o quadril e o joelho da perna mais longa. Habitualmente, correr em acostamentos de estradas apresenta o mesmo efeito. O ato de pisar repetidamente com um pé sobre a superfície um pouco mais elevada aumenta o risco de dor e de lesão desse lado do corpo.

O indivíduo que apresenta uma curvatura exagerada na coluna vertebral pode sentir dor nas costas ao balançar um bastão de beisebol. Em geral, a dor desaparece quando a atividade é interrompida, mas ela retorna sempre que a mesma intensidade de exercício é atingida. O fator biomecânico que causa a maioria das lesões do pé, da perna e do quadril é a pronação excessiva – uma rotação interna dos pés após eles entrarem em contato com o solo. Um certo grau de pronação é normal e previne as lesões uma vez que ele ajuda a distribuir a força por todo o pé.

No entanto, uma pronação excessiva pode causar dor no pé, no joelho e na perna. Nos indivíduos que apresentam pronação excessiva, os tornozelos são tão flexíveis que o arco dos pés toca o chão durante a marcha ou a corrida, fazendo com que os pés apresentem o aspecto de pés planos. Um corredor com pronação excessiva pode sentir dores nos joelhos ao correr longas distâncias. O problema oposto – uma pronação muito pequena – pode ocorrer em indivíduos que apresentam rigidez de tornozelos. Nelas, o pé parece possuir um arco muito elevado e não absorver bem os choques, aumentando o risco de ocorrência de pequenas fissuras nos ossos (fraturas de fadiga) dos pés e das pernas.

Fragilidade dos Músculos, dos Tendões e dos Ligamentos

Os músculos, os tendões e os ligamentos sofrem laceração quando submetidos a forças superiores à sua força intrínseca. Por exemplo, eles podem ser lesados quando eles são muito fracos ou tensos para o exercício que está sendo tentado. As articulações apresentam uma maior propensão à lesão quando os músculos e os ligamentos que lhes provêem sustentação são fracos, como ocorre após um entorse. Os ossos enfraquecidos pela osteoporose podem fraturar facilmente.

Os exercícios de fortalecimento ajudam a evitar lesões. A prática regular de exercícios não aumenta nem fortalece significativamente os músculos. O único modo de fortalecimento dos músculos consiste no exercício dos mesmos contra uma resistência progressiva como, por exemplo, praticar um esporte mais intensamente, levantar pesos progressivamente maiores ou usar equipamentos especiais de fortalecimento.

Os exercícios de reabilitação para o fortalecimento de músculos e tendões já recuperados geralmente são realizados com levantamentos ou pressão contra resistência, em séries de oito a doze repetições e nunca em uma freqüência superior que em dias alternados.

Diagnóstico

Para diagnosticar uma lesão esportiva ou qualquer lesão músculoesquelética, o médico questiona ao paciente quando e como a lesão ocorreu e quais foram as atividades recreativas e ocupacionais realizadas recentemente ou de maneira rotineira. Ele também realiza o exame da área lesada.

O paciente pode ser encaminhado a um especialista, para a realização de exames mais detalhados. Os exames diagnósticos incluem radiografias, a tomografia computadorizada (TC), a ressonância magnética (RM), a artroscopia (visualização da articulação lesada com o auxílio de um pequeno aparelho visualizador inserido na articulação), a eletromiografia, e investigações computadorizadas da função muscular e articular.

Prevenção

O aquecimento antes do início de um exercício extenuante ajuda a evitar lesões. O exercício em um ritmo relaxado durante 3 ou 10 minutos aquece os músculos o suficiente para torná-los mais flexíveis e resistentes à lesão. Esse método ativo de aquecimento prepara os músculos para a prática de exercícios extenantes de modo mais eficaz que os métodos passivos (p.ex., água quente, bolsas e almofadas térmicas, ultra-som ou lâmpadas infravermelhas). Os métodos passivos não aumentam significativamente a circulação sangüínea.

O resfriamento – redução gradual da velocidade antes da interrupção do exercício – evita a tontura ao manter o fluxo sangüíneo. Quando um exercício extenuado é interrompido abruptamente, o sangue pode acumular-se nas veias das pernas, reduzindo temporariamente o fluxo sangüíneo à cabeça. Isto pode acarretar tontura e inclusive desmaio. O resfriamento também auxilia na eliminação de produtos metabólicos dos músculos (p.ex., ácido lático), mas parece que ele não impede a ocorrência da dor muscular de início retardado, a qual é causada pelas fibras musculares lesadas.

Os exercícios de alongamento não parecem evitar as lesões, mas eles alongam os músculos de tal forma que eles podem contrair mais eficazmente e apresentar um melhor desempenho. Para evitar a lesão muscular durante um alongamento, o indivíduo deve realizá-lo após o aquecimento ou o exercício e cada alongamento deve ser suficientemente confortável para ser mantido até a contagem atingir 10. As palmilhas para calçados (órteses) freqüentemente podem corrigir problemas dos pés, como a pronação. As palmilhas – flexíveis, semirígidas ou rígidas – podem variar de comprimento e devem ser adequadas a calçados de corridas adequados.

Os bons calçados de corrida possuem um contraforte (a parte que circunda o calcanhar) de material rígido para controlar os movimentos da parte posterior do pé, um suporte que atravessa o dorso do pé (gáspea) para evitar uma pronação excessiva, e uma abertura acolchoada (contorno) para sustentar o tornozelo. O sapato deve possuir um espaço adequado para a palmilha. Normalmente, a órtese reduz a em umeração do calçado em um ponto. Por exemplo, ao ser colocada uma órtese, um calçado de número 40 passa a apresentar o tamanho de um calçado 39.

Tratamento

O tratamento imediato para quase todas as lesões esportivas consiste no repouso, na aplicação de gelo, na compressão e na elevação. A parte lesada é imediatamente colocada em repouso, para que sejam minimizados o sangramento interno e o edema e também para se evitar o agravamento da lesão. O gelo produz constrição dos vasos sangüíneos, ajudando a limitar a inflamação e a reduzir a dor.

O enfaixamento da parte lesada com esparadrapo ou com uma faixa elástica (compressão) e a elevação da parte lesada em um nível acima do coração (elevação) ajudam a limitar o edema. Pode ser feita a aplicação de uma bolsa de gelo ou um saco plástico contendo gelo esmagado ou picado (que se ajusta aos contornos do pé melhor que o gelo em cubos) sobre a parte lesada, com uma toalha entre ele e a pele, durante dez minutos. Pode ser feito um enfaixamento frouxo com uma faixa elástica em torno da bolsa ou do saco de gelo e da parte lesada.

A parte lesada é mantida elevada, mas o gelo é removido por dez minutos e, em seguida, é reaplicado por mais dez minutos ao longo de um período de uma hora a uma hora e meia Esse processo pode ser repetido várias vezes durante as primeiras 24 horas. O gelo reduz a dor e o edema de várias maneiras. A parte lesada incha porque ocorre escape de líquido dos vasos sangüíneos. Ao provocar a contração dos vasos sangüíneos, o frio reduz a tendência ao escape e, conseqüentemente, restringe a quantidade de líquido e o edema na área lesada. A diminuição da temperatura da pele sobre a lesão pode reduzir a dor e os espasmos musculares.

Ela também limita a destruição dos tecidos através do alentecimento dos processos celulares. Entretanto, a aplicação de gelo durante muito tempo pode lesar produzir lesão tissular. A pele reage de forma reflexa quanto ela atinge uma temperatura baixa (em torno de 15 °C) provocando uma dilatação dos vasos sangüíneos da região. A pele torna-se vermelha, quente e pruriginosa e pode doer. Geralmente, esses efeitos ocorrem 9 a 16 minutos após a aplicação de gelo, desaparecendo aproximadamente 4 a 8 minutos após o gelo ser removido. Por essa razão, o gelo deve ser removido quando esses efeitos ocorrerem ou após 10 minutos, mas ele pode ser reaplicado após um intervalo de10 minutos.

As injeções de corticosteróides em uma região lesada ou no tecido circunjacente aliviam a dor, reduzem o edema e, em alguns casos, podem ser um adjuvante útil ao repouso. No entanto, essas injeções podem retardar a cura, aumentam o risco de lesões tendinosas e cartilaginosas e permitem que o indivíduo use uma articulação lesada antes que ela esteja totalmente curada e pode agravar a lesão. Além dos exercícios propriamente ditos, os fisioterapeutas podem adicionar o calor, o frio, a eletricidade, ondas sonoras, a tração ou os exercícios na água ao plano terapêutico. Pode ser recomendado o uso de palmilhas especiais para calçados ou outros tipos de órteses.

A duração da fisioterapia dependerá da gravidade e da complexidade da lesão. A atividade ou o esporte responsável pela lesão deve ser evitado até a sua cura. A prática de atividades substitutas que não sobrecarreguem a parte lesada é preferível à abstenção de todas as atividades físicas, pois a inatividade completa faz com que os músculos percam massa, força e resistência. Por exemplo, uma semana de repouso exige pelo menos duas semanas de exercício para que o indivíduo retorne ao nível de condicionamento que ele apresentava antes da lesão.

As atividades substitutas incluem o ciclismo, a natação, o esqui e o remo, quando a lesão for localizada na perna ou no pé; a corrida sem sair do lugar ou preso a uma uma correia, a natação e o remo, quando a lesão for localizada na coxa; o ciclismo e a natação, quando a lesão for na região lombar; e a corrida (jogging), a patinação e o esqui, quando a lesão for no ombro ou no membro superior.

Lesões Esportivas Comuns

As lesões esportivas comuns são a fraturas de estresse (por sobrecarga), as dores dos músculos anteriores da tíbia, a tendinite, o joelho do corredor, as lesões dos músculos posteriores da coxa, a dorsalgia do levantador de peso, o cotovelo de tenista, os traumatismos crânio-encefálicos e as lesões nos pés. Essas lesões podem ser causadas por muitas atividades diferentes.

Fraturas do Pé por Estresse

Fraturas por estresse (ou de esforço ou por sobrecarga) são pequenas fissuras ósseas que ocorrem freqüentemente em decorrência de um impacto excessivo e crônico. Nos corredores, os ossos da parte média do pé (metatarsais) apresentam uma tendência especial a esse tipo de fratura. Os ossos que apresentam maior probabilidade de fratura são os metatarsais dos três dedos médios. O osso metatarsal do hálux é relativamente imune à lesão, devido à sua força e ao seu tamanho, e o osso metatarsal do dedo mínimo do pé habitualmente fica protegido, pois a maior força de impulsão é exercida pelo hálux e pelo dedo adjacente (segundo pododáctilo).

Os fatores de risco das fraturas por estresse do pé incluem os arcos acentuados, os calçados de corrida com mecanismo de absorção de choque inadequado e o aumento súbito da intensidade ou do tempo do exercício. As mulheres na pós-menopausa podem ser particularmente sensíveis às fraturas por estresse devido à osteoporose. O principal sintoma é a dor na parte anterior do pé, geralmente durante uma série longa ou intensa de exercícios. Inicialmente, a dor desaparece alguns segundos após a interrupção do exercício. Contudo, caso o programa de exercícios seja continuado, a dor retorna mais precocemente durante o treinamento e dura mais tempo após o indivíduo parar de se exercitar.

Finalmente, a dor intensa pode impossibilitar a corrida e persistir mesmo durante o repouso. A área em torno da fratura pode tornar-se edemaciada. O médico pode freqüentemente estabelecer o diagnóstico baseando-se na história dos sintomas e no exame do pé. O local fraturado dói à palpação. As fraturas por estresse são tão delicadas que é comum não serem detectadas imediatamente nas radiografias. No entanto, elas podem detectar o calo ósseo que se forma em torno do osso fraturado duas a três semanas após a lesão, à medida que o osso cicatriza.

A cintilografia óssea pode confirmar o diagnóstico mais precocemente, mas esse procedimento raramente é necessário. O indivíduo não deve correr até tenha ocorrido a consolidação da fratura por estresse, mas lhe é permitido praticar atividades esportivas substitutas. Após a consolidação, a recorrência do quadro pode ser evitada com o uso de calçados esportivos com suportes adequados com boa absorção de impacto e da prática de corrida sobre grama ou outras superfícies macias.

O uso de aparelho gessado raramente é necessário. Quando utilizado, o aparelho é removido após uma ou duas semanas, para evitar o enfraquecimento da musculatura. O processo de cura geralmente leva de três a doze semanas, mas pode levar mais tempo nos indivíduos idosos ou enfermos.

Fratura por Estresse do Pé

As fraturas por estresse, as quais são pequenas fissuras causadas por impactos repetidos, ocorrem comumente nos ossos da parte intermediária do pé – os metatarsais. Visão Superior.

Lesões Musculares da Tíbia

A dor muscular sobre a tíbia é devida à lesão dos músculos situados ao longo da mesma A causa habitual desta lesão é o esforço prolongado e repetido sobre a perna. Dois grupos musculares da tíbia apresentam propensão à este tipo de dor. A localização da dor depende do grupo afetado. A dor ântero-lateral afeta os músculos das partes frontal (anterior) e externa (lateral) da tíbia. Esse tipo de lesão é decorrente de um desequilíbrio natural no tamanho dos músculos oponentes.

Os músculos tibiais tracionam o pé para cima e os músculos da panturrilha, maiores e mais fortes, tracionam o pé para baixo cada vez que o calcanhar toca o chão durante a marcha ou a corrida. Os músculos da panturrilha exercem tanta força que podem lesar os músculos da região anterior da perna. O principal sintoma é a dor ântero-lateral ao longo das faces anterior e lateral da tíbia. Inicialmente, a dor é sentida apenas logo após que o calcanhar tocar o chão durante uma corrida. Se o indivíduo continuar a correr, a dor ocorre em cada passo e, finalmente, torna-se constante. Geralmente, ao ser examinada por um médico, o indivíduo refere dor à palpação da região.

A dor póstero-medial afeta os músculos das faces posterior e medial (interna) da tíbia, os quais são responsáveis pela elevação do calcanhar imediatamente antes dos dedos dos pés deixarem o chão. Esse tipo de lesão freqüentemente é resultante de corridas em pistas inclinadas ou em estradas ou ruas muito movimentadas e pode piorar se os pés rodarem excessivamente para o interior ou se o indivíduo utilizar calçados de corrida que não impedem adequadamente essa rotação dos pés.

A dor produzida por esse tipo de distúrbio geralmente inicia ao longo da face medial da perna, cerca de 2 a 20 centímetros acima do tornozelo, e piora quando o corredor apóia-se sobre os dedos dos pés ou roda o tornozelo para dentro. Se ele continuar a correr, a dor se deslocará para a frente, afetando a face medial do tornozelo e podendo se estender pela tíbia, até quatro ou dez centímetros abaixo do joelho. A intensidade da dor aumenta com a progressão do quadro. Inicialmente, apenas os tendões musculares tornam-se inflamados e dolorosos. No enanto, se o indivíduo insistir em correr, os próprios músculos podem ser afetados. Finalmente, a tensão sobre o tendão inflamado pode chegar mesmo a arrancá-lo de sua inserção no osso, causando sangramento e uma maior inflamação.

Em alguns casos, a parte da tíbia unida ao tendão é arrancada (avulsão). O tratamento principal consiste na interrupção da corrida consiste em parar de correr e na realização de outros tipos de exercício até que a corrida não seja mais uma atividade dolorosa. Os calçados de corrida com um contraforte (a parte do sapato que envolve o calcanhar) rígido e com apoios especiais para o arco do pé podem impedir que o pé rode excessivamente para dentro. Evitar corridas sobre superfícies inclinadas ajuda a evitar as recorrências do quadro. Os exercícios de fortalecimento dos músculos lesados podem ser úteis.

Nos casos graves em que um fragmento da tíbia foi arrancado, pode ser indicado um procedimento cirúrgico para fixálo. Após este tipo de tratamento, o indivíduo não poderá correr durante longos períodos. Um tratamento experimental, o qual consiste na administração diária de calcitonina (um hormônio formador de tecido ósseo) sob a forma injetável ou de alendronato (substância que retarda a perda de tecido ósseo) pela via oral, curou alguns casos não responsivos às outras medidas terapêuticas. Em alguns casos, nenhum dos tratamentos disponíveis é eficaz e o corredor deve abandonar definitivamente a prática da corrida.

Tendinite Poplítea

A tendinite poplítea é uma laceração no tendão poplíteo, o qual se estende da superfície externa da extremidade inferior do fêmur (osso da coxa) diagonalmente através da face posterior do joelho até a face medial (interna) da extremidade superior da tíbia. O tendão poplíteo impede que a perna sofra rotação externa durante a corrida. A rotação interna excessiva do pé (pronação) e as corridas descendentes tende a causar tensão excessiva sobre esse tendão, podendo provocar a sua ruptura.

A dor e a inflamação, particularmente quando o indivíduo realiza corridas descendentes, ocorrem ao longo do lado de fora do joelho. O indivíduo não deve correr até deixam de apresentar dor na região e não deve realizar corridas descendentes após retomar a prática dessa atividade. O ciclismo é um bom exercício alternativo durante o período de convalescença. As palmilhas para calçados, especialmente uma cunha triangular (cunha de varo) colocada na frente do calcanhar, podem ajudar a impedir que o pé rode para dentro.

Dores dos Músculos da Tíbia

As dores dos músculos da tíbia podem ocorrer nos músculos das faces anterior e lateral da tíbia (dor ântero-lateral) ou nos músculos das faces posterior e medial da tíbia (dor póstero-medial). A região dolorosa varia de acordo com os músculos afetados.

Tendinite de Aquiles

A tendinite de Aquiles é uma inflamação do tendão de Aquiles, o cordão resistente que se estende dos músculos da panturrilha até o calcanhar. Os músculos da panturrilha e o tendão de Aquiles abaixam a parte anterior do pé após o calcanhar tocar o solo e elevam o calcanhar quando os dedos deixam o solo, imediatamente antes de ser iniciado o passo com o outro pé. A tendinite de Aquiles ocorre quando as pressões aplicadas sobre o tendão são maiores que a resistência. A corrida descendente produz pressões extras sobre o tendão de Aquiles, pois o antepé (a parte anterior do pé) deve avançar antes de tocar o solo.

A corrida ascendente também tensiona o tendão, pois os músculos da panturrilha devem exercer uma maior força para elevar o calcanhar, quando os dedos deixam o chão. Um contraforte do calcanhar (a parte posterior do calçado que circunda o calcanhar) macio permite um movimento excessivo do calcanhar, tensionando o tendão de Aquiles de forma desigual e aumentando a possibilidade de sua laceração. Os calçados de sola rígida, os quais não se dobram onde os dedos se articulam com o pé, causam grande tensão no tendão de Aquiles, imediatamente antes dos dedos deixarem o chão.

Vários fatores biomecânicos predispõem esse tendão à lesão. Eles incluem a rotação excessiva dos pés para o interior (pronação), o hábito de utilizar demasiadamente a região posterior do calcanhar (a inspeção da sola do calçado de corrida pode mostrar onde a área do calcanhar está mais desgastada), o arqueamento das pernas, a contração dos músculos posteriores da coxa e da panturrilha, arcos plantares acentuados, a contração dos tendões de Aquiles e as deformidades do calcanhar.

A dor, o sintoma principal, é geralmente mais intensa quando o indivíduo começa a movimentar- se após haver permanecido sentado ou deitado ou quando ele começa a correr ou a praticar o jogging. Freqüentemente, a dor alivia com a continuidade da caminhada ou da corrida apesar da dor e da rigidez. O tendão de Aquiles é envolto por uma bainha protetora. Entre o tendão e a bainha, existe uma fina camada de gordura, a qual permite a livre movimentação do tendão.

Quando o tendão é lesado, formam-se cicatrizes entre ele e a bainha, fazendo com que o tendão puxe a bainha em cada movimento. É por essa razão que o movimento é doloroso. A continuidade da caminhada ou da corrida alivia a dor porque ela aumenta a temperatura da bainha, tornando-a mais flexível, e, dessa forma, o tendão consegue movimentar-se mais livremente. Geralmente, a pressão exercida sobre o tendão também causa dor.

Se o indivíduo ignorar a dor e continuar a correr, o tendão elástico é substituído por um tecido cicatricial rígido, e o tendão sempre doerá durante o exercício, sem chance de cura. Deixar de correr e pedalar uma bicicleta enquanto a dor persistir são parte importante do tratamento. Outras medidas dependem da causa provável ou das condições predisponentes: uso de calçados com solas flexíveis e aplicação de palmilhas aos sapatos de corrida, para reduzir a tensão no tendão e estabilizar o calcanhar.

Os exercícios de alongamento dos músculos do jarrete são iniciados tão logo possam ser efetuados sem dor. Também ajudam os exercícios para fortalecimento do tendão de Aquiles, como, por exemplo, elevações do corpo na ponta dos dedos. Depois que voltou a correr, a indivíduo não deve praticar corridas em aclive ou declive em ritmo rápido, até que o tendão tenha ficado completamente curado, o que pode levar semanas e até anos.


Fortalecimento dos Músculos da Tíbia

Exercício da alça de balde
Enrole uma toalha em torno da alça de um balde de água vazio. Sente-se sobre uma mesa ou sobre uma outra superfície suficientemente alta para que os pés não toquem o chão. Coloque a alça do balde sobre a parte anterior de um calçado. Lentamente, eleve a parte anterior do pé flexionando o tornozelo e, em seguida, estenda o pé lentamente com os dedos apontados para frente. Repita dez vezes e, em seguida, repouse durante alguns segundos. Realize mais duas séries de dez. Para aumentar a resistência, coloque água no balde – mas não a ponto de tornar o exercício doloroso.

Elevações na ponta dos dedos
Fique em pé. Lentamente, levante apoiando-se sobre as pontas dos dedos e, em seguida, abaixe lentamente os calcanhares até o assoalho. Repita dez vezes e, em seguida, repouse por um minuto. Realize mais duas séries de dez. Quando esse exercício tornar-se fácil, execute-o sustentando pesos progressivamente maiores.

Rotações externas
Fique em pé. Lentamente, rode o tornozelo para fora, de modo que a parte interna da planta do pé se eleve e fique acima do chão. Lentamente, abaixe a planta do pé de volta ao chão. Realize três séries de dez.

Joelho do Corredor

O joelho do corredor (síndrome de tensão patelofemoral) é um distúrbio no qual a patela (rótula) atrita contra a extremidade do fêmur quando o joelho se move. A patela é um osso circular preso a ligamentos e tendões em torno do joelho. Durante a corrida, a patela move-se discretamente para cima e para baixo sem tocar o fêmur. O joelho do corredor pode ser causado por um defeito estrutural, como a patela localizada muito alto em relação à articulação do joelho (patela alta), ou a contração dos músculos posteriores da coxa, a contração dos tendões de Aquiles e a fraqueza da musculatura da coxa – a qual normalmente auxilia na estabilização do joelho.

A causa tratável mais comum é a rotação excessiva dos pés para o interior (pronação) quando o indivíduo anda ou corre, enquanto os músculos da coxa (quadríceps) tracionam a patela para fora (lateralmente). Em conjunto, essas forças fazem com que a patela atrite contra a extremidade do fêmur. A dor e algumas vezes o edema geralmente iniciam durante a corrida e concentram-se sob a superfície da patela No início, somente as corridas descendentes provocam dor. No entanto, após algum tempo, qualquer corrida produz dor e, finalmente, mesmo os outros movimentos do membro inferior são dolorosos, especialmente o ato de descer escadas.

É importante que o indivíduo evite correr até que a corrida não cause mais dor. Para manter o condicionamento físico, ele pode realizar outros exercícios, como o ciclismo (quando este não causar dor), o remo e a natação. Também são úteis os exercícios de alongamento dos músculos posteriores e anteriores (quadríceps) da coxa e de fortalecimento do vasto medial (um músculo interno da coxa que traciona a patela medialmente). Podem ser úteis os suportes para o arco do pé, adquiridos em estabelecimentos comerciais, utilizados tanto em calçados esportivos quanto nos calçados comuns. Algumas vezes, é necessária a confecção de palmilhas sob medida.

Joelho do Corredor

Normalmente, a patela (rótula) move-se discretamente para cima ou para baixo sem tocar o fêmur durante a corrida. Se os pés rodarem excessivamente para o interior (pronação), a perna roda medialmente, tracionando também a patela medialmente, enquanto que o músculo quadríceps da coxa traciona a patela lateralmente. Essas forças opostas fazem a parte posterior da rótula atritar contra a extremidade do fêmur, o que provoca dor.



Fortalecimento do Músculo Vasto Medial

1. Fique em pé com os dois joelhos estendidos. Contraia os músculos quadríceps da coxa (da região anterior das coxas), elevando as patelas. Mantenha essa posição contando até 10 e, em seguida, relaxe. Repita freqüentemente durante todo o dia.

2. Sente-se no chão com os dois joelhos estendidos e com as pernas bem afastadas. Realize a rotação das pernas para fora de modo que os dedos apontem o máximo possível para os lados. Lentamente, eleve a perna lesada a partir do quadril e, em seguida, abaixe-a, mantendo o joelho estendido. Realize três séries de dez em dias alternados.

3. Sente-se no chão com dois ou mais travesseiros sob cada joelho, de modo que essa articulação permaneça fixa num ângulo de 135°. Coloque um peso de 2,5 quilos no tornozelo. Lentamente, eleve o pé estendendo o joelho e, em seguida, abaixe o pé devagar. Realize três séries de dez. Continue o exercício aumentando o peso e não o número de repetições.

Lesão dos Músculos Posteriores da Coxa

Uma lesão dos músculos posteriores da coxa (distensão do músculo femoral posterior, laceração dos músculos posteriores da coxa) é qualquer lesão dos músculos posteriores da coxa. Os músculos posteriores da coxa, que endireitam o quadril e flexionam o joelho, são mais fracos que seu oponente, o músculo quadríceps da coxa. Se os músculos posteriores da coxa não possuírem pelo menos 60% da força do quadríceps, este irá subjugá-los e acarretará uma lesão. Uma lesão dos músculos posteriores da coxa geralmente causa dor súbita na região posterior da coxa quando esses músculos contraem de forma súbita e violenta. O tratamento imediato inclui o repouso, a aplicação de gelo, a compressão e a elevação. O indivíduo não deve correr ou saltar, mas pode realizar corridas no lugar, remar ou nadar – exceto se essas atividades causarem dor – enquanto o músculo cicatriza. Após o início da cicatrização, os exercícios de fortalecimento dos músculos posteriores da coxa ajudam a evitar a recorrência do quadro.


Fortalecimento dos Músculos Posteriores da Coxa

1. Prenda um peso de 2,5 kg ao pé do lado lesado e coloque-se em decúbito ventral sobre uma cama, com a parte baixa do corpo (da cintura para baixo) fora da cama e com os dedos dos pés tocando o chão. Mantendo o joelho estendido, eleve e abaixe lentamente o membro inferior. Realize três séries de dez em dias alternados. À medida que a força for retornando, utilize pesos cada vez maiores. Esse exercício fortalece principalmente a parte superior dos músculos do posteriores da coxa.

2. Prenda um peso de 2,5 kg ao pé do lado lesado. Fique em pé, equilibrando-se sobre a outra perna. Lentamente, eleve o pé com o peso em direção às nádegas, flexionado o joelho, e abaixe o pé na direção do chão, estendendo o joelho. Realize três séries de dez em dias alternados. À medida que a força for retornando, utilize pesos cada vez maiores. Esse exercício fortalece principalmente a parte inferior dos músculos posteriores da coxa.

Dorsalgia do Levantador de Peso

A dorsalgia do levantador de peso (estiramento lombar) é uma lesão que ocorre nos tendões e músculos da região lombar, causando espasmos musculares e inflamação. Qualquer esforço importante pode causar lacerações musculares e tendinosas da região lombar. Este tipo de lesão é comum em esportes que exigem o ato de empurrar ou puxar contra uma grande resistência, como o ato de levantar um grande peso do chão no halterofilismo ou o ato de empurrar um adversário no futebol americano. Esse tipo de lesão também ocorre em esportes que exigem a rotação súbita das costas: a rotação para driblar o adversário após um rebote no basquetebol, o ato de balançar um bastão em um jogo de beisebol ou de balançar um taco de golfe.

Os fatores de risco de uma lesão da região lombar incluem uma curvatura exagerada da porção inferior da coluna vertebral, a inclinação para frente da pelve, a contratura ou fraqueza da musculatura da região, a fraqueza da musculatura abdominal ou a contratura ou fraqueza dos músculos posteriores da coxa. As costas também apresentam uma propensão à lesão quando a coluna vertebral apresenta um enfraquecimento decorrente de uma artrite, de um desalinhamento vertebral, de um deslizamento ou de uma ruptura discal ou de um tumor vertebral. Uma lesão da região lombar geralmente causa uma dor súbita nessa região durante uma rotação ou durante o ato de empurrar ou puxar algo. Inicialmente, a dor não é suficentemente intensa a ponto de impedir a continuação do exercício. exercício. No entanto, o músculo ou o tendão lacerado continua a sangrar e a edemaciar e, 2 a 3 horas mais tarde, ele entra em espasmo e causa uma dor intensa.

Como os espasmos musculares podem ser agravados por qualquer movimento das costas, o indivíduo geralmente prefere permanecer imóvel, freqüentemente assumindo a posição fetal. À palpação da região lombar, o indivíduo pode sentir dor e esta pode piorar quando ele flexiona o corpo para frente. Assim que possível após a lesão, o indivíduo deve repousar e aplicar gelo e compressão sobre a região afetada. Após o início do processo de cura, os exercícios de fortalecimento da musculatura abdominal, a qual auxilia na estabilização das costas, e os de alongamento e fortalecimento dos músculos das costas são benéficos. Um aparelho de remo é excelente para o fortalecimento das costas, desde que ele não provoque dor. Uma curvatura exagerada na região lombar, a qual tende a aumentar a tensão sobre os músculos de suporte da região lombar, é determinada em grande parte pela báscula da pelve.

Portanto, uma curvatura exagerada pode ser diminuída através de várias modalidades de exercícios que inclinem a porção superior da pelve para trás, para uma posição mais normal. Esses exercício incluem os de fortalecimento da musculatura abdominal (encurtando-os) e os de alongamento dos músculos da coxa (alongando-os). O uso de um cinto durante o levantamento de pesos ajuda a evitar as lesões das costas.


Prevenção de Lesões das Costas

Inclinação (báscula) da pelve (para diminuir uma curvatura exagerada da região lombar) Deite-se de costas com os joelhos flexionados, os calcanhares apoiados contra o solo e o peso sobre os calcanhares. Abaixe a região lombar até tocar o chão, eleve as nádegas cerca de 1,5 centímetro do chão e contraia os músculos abdominais. Mantenha essa posição durante uma contagem até dez. Repita 20 vezes. Realize esse exercício diariamente.

Abdominais (para fortalecer a musculatura abdominal) Deite-se de costas com os joelhos flexionados e os pés apoiados contra o solo. Coloque as mãos sobre o abdômen. Mantendo os ombros em contato com o solo, eleve a cabeça lentamente. Eleve os ombros lentamente até 25 centímetros acima do solo. Em seguida, abaixe-os lentamente. Realize três séries de dez. Quando esse exercício tornar-se muito fácil, enrole um peso numa toalha e segure-o atrás do pescoço durante a execução do exercício. Aumente o peso à medida que sua força aumentar.

Alongamento do quadril e do quadríceps Fique em pé, com um dos pés em contato com o solo e o joelho da outra perna flexionado num ângulo de 90°. Com a mão do mesmo lado da perna flexionada, segure a região anterior do tornozelo. Mantendo os joelhos unidos, empurre o tornozelo para trás, levando o calcanhar em direção às nadegas. Mantenha a posição durante uma contagem de dez. Repita o exercício com a outra perna. Realize esse exercício dez vezes.

Alongamentos da região lombar Sentado, tocar os dedos dos pés Sente-se no chão com os joelhos estendidos e as pernas afastadas o máximo possível. Coloque as duas mãos sobre o mesmo joelho. Lentamente, deslize as mãos sobre a perna em direção ao tornozelo. Interrompa o exercício se sentir dor e não ultrapasse a posição que pode ser mantida confortavelmente durante dez segundos. Lentamente, solte a perna. Repita o exercício com a outra perna. Realize esse exercício dez vezes com cada perna.

Elevação de apenas uma perna com arqueamento da coluna vertebral Deite-se de costas, flexione os joelhos e apóie os dois calcanhares contra o solo. Mantendo os joelhos flexionados, segure um deles com as duas mãos e conduza-o até o peito. Mantenha a posição durante uma contagem até dez. Lentamente, abaixe a perna e repita o exercício com a outra perna. Realize essa série dez vezes.

Cisne (para aumentar a flexibilidade das costas) Posicione-se em decúbito ventral, com os cotovelos flexionados e as mãos tocando as orelhas. Simultaneamente, eleve os ombros e as pernas. Não flexione os joelhos. Mantenha essa posição durante uma contagem até dez e repita o exercício 20 vezes. Realize esse exercício diariamente. Cuidado! A extensão forçada da coluna vertebral pode piorar muitos problemas das costas. Realize esse exercício com cuidado e pare imediatamente ao sentir dor.

Cotovelo de Tenista

Os dois tipos de cotovelo de tenista – por backhand e por forehand – causam dor em diferentes áreas do cotovelo e do antebraço.

Cotovelo de Tenista por Backhand

O cotovelo de tenista por backhand (epicondilite lateral) é a lesão dos tendões responsáveis pela flexão dorsal do punho (para trás), causando dor nas faces posterior e lateral do antebraço. Os músculos do antebraço, os quais inseremse na parte lateral do cotovelo, tornam-se inflamados quando uma tensão excessiva é exercida sobre o ponto de inserção. O cotovelo de tenista por backhand é mais freqüentemente evidente durante uma devolução com um backhand. A força da raquete ao rebater a bola pode lesar os tendões no momento em que eles rodam sobre a extremidade do cotovelo.

Os fatores que aumentam a probabilidade de ocorrer um cotovelo de tenista por backhand incluem o uso de golpes de backhand inadequados, a fraqueza da musculatura do ombro e do punho, o uso de uma raquete de cabo curto ou com cordas excessivamente estiradas e os atos de golpear a bola fora do centro da raquete e de golpear bolas molhadas e pesadas. O primeiro sintoma é a dor durante um golpe de backhand ou outros movimentos repetidos similares. A dor é sentida ao longo das faces lateral e posterior do cotovelo e do antebraço (mesmo lado do polegar), quando a mão encontra- se ao longo do corpo e o polegar distante do corpo. A continuação da partida pode estender a área dolorosa, do cotovelo até o punho, com o tenista apresentando dor mesmo em repouso.

O cotovelo dói quando o indivíduo coloca o braço e a mão com a palma voltada para baixo sobre uma mesa e tenta levantar a mão contra uma resistência flexionando o punho. O tratamento consiste em evitar qualquer exercício que cause dor. Para manter o condicionamento físico e em substituição ao tênis, podem ser praticados esportes que não utilizam o punho de modo importante como, por exemplo, o jogging, o ciclismo, o basquetebol ou mesmo o frescobol ou o squash (nos quais a bola choca-se contra a raquete com menor força que no tênis). À medida em que o quadro melhora, podem ser iniciados os exercícios de fortalecimento. Geralmente, todos os músculos que flexionam e estendem o punho devem ser fortalecidos.


Fortalecimento dos Músculos do Punho

Para o cotovelo de tenista por backhand

1. Sente-se numa cadeira próximo a uma mesa. Coloque o antebraço lesado sobre a mesa, com a palma da mão voltada para baixo, o cotovelo estendido e o punho e a mão pendendo na borda da mesa. Lentamente, eleve e abaixe a mão, flexionando e estendendo o punho. Repita dez vezes. Repouse por um minuto e, em seguida, realize mais duas séries de dez. Se o exercício causar dor, pare imediatamente e tente novamente no dia seguinte. Realize esse exercício em dias alternados. Aumente o peso à medida que o exercício for se tornando mais fácil.

2. Com a palma da mão voltada para cima, segure um pedaço de madeira (com o diâmetro de um cabo de vassoura) com um peso de 500 g amarrado a ele com o auxílio de um cordão adequado. Levante o peso. Repita dez vezes. Interrompa o exercício se sentir qualquer dor. Realize esse exercício em dias alternados. Aumente o peso gradualmente, mas não aumente o número de repetições.


Para o cotovelo de tenista por forehand

1. Sente-se numa cadeira próxima a uma mesa. Coloque o antebraço lesado sobre a mesa, com a palma da mão voltada para cima e o punho e a mão pendendo na borda da mesa. Lentamente, eleve e abaixe a mão, flexionando e estendendo o punho. Repita dez vezes. Repouse por um minuto e, em seguida, realize mais duas séries de dez. Se o exercício causar dor, pare e tente novamente no dia seguinte. À medida que o exercício for se tornando mais fácil, aumente o peso.

2. Com a palma da mão voltada para cima, segure um pedaço de madeira (com o diâmetro de um cabo de vassoura) com um peso de 500 g amarrado a ele com o auxílio de um cordão adequado. Levante o peso. Repita 20 vezes. Interrompa o exercício se ele provocar dor. Aumente o peso gradualmente, mas não aumente o número de repetições. 3. Várias vezes ao dia, aperte suavemente uma bola de esponja macia e, em seguida, relaxe.

Cotovelo de Tenista por Forehand

O cotovelo de tenista por forehand (cotovelo do jogador de beisebol, cotovelo do carregador de mala, epicondilite medial) é a lesão dos tendões responsáveis pela flexão palmar da mão (para frente), causando dor na face anterior do antebraço em direção ao punho. Esta lesão ocorre quando é realizada a flexão palmar da mão com uma força excessiva. Os fatores que produzem essa força incluem a fraqueza da musculatura do ombro ou da mão; servir com muita força durante uma partida de tênis; servir utilizando um golpe com spin; golpear bolas molhadas e pesadas; utilizar raquetes pesada demais, com uma cabo muito curto ou com um encordoamento muito tenso; rebater bolas de beisebol; arremessar dardos e carregar malas pesadas. Continuar a se exercitar mesmo com dor pode provocar o descolamento dos tendões do osso e causar sangramento.

O principal sintoma é a dor ao longo do cotovelo e do antebraço (na face anterior) durante a flexão palmar, contra uma resistência ou ao apertar uma bola de borracha dura. Para confirmar o diagnóstico, o médico solicita ao paciente que ele se sente em uma cadeira, com o braço lesado repousando sobre uma mesa e a palma da mão voltada para cima. O médico imobiliza o punho e pede ao paciente que ele eleve a mão flexionando o punho. O paciente com cotovelo de tenista por forehand sente dor no cotovelo. O indivíduo não deve realizar qualquer atividade que cause dor quando é realizada a flexão palmar ou a rotação do punho de modo que o quinto quirodáctilo (dedo mínimo) fique próximo do corpo. Após a cura da lesão, o jogador de tênis deve fortalecer os músculos do punho e do ombro, assim como os músculos lesados.


Fortalecimento dos Ombros

Banco de pesos

Deite-se de costas. Use um banco especial ou solicite ajuda de um observador para retirar o peso no final do exercício. Sustentar a barra com os polegares voltados um para o outro. Levantar e abaixar lentamente o peso a partir do peito. Realize três séries de dez repetições, interrompendo o exercício imediatamente caso sentir dor. À medida que a sua força for aumentando, aumente o peso. Atenção! O exercício deve ser iniciado com um peso muito leve, pois este força os músculos lesados.

Tendinite do Manguito Rotador

A tendinite do manguito rotador (ombro do nadador, ombro do tenista, ombro do arremessador de beisebol, síndrome da impactação do ombro) é a laceração e o edema do manguito rotador (os músculos e tendões que sustentam o braço na articulação do ombro). Freqüentemente, esses tendões são lesados durante a prática de esportes que dependem de movimentos repetidos de elevação do membro superior (acima da cabeça), como o arremesso no beisebol, o levantamento de grandes pesos acima dos ombros, o saque em esportes que utilizam raquetes e a natação nos estilos livre, borboleta ou de costas.

Os movimentos repetidos do membro superior acima da cabeça fazem com que o úmero (osso do braço) atrite contra uma parte da articulação do ombro e seus tendões e cause a laceração de fibras. Se o indivíduo continuar a realizar os movimentos apesar da dor, o tendão poderá lacerar ou mesmo arrancar parte do osso. A dor no ombro é o sintoma principal. Inicialmente, a dor ocorre somente durante as atividades que exigem a elevação do membro superior acima da cabeça e o retorno do mesmo para a frente e com força. Posteriormente, a dor pode ocorrer mesmo quando o membro superior é movido para frente como, por exemplo, em um simples aperto de mãos.

Geralmente, o ato de empurrar objetos para longe do corpo é doloroso,mas o ato de puxá-los em direção ao corpo não o é. O diagnóstico é estabelecido quando determinados movimentos, especialmente a elevação do membro superior acima do nível do ombro, causam dor e inflamação. Algumas vezes, a artrografia (radiografias realizadas após a injeção de um contraste no interior da articulação) pode detectar lacerações completas de algum tendão do manguito rotador. No entanto, a artrografia geralmente não é suficiente sensível para detectar lacerações parciais.

O tratamento consiste no repouso dos tendões lesados e no fortalecimento do ombro. Devem ser evitados os exercícios que incluam movimentos de empurrar algo (afastando o objeto do corpo) ou de elevar os cotovelos acima do nível dos ombros. Entretanto, desde que não produzam dor, o indivíduo pode continuar a praticar remo em pé sem resistência (flexionando e não elevando os cotovelos) e empurrar para baixo em aparelhos com pesos que exercitam os músculos grandes dorsais e os ombros. A cirurgia é algumas vezes necessária, quando a lesão é particularmente grave, quando a laceração do tendão é completa ou quando a lesão não cura em um ano.

Distúrbios dos Ossos, das Articulações e dos Músculos - Problemas do Pé


Alguns problemas do pé tem origem no próprio local, por exemplo, devido a uma lesão. Outros problemas são decorrentes de determinadas doenças que afetam todo o organismo. Qualquer osso, articulação, músculo, tendão ou ligamento do pé pode ser afetado.

Entorse do Tornozelo

O entorse do tornozelo é uma lesão dos ligamentos (o tecido elástico e resistente que conecta os ossos entre si) do tornozelo. Qualquer ligamento do tornozelo pode ser lesado. Geralmente, os entorses ocorrem quando o tornozelo roda para fora, fazendo que a planta do pé fique voltada para o outro pé (inversão).

Os ligamentos frouxos do tornozelo, os músculos da perna fracos, as lesões dos nervos da perna, determinados tipos de calçados (p.ex., aqueles com saltos muito altos e finos) e certas formas de marcha tendem a provocara rotação do pé para fora, aumentando o risco de um entorse.

Sintomas

A gravidade do entorse depende do grau de distensão ou de laceração ligamentar. Em um entorse leve (de 1º grau), os ligamentos são distendidos, mas não chegam a sofrer laceração. O tornozelo comumente não dói ou incha muito, mas um entorse leve aumenta o risco de lesões de repetição.

Em um entorse moderado (de 2º grau), o ligamento sofre uma laceração parcial. O inchaço e a equimose evidentes são comuns e a marcha geralmente é dolorosa e difícil. Em um entorse grave (de 3º grau), o ligamento sofre uma ruptura completa, causando inchaço e, algumas, sangramento sob a pele. Como conseqüência, o tornozelo torna-se instável e incapaz de sustentar o peso.

Diagnóstico e Tratamento

O exame físico do tornozelo pode fornecer indícios sobre a extensão da lesão ligamentar. Freqüentemente, são realizadas radiografias para se determinar existe alguma fratura óssea, mas elas não conseguem determinar se houve um entorse de tornozelo. Outros exames raramente são necessários.

O tratamento depende da gravidade do entorse. Geralmente, os entorses leves são tratados com um enfaixamento do tornozelo e do pé com faixa elástica ou esparadrapo, aplicação de gelo na região, elevação do tornozelo e, à medida que os ligamentos se curam, um aumento gradual das caminhadas e dos exercícios. Para os entorses moderados, é utilizado um aparelho gessado que permite a deambulação, o qual é mantido por três semanas. Esse aparelho imobiliza a perna, mas permite que a indivíduo ande com o tornozelo lesado. Para os entorses graves, pode ser necessária a realização de uma cirurgia. No entanto, ainda existem controvérsias em relação à cirurgia.

Alguns cirurgiões acreditam que a reconstrução cirúrgica de ligamentos muito lesados e lacerados não é uma solução melhor que o tratamento não cirúrgico. A fisioterapia é muito importante para a restauração dos movimentos, o fortalecimento dos músculos e a melhoria do equilíbrio e do tempo de resposta, antes que o indivíduo retome as atividades mais exigentes do ponto de vista físico. Para os indivíduos que sofrem entorses de tornozelo com facilidade, as lesões subseqüentes podem ser prevenidas com o uso de suportes para o tornozelo e o uso de dispositivos no calçado para estabilizar o pé e o tornozelo.

Entorse Grave do Tornozelo

Um entorse pode ocorrer quando o tornozelo roda para fora (sofre inversão), lacerando o ligamento ao longo da parte externa do tornozelo.


Complicações

Algumas vezes, um entorse moderado ou grave causa problemas mesmo após a cicatrização do ligamento. Pode ocorrer a formação de um pequeno nódulo em um dos ligamentos do tornozelo, causando atrito constante na articulação e acarretando inflamação crônica e, finalmente, uma lesão permanente. Freqüentemente, a injeção de uma mistura de corticosteróides no tornozelo, visando reduzir a inflamação, e de um anestésico local, para diminuir a dor, melhora o quadro.

A cirurgia raramente é necessária. Um nervo que percorre sobre um dos ligamentos do tornozelo também pode ser lesado em um entorse. A administração de uma injeção de um anestésico local freqüentemente alivia a dor e o formigamento (neuralgia), algumas vezes de forma permanente. Os indivíduos com um entorse no tornozelo podem andar de uma maneira que sobrecarrega os tendões (os cordões de tecido fortes e flexíveis que ligam um músculo a um osso ou um músculo a outro músculo) do lado externo do tornozelo, acarretando uma inflamação. Esse distúrbio, conhecido como tenossinovite fibular, pode causar edema crônico e dor no lado externo. O tratamento consiste no uso de suportes para o tornozelo que limitam os movimentos da articulação.

A administração de injeções de cortisona na bainha do tendão também podem ser eficazes, não devendo ser feito um uso abusivo desse tipo de tratamento. Ocasionalmente, o choque de um entorse grave provoca espasmo dos vasos sangüíneos da região do tornozelo com conseqüente redução do fluxo sangüíneo. Devido a essa redução, algumas áreas do osso e de outros tecidos podem ser afetadas por causa da privação sangüínea e podem começar a atrofiar. Esse problema, conhecido como distrofia simpática reflexa ou atrofia de Sudeck, pode provocar edema e dor no pé. A dor, freqüentemente intensa, pode passar de um local a outro do tornozelo e do pé.

Apesar da dor, o indivíduo afetado deve continuar andando. A fisioterapia e o uso de analgésicos pela via oral podem ser úteis. A injeção de um anestésico local no nervo que inerva o tornozelo, ou em torno dele (bloqueio nervoso), o uso de corticosteróides e a assistência psicológica podem auxiliar o paciente a conviver com a dor intensa e crônica. A síndrome do seio do tarso é a dor persistente na área situada entre o osso do calcanhar (calcâneo) e o osso do tornozelo (tálus), após um entorse. Essa síndrome pode estar relacionada à laceração parcial de ligamentos situados profundamente no pé. Freqüentemente, as injeções de corticosteróides e de anestésicos locais são úteis.

Algumas vezes, um entorse moderado ou grave causa problemas mesmo após a cicatrização do ligamento. Pode ocorrer a formação de um pequeno nódulo em um dos ligamentos do tornozelo, causando atrito constante na articulação e acarretando inflamação crônica e, finalmente, uma lesão permanente. Freqüentemente, a injeção de uma mistura de corticosteróides no tornozelo, visando reduzir a inflamação, e de um anestésico local, para diminuir a dor, melhora o quadro.

A cirurgia raramente é necessária. Um nervo que percorre sobre um dos ligamentos do tornozelo também pode ser lesado em um entorse. A administração de uma injeção de um anestésico local freqüentemente alivia a dor e o formigamento (neuralgia), algumas vezes de forma permanente. Os indivíduos com um entorse no tornozelo podem andar de uma maneira que sobrecarrega os tendões (os cordões de tecido fortes e flexíveis que ligam um músculo a um osso ou um músculo a outro músculo) do lado externo do tornozelo, acarretando uma inflamação. Esse distúrbio, conhecido como tenossinovite fibular, pode causar edema crônico e dor no lado externo. O tratamento consiste no uso de suportes para o tornozelo que limitam os movimentos da articulação.

A administração de injeções de cortisona na bainha do tendão também podem ser eficazes, não devendo ser feito um uso abusivo desse tipo de tratamento. Ocasionalmente, o choque de um entorse grave provoca espasmo dos vasos sangüíneos da região do tornozelo com conseqüente redução do fluxo sangüíneo. Devido a essa redução, algumas áreas do osso e de outros tecidos podem ser afetadas por causa da privação sangüínea e podem começar a atrofiar. Esse problema, conhecido como distrofia simpática reflexa ou atrofia de Sudeck, pode provocar edema e dor no pé. A dor, freqüentemente intensa, pode passar de um local a outro do tornozelo e do pé.

Apesar da dor, o indivíduo afetado deve continuar andando. A fisioterapia e o uso de analgésicos pela via oral podem ser úteis. A injeção de um anestésico local no nervo que inerva o tornozelo, ou em torno dele (bloqueio nervoso), o uso de corticosteróides e a assistência psicológica podem auxiliar o paciente a conviver com a dor intensa e crônica. A síndrome do seio do tarso é a dor persistente na área situada entre o osso do calcanhar (calcâneo) e o osso do tornozelo (tálus), após um entorse. Essa síndrome pode estar relacionada à laceração parcial de ligamentos situados profundamente no pé. Freqüentemente, as injeções de corticosteróides e de anestésicos locais são úteis.

Fraturas do Pé

Praticamente qualquer osso no pé pode fraturar. Muitas dessas fraturas não necessitam de cirurgia, enquanto que outras devem ser reparadas cirurgicamente, para se evitar a incapacitação permanente. A área sobre o local de um osso fraturado comumente torna-se edemaciada e dolorosa. Se houver contusão de tecidos moles da área, o edema e a dor podem estender-se além do local da fratura.

As fraturas do tornozelo e em torno deste ocorrem mais comumente quando o tornozelo roda para dentro, de tal modo que a planta do pé roda para fora (entorse do tornozelo por inversão), ou quando o tornozelo roda para fora (entorse do tornozelo por reversão). Podem ocorrer dor, edema e sangramento. Essas fraturas podem ser graves se não forem tratadas imediatamente. Como regra, todas as fraturas de tornozelo devem ser imobilizadas com um aparelho gessado.

Pode ser necessária a realização de uma cirurgia para corrigir as fraturas de tornozelo graves, nas quais os ossos estão muito separados ou desalinhados. As fraturas de ossos do metatarso (ossos da parte intermediária do pé) são comuns. Mais comumente, essas fraturas são decorrentes da marcha excessiva ou do estresse indireto devido ao uso excessivo, apesar delas poderem ser resultantes de um impacto súbito e forte. Na maioria dos casos, tudo o que se faz necessário para a consolidação da fratura é a imobilização em um calçado com sola rígida ao invés de uma imobilização com um aparelho gessado.

Raramente, é necessário o uso de um aparelho gessado abaixo do joelho. Se os ossos estiverem muito afastados, pode ser necessária uma cirurgia para alinhar os segmentos fraturados. Uma fratura do osso metatarsal do hálux (dedão do pé) ou do do quinto pododáctilo tende a ser mais complicada, exigindo um aparelho gessado ou uma cirurgia. Os ossos sesamóides (dois pequenos ossos arredondados localizados sob a ponta do osso metatarsal do hálux) podem fraturar. As corridas, as caminhadas longas e os esportes que envolvem um choque muito forte contra o solo da superfície plantar do antepé (p.ex., basquetebol e tênis), podem fraturar esses ossos.

O uso de coxins ou de órteses especialmente fabricadas (palmilhas) para o calçado auxilia no alívio da dor. Se a dor persistir, pode ser necessária a realização da remoção cirúrgica do osso sesamóide. As lesões dos dedos dos pés, particularmente do quinto pododáctilo, são comuns, especialmente quando o indivíduo anda com os pés descalços. Fraturas simples dos quatro dedos menores dos pés consolidam sem a necessidade de um aparelho gessado. A imobilização dos dedos dos pés com esparadrapo ou com uma faixa de velcro, utilizando os dedos adjacentes como apoio, durante quatro ou seis semanas, pode ser útil.

O uso de calçados com sola rígida ou de calçados um pouco mais largos podem ajudar no alívio da dor. Se o indivíduo sentir muita dor ao andar com sapatos normais, ele deve utilizar botas feitas sob medida ou calçados prescritos pelo médico. Geralmente, a fratura do hálux tende a ser mais grave, provocando dor intensa, edema e sangramento subcutâneo. O hálux pode ser fraturado em decorrência de uma tropeção ou da queda de um objeto pesado sobre ele. As fraturas que afetam a articulação do hálux podem exigir cirurgia.

Ossos do Pé Vista Inferior (pela sola)

Esporão de Calcâneo

Um esporão de calcâneo é um crescimento ósseo extra no osso do calcanhar (calcâneo). O esporão pode formar-se quando a fáscia plantar – o tecido conjuntivo que se estende desde o calcâneo até a base dos dedos – faz excessiva tração sobre o calcanhar. Normalmente o esporão causa dor durante seu desenvolvimento, mas pode tornar-se menos doloroso à medida que o pé vai se ajustando a esse crescimento ósseo. A maioria dos esporões pode ser tratada sem cirurgia.


Esporões do Calcâneo

Os esporões do calcâneo são excrescências ósseas que se formam no calcâneo (osso do calcanhar) que podem ser causadas por uma tração excessiva desse osso pelos tendões ou pela fáscia (o tecido conjuntivo aderido ao osso). A dor na parte inferior do calcanhar pode ser causada por um esporão de calcâneo. O pé plano (um achatamento anormal da sola e do arco do pé) e distúrbios nos quais a contratura do tendão de Aquiles é permanente podem tensionar a fáscia excessivamente, aumentando o risco de formação de esporões do calcâneo. Os esporões do calcâneo geralmente provocam dor enquanto se desenvolvem, especialmente quando o indivíduo caminha.

Algumas vezes, uma bolsa contendo líquido (bursa) desenvolve- se sob o esporão e inflama. Geralmente, nssa condição, denominada bursite inferior do calcâneo, a dor torna-se do tipo latejante e esta pode ocorrer mesmo na ausência de um esporão. Algumas vezes, o pé adapta-se ao esporão de tal forma que a dor chega a diminuir à medida que o esporão cresce. Por outro lado, um esporão indolor pode tornar-se doloroso após uma pequena lesão na área como pode ocorrer, por exemplo, durante a prática de um esporte.

Comumente, os esporões do calcâneo podem ser diagnosticados durante o exame físico. Quando existe um esporão, a aplicação de pressão no centro do calcanhar provoca dor. Radiografias podem ser realizadas para confirmar o diagnóstico, mas elas podem não detectar esporões recém-formados. O tratamento visa o alívio da dor. Uma combinação de corticosteróide com um anestésico local pode ser injetada na área dolorida do calcanhar. O enfaixamento do arco do pé com atadura e o uso de uma órtese (palmilha para o calçado) que ajude a estabilizar o calcanhar são medidas que, além de reduzirem a dor, diminuem a distensão da fáscia.

A maioria dos esporões do calcâneo dolorosos curam sem necessidade de cirurgia. A cirurgia de remoção do esporão somente deve ser realizada quando a dor interferir na deambulação. No entanto, os resultados da cirurgia são imprevisíveis. Ocasionalmente, a dor persiste após a cirurgia.

Doença de Sever

A doença de Sever é a talalgia (dor no calcanhar) apresentada por crianças e causada por uma lesão da cartilagem. O calcâneo (osso do calcanhar) desenvolvese em duas partes. Até o osso endurecer completamente, entre os 8 e os 16 anos, as duas partes mantêm-se conectadas por uma cartilagem, a qual é mais macia que o osso. Ocasionalmente, uma atividade vigorosa ou uma tensão excessiva provoca o rompimento da cartilagem, causando uma dor localizada geralmente ao longo da borda do calcanhar.

A doença de Sever é diagnosticada quando uma criança que tenha participado de atividades atléticas sente dor ao longo da borda do calcanhar. Em alguns casos, o calcanhar encontrase discretamente inchado e com um leve aumento de temperatura à palpação. Como as radiografias não detectam a lesão cartilaginosa, elas não são úteis para o médico, exceto para excluir a presença de uma fratura como como causa da dor. A cartilagem rompida acaba consolidando, geralmente após alguns meses.

Almofadas para o calcanhar colocadas nos calçados podem ser úteis, pois elas reduzem a pressão sobre o calcâneo. Algumas vezes, a imobilização do pé com um aparelho gessado pode ser útil.

Bursite Posterior do Tendão de Aquiles

A bursite posterior do tendão de Aquiles (deformidade de Haglund) é uma inflamação da bursa (saco cheio de líquido) localizada entre a pele do calcanhar e o tendão de Aquiles (o tendão que fixa os músculos da panturrilha ao osso). Esse distúrbio ocorre principalmente em mulheres jovens, mas pode ocorrer também em homens.

O ato de caminhar pressionando repetidamente o tecido mole sob o calcanhar contra o suporte traseiro rígido de um calçado pode agravar o problema. Inicialmente, ocorre o desenvolvimento de um um ponto sensível, endurecido e levemente avermelhado na parte posterior do calcanhar. Quando este aumenta de tamanho, a bursa inflamada aparece como uma proeminência avermelhada sob a pele do calcanhar, causando dor na região e também acima dela. Se o distúrbio tornar-se crônico, o inchaço pode endurecer.

O tratamento visa a redução da inflamação e o ajuste da posição do pé no calçado para aliviar a pressão sobre o calcanhar. Calcanheiras (almofadas de espuma de borracha ou de feltro colocadas sob o calcanhar) podem ser colocadas nos calçados para eliminar a pressão com a elevação do calcanhar. O alargamento da parte posterior do calçado ou a aplicação de um acolchoamento em torno da bursa inflamada pode ser útil.

Algumas vezes, são fabricados calçados especiais para ajudar no controle dos movimentos anormais do calcanhar. Se essas medidas não surtirem efeito, antiinflamatórios nãoesteróides (p.ex., ibuprofeno) podem aliviar temporariamente a dor e a inflamação, assim como injeções de uma mistura de corticosteróides e anestésicos locais na área inflamada. Quando esses tratamentos não forem eficazes, uma parte do calcâneo pode ser removida cirurgicamente.

Bursite Anterior do Tendão de Aquiles

Alteração da Cor das Unhas A bursite anterior do tendão de Aquiles (doença de Albert) é uma inflamação da bursa (saco cheio de líquido) localizada em frente à inserção do tendão de Aquiles ao calcâneo (osso do calcanhar). Qualquer problema que acarrete uma maior tensão sobre o tendão de Aquiles, o tendão que fixa os músculos da panturrilha ao calcanhar, pode causar esse tipo de bursite. Lesões do calcanhar, doenças como a artrite reumatóide e mesmo o apoio sobre o suporte posterior rígido do calçado pode causar esse distúrbio.

Quando a bursa inflama após uma lesão, os sintomas geralmente surgem subitamente. Quando a inflamação é causada por uma doença, os sintomas podem surgir de modo gradual. Em geral, os sintomas são o edema e o calor na parte posterior do calcanhar. A aplicação de compressas (quentes ou frias) sobre a área pode ajudar a reduzir a dor e a inflamação. Injeções de um corticosteróide misturado a um anestésico local na bursa inflamada também aliviam os sintomas.

Neuralgia Tibial Posterior

A neuralgia tibial posterior é a dor no tornozelo, no pé e nos dedos causada pela compressão ou pela lesão do nervo que inerva o calcanhar e a planta do pé (nervo tibial posterior). O nervo tibial posterior percorre ao longo da parte posterior da panturrilha, atravessa um canal ósseo próximo ao calcanhar e chega à planta do pé. Quando os tecidos em torno desse nervo inflamam, eles podem comprimi-lo e causam dor.

A dor, o sintoma mais comum desse distúrbio, geralmente é do tipo queimação ou formigamento. A dor ocorre quando o indivíduo fica em pé, anda ou usa determinados tipos de calçados. Localizada geralmente em torno do tornozelo e estendendo-se até os dedos, a dor piora quando a indivíduo anda e alivia com o repouso. Ocasionalmente, o indivíduo também sente dor em repouso. Para diagnosticar essa condição, o médico manipula o pé durante o exame físico.

A percussão sobre a área lesada ou comprimida freqüentemente causa formigamento, o qual pode estender-se até o calcanhar, o arco do pé ou os dedos. Podem ser necessários vários exames para se determinar a causa da lesão, especialmente quando é aventada a possibilidade de uma cirurgia do pé. Injeções de uma mistura de corticosteróides e anestésicos locais na área podem aliviar a dor.

Outros tratamentos são o enfaixamento do pé e o uso de dispositivos especialmente confeccionados no calçado, para reduzir a pressão sobre o nervo. Quando outros tratamentos não aliviam a dor, pode ser necessária a realização de uma cirurgia para aliviar a pressão sobre o nervo.

Bursite no Calcanhar

Normalmente apenas uma bolsa é encontrada na região do calcanhar: entre o tendão de Aquiles e o calcâneo (osso do calcanhar). Essa bolsa pode ficar inflamada, inchada e dolorida, resultando em bursite anterior do tendão de Aquiles.

Em decorrência da pressão anormal e da disfunção do pé, uma bolsa protetora (adventícia) pode formar-se entre o tendão de Aquiles e a pele. Esta bolsa também pode ficar inflamada, inchada e dolorida, resultando em bursite posterior do tendão de Aquiles.


Dor na Superfície Plantar do Antepé

A dor na superfície plantar do antepé geralmente é causada pela lesão de nervos localizados entre os dedos ou de articulações entre os dedos e o pé.

Lesão Nervosa

Os nervos que inervam a planta do pé e os dedos localizam-se entre os ossos dos dedos. A dor na parte anterior da planta do pé pode ser causada por tumores não cancerosos de tecido nervoso (neuromas), localizados normalmente entre a base do terceiro e do quarto dedo (neuroma de Morton), embora possam ocorrer entre quaisquer dedos, os neuromas formam-se em apenas um pé e são mais comuns em mulheres que em homens.

Nos primeiros estágios, o neuroma pode causar apenas uma dor discreta em torno do quarto pododáctilo, o qual é ocasionalmente acompanhado por uma sensação de queimação ou de formigamento. Em geral, esses sintomas são mais acentuados quando o indivíduo calça determinados tipos de calçados. À medida que o distúrbio progride, uma sensação de queimação constante pode irradiar-se para a ponta dos dedos, independentemente do tipo de calçado utilizado. O indivíduo também pode sentir como se houvesse uma bola de gude ou uma pedrinha no interior da região anterior da superfície plantar do pé.

O médico diagnostica o distúrbio analisando a história do problema e examinando o pé do paciente. As radiografias, a ressonância magnética (RM) e ultra-sonografia não identificam com precisão esse distúrbio. A injeção de corticosteróides misturados a um anestésico local no pé e o uso de palmilhas geralmente aliviam os sintomas. Pode haver necessidade de se repetir as injeções duas ou três vezes, em intervalos de uma a duas semanas.

Se esses tratamentos não tiverem êxito, a remoção cirúrgica do neuroma muitas vezes alivia completamente o desconforto, mas ela apresenta o risco de produzir parestesia (adormecimento) permanente na área.

Dor nas Articulações dos Dedos do Pé

A dor que envolve as articulações dos quatro dedos menores do pé é muito comum, sendo geralmente causada por um mau alinhamento das articulações. Esse mau alinhamento pode ser resultante de um arco do pé muito alto ou muito baixo, fazendo com que os dedos permaneçam flexionados (dedos em martelo). O atrito constante contra os dedos flexionados faz com que a pele que reveste a articulação se torne espessa, resultando na formação de um calo. O tratamento visa o alívio da pressão provocada pelo mau alinhamento. O uso de calçados mais fundo, o uso de almofadas nos calçados, assim como a cirurgia para endireitamento dos dedos e a remoção de calos, podem ser úteis.

A artrite crônica (osteoartrite) do hálux, o qual é extremamente comum, pode ser decorrente de várias posições em pé e de vários modos de marcha, inclusive a tendência de rodar o pé para dentro durante a deambulação (pronação). Ocasionalmente, uma lesão do hálux também pode causar uma artrite dolorosa. A dor articular do hálux geralmente é agravada pelo uso de calçados. Posteriormente, o indivíduo pode tornar-se incapaz de flexionar o hálux ao caminhar. À palpação, a área não apresenta aumento de temperatura.

A utilização de dispositivos (órteses) no calçado para corrigir o movimento inadequado do pé e para aliviar a pressão sobre as articulações afetadas é a medida principal do tratamento. A dor no hálux de início recente pode ser aliviada com a tração do hálux e a extensão da articulação. Injeções de um anestésico local podem aliviar a dor e diminuir o espasmo muscular, de modo que a articulação pode movimentar-se mais facilmente. Um corticosteróide também pode ser utilizado para diminuir a inflamação. Se esses tratamentos não forem bem-sucedidos, a cirurgia poderá aliviar a dor.

Unha Encravada

Uma unha do pé encravada é uma condição na qual as bordas da unha crescem no interior da pele que a rodeia. A unha encravada pode ocorrer quando uma unha deformada cresce inadequadamente sob a pele ou quando a pele em torno da unha cresce com uma rapidez anormal e envolve parte da unha.

O uso de calçados apertados, calçados inadequados e o corte das unhas em curva e com os cantos curtos, em vez de um corte em linha reta, podem causar o surgimento de unhas encravadas ou piorar as já existentes. No início, as unhas encravadas podem ser assintomáticas, mas, no decorrer do tempo, elas acabam causando dor, especialmente quando a área é pressionada. Geralmente, a área torna-se vermelha e quente. Quando não tratada, ela apresenta uma propensão à infecção.

Caso ela se torne infectada, a área torna-se dolorosa, vermelha e edemaciada, podendo ocorrer a formação de bolhas cheias de pus (paroníquia) e drenagem das mesmas. As unhas levemente encravadas podem ser cortadas, com a borda livre cuidadosamente elevada e a colocação de algodão estéril sob a unha até o desaparecimento do edema. Se o problema exigir cuidados médicos, geralmente é realizada uma anestesia local e, em seguida, a parte encravada da unha é cortada e removida. A inflamação pode então desaparecer e, em geral, não ocorre recorrência do quadro.

Onicomicose

A onicomicose é uma infecção fúngica das unhas. O fungo pode ser adquirido quando ao se andar com os pés descalços em locais públicos ou, mais comumente, como parte de uma infecção do “pé-de-atleta”. As infecções leves podem causar poucos ou nenhum sintoma. Nas infecções mais graves, as unhas tornamse esbranquiçadas e espessadas e descolam do leito ungueal. Geralmente, resíduos da unha infectada acumulam-se sob a borda livre.

O médico pode confirmar o diagnóstico através do exame microscópico de uma amostra de resíduos ungueais e da cultura desse material, para determinar qual é o fungo responsável pela infecção. A cura das infecções fúngicas é difícil e, por essa razão, o tratamento depende de quão graves ou incômodos são os sintomas. As unhas devem ser mantidas aparadas (bem curtas), para minimizar o desconforto.

As drogas antifúngicas, administradas pela via oral, podem melhorar o problema e, ocasionalmente, promovem a cura completa. Freqüentemente, a infecção retorna quando os medicamentos são suspensos. A aplicação de drogas antifúngicas diretamente sobre a unha infectada, como tratamento único, geralmente não produz bons resultados, exceto quando a infecção fúngica é apenas superficial.

Alteração da Cor das Unhas

Muitas condições alteram a cor e a textura das unhas do pé. Por exemplo, uma lesão, como a causada pela queda de um objeto pesado sobre um dedo, pode produzir o acúmulo de sangue sob a unha, fazendo com que ela apresente uma coloração negra. Se toda a unha for afetada, ela pode descolar do leito ungueal e cair.

A coloração negra sob uma unha deve ser sempre avaliada por um médico, para ser descartada a possibilidade de um melanoma (câncer de pele). As lesões podem causar o surgimento de manchas ou estrias esbranquiçadas na unha. A exposição excessiva a sabões concentrados, a substâncias químicas ou a algumas drogas pode fazer com que as unhas apresentem tonalidades negras, cinzas, amarelas ou castanhas. As infecções fúngicas também podem alterar a cor das unhas.

O tratamento envolve a correção da condição responsável pela alteração da cor e a espera do crescimento de unhas sadias. Após a remoção, as unhas levam cerca de 12 a 18 meses para crescer novamente.

FONTE: MANUAL MERCK