ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

OSTEOPOROSE




A osteoporose é uma doença que atinge os ossos. Caracteriza-se quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente e desenvolve ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fraturas. Faz parte do processo normal de envelhecimento e é mais comum em mulheres que em homens. A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas antes que aconteça algo de maior gravidade, como uma fratura, que costuma ser espontânea, isto é, não relacionada a trauma.


Osteoporose

Osteoporose é a doença óssea metabólica mais freqüente, sendo a fratura a sua manifestação clínica. É definida patologicamente como "diminuição absoluta da quantidade de osso e desestruturação da sua microarquitetura levando a um estado de fragilidade em que podem ocorrer fraturas após traumas mínimos". É considerada um grave problema de saúde pública, sendo uma das mais importantes doenças associadas com o envelhecimento

Se não forem feitos exames diagnósticos preventivos a osteoporose pode passar despercebida, até que tenha gravidade maior. A osteoporose pode ter sua evolução retardada por medidas preventivas.

É muito importante que as mulheres tomem alguns cuidados durante e após o período da menopausa.

A fratura de femur é a consequência mais dramática da osteoporose. Cerca de 15% a 20% dos pacientes com fratura de quadril morrem devido à fratura ou suas complicações durante a cirurgia, ou mais tarde por embolia ou problemas cardiopulmonares em um período de 3 meses e 1/3 do total de fraturados morrerão em 6 meses. Os restantes, em sua maioria, ficam com graus variáveis de incapacidade.

Em aproximadamente 20% dos casos pode ser identificada uma doença da qual a osteoporose é secundária e nos 80% restantes os pacientes são portadores de osteoporose da pós-menopausa ou osteoporose senil.

A partir dessas constatações os pesquisadores começaram a estudar mais profundamente o tecido ósseo e verificaram que o risco de desenvolver osteoporose e fratura está diretamente relacionado com as deteriorações do colágeno ósseo.

Osteoporose é uma doença que afeta principalmente mulheres na pós-menopausa caracterizada por uma fragilidade nos ossos.

Segundo a Revista Veja de 30 de janeiro de 2008, dez milhões de brasileiros sofrem de osteoporose. Três em cada quatro doentes são do sexo feminino. Uma em cada três mulheres com mais de 50 anos tem a doença. Setenta e cinco por cento dos diagnósticos são feitos somente após a primeira fratura. Ocorrem anualmente no Brasil, duas milhões e quatrocentas mil fraturas decorrentes da osteoporose. Duzentas mil pessoas morrem todos os anos no Brasil em decorrência destas fraturas.

Na menopausa a ausência do hormônio feminino faz com que os ossos percam cálcio e fiquem porosos como uma esponja. Esta fraqueza dos ossos expõe a mulher a riscos maiores de fraturas tanto por quedas como espontâneas. Os locais mais comuns são a coluna, o colo do fêmur, e o pulso. Destas fraturas a mais perigosa é a do colo do fêmur. É também por causa da osteoporose que as mulheres perdem altura com a idade.

Osteoporose e a curva da massa óssea

As mulheres são as mais atingidas pela doença. Na menopausa, os níveis de estrógeno caem bruscamente. Com isso, os ossos passam a incorporar menos cálcio (fundamental na formação do osso), tornando-se mais frágeis. Para cada quatro mulheres, um homem desenvolve o mal.

Seria interessante que todas as mulheres em qualquer idade pensassem na prevenção da osteoporose. Na infância e na juventude é que se forma a massa óssea. Nesta idade é importante a ingestão de cálcio. A maior fonte de cálcio é o leite. É um absurdo num país como o Brasil, um dos maiores produtores de leite do mundo, que nossas meninas e adolescentes não tomem leite. Outro fator importante é o exercício físico e a exposição ao sol por 10 a 15 minutos antes das 10 h da manhã. Há hábitos que aumentam o risco à osteoporose como fumo, bebidas alcoólicas e café. Outro fator muito importante é o tratamento da menopausa. Quanto mais cedo for instituído o tratamento menor a perda da massa óssea.

OSSO E DENSIDADE

Assim como todos os tecidos e órgãos do corpo humano, o osso é um tecido vivo. Ao longo de nossas vidas, os ossos estão, constantemente, se renovando através de um processo no qual as partes envelhecidas dos ossos são removidas e substituídas por tecido ósseo novo, capaz de resistir às demandas mecânicas e funcionais da nossa vida.

Osteoporose e o tecido ósseo

Esse equilíbrio é mantido graças a um complexo sistema chamado Remodelamento Ósseo, que envolve células responsáveis pela destruição de osso envelhecido (os osteoclastos) e pela formação de osso novo (osteoblastos) que se sucedem continuamente, com o objetivo de manter ossos resistentes.

Osteoporose e os ossos

Nossos ossos são compostos por dois tipos de tecidos ósseos: O Osso Cortical, e o esponjoso ou trabecular. O primeiro forma a capa externa de ossos como o fêmur e a tíbia enquanto o segundo compõe seu preenchimento (também chamado de tutano do osso). O osso trabecular é, em geral, mais ativo quanto a sua renovação e, assim sendo, as fraturas comuns na osteoporose iniciam-se pelos ossos com composição mais esponjosa (como as vértebras e o punho). Apenas mais tarde na vida os ossos de composição mais cortical começam a fraturar (como o quadril).

Durante a infância e adolescência, enquanto crescemos, uma maior quantidade de osso é formada quando comparado a quantidade de osso que é removida. Com isto adquirimos, além de estatura, a chamada “MASSA ÓSSEA” que, entre os 25 e 35 anos, atinge seu ponto máximo, também chamado de “PICO DE MASSA ÓSSEA”.

Após a menopausa (ao redor dos 50 anos), na mulher e um pouco mais tarde nos homens, o corpo passa a remover osso mais rapidamente do que sua capacidade em repará-lo, levando progressivamente a um saldo negativo ou perda óssea. Nas mulheres, esse fenômeno isto se dá, devido a diminuição na produção do hormônio estrogênio, que inicia-se nos anos imediatamente anteriores ao estabelecimento da MENOPAUSA.

O Estrogênio é o hormônio feminino que exerce um importante papel na formação e manutenção da massa óssea. Quando falta estrogênio a perda óssea pode ser excessiva, os ossos se tornam mais frágeis e, portanto, podem quebrar-se com mais facilidade.

A Osteoporose é uma doença na qual os ossos vão ficando mais frágeis e podem quebrar-se com muita facilidade. Se não prevenida e não tratada, o problema pode se intensificar, com dores importantes e, até, ossos quebrados.

Osteoporose nas mulheres

As fraturas por fragilidade óssea, ocorrem tipicamente no quadril, coluna e punho, embora – em princípio – possam atingir qualquer osso do esqueleto. Fraturas vertebrais podem ocorrer, resultando em perda de estatura e curvatura anterior do dorso (cifose).

Fraturas do quadril (ou da parte superior do fêmur), na sua grande maioria, necessitam receber tratamento cirúrgico. Estima-se que cerca de 20% dos pacientes que sofrem fraturas do quadril morrem nos primeiros 12 meses após a cirurgia (a maioria já nos primeiros meses). Além disso, mais de 50% dos sobreviventes permanecem limitados para a marcha ou, pelo menos, para uma de suas atividades da vida diária, com importante perda de independência.

Apesar das mulheres serem quatro vezes mais acometidas pela Osteoporose, os homens também podem desenvolvê-la.

COMO SE DESENVOLVE A OSTEOPOROSE?

O remodelamento ósseo é um processo contínuo de retirada de osso para o sangue e formação de osso novo, ocupando 20 a 30% do esqueleto a cada momento. Através do remodelamento, o tecido ósseo substitui células velhas por novas (o que ocorre em todos tecidos) e o organismo pode dispor de elementos importantes que são armazenados nos ossos, como o cálcio.

Os osteoclastos são as células responsáveis pela reabsorção durante o remodelamento.

Osteoporose - Osteoclastos

No início de cada ciclo de remodelamento os osteoclastos escavam o osso, formando lacunas na sua superfície e cavidades no seu interior. Após cerca de duas semanas os osteoclastos são deslocados pelos osteoblastos que em um período aproximado de três meses preenchem a área absorvida com osso novo.

Até aproximadamente 30 anos de idade a quantidade de osso reabsorvido e reposto é igual.

A partir daí, inicia-se um lento balanço negativo que vai provocar, ao final de cada ativação das unidades de remodelamento, discreta perda de massa óssea. Inicia-se, portanto, um lento processo de perda de massa óssea relacionada com a idade - osteoporose senil - no qual, ao longo de suas vidas, as mulheres perderão cerca de 35% de osso cortical (fêmur, por exemplo) e 50% de osso trabecular (vértebras), enquanto os homens perderão 2/3 desta quantidade.

Além desta fase lenta de perda de massa óssea, as mulheres têm um período transitório de perda rápida de osso no qual a queda de estrógenos circulantes, que ocorre desde a pré-menopausa, desempenha papel importante. O período transitório de perda rápida pode se manter por 4 a 8 anos, nos quais a perda óssea chega até a 2% ao ano. O osso trabecular é metabolicamente mais ativo e mais responsivo às alterações do funcionamento do organismo o que pode explicar porque, neste tipo de osso, a perda óssea inicia-se, em ambos sexos, na terceira década e a massa total de osso declina 6 a 8% a cada 10 anos.

Osso com Osteoporose

Também a resposta à queda estrogênica é mais intensa, havendo grande aceleração do remodelamento ósseo e perda de 5 a 10% de massa óssea ao ano em 40% das mulheres - osteoporose da pós-menopausa.

Observam-se, portanto, dois padrões distintos de alterações no funcionamento das unidades de remodelamento que levarão à osteoporose. Um é lento e dependente da idade - osteoporose senil - e relacionado com defeito na formação óssea; os osteoclastos produzem lacunas de profundidade normal ou até menores, mas os osteoblastos são incapazes de preenchê-las completamente.

Já as modificações que ocorrem com a queda de estrógenos levam a um remodelamento onde há maior número de osteoclastos e cada um produz uma cavidade mais profunda; também há aumento da atividade dos osteoblastos que tentam corrigir o defeito mas não conseguem, caracterizando o remodelamento acelerado onde a atividade de reabsorção é maior e, no final de cada ciclo, haverá um declínio significativo de massa óssea - osteoporose da pós-menopausa.

PONTOS FRACOS DO ESQUELETO

Osteoporose e os pontos fracos do esqueleto

01 Coluna vertebral - Pessoas idosas podem fraturar as vértebras da coluna com freqüência. A chamada "corcunda de viúva" é uma deformação comum e pode até levar à diminuição de tamanho do doente.

É muito importante saber que a maioria das fraturas que ocorrem na coluna se situam na região torácica e não na região lombar como tem sido descrito pela maioria dos reumatologistas e ortopedistas. Vários pesquisadores americanos, entre eles Bonnick (1989) já tinham constatado esse fato. Após revisão dos trabalhos publicados nos últimos 15 anos, o Serviço Preventivo da Força Tarefa Americana a partir de 2002 passou a orientar a densitometria da coluna lombar apenas para as pacientes acima de 65 anos se não possuírem antecedente de fratura na família.

Também informa que esse exame pode apresentar baixa reprodutibilidade (59,0%) em seus resultados quando são realizados anualmente. Por essa razão, recomendam que o exame não deve ser repetido na coluna lombar com intervalo menor do que 3 anos.

02 Punho - Por ser um ponto de apoio, é uma área na qual as fraturas acontecem normalmente. Os ossos sensíveis têm pouca estrutura para sustentar o peso do corpo quando cai.

03 Quadril - As fraturas de pelve são difíceis de cicatrizar e podem levar à invalidez. Estudos mostram que em torno de 50% dos que fraturam o quadril não conseguem mais andar sozinhos.

04 Fêmur - Também muito comum entre os que desenvolvem a doença. É freqüente tanto em homens quanto em mulheres, principalmente depois dos 65 anos. A recuperação costuma ser lenta.

EXERCÍCIOS E A OSTEOPOROSE

O aparecimento da osteoporose está ligado aos níveis de estrógeno do organismo. O estrógeno - hormônio feminino, também presente nos homens, mas em menor quantidade — ajuda a manter o equilíbrio entre a perda e o ganho de massa óssea.

As mulheres são as mais atingidas pela doença, uma vez que, na menopausa, os níveis de estrógeno caem bruscamente. Com isso, os ossos passam a incorporar menos cálcio (fundamental na formação do osso), tornando-se mais frágeis. Para cada quatro mulheres, somente um homem desenvolve esta patologia.

Embora pareçam estruturas inativas, os ossos se modificam ao longo da vida. O organismo está constantemente fazendo e desfazendo ossos. Esse processo depende de vários fatores como genética, boa nutrição, manutenção de bons níveis de hormônios e prática regular de exercícios. As células ósseas (osteócitos) são as responsáveis pela formação do colágeno, que dá sustentação ao osso. Os canais que interligam os osteócitos permitem que o cálcio, essencial para a formação óssea, saia do sangue e ajude a formar o osso.

A densidade mineral de cálcio é reduzida de 501% para 1% quando a osteoporose se instala. O canal medular central do osso torna-se mais largo. Com a progressão da osteoporose, os ossos podem ficar esburacados e quebradiços. O colágeno e os depósitos minerais são desfeitos muito rapidamente e a formação do osso torna-se mais lenta. Com menos colágeno, surgem espaços vazios que enfraquecem o osso.

SINTOMAS DA OSTEOPOROSE

A doença progride lentamente e raramente apresenta sintomas. Se não forem feitos exames sangüíneos e de massa óssea, é percebida apenas quando surgem as primeiras fraturas, acompanhadas de dores agudas. A osteoporose pode, também, provocar deformidades e reduzir a estatura do doente.

POSSÍVEIS MANIFESTAÇÕES CLINICAS

Os sintomas são secundários às fraturas. Quando ocorre nas vértebras, a dor pode ser de dois tipos. Uma é aguda, localizada, intensa, mantendo a paciente imobilizada e relacionada com fratura em andamento. Em situações de dor aguda, inicialmente ela pode ser mal localizada, espasmódica e com irradiação anterior ou para bacia e membros inferiores. A fratura vertebral pode ainda não ser observável com precisão em exame radiológico, dificultando o diagnóstico. A paciente se mantém em repouso absoluto nos primeiros dias. Mesmo sem tratamento, a dor diminui lentamente e desaparece após duas a seis semanas, dependendo da gravidade da fratura. Quando a deformidade vertebral residual é grave, pode permanecer sintomatologia dolorosa de intensidade variável ou esta aparecer tardiamente.

Também ocorrendo com freqüência, a dor pode ser de longa duração e localizada mais difusamente. Nestes casos, ocorreram microfraturas que levam a deformidades vertebrais e anormalidades posturais e conseqüentes complicações degenerativas em articulações e sobrecarga em músculos, tendões e ligamentos.

Nova fratura vertebral é comum, repetindo-se o quadro clínico. Nas pacientes com dor persistente, esta se localiza em região dorsal baixa e/ou lombar e, freqüentemente, também referida a nádegas e coxas. Nesta etapa da evolução da doença as pacientes já terão sua altura diminuida em alguns centímetros às custas das compressões dos corpos vertebrais e do achatamento das vértebras dorsais.

dorso curvo

O dorso curvo (cifose dorsal) é característico e escoliose (curvatura lateral) lombar e dorsal aparecem com grande freqüência. Com a progressão da cifose dorsal há projeção para baixo das costelas e conseqüente aproximação à bacia, provocando dor local que pode ser bastante incômoda. Nos casos mais avançados, a inclinação anterior da bacia leva a alongamento exagerado da musculatura posterior de membros inferiores e contratura em flexão dos quadris e consequentes distúrbios para caminhar, dor articular e em partes moles. Compressão de raíz nervosa é muito rara.

COMO DIAGNOSTICAR A OSTEOPOROSE

O método mais difundido para o diagnóstico da osteoporose é a Densitometria Óssea. Existem outros exames que podem diagnosticar perda de massa óssea em relação ao adulto jovem.

Imagem de uma densitometria óssea para identificar a osteoporose

IMAGEM DE UMA

DENSITOMETRIA ÓSSEA

É importante a pesquisa de fatores de risco para a osteoporose:

  • Raça branca

  • Histórico familiar de osteoporose

  • Vida sedentária

  • Baixa ingestão de cálcio e/ou vitamina D

  • Período da menopausa.

  • Fumo ou bebidas alcoólicas em excesso

  • Pessoa magra e/ou frágil

  • Fratura espontânea prévia

  • Medicamentos, tais como anticonvulsivantes, hormônio tireoideano, glicorticóides e heparina.

  • Doenças de base, tais como hepatopatia crônica, doença de Cushing, diabetes melito, hiperparatireoidismo, linfoma, leucemia, má-absorção, gastrectomia, doenças nutricionais, mieloma, artrite reumatóide e sarcoidose.

Exame de densitometria óssea para identificar a osteoporose

De acordo com a National Osteoporosis Foundation (NOF), que reúne um grande número de pesquisadores de diversas especialidades envolvidas com osteoporose, estas são as indicações formais para o estudo da massa óssea:

  • Todos os indivíduos com mais de 65 anos;

  • Indivíduos com deficiência de hormônios sexuais;

  • Mulheres na pós-menopausa, que não utilizaram cápsulas de gérmen de soja e nem fizeram reposição hormonal;

  • Pacientes com alterações radiológicas sugestivas de osteopenia ou que apresentem fraturas osteoporóticas;

  • Pacientes em uso de corticoterapia crônica;

  • Pacientes com hiperparatiroidismo primário;

  • Pacientes em tratamento da osteoporose, para controle da eficácia da terapêutica.

Além dessas indicações, existem inúmeras outras condições clínicas que, por predisporem à perda óssea, são consideradas fatores de risco e justificam a avaliação. Os fatores de risco são: Antecedente genético: Inúmeros trabalhos observacionais demonstram a agregação familiar de menor massa óssea e a concordância deste traço em gêmeos mono e dizigóticos. Cerca de 70 a 80% da variação da densidade mineral óssea pode ser atribuída a fatores genéticos. Caucasianos e orientais apresentam maior incidência de fraturas do que populações negras, assim como mulheres de qualquer raça em relação aos homens. Deste modo, o antecedente familiar, particularmente materno, de fraturas osteoporóticas é uma indicação para o exame;

Riscos ambientais: Deficiências e/ou distúrbios nutricionais como baixa ingestão de cálcio, baixo peso, dietas de restrição calórica, alcoolismo, excessos de sódio e proteína animal; consumo de cigarro; sedentarismo; longos períodos de imobilização;

Doenças crônicas: Hipertiroidismo, tratamento do câncer diferenciado de tiróide com doses supressivas de T4, hipercortisolismo, insuficiência renal crônica, hepatopatias, doença pulmonar obstrutiva crônica, doenças de má absorção intestinal, hipercalciúria idiopática e artrite reumatóide. O risco de fraturas também está associado a maior risco de quedas, principalmente em pacientes com déficit visual, de força muscular no quadríceps e/ou cognitivo, alterações de marcha e disfunções neurológicas que afetem o equilíbrio;

Uso crônico de drogas: A incidência de fraturas osteoporóticas em usuários de corticosteróides por mais de seis meses é de cerca de 30 a 50%. Mesmo doses pequenas de glicocorticóides, incluindo os inalatórios, podem causar perda óssea na maioria dos indivíduos. Outras drogas associadas à perda óssea são ciclosporina, bloqueadores da secreção de gonadotrofinas, heparina, anti-convulsivantes como hidantoína, carbamazepina e fenobarbitúricos e os quimioterápicos. Drogas que provoquem hipotensão postural ou alterações do equilíbrio, como anti-hipertensivos, barbitúricos, benzodiazepínicos e diuréticos, podem aumentar o risco de quedas.

Quem se encontra em maior risco de desenvolver a doença são:

  • Mulheres;
  • Fumantes;
  • Consumidores de álcool ou café em excesso;
  • Diabéticos;
  • Atividade física inadequada, quer em excesso, quer ausência.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

Segundo a Organização Mundial de Saúde, os critérios para diagnóstico de osteoporose são:

Normal Valor para densidade óssea até 1 desvio-padrão* abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e raça.
Osteopenia Valor para densidade óssea entre 1 a 2,5 desvios-padrões abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e raça.
Osteoporose Valor para densidade óssea mais do que 2,5 desvios-padrões abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e raça.
Osteoporose Severa Valor para densidade óssea mais do que 2,5 desvios-padrões abaixo da média do adulto jovem de mesmo sexo e raça na presença de uma ou mais fraturas decorrentes de fragilidade óssea. (*) 1 desvio-padrão é igual a 10%.

Estas situações são particularmente importantes em mulheres no período perimenopáusico, pois permite apontar as perdedoras rápidas de cálcio ou que não atingiram suficiente pico de massa óssea e serão candidatas a fraturas vertebrais cerca de dez anos após a menopausa se não forem adequadamente tratadas. Deste modo, por meio da densitometria óssea, pode-se detectar estados de osteopenia e conceituar-se osteoporose através da massa óssea e risco estatístico de fratura

PREVENÇÃO A OSTEOPOROSE

  • Fazer exercícios físicos regularmente: os exercícios resistidos são os mais recomendados;
  • Dieta com alimentos ricos em cálcio (como leite e derivados), verduras (como brócolis e repolho), camarão, salmão e ostras.
  • O uso de cápsulas de gérmen de soja ou a reposição hormonal em mulheres durante e após a menopausa consegue evitar a osteoporose.

Osso forte para não ter Osteoporose.

Você pode procurar mais informações sobre dietas, atitudes, exercícios e medicações que podem auxiliá-lo a preservar seus ossos fortes enquanto a idade chega. A eliminação dos maus hábitos de vida, o estímulo à atividade física e a exposição moderada e correta aos raios solares devem ser sempre consideradas seja na prevenção ou no tratamento da osteoporose. Os fatores de risco devem ser preocupação desde a infância para que se tenha ossos sempre fortes


TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE

Se você apresenta osteoporose, seu médico indicará o tratamento que mais lhe convém. Dentre os medicamentos disponíveis atualmente destacam-se a Calcitonina, os Bisfosfonatos, Raloxifeno, a Teriparatida, o Ranelato de Estrôncio, o Cálcio (e suas várias formulações) e a Vitamina D (e seus metabólitos). Estes medicamentos são usados apenas quando realmente é necessário. Apenas o seu médico saberá qual destes medicamentos é mais indicado para você.

A Terapia Hormonal Estrogênica, muitas vezes indicada para mulheres no período pós-menopausa, também são eficazes contra a osteoporose e na redução da ocorrência de fraturas. Há consenso hoje de que os hormônios femininos, quando administrados em baixas doses e por períodos de tempo não prolongados em mulheres nos primeiros anos da menopausa, além dos benefícios esqueléticos, também serão importantes para o tratamento de muitos sintomas comuns nesta fase da vida, tais como: ondas de calor (fogachos),secura vaginal, perda involuntária de urina, insônia e transtornos do humor e sexualidade. O risco do uso destas terapias é o aparecimento do câncer do endométrio (camada interna do útero) e da mama.

O Raloxifeno, outra importante opção na prevenção de fraturas osteoporóticas, apesar de não ser classificado como hormônio, apresenta ações benéficas no osso semelhantes aos estrogênios. Porem, diferentemente da reposição hormonal, também não acarreta risco de estimulação excessiva do útero e das mamas, sendo que vários estudos têm demonstrado que, na verdade, a utilização do Raloxifeno reduziria de forma significativa a chance de ocorrência de câncer mamário.

Os Bisfosfonatos (Alendronato, Risedronato, Ibandronato, Zolendronato) constituem um grupo de medicações de primeira linha para a prevenção e tratamento da osteoporose, não apenas para mulheres, mas também em casos de osteoporose em homens e em pessoas que apresentam perda de massa óssea em decorrência do uso de corticóides (medicamento anti-inflamatório utilizado principalmente no tratamento de doenças reumáticas). Os Bisfosfonatos aliam potente ação redutora de ocorrência de fraturas osteoporóticas com comodidade de uso, já que podem ser administrados em regimes intermitentes (por via oral, em doses semanais ou mensais). Alguns destes medicamentos, inclusive, podem ser administrados, por via venosa, a cada 3 meses ou, até mesmo, 1 vez por ano.

A Calcitonina, uma opção de tratamento muito utilizada no passado, apresenta indicação limitada nos dias atuais, já que os trabalhos científicos conduzidos com esta substância não conseguiram demonstrar um potente benefício no tratamento da osteoporose como aquele obtido com o uso das medicações anteriormente mencionadas. Ficaria ,então, reservada para situações especiais como em pessoas que apresentassem intolerância ou contra-indicação a outros medicamentos para osteoporose.

As medicações citadas até agora apresentam um mecanismo de ação comum: são capazes, todas elas, de promover a interrupção da reabsorção óssea (a perda de cálcio dos ossos) que acontece, de forma marcante, no período da menopausa. Duas das mais recentes opções de tratamento da osteoporose disponíveis no mercado nacional apresentam efeitos diferentes. São elas: o Ranelato de Estrôncio e a Teriparatida.

O Ranelato de Estrôncio combina, além de sua ação anti-reabsortiva óssea, uma capacidade de formar massa óssea adicional. Este efeito duplo, associado à fácil administração do medicamento (envelopes com grânulos para dissolução em um copo de água para ingestão diária) e a capacidade demonstrada de combater eficazmente a osteoporose, fazem deste medicamento mais uma alternativa eficaz para o tratamento desta doença.

A teriparatida, um análogo do Paratormônio (hormônio produzido em nossas glândulas paratireóides), é o agente com maior capacidade de formação óssea disponível no momento, com evidencia robusta de redução de fraturas osteoporóticas.O uso através de injeções subcutâneas diárias e seu alto custo, entretanto, fazem da teriparatida uma opção de tratamento que deve ser indicada em casos selecionados, como, por exemplo, em situações de osteoporose severa, com fraturas, que não responderam ao tratamento com as outra drogas mencionadas anteriormente.

A Terapia Hormonal Estrogênica muitas vezes é indicada pelos médicos para mulheres no período pós-menopausa para auxiliar no combate a osteoporose e na redução da ocorrência de fraturas. Vale lembrar que ainda existem divergências entre os médicos com relação ao uso de hormônios. A reposição dos hormônios é defendida por alguns especialistas que acreditam que esta terapia previne a osteoporose, doenças cardíacas, arteriosclerose e artrite. Mas o risco é o aparecimento do câncer do endométrio (camada interna do útero) e da mama. Trabalhos científicos e estudos clínicos mostram que há vantagens para a qualidade de vida da mulher que é tratada precocemente em relação à menopausa. Porém, ao invés do uso de reposição hormonal por meio de medicamentos, as mulheres podem utilizar o gérmen de soja, o qual além de ser natural, não possui nenhuma contra-indicação e previne a osteoporose, doenças cardíacas, arteriosclerose e artrite, resolvendo praticamente todos os casos sem nenhum efeito colateral, inclusive trazendo outros benefícios para a saúde das pacientes. O gérmen de soja é a parte mais rica da soja, pois é onde se concentra 10 vezes mais isoflavonas que o restante do grão. A isoflavona da soja é um composto também conhecido como fitoestrogênio. Sua estrutura é semelhante ao hormônio feminino (estrógeno). No processo da menopausa, o organismo da mulher deixa de produzir gradativamente esse hormônio feminino (estrógeno) e o gérmen de soja vem se constituindo como uma alternativa cada vez mais utilizada para evitar vários problemas como a osteoporose, além de eliminar sintomas comuns nesta fase da vida, tais como: ondas de calor (fogachos), secura vaginal, perda involuntária de urina, insônia e transtornos do humor e sexualidade.

Na osteoporose instalada é importante que sejam adotadas medidas simples para se evitar quedas tais como retirar tapetes, disposição adequada de móveis, evitar o uso indiscriminado de tranqüilizantes.

Outro fator importante no tratamento da osteoporose é a introdução de exercícios adequados e a exposição ao sol como terapia adjuvante. Não se deve proibir o portador de osteoporose de andar, caminhar, tomar sol pelo medo da fratura, mas adequar sua vida e reduzir seus riscos.

Fonte: http://www.saudecominteligencia.com.br