ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sistema de Informação da Atenção Básica


O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) foi criado em 1998 pelo Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS), em conjunto com a Coordenação de Saúde da Comunidade/Secretaria de Assistência à Saúde (COSAC/SAS), para auxiliar o acompanhamento e avaliação das atividades realizadas pelos agentes comunitários de saúde (ACS), agregando e processando os dados advindos das visitas domiciliares, bem como, do atendimento médico e de enfermagem realizado na unidade de saúde e nos domicílios.
É composto por um programa de computador (software) e por algumas fichas (A, B, C, D) e relatórios (SSA-2, SSA-4, PMA-2, PMA-4 e A1 ao A4). A ficha A representa a ficha de cadastro familiar e, portanto, contém dados básicos de características sócio-econômicas, de saúde (morbidade referida) e moradia das famílias e seus indivíduos. As fichas B são utilizadas pelos ACS para o acompanhamento domiciliar de grupos prioritários, como: hipertensos, diabéticos, gestantes, hansenianos e tuberculosos. A ficha C presta-se ao acompanhamento das condições de saúde e seguimento médico de crianças menores de dois anos, sendo o próprio Cartão da Criança fornecido pelo Ministério da Saúde. A ficha D é utilizada por toda a equipe do Programa Saúde da Família (PSF) para o registro das atividades diárias (consultas médicas e de enfermagem, solicitação de exames complementares, encaminhamentos), bem como para a notificação de algumas doenças (por exemplo: pneumonia em menores de cinco anos). Já os relatórios representam um consolidado dos dados presentes nas fichas de cadastro e acompanhamento: (1) SSA2 – consolidado dos dados das fichas A, B, C e D; (2) SSA4 – consolidado dos dados contidos nos relatórios SSA2 de um município; (3) PMA2 – consolidado das fichas D; (4) PMA4 – consolidado dos relatórios PMA2 do município; (5) relatórios A1 ao A4 – consolidado dos dados presentes nas diversas fichas A. Os números 1, 2, 3 e 4 referem- se aos níveis de agregação correspondente: 1 – micro-área, 2 – área, 3 – seguimento e 4 – município.
Quanto ao software SIAB, o mesmo utiliza três formulários de entrada dos dados: um para o cadastramento familiar, um para as informações de saúde e outro para as informações de produção e marcadores para avaliação. Diferentemente de outros sistemas de informação em saúde, o SIAB caracteriza-se por ser um SIS territorializado, ou seja, fornece indicadores populacionais (morbidade, mortalidade e de serviços) de uma determinada área de abrangência. Propõe, com isso, que se conheçam as condições de saúde dessa população adscrita, bem como os fatores determinantes do processo saúde-doença. Representa, então, potencialmente, uma fonte de dados de grande valor para a realização do diagnóstico de saúde de determinada área de abrangência, norteando o planejamento e avaliação de ações em saúde.

Referências
1. Fundação Nacional de Saúde, Ministério da Saúde. Sistema de informações em saúde. Inf Epidemiol SUS 1995; 4:85-92.
2. Moraes IHS. Informações em saúde: da prática fragmentada ao exercício da cidadania. São Paulo: Editora Hucitec; 1994.
3. Tasca R, Grego C, Villarosa FN. Sistemas de informação em saúde para distritos sanitários. In:
Mendes EV, organizador. Distrito sanitário: o processo social de mudança das práticas sanitárias
do Sistema Único de Saúde. São Paulo: Editora Hucitec; 1995. p. 267-310.
4. Branco MAF. Sistemas de informação em saúde no nível local. Cad Saúde Pública 1996; 12:267-70.
5. Ministério da Saúde. Manual do sistema de informação da atenção básica. Brasília: Ministério da Saúde; 2000.