ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

domingo, 28 de fevereiro de 2010


A enfermagem vem percorrendo um caminho para seu reconhecimento como ciência. Ela enfatiza que o cuidado é a essência de sua prática, o foco central da enfermagem. Visa seus esforços no resgate do cuidado humano na saúde, na enfermidade e na morte. O cuidado visto e vivenciado desta maneira, além de ser princípio da assistência de enfermagem, é filosofia desta disciplina de Fundamentos do Cuidado Humano I e também do nosso Currículo do Curso de Enfermagem.
Abordaremos abaixo algumas considerações, idéias, pensamentos, princípios e conceitos evocados pelas teoristas de enfermagem M.LEININGER e J.WATSON. LEININGER, M.M.
LEININGER(1991) refere que o cuidado Humano é Universal, sendo vivenciado nas diversas culturas, e, em sua Teoria sobre a Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural, enfatiza que o mesmo é necessário para o desenvolvimento da prática assistencial de enfermagem. Esta teorista desvelou o termo Enfermagem Transcultural como sendo um comparativo e análise de culturas em relação às práticas de cuidado de enfermagem, visando um atendimento significativo e eficaz às pessoas de acordo com seus valores culturais e seu contexto saúde-doença.
LEININGER(1991) apresenta três tipos de interação entre enfermeiro/cliente:
1- Preservação do cuidado cultural (as ações do enfermeiro precisam apoiar, facilitar ou capacitar o cliente para o restabelecimento da saúde ou enfrentamento da morte.
2- Ajustamento do cuidado cultural (a assistência profissional visa à adaptação, ajustamento ou negociação do cliente, visando alcançar um resultado de saúde benéfico ou satisfatório.
3- Repadronização/reestruturação do cuidado cultural (intervenções profissionais que necessitam modificar os padrões de saúde do cliente para alcançar adequada qualidade de vida, respeitando os valores culturais e crenças dos pacientes(clientes).
Através desta visão, a assistência de enfermagem será adaptada à cultura do cliente não havendo incongruências entre o cliente e o cuidador.
Um dos conceitos centrais de sua teoria diz que cuidar é um verbo que se refere a ações de assistir, ajudar, facilitar o outro indivíduo ou grupo, com necessidades evidentes ou que podem ser antecipadas, que levam a melhorar ou aperfeiçoar uma condição humana ou modo de vida. E cuidado é um substantivo que se refere às atividades empregadas na assistência, ajuda ou facilitação desse indivíduo ou grupo com necessidades evidentes ou antecipadas, a fim de melhorar a condição ou modo de vida humana ou para se defrontar com a morte (LEININGER, 1981). Na sua visão transcultural, Leininger considera o ser humano inseparável do seu conhecimento cultural e social; refere que o cuidar humano é um fenômeno universal e que suas expressões, processos e padrões variam entre culturas. Acrescenta que o cuidar tem várias dimensões que podem ser estudadas e praticadas para prestar cuidados holísticos às pessoas.
A teorista diferencia o cuidar no sentido genérico, do cuidar no sentido profissional. No sentido genérico, o cuidar se refere a atos de assistência, suporte ou facilitação dirigidos a um indivíduo ou grupo. No sentido profissional, refere-se aos modos, cognitivamente aprendidos, humanísticos e científicos de ajudar e capacitar o indivíduo, a família ou a comunidade a receber serviços personalizados, através de processos, técnicas e padrões de cuidados específicos e culturalmente definidos, para melhorar ou manter uma condição favoravelmente saudável para a vida ou morte.
Os estudos de LEININGER (1991) e de outras pesquisadoras da área de enfermagem investigam comportamentos de cuidar entre algumas culturas, ilustrando como as pessoas mantêm muitos dos rituais de cuidar que representam os valores de suas culturas; inclusive muitos desses rituais de cuidado permanecem fiéis às suas origens, passando de geração a geração através dos tempos.
LEININGER, expressa que cada cultura tem maneiras próprias de definir, compreender, refletir e explicar a saúde e a doença, sendo assim o cuidado, um fenômeno culturalmente construído. COMO LEININGER – TEORIA TRANSCULTURAL DO CUIDADO – DESCREVE:
ENFERMAGEM : Ciência e arte humanística que enfoca comportamentos de cuidado, (individual ou de grupo), funções e processos direcionados à promover e manter comportamentos de saúde ou recuperação de doença os quais tem significância física, psicocultural e social pelos seres assistidos geralmente por um profissional de enfermagem ou alguém com papel similar em termos de competência. É um fenômeno transcultural. Enfermagem é cuidar/cuidado.
PESSOA/SER HUMANO : Um ser que apresenta comportamentos de cuidar/cuidado que variam segundo as culturas, porém é universalmente um fenômeno humano. As pessoas se caracterizam por padrões de cuidar/cuidado. Pessoas expressam cuidado de acordo com valores.
SAÚDE : Fala de saúde, doença e bem estar – são culturais e baseados em valores. O cuidado é um processo. A cura não existe sem o cuidar.
MEIO AMBIENTE : O ambiente influencia a forma de expressar cuidar/cuidado assim como política, religião, parentesco e valores culturais. O cuidado é um construto social.
WATSON, J.
Watson (1988), teorista do cuidado humano, iniciou sua conceitualização a respeito da ciência do cuidado humano enquanto escrevia um livro para subsidiar o currículo de estudantes de bacharelado em enfermagem. Sua teoria sofreu influências do humanista Carl Rogers, através da ênfase dada ao cuidado humano, aos processos interpessoais e transpessoais.
Ela considera como fontes teóricas do desenvolvimento de sua filosofia humanística e existencial, os trabalhos de Nigthingale, Henderson, Hall, Leininger, Hegel, Kierkegaard e Gadow.
Esta teoria guia a educação, a prática e a investigação clínica, baseada no cuidado como um ideal moral, permite o espiritual, o transcendente, o todo, enquanto atende o ser e fazer,
totalmente integrados. Watson atribui sua ênfase às qualidades interpessoais e transpessoais de congruência, empatia e emoção. A ênfase espiritual de sua teoria foi influenciada pelos conceitos de Gadow sobre ideal, moral, intersubjetividade, dignidade humana.
Watson estabelece que a proposta de sua teoria é a de oferecer pressupostos filosóficos que desvelem o processo de cuidado humano em enfermagem, bem como, permitir e ressaltar na enfermagem o conceito de pessoa integral. Através de sua teoria buscou uma maior profundidade e poder nas transações de cuidado entre o enfermeiro e o cliente. A natureza da enfermagem está relacionada a ajudar as pessoas a obterem um grau mais elevado de harmonia entre mente-corpo-alma, gerando auto-conhecimento, auto-respeito, auto-cura, e processos de auto-cuidado. O enfermeiro está engajado como co-participante nas transações de cuidado humano, possibilitando ao cliente, progredir para níveis mais elevados de consciência, ao encontrar significado e harmonia na existência, através do uso da mente ( Watson, 1985). Watson considera que um EU perturbado pode levar ao desequilíbrio e esta desarmonia, pode resultar em patologia. O enfermeiro e o paciente desenvolvem relações interpessoais onde cada um tem funções a desempenhar. Ao enfermeiro cabe fornecer um ambiente de apoio, proteção com tomada de decisão científica, o cliente por sua vez, terá suas necessidades humanas satisfeitas através de experiências positivas que levarão à mudanças no processo de ser saudável. Enfatiza a relação ensino-aprendizagem, ajuda-confiança, expressão de sentimentos positivos e negativos. O foco da enfermagem na teoria de Watson é o indivíduo e o processo de interação entre pessoa-enfermeiro e pessoa-paciente. A teoria de Watson tem sido utilizada nas áreas de adultos, crianças, unidades neonatais, geriartria, clientes com AIDS, clientes com enfarto, mulheres socialmente de risco. Segundo Watson (1988), cuidar é visto como ideal moral da enfermagem, cuja característica fundamental é a preservação da dignidade humana, compreendendo assim um valor humano que envolve o conhecimento, as ações e os resultados do cuidado. Ressalta também, que o cuidado humano está relacionado ainda com a interação, com o autoconhecimento, com a resposta humana à saúde-doença, conhecimento do processo de cuidar, das limitações de poder e transação de alguém. O cuidado transpessoal é componente essencial do cuidado, manifestando-se no encontro daqueles que estão envolvidos no ato de cuidar (Watson, 1988). Na área da educação, Watson (1989) refere que um currículo direcionado para o cuidar/cuidado, o qual é fundado nos princípios de uma educação emancipatória ou libertadora na enfermagem, é um compromisso político, filosófico, ético e moral. Este compromisso envolve risco, o risco de permitir o poder do cuidado humano no ato educacional no atual sistema que parece desvalorizar esta qualidade. Watson chama-nos a atenção para o fato das situações educacionais e da prática de enfermagem, desencorajarem o enfermeiro de ser sensível, resultando daí relações profissionais impessoais. Watson identificou 10 (dez) fatores estruturais para estudar e compreender cuidado os quais incluem: a formação de um sistema de valores humanístico-altruístico; a estruturação de fé e esperança; o cultivo da sensibilidade de nosso próprio eu e dos outros; o desenvolvimento de um relacionamento de ajuda e confiança; a promoção e aceitação de uma expressão de sentimentos positivos e negativos; o uso sistemático do método científico de resolução de problemas; a promoção de ensino-aprendizado interpessoal; a previsão de um meio ambiente físico, mental, sócio-cultural e espiritual adequado, de suporte e proteção; assistência e satisfação de necessidades humanas, e a permissão para o desenvolvimento de forças fenomenológico-existenciais. Para Watson, o cuidado como um valor moral envolve o ensino de uma ideologia de cuidado. O cuidar se desenvolve entre pessoas através de uma experiência relacional que engloba responsabilidades; responsabilidade não por obrigação, mas de um compromisso para o eu e o outro – Watson(1988) refere a isto como intersubjetividade, ou seja, o encontro real e autêntico entre seres humanos. Tal como diz Watson (1988), “ser humano é sentir- e a maior parte das vezes as pessoas permitem-se pensar os seus sentimentos mas não sentir os seus sentimentos e quem não é sensível aos seus próprios sentimentos dificilmente será sensível aos sentimentos dos outros”.
COMO WATSON – TEORIA TRANSPESSOAL DO CUIDADO – DESCREVE:
ENFERMAGEM: A enfermagem se caracteriza por cuidar e este é um imperativo ético e moral. A enfermagem caracteriza-se por uma relação transpessoal de cuidar. A enfermagem é um sistema de valores humanísticos-altruísticos. PESSOA/SER HUMANO: São seres com mentes e emoções as quais são as janelas para a alma. O corpo é sujeito, tempo e espaço; a mente e o espírito não. O ser humano é um todo. Pessoas necessitam umas das outras numa relação de cuidado e amor. SAÚDE : É mais do que ausência de doença, é uma experiência subjetiva – refere-se a unidade e harmonia da mente, corpo e espírito e é associado com o grau de congruência entre o self percebido e o self experenciado. Pessoas são capazes de auto-cura, ou do processo de auto-reparação/restauração.
MEIO AMBIENTE : Sistema energético. As atitudes de cuidar são transmitidas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 LEININGER, M. Transcultural nursing: concepts, theories and practices. New York: John Wiley & Sons, 1978.
2 LEININGER, M. Caring na essential human need. Thorofore, New Jersey: Charles B., Slack Publishing. , 1981.
3 LEININGER, M.M.(Ed.). Culture care diversity and universality:a theory of nursing.New York: National League for Nursing, 1991.
4 WATSON, J. Nursing: human science and human care. East Norwalk, CT: Appleton-Cen- Tury – Grofts, 1985.
5 WATSON, J. Nursin: human science and human care: a Theory of nursing. New York : National League for Nursing Press, 1988.
6 WATSON, J. Transformative thinking and a caring curriculum.In:BEVIS,E.O.;WATSON J.(Eds). Toward a caring curriculum: a new pedagogy for nursing. New York: National League for Nursing, 1989. P.51-60.


fonte: http://www.ufrgs.br/eenf/enfermagem/disciplinas/enf01001/materia /teorias_de_enf_fundamentosI.pdf

Distúrbios do Pênis, da Próstata e dos Testículos


As anormalidades do pênis, da próstata e dos testículos podem ser tanto psicologicamente perturbadoras quanto fisicamente prejudiciais. O pênis pode ser afetado por lesões, inflamações ou infecções (p.ex., doenças sexualmente transmissíveis). Os defeitos congênitos podem causar dificuldade de micção e comprometimento do desempenho durante a relação sexual. O distúrbio mais comum que afeta a próstata é a hiperplasia benigna da próstata, a qual dificulta a micção. Outros distúrbios incluem a prostatite e o câncer de próstata (um dos cânceres mais comuns). O câncer também pode ocorrer nos testículos, ameaçando a fertilidade e, quando não tratado, leva à morte. Outros distúrbios que afetam os testículos incluem a torção de testículo e a hérnia inguinal.

Lesão e Inflamação do Pênis

Vários tipos de lesões podem afetar o pênis. É comum o órgão ficar preso no zíper da calça, mas o corte resultante em geral cicatriza rapidamente. Um corte ou uma irritação que se torna infectado é tratado com antibióticos. Dobrar excessivamente um pênis ereto pode causar dor, lesar gravemente as estruturas que controlam a ereção e causar dificuldades durante a relação sexual. O pênis também pode ser seccionado parcial ou totalmente. A refixação pode ser possível, mas a sensibilidade e a função do pênis raramente são totalmente recuperadas. A balanopostite é uma inflamação generalizada da glande (cabeça do pênis) e do prepúcio. A inflamação comumente é causada por uma infecção fúngica ou bacteriana localizada sob o prepúcio de um pênis não circuncidado. A inflamação causa dor, prurido (coceira), hiperemia (avermelhamento) e edema (inchaço) e pode acabar produzindo uma estenose (constrição) da uretra. Os homens com balanopostite apresentam o risco de, posteriormente, desenvolver balanite obliterante xerótica, fimose, parafimose e câncer. Na balanite obliterante xerótica, a inflamação crônica provoca o surgimento de uma área branca e endurecida próximo da extremidade do pênis. Geralmente a sua causa é desconhecida, mas ela pode ser decorrente de uma infecção ou de uma reação alérgica. O orifício uretral é freqüentemente envolto por essa pele branca e endurecida, a qual acaba obstruindo o fluxo da urina e do sêmen. Os cremes antibacterianos ou antiinflamatórios podem curar a inflamação, mas a uretra freqüentemente tem que ser reaberta cirurgicamente.

A fimose é uma constrição ou rigidez do prepúcio. Esta doença é normal em um recém-nascido ou em uma criança jovem e, normalmente, desaparece na puberdade sem tratamento. Nos adultos, a fimose pode ser decorrente de uma irritação prolongada. Como o prepúcio rígido não pode ser retraído, ele pode interferir na micção e na atividade sexual. O tratamento habitual é a circuncisão. Na parafimose, o prepúcio retraído não pode ser colocado novamente sobre a glande (cabeça do pênis). A parafimose pode ser curada através da circuncisão. A eritroplasia de Queyrat é uma área avermelhada, aveludada e bem delimitada que se forma sobre a pele do pênis, em geral, sobre a glande ou na base da mesma. Este distúrbio geralmente ocorre em homens não circuncidados. Quando não tratada, a área pode tornar-se cancerosa. Para confirmar o diagnóstico, o médico realiza uma biópsia (remoção de uma pequena amostra de pele para exame microscópico). A eritroplasia de Queyrat é tratada com um creme contendo a droga fluorouracil. Como a área pode tornar-se câncerosa, o médico a examina em intervalos de alguns poucos meses, durante e após o tratamento. Como tratamento alternativo, pode ser realizada a remoção do tecido anormal.


Drogas que Podem Causar o Priapismo

Drogas utilizadas no tratamento da impotência Anticoagulantes Clorpromazina Cocaína Corticosteróides Marijuana Prazosina Tolbutamida Trazodona

Tumores do Pênis

Embora um câncer de pele possa ocorrer em qualquer local do pênis, o mais comum é a glande, especialmente em sua base. Os homens circuncidados raramente apresentam câncer de pele no pênis. Este câncer é raro nos Estados Unidos. O câncer normalmente manifesta-se inicialmente como uma área hiperemiada com lesões que não cicatrizam em poucas semanas, mas que são geralmente indolores. Normalmente, trata-se de um carcinoma epidermóide. Os cânceres de pele mais raros localizados no pênis incluem a doença de Bowen e a doença de Paget. O câncer é removido cirurgicamente, juntamente com uma pequena área do tecido normal circunjacente. No entanto, o médico tenta deixar o máximo possível de tecido peniano. Outras tumorações localizadas no pênis podem ser causadas por uma infecção. Por exemplo, uma lesão pequena e indolor pode ser um sinal de sífilis. Pequenas vesículas dolorosas geralmente são causadas pelo herpes simples. Ocasionalmente, o cancróide pode acarretar a formação de bolhas que, posteriormente, ulceram. Um ou mais nódulos elevados e firmes são comumente verrugas genitais, causadas por um vírus. Pequenos tumores firmes e com diminutas depressões (molusco contagioso) são causados por outro vírus.

Priapismo

O priapismo é uma ereção dolorosa e persistente, a qual não é acompanhada por desejo ou excitação sexual. Na maioria dos casos, o priapismo é conseqüência do uso de medicamentos ou é de causa desconhecida. Outras causas possíveis incluem distúrbios sangüíneos (p.ex., coágulos sangüíneos, leucemia ou doença das células falciformes), um tumor pélvico ou da coluna vertebral ou uma infecção dos genitais. A doença provavelmente ocorre porque as alterações vasculares e nervosas acarretam a retenção de sangue no tecido erétil (corpos cavernosos) do pênis. O tratamento do priapismo depende da causa. Quando um medicamento parece ser a causa, ele deve ser imediatamente suspenso. Quando a causa parece ser uma lesão neurológica, uma anestesia espinhal contínua pode ser ú til. Quando a causa provável é um coágulo sangüíneo, este deve ser removido cirurgicamente ou deve ser criada uma derivação cirúrgica para restaurar a circulação normal do pênis. A maioria dos casos de priapismo pode ser tratada através da drenagem do sangue excessivo do pênis com uma agulha e uma seringa e através da irrigação dos vasos sangüíneos com um líquido para eliminar coágulos ou qualquer outra obstrução. Dependendo da causa subjacente, várias drogas também podem ser utilizadas. A probabilidade de um homem recuperar a função sexual é mínima quando o priapismo não responde rapidamente ao tratamento.

Doença de Peyronie

A doença de Peyronie é um espessamento fibroso que provoca contraturas no pênis e deforma a ereção. A causa da doença de Peyronie, a qual afeta homens adultos, é desconhecida. O tecido fibroso que provoca as contraturas acarreta um encurvamento do pênis ereto que pode tornar a penetração difícil ou impossível. A doença pode tornar a ereção difícil. O tecido fibrose pode inclusive estender-se para o interior do tecido erétil (corpos cavernosos), impedindo totalmente a ereção. A doença de Peyronie tende a curar espontaneamente ao longo de vários meses. Injeções de corticosteróides diretamente na área afetada também podem ser úteis. Para alguns homens, os sintomas podem ser aliviados por tratamentos com ultra-som. Mais comumente, as áreas fibrosas devem ser removidas cirurgicamente. A cirurgia pode curar a doença, mas, algumas vezes, ela produz mais cicatrizes e piora o quadro. A cirurgia também pode causar impotência.

Hiperplasia Benigna da Próstata

A hiperplasia benigna é um tumor não canceroso (benigno) da próstata. A hiperplasia benigna da próstata é comum em homens com mais de 50 anos de idade. A sua causa não é conhecida, mas pode envolver alterações das concentrações hormonais que ocorrem com o envelhecimento. A próstata envolve a uretra e, por essa razão, um glândula que aumenta de volume provoca um estreitamento gradual da uretra. No decorrer do tempo, ocorre obstrução do fluxo urinário. Em conseqüência, os músculos da bexiga tornam-se mais espessos e mais fortes para poder eliminar a urina. No entanto, quando um homem com hiperplasia benigna da próstata urina, a bexiga pode não esvaziar completamente. Conseqüentemente, ocorre um estagnamento de urina na bexiga, tornando o indivíduo suscetível à infecção e à formação de cálculos. A obstrução prolongada pode lesar os rins. Em um homem com hiperplasia benigna da próstata, os medicamentos que reduzem o fluxo urinário (p.ex., anti-histamínicos de venda livre) podem causar uma obstrução.

Sintomas

A hiperplasia benigna da próstata causa sintomas pela primeira vez quando a próstata aumentada começa a bloquear o fluxo urinário. Inicialmente, o indivíduo pode apresentar uma dificuldade para iniciar a micção. Ele também pode ter uma sensação de que a micção foi incompleta. Como a bexiga não esvazia completamente durante a micção, ele tem que urinar mais freqüentemente. Ele sente necessidade de urinar à noite mais freqüentemente (noctúria) e esta necessidade torna-se cada vez mais premente. O volume e a força do fluxo urinário podem tornar- se notavelmente menores e pode ocorrer um gotejamento de urina no final da micção. Finalmente, a bexiga pode encher excessivamente , produzindo incontinência urinária. As pequenas veias da uretra e da bexiga podem romper quando o homem força para urinar, provocando o surgimento de sangue na urina. A obstrução total torna a micção impossível, acarretando uma sensação de repleção e, a seguir, uma dor intensa na região abdominal inferior. As infecções da bexiga costumam causar uma sensação de queimação durante a micção e febre. O refluxo de urina também provoca aumento da pressão sobre os rins, mas isto raramente acarreta lesões renais permanentes.

Diagnóstico

Quando o médico suspeita de uma hiperplasia benigna da próstata baseando-se nos sintomas, ele realiza um exame físico. Palpando a próstata durante um exame retal, ele normalmente consegue determinar se o seu tamanho está aumentado. Ele também realiza uma palpação em busca de nódulos, os quais podem indicar um câncer, e de dor, a qual pode indicar uma infecção. Geralmente, são realizados exames de sangue que avaliam a função renal, assim como o exame de sangue que determina se o indivíduo apresenta um câncer de próstata. Este exame mensura a concentração do antígeno prostático específico (PSA, prostate-specific antigen).

Os resultados revelam concentrações elevadas em aproximadamente 30 a 50% dos homens com hiperplasia benigna da próstata. Esta elevação significa que deve ser realizada uma avaliação mais minuciosa para determinar se o indivíduo apresenta especificamente um câncer de próstata, e não se ele apresenta um câncer. Ocasionalmente, outros exames são necessários. O médico pode usar um cateter para mensurar a quantidade de urina presente na bexiga após a micção. Contudo, o mais comum é o médico fazer o paciente urinar em um urofluxômetro (dispositivo que mensura a taxa do fluxo urinário). A ultra-sonografia pode mensurar o tamanho da próstata e ajuda a determinar se o câncer é uma causa possível. Em raros casos, um endoscópio (um tubo de visualização flexível) é introduzido através da uretra para determinar se a obstrução do fluxo urinário é devida a uma outra razão que não o aumento da próstata.

Tratamento

Os sintomas podem ser aliviados por drogas alfa-adrenérgicas que relaxam os músculos da saída da bexiga (p.ex., terazosina ou doxazosina). Para reduzir o tamanho da próstata e postergar a necessidade de cirurgia, podem ser utilizadas drogas como o finasteride, mas o alívio dos sintomas pode levar 3 meses ou mais para ocorrer. Quando os sintomas tornam-se insuportáveis, ocorre uma infecção do trato urinário, a função renal é comprometida ou ocorre uma obstrução total do fluxo urinário, são necessários tratamentos adicionais. Um homem que não consegue absolutamente urinar necessita da passagem de uma sonda de Foley para drenar a bexiga. Qualquer infecção é tratada com antibióticos.

O maior alívio é provido pela cirurgia. O procedimento mais comum é uma ressecção transuretral da próstata, na qual o médico introduz um endoscópio através da uretra e remove parte da próstata. Este procedimento não exige uma incisão cirúrgica e, normalmente, um anestésico é administrado através de uma punção lombar. No entanto, 5% ou menos dos homens submetidos a este procedimento apresentam posteriormente um certo grau de incontinência urinária. Em raros casos, o indivíduo torna-se impotente ou necessita de uma outra ressecção transuretral nos 3 anos seguintes. Alternativamente, o médico pode utilizar um endoscópio equipado com um laser para queimar o tecido prostático, causando menos danos aos nervos e menos complicações. Contudo, ainda não existem estudos disponíveis sobre as conseqüências a longo prazo deste procedimento. Outros tratamentos recentemente desenvolvidos incluem o uso de calor por microondas para reduzir o tecido prostático e o uso de um balão para dilatar a uretra.

Câncer de Próstata

O câncer de próstata é extremamente comum, embora a sua causa exata seja desconhecida. Quando se examina ao microscópio um tecido prostático obtido através de uma cirurgia prostática ou de uma autópsia, é detectado um câncer em 50% dos homens com mais de 70 anos de idade e praticamente em todos com mais de 90 anos. A maioria desses cânceres nunca produz sintomas porque eles disseminam-se muito lentamente. No entanto, alguns cânceres de próstata crescem mais agressivamente e disseminamse por todo o corpo. Embora menos de 3% dos homens com a doença morram devido a ela, o câncer de próstata permanece sendo a segunda causa mais comum de morte por câncer entre os homens norte-americanos.

Sintomas

Geralmente, o câncer de próstata evolui lentamente e não causa sintomas até atingir um estágio avançado. Algumas vezes, ocorrem sintomas semelhantes aos da hiperplasia benigna da próstata, como a dificuldade de micção e a necessidade de urinar freqüentemente. Estes sintomas ocorrem porque o câncer obstrui parcialmente o fluxo urinário através da uretra. Posteriormente, o câncer de próstata pode causar urina sanguinolenta ou retenção urinária súbita. Em alguns casos, o câncer de próstata somente é diagnosticado quando ele dissemina-se (produz metástases) para os ossos (sobretudo a pelve, as costelas e as vértebras) ou para os rins, produzindo insuficiência renal. O câncer ó sseo tende a ser doloroso e pode enfraquecer suficientemente os ossos a ponto de causar fraturas. Após a disseminação do câncer, a anemia é comum. O câncer de próstata também pode disseminar-se para o cérebro, causando convulsões, confusão mental e outros sintomas mentais ou neurológicos.

Diagnóstico

Como o câncer de próstata é muito comum, muitos médicos realizam o exame preventivo, de modo que o diagnóstico possa ser realizado em um estágio inicial, quando o câncer ainda pode ser curado. O melhor modo para se prevenir o câncer de próstata consiste na realização anual do toque retal e do exame de sangue. Durante o toque retal, o médico palpa a próstata. Quando o indivíduo apresenta um câncer de próstata, o médico freqüentemente consegue palpar um nódulo. O exame de sangue mensura a concentração do antígeno prostático específico (PSA), uma substância que normalmente está elevada nos indivíduos com câncer de próstata, mas que também pode estar elevada (geralmente em menor grau) em indivíduos com hiperplasia benigna da próstata. Este exame não detecta aproximadamente um terço dos cânceres de próstata (resultado falso-negativo) e em aproximadamente 60% das vezes indica a presença de câncer, quando ele na realidade não existe (resultado falso-positivo). Embora o exame preventivo aumente a chance da detecção precoce, ele também pode acarretar a realização de exames e tratamentos onerosos e desnecessários baseando-se em um resultado falso-positivo.

Algumas instituições, como a American Cancer Society e a American Urological Association, recomendam a realização do PSA para a investigação do câncer, enquanto outras, como o National Cancer Institute não endossam o uso do PSA como exame preventivo. Quando o médico palpa um nódulo, a próstata deve ser mais investigada através de uma ultrasonografia, um exame que usa ondas sonoras. Quando a ultra-sonografia revela um nódulo suspeito, o médico geralmente realiza a coleta de várias amostras de tecido prostático. Antes da coleta das amostras, o indivíduo é submetido a uma anestesia local. O procedimento não exige hospitalização. As amostras de tecido são examinadas ao microscópio e podem ser submetidas a exames bioquímicos.

Esses exames ajudam a determinar se o câncer é do tipo agressivo que pode se disseminar rapidamente ou do tipo mais comum que tende a crescer e a se disseminar mais lentamente. Eles também indicam a extensão do comprometimento da glândula pelo câncer. Os tumores ósseos metastáticos podem ser detectados através de exames radiográficos ou da cintilografia óssea. Dois parâmetros ajudam o médico a determinar a possível evolução do câncer e o melhor tratamento:
• Até onde o câncer disseminou. Se ele estiver confinado a uma pequena parte da próstata, levará muitos anos para que o tumor se dissemine para as áreas circunvizinhas da glândula e, em seguida, para os ossos e outras partes do corpo.
• O quão maligno é o aspecto das células. As células do câncer de próstata mais anormais ao microscópio tendem a crescer e a disseminar-se mais rapidamente.

Tratamento

O tratamento pode afetar seriamente o estilo de vida do homem. A cirurgia de grande porte, a radioterapia e os medicamentos para tratar o câncer de próstata freqüentemente causam impotência e podem causar incontinência. O tratamento apresenta poucas vantagens para os homens com mais de 70 anos de idade do que para os homens jovens, pois os idosos apresentam maior chance de morrer por outras causas. Muitos homens com câncer de próstata, sobretudo os mais idosos com um câncer no estágio inicial que cresce lentamente, decidem que o melhor é uma atitude expectante sob controle. Quando o paciente e o seu médico decidem pelo tratamento, o tipo de terapia dependerá da extensão da doença. O câncer limitado à próstata freqüentemente pode ser curado através da remoção cirúrgica da glândula ou através da radioterapia.

Nos homens sexualmente ativos com certos tipos de câncer, um procedimento cirúrgico denominado prostatectomia radical com preservação da potência pode ser utilizado. Este procedimento, o qual preserva os nervos, também preserva a potência sexual em aproximadamente 75% dos pacientes. Menos de 5% tornam- se incontinentes. Contudo, as chances de sucesso do procedimento são menores para os tipos agressivos do câncer e ele é inútil para os cânceres que produziram metástases. A radioterapia pode ser utilizada para tratar o câncer confinado à próstata. Ela também é uma opção quando o câncer invadiu os tecidos além da próstata, mas ainda não se disseminou para órgãos distantes. A radiação é aplicada com um aparelho de emissão externa ou através de implantes radioativos que são inseridos na próstata. O câncer de próstata metastático avançado é incurável, mas os sintomas freqüentemente podem ser aliviados.

Como muitos cânceres de próstata dependem do nível de testosterona do indivíduo, os tratamentos que bloqueiam os efeitos deste hormônio podem tornar o crescimento dos tumores mais lento. Aproximadamente 80% dos homens com câncer de próstata apresentam uma resposta benéfica ao tratamento que bloqueia esses efeitos. Uma maneira de bloqueálos é administrando determinados medicamentos (p.ex., leuprolida). No entanto, este tratamento produz alterações importantes no corpo do homem, incluindo a redução da libido, a impotência e a ginecomastia (aumento das mamas). Além disso, em até um terço dos homens com doença avançada, o câncer torna-se resistente a esse tratamento em um ano. A orquiectomia bilateral (remoção de ambos os testículos) reduz enormemente o nível da testosterona, mas os efeitos físicos e psicológicos tornam este procedimento inaceitável para alguns homens. No entanto, a orquiectomia bilateral é eficaz, não exige tratamentos repetidos, é menos onerosa que a terapia medicamentosa e não exige que o paciente pernoite no hospital. Um câncer ósseo doloroso que não responde a outros tratamentos pode ser tratado com radioterapia ou com medicamentos que podem reduzir o tamanho dos tumores (p.ex., mestranol).

Prostatite

A prostatite é a inflamação da próstata . Normalmente, a prostatite não é causada por uma infecção identificável, mas, algumas vezes, uma infecção bacteriana dissemina-se até a próstata a partir do trato urinário. A infecção da próstata causa dor na região inguinal (virilha), na região localizada entre o pênis e o ânus e na região lombar, assim como calafrios e febre. O homem pode ter que urinar freqüentemente e com urgência e pode haver presença de sangue na urina. A infecção bacteriana pode propagar-se até o escroto, causando um grande desconforto, edema, hiperemia e dor intensa à palpação. O indivíduo também pode apresentar impotência em decorrência da dor. A prostatite também pode ser resultado de infecções fúngicas, virais e por protozoários.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico de prostatite é normalmente baseado nos sintomas e nos achados do exame físico. Quando o médico realiza um exame retal, a próstata pode estar aumentada de volume e sensível ao toque. Algumas vezes, o médico pode coletar uma amostra de urina ou de líquido prostático obtido através da compressão da próstata durante o exame para a realização de cultura. Quando a prostatite não é causada por uma infecção, os banhos de assento com água morna, as massagens prostáticas periódicas e a ejaculação freqüente são atividades recomendadas para aliviar os sintomas. Um analgésico (p.ex., acetaminofeno ou aspirina) alivia a dor. O uso de emolientes fecais e a ingestão de uma grande quantidade de líquido também podem ajudar a aliviar os sintomas. Quando a prostatite é decorrente de uma infecção bacteriana, um antibiótico oral (p.ex., sulfametoxazol-trimetoprim) é administrado durante um período de 30 a 90 dias. O uso de antibióticos durante um menor período pode curar a infecção apenas parcialmente e acarreta uma infecção crônica.

Câncer de Testículo

O câncer de testículo pode causar um aumento do tamanho do testículo ou o surgimento de um nódulo no escroto. A maioria dos nódulos não é causada por um câncer de testículo, mas a maioria dos nódulos que se formam nos testículos o são. A sua causa é desconhecida, mas os homens cujos testículos não desceram para o interior do escroto até os 3 anos de idade apresentam um maior risco de apresentar um câncer de testículo do que aqueles cujos testículos desceram até essa idade. A maioria dos cânceres de testículo ocorre em homens com menos de 40 anos de idade. Existem quatro tipos de câncer que podem se desenvolver nos testículos: o seminoma, o teratoma, o carcinoma embrionário e o coriocarcinoma.

Sintomas e Diagnóstico

O câncer de testículo produz um nódulo duro e crescente no escroto, o qual pode ser doloroso. Algumas vezes, ocorre a ruptura de vasos sangüíneos no interior do tumor, resultando em uma massa que cresce rapidamente e causa uma dor intensa. Um nódulo duro no testículo sempre deve ser examinado o mais rapidamente possível por um médico. O exame físico e a ultra-sonografia ajudam o médico a determinar se o nódulo é originário do testículo. Quando o nódulo é sólido e está localizado sobre o testículo, o diagnóstico de câncer comumente é estabelecido na sala cirúrgica, mas, ocasionalmente, é realizada uma biópsia (coleta de uma amostra de tecido para exame microscópico). A cirurgia freqüentemente pode ser realizada com o paciente submetido a uma anestesia local. A concentração de duas proteínas presentes no sangue, a alfa-fetoproteína e a gonadotropina coriônica humana, tendem a aumentar nos homens com câncer de testículo. Exames de sangue podem ser utilizados tanto na investigação do câncer quanto no controle do tratamento. Quando a concentração dessas proteínas aumentam após o tratamento, a recorrência do câncer pode ter ocorrido.

Tratamento

O tratamento inicial do câncer de testículo é a remoção cirúrgica de todo o testículo. O outro testículo não é removido, de modo que o indivíduo manterá concentrações adequadas de hormônios masculinos e permanecerá fértil. Em certos tipos de tumores, os linfonodos abdominais também podem ser removidos porque o câncer tende a disseminar-se primeiramente para essas estruturas. O tratamento pode incluir a radioterapia assim como a cirurgia, especialmente no caso de um seminoma. A radiação é aplicada sobre os linfonodos abdominais, torácicos e cervicais (do pescoço) para tentar destruir as células câncerosas que se disseminaram. O câncer de testículo disseminado freqüentemente é curado com uma combinação de cirurgia e quimioterapia. O prognóstico depende do tipo e da extensão do tumor. Mais de 80% dos homens com seminomas, teratomas ou carcinomas embrionários sobrevivem 5 anos ou mais. Essa capacidade de curar a maioria dos cânceres de testículo metastáticos é um dos grandes triunfos da terapia antineoplásica. Muitos poucos indivíduos com coriocarcinoma altamente maligno, um tumor muito raro, chegam mesmo a apresentar uma sobrevida de até 5 anos.

Torção do Testículo

Torção do Testículo

A torção do testículo ocorre quando um testículo retorce sobre o seu cordão espermático. A torção do testículo ocorre devido a um desenvolvimento anormal do cordão espermático ou da membrana que reveste o testículo. Geralmente, ela ocorre nos homens entre a puberdade e os 25 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. A torção do testículo pode ocorrer após uma atividade extenuante ou sem razão aparente. Uma dor intensa e o aumento de volume do escroto acompanhos de náusea e vômito ocorrem imediatamente. O médico pode diagnosticar esta doença baseando-se somente na descrição dos sintomas pelo paciente e nos achados do exame físico. Alternativamente, ele pode solicitar uma cintilografia (com o uso de radionuclídeos) para estabelecer o diagnóstico. No entanto, os resultados deste exame nem sempre são confiáveis. O exame mais comumente utilizado é a ultra-sonografia colorida com análise do fluxo, a qual mostra tanto o tecido testicular quanto o fluxo sangüíneo. O cordão torcido interrompe o suprimento sangüíneo ao testículo. Por essa razão, a única esperança de salvá-lo é a cirurgia para desenrolar o cordão dentro das 24 horas subseqüentes ao início dos sintomas. Durante a cirurgia, o outro testículo é melhor fixado para se prevenir que ocorra uma torção nesse lado.

Hérnia Inguinal

Na hérnia inguinal, o intestino exerce pressão através de um orifício localizado na parede abdominal até o canal inguinal (o conduto através do qual os testículos descem do abdômen para o interior do escroto pouco antes do nascimento). Quando a hérnia ocorre por causa de um orifício mais largo ou mais fraco do que o normal no nascimento, ela é denominada hérnia congênita ou indireta. Quando o intestino passa através de um defeito do assoalho do canal inguinal, o distúrbio é denominado hérnia adquirida ou direta. Em ambos os tipos de hérnia inguinal, o intestino tende a descer até o escroto, produzindo geralmente uma protuberância indolor na região inguinal e no escroto. A protuberância pode aumentar quando o indivíduo coloca-se em pé e pode diminuir quando ele se deita, pois o conteúdo move-se para frente e para trás sob a ação da força da gravidade. A correção cirúrgica pode ser recomendada dependendo do tamanho da hérnia e do desconforto que ela causa. Quando uma porção do intestino é aprisionada no escroto, o suprimento sangüíneo pode ser interrompido e a porção do intestino pode gangrenar. Neste caso, é realizada uma cirurgia de emergência para retirar o intestino do canal inguinal e fechar o orifício para que a hérnia não ocorra novamente.

Outros Distúrbios do Escroto e dos Testículos

A orquiepididimite é a inflamação do epidí-dimo e do testículo. Ela pode ser uma complicação de uma infecção da bexiga, de uma uretrite inespecífica, de uma blenorragia (gonorréia), de uma cirurgia prostática ou de algum outro procedimento (p.ex., sondagem vesical). O testículo torna-se edemaciado e doloroso, podendo estar quente à palpação. Normalmente, existe líquido no interior do escroto. O indivíduo também pode apresentar febre. O tratamento geralmente consiste no uso de antibióticos orais, repouso ao leito, aplicação de bolsa de gelo sobre o escroto e uso de um suspensor escrotal. O acetaminofeno e outros analgésicos podem ser necessários. Ocasionalmente, ocorre a formação de um abcesso (acúmulo de pus) que, à palpação, é detectado como um nódulo macio no escroto. O abcesso tende a drenar espontaneamente, mas, ocasionalmente, a drenagem cirúrgica é necessária. A parotidite (caxumba) é uma infecção viral geralmente afeta as crianças.

Quando um indivíduo contrai a parotidite, os testículos podem ser afetados. A doença causa um aumento de volume doloroso que pode comprometer de forma permanente a capacidade de produção de esperma pelos testículos. A hidrocele é o acúmulo de líquido na membrana que reveste os testículos, causando um aumento de volume mole de um dos testículos. Ela pode estar presente ao nascimento ou ocorrer posteriormente. A hidrocele é geralmente indolor, mas pode tornar-se tão volumosa que a remoção cirúrgica é recomendada para eliminar o desconforto. A hematocele é o acúmulo de sangue que normalmente ocorre após um traumatismo do escroto. Algumas vezes, o sangue é reabsorvido sem tratamento, mas as hematoceles volumosas freqüentemente exigem a remoção cirúrgica.

A espermatocele é o acúmulo de líquido que contém esperma, com uma localização adjacente ao epidídimo. A espermatocele que se torna volumosa ou incômoda é removida cirurgicamente. A varicocele é uma massa de veias alongadas, dilatadas e semelhantes a vermes (vermiformes) localizadas no escroto, muito parecidas com as veias varicosas. A varicocele comumente ocorre no lado esquerdo do escroto e, à palpação, parece um saco de vermes. A massa torna-se perceptível quando o indivíduo fica em pé, mas ela normalmente desaparece quando ele reclina, pois ocorre uma diminuição do fluxo sangüíneo às veias dilatadas. A varicocele pode ser corrigida cirurgicamente quando ela produz a sensação de que o escroto se encontra desconfortavelmente cheio ou quando ela compromete a fertilidade.


FONTE: MANUAL MERCK SAÚDE

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O que são Varizes?

Varizes dos membros inferiores são veias doentes da superfície dos membros inferiores, que se tornam progressivamente dilatadas, alongadas e tortuosas. Existe uma tendência hereditária para as pessoas apresentarem varizes, provavelmente o pai ou a mãe têm varizes, ou então, um dos avós ou mesmo um tio. Além da tendência hereditária, alguns fatores podem desencadear o aparecimento ou a piora do quadro de varizes. Um dos principais é a gravidez. Outro muito importante é o uso de anticoncepcionais. Ficar muito tempo na posição em pé ou sentada também provoca varizes. Portanto, pessoas que ficam em pé paradas, ou sentadas durante muito tempo, usam anticoncepcional ou tem várias gestações e que apresentam a tendência hereditária, têm uma forte possibilidade de desenvolver o problema. A questão hereditária favorecendo as varizes atinge homens e mulheres igualmente, mas existe uma proporção muito maior de mulheres com varizes do que homens, por causa do efeito do hormônio feminino em agravar o problema.

Varizes: um problema conhecido desde a antiguidade

As varizes de membros inferiores são estudadas e tratadas desde a antiguidade, existem referências a tratamentos que remontam a mais de 2000 anos. No santuário do Doutor Amynos, perto da acrópole de Atenas foi descoberta em uma escavação, uma escultura, provavelmente realizada por um grego em agradecimento, que representava uma perna com grossas e nítidas varizes esculpidas. Esta preocupação da medicina com as varizes desde os primórdios da história da civilização ocorreu porque as varizes são visíveis. Então para os observadores praticantes da medicina antiga, que não tinham sofisticados aparelhos para examinar o corpo humano por dentro, a relação de causa e efeito dos sintomas com a presença das veias que são facilmente visíveis nos membros logo se fez. Essa mesma característica de ser uma doença visível causa a preocupação das mulheres do século XXI com as antiestéticas marcas de varizes.

varizes na antiguidade
As Varizes , por serem visíveis, são bem conhecidas desde a antiguidade . Esta estátua grega do ano IV DC mostra uma perna com varizes. É uma oferenda ao Deus Amynos em agradecimento por um tratamento. Seu cuidado, que envolve questões de saúde e estéticas, é um desafio até hoje e assim medicina continua pesquisando para oferecer tratamentos mais inovativos e eficientes.

As varizes e as mudanças de costume da década de 60

A mudança de costumes das últimas décadas, principalmente o uso da mini-saia nos anos 60, levou a um grande desenvolvimento do cuidado com as varizes dos membros inferiores, particularmente no Brasil. O nosso país é pioneiro e inovador em todo o mundo nas técnicas de tratamento de varizes de membro inferior. O desenvolvimento da escleroterapia ("aplicação") e de novos equipamentos de crioescleroterapia para as telangiectasias ("vasinhos"), o uso da agulha de crochê, o uso de microincisões para as cirurgias de varizes e microvarizes, e mesmo a escolha das técnicas a serem utilizadas em cada caso foi desenvolvido aqui, por médicos que tinham como característica o senso de observação e a criatividade privilegiada que permitiu com poucos recursos descobrir avanços hoje adotados no mundo inteiro. Podemos dizer, e claro, com certo orgulho, que na área de Flebologia (estudo das veias) o lugar que tem a melhor tecnologia no mundo é, e reconhecidamente o Brasil. Lembramos as características criativas do Cirurgião Vascular e Angiologista brasileiros, mas é claro que um outro fator deve ser lembrado. A preocupação da mulher brasileira com o corpo. Não só por causa do clima que pede roupas leves, mas também por causa da procura da beleza da mulher brasileira que é também única no mundo.


Os tipos de Varizes

Existem dois tipos de varizes : as chamadas primárias, que aparecem influenciadas pela tendência hereditária e as chamadas secundárias que aparecem por doenças adquiridas no decorrer da vida e são de tratamento mais difícil. As varizes primárias são as responsáveis pelas antiestéticas linhas vermelhas e azuis de diversos tamanhos na perna da mulher e também pelas varizes de maior calibre e são as mais freqüentes.
As varizes secundárias são chamadas erroneamente de "varizes internas". "Varizes internas" não existem. Mas, existem sim problemas sérios de doenças nas veias internas, que são as varizes secundárias, e estas varizes é que são muitas vezes popularmente chamadas de “varizes internas”.
Podemos também considerar as varizes, de uma maneira simplista, como leves ou graves. As “leves” são as que, embora sejam uma doença, não causam um problema de saúde imediato causando mais preocupações estéticas, e as “graves”, são as que causam sérios problemas, como sangramentos, úlceras ( feridas), eczema, infecções, vermelhidão, manchas, espessamento da pele, dor, flebite e mesmo a embolia de pulmão, felizmente raro em varizes primárias, mas que põe em risco até a vida do paciente.

Os Tipos de Varizes segundo a Clínica Naturale

Existe uma classificação científica das varizes, chamada de CEAP, que é utilizada no mundo inteiro para as pesquisas científicas. Mas esta classificação é muito complexa, e não é utilizada na prática do atendimento de pacientes. Em pesquisas científicas, lideradas por médicos da Clínica Naturale, foi desenvolvida uma nova Classificação Clínica, conhecida como Classificação Estético Funcional, ou ”Classificação de Francischelli”, que divide os pacientes portadores de varizes em 4 Tipos ou Grupos. Cada um dos grupos tem características comuns que permitem escolher os melhores tratamentos.

TIPO 1 – IVIPE: As varizes que são mais um problema estético.
Chamamos de Tipo 1 ou IVIPE-Insuficiência Venosa de Importância Predominantemente Estética a presença de varizes pequenas que são as telangiectasias (vasinhos) e veias reticulares ( microvarizes). As telangiectasias (vasinhos) são as pequenas veias da pele, da espessura de um fio de cabelo, avermelhadas ou um pouco maiores, azuladas, mas que estão na intimidade da pele. Apresentam vários formatos, desde pequenos riscos, até grandes arborizações. Podem estar presentes em todos os locais dos membros, atingindo, a coxa, a perna, o glúteo e em alguns casos até a região das costas. As veias reticulares ( microvarizes), são maiores, e se apresentam como trajetos longos, azulados, e estão sob a pele, mas a ela intimamente relacionadas. Estas veias estão freqüentemente ligadas as telangiectasias, É muito freqüente a associação de telangiectasias da face lateral da coxa, com estas veias reticulares que se estendem para a região lateral do joelho e atinge até a perna. Apesar de ser um problema de saúde, uma doença, estas pequenas veias não causam riscos imediatos, sendo um problema que atinge mais a auto-estima do paciente. Portanto, geralmente o paciente procura o médico pela questão estética, por isso chamamos este tipo de IVIPE: "varizes de importância predominantemente estética". A IVIPE - são então as varizes pequenas, da pele como as telangiectasias (vasinhos) e sob a pele como as veias reticulares (microvarizes). Embora não seja um problema de saúde no curto prazo, ainda é uma doença a longo prazo, porque alguns raros problemas podem acontecer, como sangramentos.

Tipo 2-IVIFE: As varizes que são tanto um problema de saúde (funcional) como um problema de aparência (estético).

Chamamos de Tipo 2 ou IVIFE - Insuficiência Venosa Funcional e Estética a presença de veias de médio e grande calibre. Já é uma doença que envolve alguns riscos e problemas para o paciente, e por isso deve ser tratada, entretanto, pode estar presente também a preocupação estética. Neste caso os dois problemas devem ser considerados, a doença (funcional) e a estética. A IVIFE - Insuficiência Venosa Funcional e Estética, acontece quando o paciente que apresenta a doença varizes, que necessita tratamento para evitar complicações, também está preocupado com a aparência.
É importante reconhecer estas duas condições: a doença (funcional) e a aparência ( a estética), porque durante o tratamento o médico deve corrigir a doença, mas também utilizar técnicas estéticas para que atenda o desejo de melhor aparência das pernas do paciente. De nada adiantaria um espetacular tratamento médico, mas que deixa as marcas de cicatrizes enormes, e também não é interessante, cuidar da estética e deixar de resolver a doença. Um perfeito equilíbrio entre os dois fatores é desejável no tratamento. Este tipo de varizes é muito freqüente, e são utilizadas em seu tratamento as técnicas estéticas e funcionais, para que a doença seja corrigida e ao mesmo tempo um resultado estético seja também obtido. Por esta característica dupla, este tipo de condição necessita uma atenção própria por parte do médico, e assim é classificada em um grupo a parte.

Tipo- 3 IVFA : As Varizes que são um problema de saúde (funcional) sem que o paciente tenha preocupações estéticas e que ainda não apresentaram complicações

Chamamos de Tipo 3 ou IVFA - Insuficiência Venosa Funcional Assintomática, todas as situações onde se apresentem varizes, sem que a questão estética esteja envolvida. Neste caso a doença (funcional) está presente, sem que o paciente esteja preocupado com a aparência (estética). Em alguns casos as varizes podem atingir grandes dimensões antes de apresentar complicações. O tratamento, neste caso é voltado mais para as questões funcionais da doença venosa, embora os cuidados com manchas e cicatrizes sempre sejam tomados pelos médicos mais cuidadosos.

Tipo – 4 IVFS: As varizes que são um problema de saúde (funcional) e que já apresentam complicações.

Chamamos de Tipo 4 ou IVFS - Insuficiência Venosa Funcional Sintomática, todas as situações onde se apresentem varizes, sem que a questão estética esteja envolvida, e já aconteceram complicações. As complicações mais freqüentes são as Tromboflebites, as Úlceras de perna, as Hiperpigmentações, o Eczema Venoso, as Hemorragias, a Fibrose, a Dermatite Ocre, as Infecções e o quadro de Dor, e a temível, Embolia de Pulmão. Neste caso a doença (funcional) está presente, sem que o paciente esteja preocupado com a aparência (estética) . Geralmente são pacientes onde o problema está presente há longo tempo, sem tratamento, e que já apresentam complicações. Neste caso, o médico deve se concentrar mais na questão da doença, que é muito grave podendo causar sérias restrições para o paciente.

Os diversos tipos seguem um grau de evolução, não significando que um grau necessariamente passará ao outro. As varizes sempre pioram, mas cada paciente terá sua história, e não significa, embora seja possível, que o tipo 1 vá virar tipo 4. A doença é crônica e sempre deve ser acompanhada por seu cirurgião vascular de confiança que saberá escolher as melhores alternativas de tratamento.

Porque as Varizes aparecem ?

O defeito nas veias das pessoas que têm varizes está nas válvulas e nas paredes das veias. Existem dois tipos de veias nos membros inferiores, as veias superficiais que ficam sob a pele, na camada de gordura e que podem ser visíveis e existem as veias profundas que ficam no meio da musculatura da perna e não são visíveis, e existem ainda as veias comunicantes, que ligam as veias superficiais e profundas. As válvulas orientam o sangue nas veias dos membros, sempre da veia superficial para a profunda, através da veia comunicante, e impedem que o sangue faça o caminho errado, descendo pelas veias, quando a pessoa está de pé ou sentada.

As artérias levam o sangue do coração para todo o corpo. O sangue então, depois de oxigenar e alimentar as células, retorna para o coração através das veias. Quando a pessoa está em pé ou sentada, o sangue vai para o pé com facilidade, porque o coração impulsiona e, além disso, para baixo é mais fácil. Mas, como o sangue retorna, se na perna não há coração? - Quando se está em pé parado ou sentado, existe mesmo uma certa dificuldade para o sangue voltar para o coração. Nas pessoas em que as veias têm válvulas e paredes normais o sangue aguarda a oportunidade de voltar, sem causar nenhuma alteração. Nas pessoas em que as válvulas estão doentes acontece, então, uma inversão no caminho do sangue, que passa a ir de cima para baixo e da veia profunda para a superficial. Este fato provoca um aumento do volume sanguíneo dentro da veia superficial, ocorrendo o processo de dilatação e aparecimento das varizes.O sangue volta para o coração através do coração periférico, que na verdade, existe. É a musculatura da panturrilha ("batata da perna"). Mas este coração só funciona quando nos movimentamos, contraindo e relaxando o músculo da perna. Quando os músculos se contraem, impulsionam o sangue para cima realizando a circulação.

O Papel das Veias Safenas

Nós possuímos 4 veias Safenas, 2 em cada membro, a Safena Magna e a Safena Parva. A Safena Magna é uma veia que vai desde a parte interna do tornozelo até a virilha, correndo pela parte de dentro da perna e coxa. A Safena Parva vai desde a parte lateral do tornozelo, até o joelho, correndo pela parte posterior da perna. Esta veia ficou famosa pela chamada operação de "ponte de safena", que é uma cirurgia do coração, que nada tem a ver com as varizes. As veias safenas são pouco importantes para a circulação normal da perna, e por isso podem ser retiradas sem problemas. Mas como são veias superficiais, de fácil acesso, extensas, e de bom calibre, com paredes espessas, são retiradas para substituir outros vasos ocluídos, como as coronárias, artérias principais do coração. As safenas são então uma espécie de "estepe" de vasos do corpo.

Entretanto, as veias safenas têm ligação com todas as veias da superfície da perna, e freqüentemente estão envolvidas na doença varizes. Quando isto ocorre, elas ficam muito dilatadas, e necessitam ser retiradas. O médico tem sempre o cuidado de não retirar todas as quatro, retira apenas as mais doentes, deixando algumas, que estão perfeitas, ou pouco doentes, para a eventualidade de ser necessário em cirurgias cardíacas, ou mesmo para substituir um outro vaso importante do corpo que esteja alterado, ou que sofreu um corte como em um acidente, por exemplo.

Todas as veias dos membros estão interligadas. É como se fosse uma árvore, onde as safenas são as raízes , os seus ramos são os troncos, as microvarizes, são os galhos , e os vasinhos são as folhas .

No tratamento é importante identificar onde está o problema, e tratar todas as áreas que estão envolvidas, para se obter um resultado prolongado. Se forem só os vasinhos, as "folhas" que estão acometidos, então só eles serão tratados. Se as microvarizes, "os galhos", também estão, então devem ser também tratados, do contrário nascerão novas folhas. Se as "raízes", as safenas estão doentes, ou estão seus ramos os "troncos", então todos devem ser tratados.

Por este motivo, um exame clínico detalhado deve ser feito pelo médico especialista na consulta inicial, que vai determinar os caminhos que o sangue segue, e conhecendo o tipo das varizes, vai propor o tratamento melhor. Se necessário o médico vai solicitar ultra-som, pletismografia ou mesmo radiografias ou angioressonância para bem avaliar as alterações e programar o tratamento. Mas os médicos mais experientes, com o simples exame clínico, já diagnosticam e sabem exatamente o que fazer para melhorar, tanto os problemas estéticos, como a doença.

Ficar em pé e sentado são as posições que mais favorecem o aparecimento de varizes.

As posições que favorecem o aparecimento de varizes são ficar em pé parado ou sentado. Como já vimos, nestas posições existe dificuldade para a circulação de retorno e é justamente quando as varizes aparecem. Estando em movimento fazemos funcionar o coração periférico, que impulsiona o sangue para cima evitando o aparecimento de varizes e quando estamos deitados o coração fica no mesmo nível da perna, o que facilita o retorno do sangue, se estivermos com os pés elevados, o coração fica para baixo e os pés para cima e o retorno sanguíneo então é muito favorecido.

Porque aparecem veias de vários tamanhos desde os vasinhos da pele até as grossas veias

Quando as veias maiores da superfície se dilatam, temos o aparecimento das grandes varizes, chamadas de grosso calibre. Quando são ramos destas veias que se dilatam, ou na fase inicial da doença, temos as chamadas microvarizes, que são trajetos azulados vistos sob a pele. Quando são as veias da própria pele que se dilatam, temos os vasinhos, cujo nome técnico é telangiectasia. Telangiectasia significa: tele é longe, angio é vaso e ectasia é dilatação, portanto, dilatação do vaso distante.

As veias safenas são as veias superficiais principais, e estão envolvidas no processo de aparecimento de varizes. Como já vimos existem duas em cada perna, a safena magna e a safena parva.

Existe comunicação entre as varizes, microvarizes e "vasinhos", tudo ocorre como se fosse uma rede, que transmite a pressão do volume de sangue. Quem dilata primeiro é que recebe maior volume de sangue no sentido errado (de cima para baixo e de dentro para fora, o inverso do normal, de baixo para cima e de fora para dentro), ou onde o sangue fica mais represado. A veia da pele gera o "vasinho". Quando se dilatam as microveias, aparecem as microvarizes e quando se dilatam as veias superficiais maiores levam ao aparecimento das varizes. Se o refluxo (caminho inverso do sangue) ou o acúmulo de sangue atinge só uma parte das veias, só estas se dilatarão, se atinge todas, todas dilatarão.

Se o refluxo ocorre só na pele, teremos os vasinhos, então para tratar, basta cuidar destes pequenos vasos. Mas se uma veia provoca refluxo para a pele, esta cria os vasinhos para acomodar o sangue. O tratamento então é retirar os vasinhos, mas também a veia que provoca o refluxo ou acúmulo. Este quadro é chamado de "telangiectasias combinadas", que são os vasinhos ligados a uma veia, e os dois com alterações. Este processo é muito amplo nos membros, podendo haver acúmulo e refluxo atingindo vários tipos de vasos, ao mesmo tempo ou isoladamente. Assim uma safena pode provocar refluxo para as veias da pele, ou refluxo para as colaterais, e dependendo do que dilatar teremos os diversos tipos de varizes.

É muito importante um exame inicial cuidadoso do médico, antes de qualquer tratamento, porque ele vai identificar pelo exame clínico ou com aparelhos de ultra-som estes caminhos que acontecem na árvore venosa, identificar se há problemas nas safenas (raízes), nas colaterais (troncos), nas reticulares ou microvarizes(galhos) e nas telangiectasias ou vasinhos ( folhas). Uma vez identificado, vai propor as melhores opções de tratamento, considerando a doença e a estética.

As varizes têm vários graus de comprometimento da saúde, mas existem também questões estéticas envolvidas.

As varizes do TIPO 1 são varizes leves que não expõem os seus portadores a risco de complicações imediatas, embora possam provocar manchas e sangramentos no futuro e são as de interesse maior estético.

As do tipo 2, estéticas e funcionais e 3, funcionais, podem ser leves ou graves dependendo do grau de acometimento. Mas mesmo que estejam entre as leves, a doença já está presente, prenunciando problemas para o futuro, e assim devem ser tratadas, sempre que possível.

As do tipo 4 são as varizes graves são as que podem provocar sérias complicações, como, tromboflebite, embolias, edemas, eczema, úlceras (feridas) e hemorragia. São um sério problema, que, às vezes não se manifesta por muitos anos. O aparecimento das complicações levam o paciente a incapacidades e até mesmo, quando ocorrem tromboflebites e embolias, ao risco de vida. Entretanto, mesmo estas varizes de maior gravidade podem ser tratadas com técnicas modernas que realizam a sua correção com mínimas cicatrizes e marcas.

As varizes leves podem ser tratadas de acordo com o desejo do próprio paciente e com a orientação do médico. Já as varizes graves devem ser tratadas sempre que possível. O tratamento das varizes leves quando realizado, apesar de não ser imediatamente necessário do ponto de vista de saúde, não é inútil, porque estas varizes que agora configuram um problema que atinge mais a auto-estima do paciente, serão doença no futuro, e além do que embora raramente, podem apresentar complicações. Então o tratamento estético de varizes, é, além de um cuidado com a aparência, um tratamento de uma doença. Tratar as varizes estéticas é "unir o útil ao agradável". Agradável é melhorar a aparência e a auto estima, útil é controlar uma doença que pode causar complicações no futuro.

Telangiectasias - vasinhos como aparecem?

As varizes tem várias manifestações desde pequenas até as grandes varizes. Abaixo de maneira simplificada podemos entender o processo de formação das desagradáveis telangiectasias e microvarizes, que são pequenas varizes da pele e da transição entre a pele e o tecido gorduroso dos membros inferiores. É uma situação muito frequente em mulheres adultas.

Os vasos da pele em desenho esquemático, mostrando a arteríola, os capilares e as vênulas - são as vênulas que se dilatam e formam as telangiectasias - vasinhos  (80kb) A microcirculação  (54kb) A microcirculação , as arteríolas, os capilares e as vênulas. São as vênulas que se dilatam e provocam o aparecimento das telangiectasias - vasinhos. Não sõa os capilares e nem a arteríola.  (35kb) A pele é um território microcirculatório. É onde se desenvolvem as telangiectasias, que são pequenas veias, com tamanhos e cores que variam do vermelho ao azul, um pouco maiores ou menores do que um fino fio de cabelo. As telangiectasias são a manifestação na pele , da doença venosa crônica, ou varizes de membros inferiores. Elas surgem porque o sangue reflui, ou seja caminha em sentido contrário ao que deveria , aumentando a pressão dentro das microveias e provocando uma dilatação, que faz com que a microveia aumente de tamanho e passe a ser visível.
Os vasos na pele se distribuem em várias camadas e pertencem a microcirculação  (79kb) Os vasos na pele se distribuem em vários níveis. Os mais superficiais , são mais finos e mais avermelhados e estão mais próximos dos capilares. Mas não são os capilares, são veias muito pequenas da pele. Os mais profundos são mais azulados e um pouco mais calibrosos. Também são pequenas veias, mas mais distantes dos capilares. Sob a pele , ficam veias coletoras normais, chamadas veias reticulares , que quando se dilatam são chamadas microvarizes. Não estão na pele , e sim na transição entre a pele e o tecido gorduroso.
As telangiectasias ( vasinhos da pele) e as microvarizes (pequenas varizes sob a pele) se formam por vários mecanismos. Mas de uma forma geral é o refluxo do sangue que ocorre proveniente de algum lugar e em direção a um setor normal da circulação venosa. Abaixo algumas possibilidades, apresentadas de forma didática.
As telangiectasias  - vasinhos se formam por vários motivos. Neste caso, uma veia doente , cahamada perfurante direta, vem da veia profunda da perna e reflui sangue para a pele, formamando uma telangiectasia (80kb) Uma veia com problemas, uma veia perfurante, que vem do sistema venoso profundo, aumenta a pressão nos vasos situados na pele, assim aparecem telangiectasias azuis .
As telangiectasias - vasinhos se formam por diversos motivos: neste caso o refluxo de sangie se deu através de uma microvarizes  (82kb) Uma veia reticular com refluxo, transmite pressão para veia do plexo superficial e profundo da pele. Assim surgem microvarizes, e telangiectasias vermelhas e azuis.
As telangiectasias - vasinhos se formam por diversos motivos: neste caso o refluxo de sangie se deu através de uma veia colateral de uma safena doente (78kb) Grandes varizes do subcutâneo tem refluxo para veias reticulares e do plexo superficial e profundo da pele. Surgem varizes, microvarizes e telangiectasias vermelhas e azuis.
As telangiectasias - vasinhos se formam por diversos motivos: neste caso o refluxo de sangue se deu através de uma veia perfurante comunicante, de dentro da perna para uma microvarizes e daí para a pele  (77kb) Uma veia que vem do sistema venoso profundo, uma perfurante, transmite refluxo para uma veia reticular e veias do plexo profundo da pele. Aparecem microvarizes e telangiectasias azuis .
As telangiectasias - vasinhos se formam por diversos motivos: neste caso os vasinhos se formaram por causa de uma fístula, uma comunicação entre a artéria e a veia, que aumentou muito o fluxo sanguíneo. isto pode ocorrer em qualquer parte do corpo, mas é mais frequente na face (83kb) Uma fístula arterio venosa, uma comunicação direta entre o sistema arterial e venoso produz um aumento de pressão e o aparecimento de telangiectasias em forma de aranha. Esta situação é mais frequente na face e explica o aparecimento de vasos , principalmente no nariz, local onde as fístulas são mais frequentes.
As Varizes de Membros Iinferiores tem muitas manifestações e varios tipos e portanto tem vários mecanismos para se desenvolver. O Médico Especialista em Cirurgia Vascular vai analisar o quadro do paciente e determinar as causas prováveis do surgimento das varizes e micro-varizes e assim escolher a técnica para tratar os problemas estéticos e funcionais decorrentes do refluxo venoso.


As Complicações das Varizes

Chamamos de Tipo 4 ou IVFS - Insuficiência Venosa Funcional Sintomática, todas as situações onde já aconteceram complicações. As complicações mais freqüentes são as Tromboflebites, as Úlceras de perna, as Hiperpigmentações, o Eczema Venoso, as Hemorragias, a Fibrose, a Dermatite Ocre, as Infecções e o quadro de Dor, e a temível, Embolia de Pulmão. Geralmente são pacientes onde o problema está presente há longo tempo. Os diversos tipos seguem um grau de evolução, não significando que um grau necessariamente passará ao outro. As varizes sempre pioram, mas cada paciente terá sua história, e não significa, embora seja possível, que o tipo 1 vá virar tipo 4.

Tromboflebites

O sangue deve fluir por dentro dos vasos, sem interrupções. Entretanto, quando ocorre uma hemorragia, como num acidente, ou provocada por alguma doença , ou mesmo sangramentos controlados como os de qualquer cirurgia, o corpo lança mão de várias proteções que tentam controlar esta situação que coloca a vida em risco. A mais importante é o sistema de coagulação. A coagulação então é uma coisa boa, quando ocorre para proteção. Mas em determinadas situações este sistema de coagulação pode ser desencadeado erroneamente e causar sérios problemas. Quando uma veia tem suas paredes doentes, como nas varizes, ou se o sistema que faz o sangue circular, a bomba venosa da panturrilha, está com pouca ação, como no repouso forçado por doenças ou viagens prolongadas, podem ocorrer as Tromboses Venosas. A Trombose Venosa pode ser superficial ou profunda. A superficial ocorre nos vasos da superfície do membro e a profunda nos vasos internos da perna

Tromboflebite Superficial

A trombose venosa pode ter várias causas, e entre elas , as Varizes. Quando ocorre uma coagulação de sangue dentro das veias superficiais, ela é chamada Tromboflebite Superficial ou Varicoflebite. Quando as veias dos membros estão dilatadas, como nas varizes, todo o processo de fluxo do sangue está comprometido . Podemos dizer de uma maneira simples, que quando o sangue não tem um bom fluxo pela veia, ele tem uma tendência a coagular, formando um coágulo, o trombo , dentro da veia. A tromboflebite Superficial é uma das complicações das varizes, ocorre a coagulação dentro do vaso, que interrompe a circulação como se fosse uma rolha. O paciente apresenta dor, vermelhidão e inchaço no trajeto das varizes. A Trombose Venosa Superficial, costuma ter um tratamento efetivo, mas o grande problema, é que embora raramente, o coágulo pode progredir através das veias superficiais para as veias profundas, ou pode, a partir das veias profundas, ou através de grandes veias superficiais , liberar pequenos pedaços de sangue coagulado, os êmbolos. Os êmbolos podem , através da circulação atingir o pulmão, e aí param, impedindo que a circulação ocorra e colocando a vida em risco. A progressão do Trombo para o pulmão é a chamada Embolia de Pulmão.

Trombose Venosa Profunda

A Trombose Venosa Profunda , ou TVP, uma temível ocorrência, porque coloca em risco a vida do paciente. Pode ter várias causas, e uma delas é a presença de Varizes de Membros. É uma doença grave que se caracteriza pela formação de coágulos no interior das veias profundas da perna. Uma de suas principais conseqüências a curto prazo , a Embolia de Pulmão, pode levar à morte, prolongar ou complicar uma internação ou cirurgia e mesmo tornar o indivíduo inabilitado para a realização de determinadas atividades sociais e de trabalho, quando deixa o que chamamos de seqüelas. A chamada Síndrome Pós-Flebítica, que pode ocorrer alguns anos após a TVP. Caracteriza-se por inchaço da(s) perna(s), coloração escura e endurecimento da pele, eczema (alergia crônica da pele) e úlceras (feridas) que são devidas às alterações e cicatrizes deixadas pela TVP no sistema venoso. Determinadas pessoas possuem fatores de risco para adquirir a doença. Existem também situações que podem desencadear a doença, são as situações de risco. A presença de fatores individuais e situações de risco podem caracterizar o paciente como sendo de risco para o desenvolvimento da doença. Este risco é chamado de risco tromboembólico. Podemos citar como principais fatores individuais de risco para a TVP, além das varizes: Idade maior que 40 anos, Obesidade, Indivíduos que já tiveram trombose, Uso de Anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal , Câncer,Gestação e período pós-parto,Dificuldade de movimentação,-Indivíduos com anormalidade genética do sistema de coagulação, Traumatismos e Politraumatismo, Cirurgias prolongadas, Anestesia Geral, Imobilização por longos períodos, Hospitalização prolongada, Doenças cardíacas ou respiratórias graves, Infecção grave.

Embolia de Pulmão

A chamada Embolia Pulmonar ocorre quando um pedaço do coágulo que se formou no interior das veias profundas da perna se solta e atinge os vasos sangüíneos dos pulmões. Dependendo do tamanho do coágulo que se desprendeu e da área atingida, a pessoa pode não sobreviver. No caso de varizes, embora possa ocorrer a Embolia Pulmonar é , felizmente, uma rara ocorrência. .

Dermatite Ocre

A dificuldade que o sangue tem para retornar para o coração nos casos de varizes, acaba gerando o que chamamos de estase sanguínea. A Estase Sanguínea provoca uma série de alterações nos membros inferiores, principalmente na parte mais distal. Ocorre migração para a pele de elementos do sangue, e que acabam se fixando em locais onde não deveriam estar. A presença de ferro, derivado da hemoglobina do sangue, acaba por dar um aspecto escuro, enferrujado na pele da perna ou tornozelo, chamada "Dermatite Ocre" .

Eczema

A Estase Sanguínea, provoca também a inflamação da pele, com o aparecimento de um eczema venoso. A pele fica pruriginosa ( coceira), descama e inflama. É um desagradável problema, provocado pelas varizes, que incomoda muito a seus portadores

Ùlcera Varicosa

É uma complicação das varizes, difícil de controlar, e que incomoda muito seus portadores. A Úlcera Venosa, acaba aparecendo depois de longa evolução do problema de varizes. É uma ferida, que pode ter uma grande extensão, até atingir grande parte da perna do indivíduo.

Varicorragia

É um sangramento, importante, que acaba ocorrendo quando a veia varicosa aumenta tanto de tamanho, que acaba erodindo a pele, que a recobre e perfura , provocando um sangramento profuso.

Edema

É um sinal de estase venosa, os membros do indivíduo ficam inchados, principalmente no final do dia .

Dor

Usualmente os pacientes com varizes queixam-se de dor nos membros inferiores associada à sensação de peso e cansaço nas pernas, que piora com o calor, com longos períodos de pé ou assentados com as pernas pendentes e com o passar do dia, sendo, portanto, nos pacientes com atividades diurnas, mais intensas no horário da tarde. Nas mulheres esses incômodos tendem a piorar no período pré-menstrual e gestacional. Associadas a estes sintomas são também freqüentes queixas de prurido (coceira), formigamentos, calor, cãibras, além de edema (inchaço) no final do dia nos tornozelos e pernas, sendo este proporcional à quantidade de varizes.

Ordem de aparecimento das complicações

Na maior parte dos pacientes, as varizes podem estar presentes por longos anos, sem que , felizmente, as complicações apareçam, mas o tratamento não deve ser postergado, porque as complicações podem levar muitos anos para aparecer, e finalmente surgirem em uma idade mais avançada, onde o tratamento efetivo não pode mais ser estabelecido.

No início da evolução das Varizes de membros inferiores, observa-se a sensação de peso ou cansaço no final do dia. As varizes visíveis, de vários tamanhos vão aparecendo lentamente. O edema começa a aparecer no final do dia, e depois a pigmentação (dermatite ocre) e o eczema se manifestam. Na faze mais avançada da doença, podem ocorrer as tromboflebites e a presença de úlceras e varicorragias.

Complicações de varizes

Clique na fotos para aumentar

( casos reais , não se recomenda que pessoas muito sensíveis naveguem pelas fotos )

Corona Flebectática- Aparecimento de telangiectasias (vasinhos) na região de dentro dos pés provocado pelas varizes (29kb)

corona flebectática

Eczema Venoso (prurido, descamação, vermelhidão)  e Hiperpigmentação(manchas escuras) provocados pelas varizes (24kb)

eczema e pigmentação

Hiperpigmentação (manchas escuras) e Dermatoesclerose (espessamento da pele e do subcutâneo) provocados por varizes  (21kb)

dermatoesclerose e pigmentação

Tromboflebite superficial - coágulos em varizes (25kb)

Tromboflebite

varizes (um botão varicoso)  com varicotromboflebite (coágulos)  (17kb)

Tromboflebite- Close

varicotromboflebite - coágulos em varizes (24kb)

Tromboflebite- microfotografia

Úlcera varicosa  (27kb)úlcera varicosa

Úlcera varicosa (29kb)

úlcera varicosa e anquilose de tornozelo

Varicorragia - Sangramento provocado pela perfuração de uma varizes , neste caso uma telangiectasia (17kb)

varizes com hemorragia

detalhe em microfotografia da perfuração e sangramento de uma microvariz (25kb)

varizes com hemorragia - microfotografia

Úlcera Varicosa com infecção secundária e inflamação  (19kb)

Úlcera Varicosa com infecção e inflamação

Atrofia de pele em doença varicosa (19kb)

Atrofia de Pele e Eczema Venoso


Prevenção

Devemos lembrar que as varizes são um problema crônico, dependente de tendência hereditária, e esta tendência acompanhará o paciente por toda a vida. Não podemos falar em cura para varizes, mas sim em controle. Utilizando a abordagem do Tratamento Continuado para Varizes, podemos prometer que as varizes primárias não serão um problema nem estético nem de saúde para o paciente. Existem algumas medidas preventivas que podem ser utilizadas para minorar a tendência a ter varizes. Descreveremos a seguir estas medidas e procurando explicar como agem. Meias elásticas: são o principal meio preventivo. Elas agem desviando, através das veias comunicantes, o sangue das veias superficiais, onde as varizes se formam, para as veias profundas, onde não existem varizes. As pessoas com tendência hereditária importante e as que por motivos profissionais ficam muito tempo em pé ou sentadas devem usar este tipo de meia. Estas meias medicinais, de indicação aparentemente simples, devem, no entanto, ser receitadas por um especialista. O seu uso deve ser relacionado à doença apresentada por cada pessoa e encontramos muitos erros no uso de meias medicinais sem orientação médica. Evitar o Sol e o Calor: O sol, sauna, banhos muito quentes e demorados provocam o aquecimento da pele e a passagem de uma maior quantidade de sangue pelos vasos da pele. Se uma maior quantidade de sangue passa pelos vasos superficiais eles se acomodam a essa situação e se dilatam sendo um fator que favorece o aparecimento de vasinhos nas pessoas que são predispostas. Evitar sauna, evitar banhos muito quentes e demorados, evitar exposição ao sol da praia são medidas úteis. Quando estiver exposto ao calor da praia ou da piscina deve-se ter o cuidado de entrar na água a cada 15 ou 20 minutos para evitar que a perna fique muito quente. Deve-se evitar banho de sol e nunca passar das 10 horas da manhã, horário em que os raios térmicos prejudiciais passam a ser mais freqüentes. Evitar o excesso de peso: O excesso de peso sobrecarrega a circulação e provoca o aparecimento de varizes. Ter bons hábitos alimentares é saudável para todo o corpo. O excesso de peso também provoca celulite que está associada as microvarizes e telangiectasias (vasinhos).

- Fazer exercícios: Os exercícios melhoram a força muscular da perna e, portanto melhoram a circulação de retorno. Os melhores são andar, correr e nadar.

- Evitar o uso de anticoncepcionais hormonais: Os hormônios femininos (pílulas, tratamento de menopausa, reposição hormonal) retêm líquidos e aumentam a pressão dentro das veias, também amolecem as paredes dos vasos e são uns dos principais fatores desencadeantes de varizes.

- Evitar ficar sentado ou em pé por muito tempo: Como já visto, As varizes surgem quando se está em pé ou sentado e não aparecem quando se está deitado ou em movimento. Quando por motivos profissionais ou sociais for necessário ficar muito tempo parado, sentado ou em pé (no trabalho, em festas, em viagens longas), devemos movimentar os pés, como se estivéssemos acelerando um carro. Este movimento do tornozelo, chamado de dorso-flexão, faz a musculatura da panturrilha se contrair ritmicamente, colocando em ação o "coração periférico", o que faz a circulação funcionar e evita varizes.

- Salto alto: havia um mito de que o salto alto fosse prejudicial, mas recentes pesquisas realizadas na Universidade Estadual de Campinas mostraram que o salto alto não só não é prejudicial, como pode ser benéfico.

- Varizes de membros inferiores é um problema muito freqüente, que atinge a maioria das mulheres e a muitos homens também. Talvez seja uma das doenças, que embora freqüente, seja das mais desconhecidas pelas pessoas. É grande o número de desinformações e "preconceitos" que existem em relação a esse problema. Desde confusão em relação à cirurgia cardíaca, onde a "ponte de safena" é confundida com a Safenectomia, que é um tipo de cirurgia de varizes, até a noção errada de que não compensa tratar as varizes, porque "varizes voltam".

Perguntas e Respostas sobre Varizes

Existem varizes internas?

Não existem. As veias internas ou profundas são protegidas pela musculatura que impede que haja dilatação. O que existe são outras doenças graves que atingem as veias internas, mas não as varizes. Já as veias superficiais estão no meio do tecido gorduroso, que não protege e, portanto é onde ocorrem as varizes.

As varizes, as microvarizes e as telangiectasias podem existir juntas?

Podem, porque são manifestações da mesma doença. Em resumo: - É a pressão aumentada dentro das veias, provocada por alterações nas válvulas, que ocasionam um fluxo de sangue alterado, levando, então, à dilatação das veias superficiais. Isto ocorre por uma tendência hereditária, e é piorado por diversos fatores. As veias estão presentes nas pernas desde o nascimento, mas não chamam atenção. Quando ocorre a dilatação, por causa da doença, passam a ser visíveis e antiestéticas.

Varizes voltam?

Varizes não voltam, aparecem outras que devem ser tratadas. Uma pessoa que têm a vesícula ou o apêndice operado nunca mais terá problemas nestes locais porque só existe um apêndice e uma vesícula. Já as veias, sempre vão existir, não é possível retirar todas. Uma veia que estava normal no momento de um tratamento, mais tarde poderá estar doente, porque a tendência hereditária existirá durante toda a vida. Este fato não invalida os tratamentos, porque se as varizes não forem cuidadas poderão levar a sérias complicações no futuro. Por este motivo é que se propõe o Tratamento Continuado de Varizes, que controla o problema estético e a doença conforme se manifestem.

As veias superficiais podem ser retiradas sem causar problemas?

Podem. As veias que realmente importam são as veias profundas, elas é que fazem o papel da circulação venosa. As veias superficiais podem ser tratadas sem que elas venham a fazer qualquer falta para o organismo.

Existe "cura" para as varizes dos membros inferiores?

As varizes dos membros inferiores é uma doença crônica dependente de uma tendência hereditária e de fatores agravantes. Sendo ligada à hereditariedade, não podemos falar em "curar" as varizes, porque a tendência estará sempre presente e novas varizes poderão aparecer durante toda a vida do indivíduo. No entanto esta doença é controlável e as pessoas podem passar toda a sua existência sem que as varizes sejam um problema de saúde ou estético. Podemos dizer que: Têm varizes quem quer. A medicina tem técnicas modernas e simples que controlam o problema com ótimos resultados funcionais

Salto alto provoca varizes ?

Não, salto alto não só não provoca varizes, como é até benéfico. Existia um mito, de que o salto alto provocava varizes, alguém, há muito tempo deduziu isso. Entretanto , os modernos equipamementos e cuidosos pesquisadores brasileiros da Universidade Estadual de Campinas, demonstraram que as varizes não só não são prejudicadas, como são até beneficiadas com o uso do salto alto. Então a mulher pode ficar elagente, com seus saltos altos, sem medo.

As varizes são conhecidas há muito tempo?

As varizes de membros inferiores são estudadas e tratadas dêsde a antiguidade, existem referências à tratamentos que remontam à mais de 2000 anos. No santuário do Dr. Amynos, perto da acrópole de Atenas foi descoberta em uma escavação, uma escultura, provavelmente realizada por um grego em agradecimento, que representava uma perna com grossas e nítidas varizes esculpidas. Esta preocupação da medicina com as varizes desde o primórdios da história da civilização ocorreu porque as varizes são visíveis. Então para os observadores praticantes da medicina antiga, que não tinham sofisticados aparelhos para examinar o corpo humano por dentro, a relação de causa e efeito dos sintomas com a presença das veias que são facilmente visíveis nos membros logo se fez. Essa mesma característica de ser uma doença visível causa a preocupação das mulheres do século XXI com as antiestéticas marcas de varizes.

Porque as mulheres se preocupam com as varizes?


A mudança de costumes das últimas duas décadas, principalmente o uso da mini-saia nos anos 60, levaram à um grande desenvolvimento do cuidado com as varizes dos membros inferiores, particularmente no Brasil. O nosso país é pioneiro e inovador em todo o mundo nas técnicas de tratamento de varizes de membro inferior. O desenvolvimento da escleroterapia ("aplicação") e da crioescleroterapia para as telangiectasias ("vasinhos"), o uso da agulha de crochet, o uso de microincisões para as cirugias de varizes e microvarizes, e mesmo a escolha das técnicas a serem utilizadas em cada caso foi desenvolvido aqui, por médicos que tinham como característica o senso de observação e a criatividade privilegiada que permitiu com poucos recursos descobrir avanços hoje adotados no mundo inteiro.

Qual o melhor lugar no mundo para tratar as varizes?

Podemos dizer, e claro, com certo orgulho, que na área de Flebologia ( estudo das veias) o lugar que tem a melhor tecnologia estética no mundo é, e reconhecidamente o Brasil. Lembramos as características criativas do Angiologista brasileiro, mas é claro que um outro fator deve ser lembrado. A preocupação da mulher brasileira com o corpo. Não só por causa do clima que pede roupas leves, mas também por causa da procura da beleza da mulher brasileira que é também única no mundo.