ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O que é osteoartrite?


A osteoartrite (artrose, artrite degenerativa, doença articular degenerativa, artropatia degenerativa) é um distúrbio crônico das articulações caracterizado pela degeneração da cartilagem articular e do osso adjacente, podendo causar dor e rigidez articulares. A osteoartrite, o distúrbio articular mais comum, afeta em um certo grau muitos indivíduos aproximadamente em torno dos 70 anos de idade. Os homens e as mulheres são igualmente afetados, mas o distúrbio tende a ocorrer mais precocemente nos homens.

A osteoartrite também ocorre em todos os animais vertebrados (que contêm coluna vertebral), inclusive nos peixes, nos anfíbios e nas aves. Os animais aquáticos, como os golfinhos e as baleias, podem apresentar osteoartrite, mas os animais que costumam ficar grande parte do tempo de cabeça para baixo (p.ex., morcegos e preguiças) não apresentam osteoartrite. Como se trata de um distúrbio altamente disseminado no reino animal, alguns estudiosos acreditam que a osteoartrite pode ter evoluído a partir de um método antigo de reparação da cartilagem.

Muitos mitos sobre a osteoartrite ainda persistem. Por exemplo, que trata-se de um fato inevitável do processo de envelhecimento, como os cabelos grisalhos e as alterações da pele; que a osteoartrite produz incapacidades mínimas; e que o seu tratamento não é eficaz. Embora a osteoartrite seja mais comum em indivíduos idosos, ela não é causada pelo simples desgaste que ocorre com o processo de envelhecimento. Quase todos os indivíduos que apresentam esse distúrbio, especialmente os mais jovens, são assintomáticos ou apresentam poucos sintomas. Entretanto, alguns individuos idosos apresentam incapacidades importantes.

Causas

Normalmente, as articulações apresentam um nível de atrito tão baixo que não sofrem desgaste, exceto quando utilizadas excessivamente ou quando sofrem lesões. A osteoartrite começa com uma alteração das células que sintetizam os componentes da cartilagem, como o colágeno (proteína fibrosa e resistente encontrada no tecido conjuntivo) e os proteoglicanos (substâncias que provêem a elasticidade da cartilagem).

Em seguida, a cartilagem pode crescer exageradamente, mas, finalmente, ela diminui de espessura e apresenta fissuras em sua superfície. Ocorre a formação de pequenas cavidades na medula óssea localizada sob a cartilagem, enfraquecendo o osso. Pode ocorrer um crescimento ósseo excessivo nas bordas da articulação, produzindo tumefações (osteófitos) que podem ser observados e palpados. Essas protuberâncias podem afetar o funcionamento normal da articulação, causando dor. Em última instância, a superfície lisa e deslizante da cartilagem torna-se irregular e apresenta depressões puntiformes, impedindo que a articulação mova-se suavemente.

Ocorre alteração da articulação em decorrência da deterioração de todos os seus componentes, isto é, os ossos, a cápsula articular (tecido que envolve algumas articulações), a membrana sinovial (tecido que reveste a articulação), os tendões e a cartilagem. A osteoartrite é classificada como primária (idiopática), quando a sua causa é desconhecida, e como secundária, quando ela é decorrente de um outro problema (p.ex., doença de Paget ou uma infecção, deformidade, lesão ou uso excessivo da articulação).

Os indivíduos que utilizam determinadas articulações de forma repetitiva, como os operários de fundições mineiros e motoristas de ônibus, apresentam maior risco. Entretanto, os corredores de longa distãncia treinados não apresentam um maior risco de desenvolver esse distúrbio. A obesidade pode ser um fator importante no desenvolvimento da osteoartrite. No entanto, não existem evidências conclusivas a respeito.

Sintomas

Ao atingirem os 40 anos de idade, muitos indivíduos apresentam algumas evidências radiográficas de osteoartrite, especialmente nas articulações que sustentam o peso, como a do quadril. No entanto, um número relativamente pequeno apresenta sintomas. Geralmente, os sintomas apresentam um desenvolvimento gradual e afetam apenas uma ou algumas poucas articulações.

As articulações dos dedos das mãos, da base dos polegares, do pescoço, da região lombar, dos dedos dos pés, dos quadris e dos joelhos são as comumente afetadas. A dor, a qual geralmente piora com a prática de exercícios, é o primeiro sintoma. Alguns indivíduos podem apresentar rigidez articular após um período de sono ou após um período de inatividade, mas, normalmente, a rigidez desaparece 30 minutos após a articulação começar a ser movimentada. À medida que a lesão causada pela osteoartrite piora, a articulação pode tornar-se menos móvel e, finalmente, ela pode congelar em flexão.

O novo crescimento da cartilagem, do osso ou de qualquer outro tecido pode fazer com que as articulações aumentem de tamanho. A cartilagem irregular produz rangido e crepitação quando as articulações são movimentadas. Freqüentemente, ocorre a formação de protuberâncias ósseas (nódulos de Heberden) nas pontas dos dedos das mãos. Em algumas articulações, como a do joelho, os ligamentos (que circundam e sustentam a articulação) são distendidos e provocam instabilidade articular. A palpação ou a movimentação da articulação podem ser muito dolorosas.

Em contraste, o quadril torna-se mais rígido, com redução da amplitude dos movimentos. A movimentação dessa articulação também é muito dolorosa. Freqüentemente, a osteoartrite afeta a coluna vertebral. A dor nas costas é o sintoma mais comum. Em geral as articulações lesadas da coluna vertebral causam somente dor leve e rigidez. Entretanto, no caso do crescimento ósseo excessivo comprimir nervos, a osteoartrite da coluna cervical (pescoço) ou da região lombar (porção baixa das costas) pode causar adormecimento, sensações incomuns, dor e fraqueza de um membro superior ou inferior.

Raramente, ocorre compressão dos vasos sangüíneos que irrigam a parte posterior do cérebro. Quando isto ocorre, o indivíduo pode apresentar problemas de visão, vertigem, náusea e vômito. Algumas vezes, os crescimentos ósseos comprimem o esôfago, dificultando a deglutição. Mais freqüentemente, a osteoartrite evolui lentamente após o surgimento dos sintomas e muitos indivíduos terminam apresentando um certo grau de invalidez, mas, ocasionalmente, a degeneração articular cessa ou chega mesmo a ser revertida.

Tratamento

Exercícios apropriados, incluindo os de alongamento, de musculação e posturais – ajudam a manter a cartilagem saudável, aumentam a amplitude dos movimentos da articulação e fortalecem os músculos circunvizinhos, de modo que eles possam absorver melhor os choques. O exercício deve ser equilibrado com o repouso das articulações doloridas. No entanto, é mais provável que a imobilização de uma articulação piore a osteoartrite ao invés de aliviá-la. O uso de cadeiras, poltronas reclináveis, colchões e assentos de carro excessivamente macios pode piorar os sintomas. Comumente, recomenda-se o uso de cadeiras de encosto reto, colchões duros e estrados de cama inteiriços.

Para a osteoartrite da coluna vertebral, exercícios específicos algumas vezes são úteis e, quando o quadro é grave, pode ser necessário o uso de suportes ou coletes ortopédicos para as costas. A manutenção das atividades cotidianas, de um papel ativo e independente no seio da família e da atividade laborativa é importante. A fisioterapia, freqüentemente terapia com calor, pode ser útil. Por exemplo, para o tratamento de dor nos dedos das mãos, pode ser recomendado o uso de cera de parafina quente misturada a um óleo mineral a temperaturas de 47°C-52°C, o banho de parafina e banhos com água quente ou morna. As talas ou os suportes podem proteger articulações específicas durante a realização de atividades que provocam dor. Nos casos de osteoartrite da região cervical, a massagem realizada por terapeutas treinados, a aplicação de tração e o tratamento térmico profundo com diatermia ou ultra-som podem ser úteis.

As drogas são o aspecto menos importante do programa global de tratamento. Um analgésico (p.ex., acetaminofeno) pode ser suficiente. O paciente pode tomar uma droga antiinflamatória não esteróide (p.ex., aspirina ou ibuprofeno) para diminuir a dor e o edema. Se uma articulação torna- se abruptamente inflamada, edemaciada e dolorida, pode ser realizada a injeção intra-articular de corticosteróides. Geralmente, esse tratamento proporciona apenas um alívio de curta duração. A cirurgia pode ser útil quando todos os demais tratamentos não propiciaram alívio ao paciente. Algumas articulações, mais comumente a do quadril e a do joelho, podem ser substituídas por uma articulação artificial. A substituição costuma ser muito eficaz, quase sempre melhorando os movimentos e a função e reduzindo a dor de forma dramática. Por essa razão, quando a função torna-se limitada, a substituição da articulação deve ser aventada.

fonte: Manual Merck

Infecções Fúngicas


Sendo um tipo de planta, os fungos incluem os mofos e os cogumelos. O meio ambiente está carregado de esporos de diversos fungos e, geralmente, estes flutuam no ar. Entre a ampla variedade de esporos que pousam na pele ou são inalados até os pulmões, alguns podem causar pequenas infecções, que raramente disseminamse a outras partes do corpo. Alguns poucos tipos de fungo (p.ex., Candida) conseguem viver normalmente sobre a superfície do corpo ou nos intestinos. Apenas ocasionalmente esses habitantes normais do organismo causam infecções locais da pele, da vagina ou da boca. No entanto, em raros casos, eles causam danos maiores. Algumas vezes, determinadas espécies de fungo podem causar infecções graves dos pulmões, do fígado e do resto do corpo.

Os fungos apresentam uma tendência especial para causar infecções em indivíduos com o sistema imunológico comprometido. Por exemplo, os indivíduos com AIDS ou aqueles que estão sendo submetidos a um tratamento antineoplásico apresentam uma maior probabilidade de desenvolver infecções fúngicas graves. Algumas vezes, os indivíduos com comprometimento da imunidade apresentam infecções causadas por fungos que dificilmente causam males aos indivíduos que possuem um sistema imunológico normal. Essas infecções incluem a mucormicose e a aspergilose. Algumas infecções fúngicas são mais comuns em certas regiões geográficas.

Nos Estados Unidos, a coccidioidomicose ocorre quase que exclusivamente no sudoeste, enquanto que a histoplasmose é comum no leste e no meio-oeste, especialmente nos vales dos rios Ohio e Mississipi. A blastomicose ocorre apenas na América do Norte e na África. Como muitas infecções fúngicas evoluem lentamente, podem transcorrer meses ou anos antes que o indivíduo infectado perceba a necessidade de cuidado médico. Essas infecções podem ser de difícil tratamento e este normalmente é prolongado. Existem disponíveis vários medicamentos antifúngicos.

Histoplasmose

A histoplasmose é uma infecção causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, que afeta principalmente os pulmões, mas que pode algumas vezes disseminar-se por todo o corpo. Os esporos do Histoplasma estão presentes no solo, particularmente em certos estados do leste e do meio-oeste dos Estados Unidos. Os fazendeiros e outros trabalhadores que manipulam o solo infectado são os que apresentam maior risco de inalar esporos. Uma doença grave pode ocorrer quando o indivíduo inala uma grande quantidade de esporos. Os indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresentam uma maior probabilidade de contrair a histoplasmose, especialmente a forma que se dissemina por todo o corpo.

Sintomas e Prognóstico

A maioria dos indivíduos infectados é assintomática. Contudo, naqueles que apresentam sinais de infecção, a histoplasmose pode manfestar-se sob três formas: a forma aguda, a forma progressiva disseminada e a forma crônica cavitária. Na forma aguda, os sintomas geralmente iniciam 3 a 21 após a inalação de esporos do fungo. O indivíduo pode sentir-se doente e apresentar febre e tosse. Os sintomas comumente desaparecem sem tratamento em 2 semanas e raramente duram mais do que 6 semanas. Esta forma de histoplasmose raramente é fatal. A forma progressiva disseminada normalmente não afeta adultos sadios. Ela ocorre em lactentes e nos indivíduos com comprometimento do sistema imunológico (p.ex., indivíduos com AIDS). Os sintomas podem piorar lentamente ou de modo extremamente rápido. Pode ocorrer aumento do fígado, do baço e de linfonodos. Menos comumente, a infecção produz úlceras na boca e nos intestinos. Em raros casos, as glândulas adrenais são lesadas, causando a doença de Addison. Quando não tratada, a forma progressiva disseminada da histoplasmose é fatal em 90% dos casos. Mesmo com o tratamento, os indivíduos com AIDS podem morrer. A forma crônica cavitária é uma infecção pulmonar que evolui gradualmente ao longo de várias semanas, produzindo tosse e uma maior dificuldade respiratória. Os sintomas incluem a perda de peso, a sensação de mal-estar generalizado e a febre baixa. A maioria dos indivíduos recuperam-se sem tratamento em 2 a 6 meses. No entanto, a dificuldade respiratória pode aumentar gradualmente e alguns indivíduos podem expectorar sangue, algumas vezes em grandes quantidades. A lesão pulmonar ou a invasão bacteriana dos pulmões pode acarretar a morte.

Diagnóstico e Tratamento

Para estabelecer o diagnóstico, o médico coleta amostras do escarro, de linfonodos, da medula óssea, do fígado, de úlceras bucais, da urina ou do sangue do indivíduo infectado. Essas amostras são enviadas ao laboratório para cultura e análise. Os indivíduos com a forma aguda da histoplasmose raramente necessitam de tratamento medicamentoso. Entretanto, aqueles com a forma progressiva disseminada freqüentemente respondem satisfatoriamente ao tratamento com anfotericina B administrada pela via intravenosa ou com itraconazol oral. Na forma crônica cavitária, o fungo pode ser eliminado pelo itraconazol ou pela anfotericina B, apesar da destruição causada pela infecção acarretar a formação de tecido cicatricial. Os problemas respiratórios similares aos causados pela doença pulmonar obstrutiva crônica normalmente persistem. Por essa razão, o tratamento deve ser instituído o mais breve possível para limitar o dano pulmonar.

Coccidioidomicose

A coccidioidomicose (febre de San Joaquin, febre do vale) é uma infecção causada pelo fungo Coccidioides immitis que geralmente afeta os pulmões. A coccidioidomicose ocorre tanto como uma infecção pulmonar leve que desaparece sem tratamento (forma aguda primária) quanto como uma infecção infecção progressiva grave que se dissemina por todo o corpo e, freqüentemente, fatal (forma progressiva). A forma progressiva é freqüentemente um sinal de que o indivíduo apresenta um comprometimento do sistema imunológico, normalmente em decorrência da AIDS. Os esporos do Coccidioides estão presentes no solo de certas áreas da América do Norte, da América Central e da América do Sul. Os fazendeiros e outros trabalhadores que manipulam o solo apresentam maior probabilidade de inalar os esporos e de tornarem-se infectados. Os indivíduos que são infectados durante uma viagem podem apresentar sintomas da doença somente após deixarem a área.


Fatores de Risco Para o Desenvolvimento de Infecções Fúngicas

Terapia que suprime o sistema imune
• Drogas antineoplásicas (quimioterapia)
• Corticosteróides e outras drogas imunossupressoras Doenças e outras condições
• AIDS
• Insuficiência renal
• Diabetes
• Doença pulmonar (p.ex., enfisema)
• Doença de Hodgkin ou outros linfomas
• Leucemia
• Queimaduras extensas

Sintomas

A maioria dos indivíduos com a forma aguda primária da coccidioidomicose não apresenta sintomas. Quando estes ocorrem, eles manifestam- se 1 a 3 semanas após o indivíduo ser infectado. A maioria apresenta sintomas leves e eles incluem a febre, a dor torácica e calafrios. Além disso, o indivíduo pode apresentar tosse com expectoração de escarro e, ocasionalmente, de sangue. Alguns apresentam o reumatismo do deserto, um condição caracterizada pela conjuntivite (inflamação da superfície do olho), pela artrite (inflamação das articulações) e pelo eritema nodoso (nódulos cutâneos). A forma progressiva da doença é incomum e pode ocorrer semanas, meses ou mesmo anos após a infecção aguda primária ou após o indivíduo ter vivido em uma área onde a doença é comum. Os sintomas incluem a febre baixa, a inapetência, a perda de peso e a fraqueza. A infecção pulmonar pode piorar, causando uma maior dificuldade respiratória. A infecção também pode disseminar-se dos pulmões para os ossos, as articulações, o fígado, o baço, os rins e o cérebro e as meninges.

Diagnóstico

O médico pode suspeitar de coccidioidomicose quando um indivíduo que habita ou que viajou recentemente a uma área infectada apresenta esses sintomas. São coletadas amostras de escarro ou de pus do indivíduo infectado e as mesmas são enviadas a um laboratório para análise. Os exames de sangue podem revelar a presença de anticorpos contra o fungo. Esses anticorpos surgem precocemente, mas desaparecem na forma aguda primária da doença. Eles persistem na forma progressiva.

Prognóstico e Tratamento

A forma aguda de coccidioidomicose geralmente desaparece sem tratamento e a recuperação normalmente é completa. Conduto, os indivíduos com a forma progressiva são tratadas com anfotericina B intravenosa ou com fluconazol oral. Alternativamente, o médico pode tratar a infecção com itraconazol ou cetoconazol. Embora as drogas possam ser eficazes contra as infecções localizadas (p.ex., cutânea, óssea ou articular), as recidivas ocorrem freqüentemente após a interrupção do tratamento. Os tipos mais graves de coccidioidomicose progressiva disseminada são freqüentemente fatais, especialmente a meningite (infecção das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal). Quando um indivíduo apresenta meningite, o fluconazol é utilizado. Alternativamente, pode ser utilizada a administração de anfotericina B no líquido cefalorraquidiano. O tratamento deve ser mantido por anos, freqüentemente pelo resto da vida. A meningite não tratada é sempre fatal.

Blastomicose

A blastomicose (blastomicose norte-americana, doença de Gilchrist) é uma infecção causada pelo fungo Blastomyces dermatitidis. A blastomicose é basicamente uma infecção pulmonar, mas, algumas vezes, ela dissemina-se através da corrente sangüínea. Os esporos do Blastomyces provavelmente penetram no organismo através do trato respiratório, quando eles são inalados. Desconhece-se a origem dos esporos no ambiente, mas uma epidemia foi relacionada a tocas de castor. A maioria das infecções ocorre nos Estados Unidos, sobretudo no sudeste e no vale do rio Mississipi. Também têm havido infecções em áreas muito dispersas da África. Geralmente são afetados homens com 20 a 40 anos de idade. A doença é rara em indivíduos com AIDS.

Sintomas e Diagnóstico

A blastomicose pulmonar começa gradualmente com uma febre, calafrios e sudorese profusa. O indivíduo pode apresentar tosse produtiva ou não, dor torácica e dificuldade respiratória. Apesar da infecção pulmonar normalmente piorar lentamente, algumas vezes ela melhora sem tratamento. A forma disseminada de blastomicose pode afetar muitas áreas do corpo. Uma infecção cutânea pode iniciar como pequenas proeminências (pápulas) que podem conter pus (papulopústulas). As pápulas e as papulopústulas duram pouco tempo e disseminam-se lentamente. A seguir, surgem na pele pequenas placas elevadas e verrucosas circundadas por abcessos diminutos e indolores (alguns possuem o tamanho de uma ponta de alfinete). Os ossos podem apresentar tumefações dolorosas. Nos homens, pode ocorrer um aumento doloroso do epidídimo (uma estrutura em forma de cordão aderida aos testículos) ou um profundo mal-estar devido a uma prostatite (infecção da próstata). O médico pode estabelecer o diagnóstico através do exame microscópico de uma amostra de escarro ou de tecido infectado (p.ex., pele). Quando são observados fungos, pode ser realizada uma cultura da amostra e o exame laboratorial para confirmar o diagnóstico.

Tratamento

A blastomicose pode ser tratada com anfotericina B intravenosa ou com o itraconazol oral. Com o tratamento, o indivíduo começa a sentirse melhor em 1 semana e o fungo desaparece rapidamente. Sem tratamento, a infecção piora lentamente e leva à morte.

Candidíase

A candidíase (candidose, monilíase) é uma infecção causada por cepas de Candida, especialmente a Candida albicans. A infecção das membranas mucosas, como ocorre na boca ou na vagina, é comum em indivíduos com sistema imunológico normal. No entanto, essas infecções são mais comuns ou persistentes em indivíduos com diabetes ou AIDS e em mulheres grávidas. Os indivíduos com comprometimento do sistema imunológico normalmente apresentam uma candidíase que se dissemina por todo o corpo. Aqueles que apresentam uma baixa contagem leucocitária, a qual pode ser causada pela leucemia ou pelo tratamento de outros tipos de câncer, e aqueles com um cateter instalado em um vaso sangüíneo apresentam um maior risco de candidemia (infecção da corrente sanguínea pela Candida). Uma infecção das válvulas cardíacas (endocardite) pode ocorrer como conseqüência de uma cirurgia ou de outros procedimentos invasivos envolvendo o coração e os vasos sangüíneos.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas da candidíase variam, dependendo do tecido infectado. Por exemplo, a infecção bucal (“sapinho”) produz placas cremosas, brancas e dolorosas no interior da boca. A presença de placas no esôfago podem dificultar a deglutição ou a ingestão de alimentos. Uma infecção das válvulas cardíacas pode provocar febre, sopro cardíaco e aumento do baço. Uma infecção da retina (membrana sensível à luz situada na superfície interna da parte posterior do globo ocular) pode causar cegueira. Uma infecção do sangue (candidemia) ou do rim pode produzir febre, uma queda acentuada da pressão arterial (choque) e diminuição da produção de urina. Muitas infecções causadas por Candida são diagnosticas apenas através dos sintomas. Para um diagnóstico definitivo, é necessária a observação de fungos em uma amostra da pele examinada ao microscópio. A cultura de amostras de sangue ou de líquido cefalorraquidiano também pode revelar a presença de Candida.

Prognóstico e Tratamento

Quando a candidíase é limitada à boca ou à vagina, as medicações antifúngicas podem ser aplicadas diretamente na área ou pode ser utilizado o fluconazol oral. A candidíase que se disseminou por todo o corpo é uma doença grave, progressiva e potencialmente letal, sendo geralmente tratada com a anfotericina B intravenosa, embora, em alguns casos, o fluconazol seja eficaz. Certas doenças (p.ex., diabetes) podem piorar a candidíase e devem ser controladas para auxiliar na erradicação da infecção.

Esporotricose

A esporotricose é uma infecção causada pelo fungo Sporothrix schenckii. O Sporothrix é geralmente encontrado em roseiras, arbustos de uva-espim, musgo esfagno e outras matérias vegetais. Freqüentemente, os fazendeiros, os jardineiros e os horticultores são infectados. Geralmente, a esporotricose afeta a pele e os vasos linfáticos vizinhos. Ocasionalmente, os pulmões ou outros tecidos podem ser infectados.

Sintomas e Diagnóstico

Geralmente, uma infecção cutânea e dos vasos linfáticos vizinhos iniciam em um dedo da mão como um nódulo pequeno e indolor, o qual cresce lentamente e, a seguir, forma uma ferida. No decorrer dos dias ou semanas seguintes, a infecção dissemina-se através dos vasos linfáticos do dedo, da mão e do braço até os linfonodos, formando nódulos e úlceras ao longo do trajeto. Normalmente, o indivíduo não apresenta outros sintomas. A infecção pulmonar pode causar pneumonia, com uma discreta dor torácica e tosse, normalmente em indivíduos que apresentam alguma outra doença pulmonar (p.ex., enfisema). É menos comum ocorrer uma infecção em outras partes do corpo (p.ex., ossos, articulações, músculos ou olhos). Raramente, ocorre uma infecção no baço, no fígado, nos rins, nos órgãos genitais ou no cérebro. Os nódulos e as lesões característicos podem fazer o médico suspeitar de esporotricose. O diagnóstico é confirmado através da cultura e da identificação do Sporothrix em amostras de tecido infectado.

Tratamento

A esporotricose que afeta a pele geralmente dissemina-se muito lentamente e raramente é fatal. A infecção cutânea é tratada com o itraconazol oral. O iodeto de potássio, também administrado pela via oral, pode ser prescrito em lugar do itraconazol, mas ele não é tão eficaz e causa efeitos colaterais na maioria dos pacientes como, por exemplo, erupção cutânea, coriza e inflamação dos olhos, da boca e da garganta. Para as infecções generalizadas e potencialmente letais, é realizada a administração de anfotericina B intravenosa, mas o itraconazol oral tem se revelado eficaz ou mesmo mais eficaz à medida em que é utilizado em um número cada vez maior de casos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

O envelhecimento da pele


O envelhecimento da pele

Ao longo dos anos, a pele, assim como todos os demais órgãos do corpo, sofre alterações e envelhece. Tais alterações levam à perda de elasticidade e luminosidade, surgem rugas e flacidez. Mas não é só o envelhecimento cronológico que faz com que a aparência da pele mude ao longo dos anos. Fatores externos como o estresse, o fumo e, principalmente, a radiação solar, influenciam e aceleram o envelhecimento da pele, fazendo com que o aspecto da pele seja alterado mais cedo, com o surgimento de manchas, casquinhas, asperezas, rugas e outros sinais do envelhecimento precoce.

O que acontece dentro da pele

Na epiderme começa a haver uma diminuição de suas camadas. O número de células que se descamam da pele começa a diminuir em função da alteração da renovação celular. Há uma diminuição da produção hormonal e a pele começa a apresentar ressecamento.

A derme começa a apresentar uma diminuição da quantidade e da qualidade do gel coloidal, perdendo sua capacidade de reter a água e de manter o equillbrio na produção das fibras de colágeno e elastina, que sustentam a pele.

Com isso a manutenção da firmeza e da elasticidade da pele fica fragilizada. Os vasos sanguíneos vão perdendo a capacidade de eliminar as toxinas do organismo e também de nutrir e oxigenar as células da epiderme. Assim sendo, a renovação celular fica prejudicada.

Além de tudo isso, a comunicação entre todas as células da que é essencial para seu bom funcionamento, fica deficiente e fragilizada, desequilibrando uma série de processos naturais, dentre eles os já mencionados.

O envelhecimento natural

Ao longo da vida, a pele passa por diferentes fases. É nela que ficam mais evidentes os efeitos do tempo.

A partir dos 12 anos

Começam a ocorrer alterações hormonais e, consequentemente, pode surgir o acne.

A partir dos 20 anos

Começam a aparecer os primeiros sinais do tempo. Surgem marcas muito finas, principalmente ao redor dos olhos e da boca. Nessa faixa etária, é comum a ocorrência de peles com graus de oleosidade e acne. Nesta fase os tratamentos priorizam a prevenção contra o envelhecimento.

A partir dos 30 anos

Os sinais iniciais do envelhecimento começam a ser notados. Começam a as primeiras rugas. As fibras de e elastina começam a sofrer alterações na produção e regulação, com efeitos prejudiciais em sua qualidade e quantidade. Em razão dessas alterações, começa o processo diminuição da densidade cutânea, com a perda de firmeza e elasticidade, afetando contorno do rosto. A renovação celular e a hidratação natural da pele começam a diminuir. Nesta faixa etária deve-se tratar a pele para estimular suas funções, prevenindo ou diminuindo os efeitos que se acentuarão com o passar do tempo.

A partir dos 45 anos

Os sinais do tempo já são bem visíveis, com linhas de expressão e rugas acentuadas. A alteração na produção das fibras de colágeno e elastina aumenta e as fibras desorganizam-se. A renovação celular torna-se irregular a pele vai perdendo cada vez mais sua hidrataçãonatural.A queda natural na produção de hormônios traz ainda mais prejuízo a todas as funções da pele. Todas essas alterações fazem com que ocorra perda em sua densidade, firmeza e elasticidade.

A partir dos 60 anos

A pele, como um todo, está bem comprometida, com todos seus sinais bem aparentes: as rugas acentuadas, a perda da elasticidade e da firmeza é perceptível e ela se torna muito mais fina, flácida, frágil, desidratada e desprotegida. A renovação celular é bastante deficiente. A contínua diminuição das taxas hormonais impossibilita a recuperação natural da pele. É a fase em que os ativos que combatem os sinais do tempo são mais necessários a sua revitalização.

O fotoenvelhecimento

A partir dos 30 anos, as células que colorem a superfície da pele, chamadas de melanócitos, diminuem de 10 a 20% a cada década. Com isso, os melanócitos que ficam se coram mais. Os raios solares nocivos aumentam o número dessas células de maneira errada, causando as manchas senis, outro sinal do envelhecimento cutâneo.

A pele fotoenvelhecida apresenta perda da elasticidade, rugas, manchas escuras ou claras e alterações da superfície, podendo tornar-se áspera e descamativa. Já a pele envelhecida em decorrência da deterioração natural do organismo tem uma aparência mais fina, flácida, com pouca elasticidade e apresenta rugas finas, porém sem manchas ou alterações em sua superfície. As regiões do corpo que são pouco expostas ao sol como a área próximas as axilas apresentam tais características em pessoas idosas.

Prevenção e tratamento

Felizmente, hoje sabemos que podemos adiar os efeitos do tempo, protegendo a pele de seu mais implacável inimigo: o sol. Além disso, os avanços tecnológicos chegaram aos cosméticos, que hoje possuem formulações poderosas, capazes de reduzir com eficiência os sinais da pele envelhecida.

Os especialistas são unânimes: o tratamento mais eficiente é a prevenção. Quanto antes a pessoa começa a se cuidar, melhor. E quem já atingiu a casa dos 30 deve começar logo, pois é a partir dos 30 anos de idade que o desempenho biológico começa a declinar. Alguns cuidados básicos ajudam a preservar a saúde, a beleza e a juventude da pele ao longo do tempo. Clique aqui e descubra quais são estes cuidados e pratique-os diariamente, pelo bem da sua pele.

Fontes: Curso Natura de Pele / Dermatologia.net

sábado, 26 de dezembro de 2009

Infecções Parasitárias


Um parasita é um organismo como, por exemplo, um animal unicelular (protozoário) ou um verme, que sobrevive habitando o interior de outro organismo, geralmente muito maior (o hospedeiro). As infecções parasitárias são comuns nas zonas rurais da África, da Ásia e da América do Sul, mas são raras nos países desenvolvidos. Contudo, os indivíduos oriundos de países desenvolvidos que visitam países em desenvolvimento podem ser infectados por parasitas e retornam ao seu país sem saber que são portadores de uma infecção, que pode não ser prontamente diagnosticada pelo fato de ser muito pouco freqüente.

Geralmente, os vermes penetram o organismo através da boca, embora alguns penetrem através da pele. Os vermes que infectam o intestino podem permanecer neste órgão ou podem penetrar a parede intestinal e infectar outros órgãos. Os vermes que penetram a pele freqüentemente perfuram a planta dos pés ou penetram a pele quando o indivíduo nada em águas infectadas. Quando o médico suspeita que um indivíduo pode apresentar uma infecção parasitária, ele pode ser solicitados exames de amostras de sangue, de fezes ou de urina. Além disso, ele pode realizar a coleta de uma amostra do líquido de um órgão ou de um tecido que parece estar infectado. Geralmente, são necessários vários exames para se detectar a presença de parasitas nessas amostras.

Os parasitas freqüentemente se reproduzem no hospedeiro que eles infectam, de modo que seus ovos algumas vezes são encontrados no hospedeiro. Se os parasitas se reproduzirem no trato digestivo, os ovos podem ser encontrados nas fezes do hospedeiro. Para estabelecer o diagnóstico de uma infecção parasitária, o médico geralmente realiza a coleta de três amostras de fezes com intervalos de 1 a 2 dias. Em algumas situações, as amostras de fezes são coletadas com o auxílio de um sigmoidoscópio (tubo de visualização flexível utilizado para examinar a porção inferior do intestino grosso). O indivíduo que fornece a amostra de fezes não deve utilizar antibióticos, laxantes ou antiácidos, pois esses medicamentos podem reduzir o número de parasitas e tornar a sua detecção laboratorial mais difícil. Alternativamente, para realizar o diagnóstico, é realizada a coleta de líquido do duodeno (porção superior do intestino delgado) ou a coleta de uma amostra do conteúdo intestinal com o auxílio de um fio de náilon passado através da boca.

Amebíase

A amebíase é uma infecção do intestino grosso causada pela Entamoeba histolytica, um parasita unicelular. A Entamoeba histolytica existe em duas formas durante o seu ciclo de vida: o parasita ativo (trofozoíto) e o parasita inativo (cisto). Os trofozoítos vivem no meio do conteúdo intestinal e alimentam-se de bactérias ou da parede intestinal. No início da infecção, os trofozoítos podem causar diarréia, que os expele do corpo. Fora do corpo, os frágeis trofozoítos morrem. Quando o indivíduo não apresenta diarréia, os trofozoítos geralmente transformam-se em cistos antes de deixar o intestino. Os cistos são muito resistentes e podem disseminar-se tanto diretamente (de um indivíduo a outro), ou indiretamente (através dos alimentos ou da água).

A transmissão direta, a via mais comum nos Estados Unidos, ocorre através do contacto com fezes infectadas. A disseminação da amebíase é mais provável entre indivíduos internados que apresentam más condições de higiene que entre os não internados e através do contacto sexual (particularmente entre homossexuais do sexo masculino) que através do contacto casual. A transmissão indireta dos cistos é mais comum em áreas onde as condições sanitárias são insatisfatórias (p.ex., campos de trabalho não permanentes). As frutas e os vegetais podem ser contaminados quando crescem em solo fertilizado com fezes humanas, quando lavados com água poluída ou quando preparados por alguém que está infectado.

Sintomas

A maioria dos indivíduos infectados, sobretudo aqueles que vivem em climas temperados, são assintomáticos. Algumas vezes, os sintomas são tão vagos que quase passam despercebidos. Os sintomas podem incluir a diarréia intermitente e a constipação, a flatulência (aumento de gases e dores abdominais tipo cólicas). O abdômen pode ser sensível à palpação e as fezes podem conter muco e sangue. O indivíduo pode apresentar uma discreta febre. Entre os episódios, os sintomas são reduzidos a cólicas recorrentes e a fezes líquidas ou muito moles. A emaciação e a anemia são comuns.

A invasão da parede intestinal pelos trofozoítos pode causar a formação de um grande nódulo (ameboma). O ameboma pode provocar a obstrução intestinal e ser confundido com o câncer. Ocasionalmente, os trofozoítos perfuram a parede intestinal. A liberação do conteúdo intestinal para o interior da cavidade abdominal produz uma dor abdominal intensa e uma peritonite (infecção abdominal), a qual exige atenção médica imediata. A invasão do apêndice e do intestino circunvizinho por trofozoítos pode causar uma forma leve de apendicite. A cirurgia de retirada do apêndice pode provocar a disseminação de trofozoítos por toda a cavidade abdominal.

Por essa razão, a cirurgia pode ser retardada 48 a 72 horas para que sejam administrados medicamentos que matam os trofozoítos. Pode ocorrer a formação de um abcesso cheio de trofozoítos. Os sintomas incluem a dor ou o desconforto na área sobre o fígado, febre intermitente, sudorese, calafrios, náusea, vômito, fraqueza, perda de peso e, ocasionalmente, icterícia discreta. Em determinados casos, os trofozoítos disseminam- se através da corrente sangüínea, causando infecção nos pulmões, no cérebro e em outros órgãos. A pele também pode ser infectada, sobretudo em torno das nádegas e dos órgãos genitais, assim como em feridas causadas por cirurgias ou por lesões.

Diagnóstico

A amebíase é diagnosticada através do exame de fezes do indivíduo infectado. Pode ser necessária a coleta de 3 a 6 amostras de fezes para que o diagnóstico seja estabelecido. Um proctoscópio (tubo de visualização flexível) pode ser utilizado para o exame do interior do reto e a coleta de uma amostra de tecido de qualquer úlcera que seja detectada nessa área. Os indivíduos com um abcesso hepático quase sempre apresentam concentrações séricas elevadas de anticorpos contra o parasita. No entanto, como esses anticorpos podem permanecer na corrente sangüínea durante meses ou anos, as concentrações elevadas de anticorpos não indicam necessariamente a existência de um abcesso. Por essa razão, quando um médico suspeita de um abcesso hepático, ele pode prescrever um medicamento amebicida (que mata amebas). Quando o medicamento é eficaz, considera-se que a amebíase é o diagnóstico correto.

Tratamento

Vários amebicidas administrados pela via oral (p.ex., iodoquinol, paromomicina e diloxanida) matam os parasitas intestinais. O metronidazol ou a dehidroemetina são administrados nos casos de doença grave e de doença localizada fora do intestino. São realizados exames de fezes 1, 3 e 6 meses após o tratamento para se assegurar que o paciente está curado.

Giardíase

A giardíase é uma infecção do intestino delgado causada pela Giardia lamblia, um parasita unicelular. A giardíase ocorre em todo o mundo, sendo especialmente comum entre crianças e nos locais onde as condições sanitárias são ruins. Nos Estados Unidos, a giardíase é uma das infecções parasitárias intestinais mais comuns. Ela é mais comum em homossexuais do sexo masculino e em indivíduos que viajaram para países em desenvolvimento. Ela também é mais freqüente em indivíduos que apresentam uma baixa acidez gástrica, que foram submetidos à remoção cirúrgica do estômago, que apresentam pancreatite crônica ou um comprometimento do sistema imune. O parasita é transmitido de um indivíduo a outro através de cistos eliminados nas fezes. A transmissão pode ocorrer diretamente entre as crianças ou parceiros sexuais ou indiretamente através de alimentos ou de água contaminados.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas, os quais são geralmente discretos, incluem a náusea intermitente, a eructação, a flatulência, o desconforto abdominal, fezes volumosas e fétidas e a diarréia. Quando a infecção é grave, o indivíduo pode tornar-se incapaz de absorver nutrientes alimentares importantes resultando na perda significativa de peso. A razão pela qual a giardíase interfere na absorção de nutrientes permanece desconhecida. Os sintomas sugerem o diagnóstico ao médico. Os resultados dos exames laboratoriais que revelam a presença do parasita nas fezes ou na secreção coletada do duodeno confirmam o diagnóstico. Como os indivíduos que estão infectados há muito tempo tendem a excretar os parasitas em intervalos imprevisíveis, pode ser necessária a realização de vários exames de fezes.

Tratamento

Administrada pela via oral, a quinacrina é muito eficaz contra a giardíase. Contudo, a quinacrina pode causar desconforto gastrointestinal e, raramente, ela produz um comportamento extremamente anormal (psicose tóxica). O metronidazol também é eficaz e causa menos efeitos colaterais, mas ele não foi até o momento aprovado para o tratamento da giardíase pela Food and Drug Administration. A furazolidona é menos eficaz que a quinacrina ou o metronidazol, mas, como está disponível na forma líquida, ela pode ser prescrita para as crianças. As mulheres grávidas podem ser tratadas com a paromomicina, mas somente quando os sintomas são graves. Os indivíduos que vivem com uma pessoa infectada ou que tiveram contato sexual com a mesma devem consultar um médico para a realização de exames e, quando necessário, realizar o tratamento.

Malária

A malária é uma infecção dos eritrócitos (glóbulos vermelhos, hemácias) causada pelo Plasmodium, um microrganismo unicelular. A malária é transmitida pela através da picada do mosquito fêmea infectado do gênero Anopheles, de uma transfusão de sangue contaminado ou de uma injeção com agulha anteriormente utilizada por uma pessoa infectada. Quatro espécies de parasitas – Plasmodium vivax, Plasmodium ovale, Plasmodium falciparum e Plasmodium malariae – podem infectar o ser humano e causar a malária.

Os medicamentos e os inseticidas tornaram a malária rara nos Estados Unidos e na maioria dos países desenvolvidos, mas a infecção continua sendo comum nos trópicos. Os visitanes dos trópicos ou os viajantes que retornam dessas áreas algumas vezes são portadores da infecção e podem ser responsáveis pela ocorrência de uma pequena epidemia. O ciclo de vida do parasita da malária começa quando um mosquito fêmea pica um indivíduo com malária. O mosquito suga o sangue contendo parasitas, os quais deslocam-se até as glândulas salivares do mosquito.

Quando o mosquito pica um outro indivíduo, os parasitas são injetados juntamente com a saliva do mosquito. Uma vez no interior do indivíduo, os parasitas instalam-se no fígado, onde eles se multiplicam. Os parasitas amadurecem durante uma média de 2 a 4 semanas e, em seguida, deixam o fígado e invadem os eritrócitos. Os parasitas multiplicam- se nos eritrócitos e, finalmente, provocam a ruptura das células infectadas. O Plasmodium vivax e o Plasmodium ovale podem permanecer nas células hepáticas e liberam periodicamente parasitas maduros na corrente sangüínea, provocando episódios com sintomas da malária.

O Plasmodium falciparum e o Plasmodium malariae não permanecem no fígado; mas, quando a infecção não é tratada ou é tratada de modo inadequado, a forma madura do Plasmodium falciparum pode permanecer na corrente sangüínea durante meses e a forma madura do Plasmodium malariae durante anos, causando repetidos episódios com sintomas da malária.

Sintomas e Padrões da Malária


Malária Vivax e Ovale O episódio pode iniciar abruptamente com calafrios e tremores, acompanhados por sudorese e febre intermitente. Em uma semana, o padrão típico de episódios intermitentes é estabelecido. Um período de cefaléia ou de mal-estar pode ser seguido por calafrios com tremores. A febre dura 1 a 8 horas. Após o desaparecimento da febre, o indivíduo sente-se bem até os próximos calafrios. Na malária vivax, novos ataques tendem a ocorrer a cada 48 horas. Malária Falciparum O episódio pode iniciar com calafrios. A temperatura corpórea aumenta gradualmente e, a seguir, cai abruptamente. Esse episódio pode durar 20 a 36 horas. O indivíduo pode sentir um mal-estar mais acentuado que o provocado pela malária vivax e apresenta uma cefaléia intensa. Entre os episódios, durante intervalos que variam de 36 a 72 horas, o paciente normalmente sente-se muito mal e apresenta uma febre discreta. Malária Malariae Freqüentemente, o episódio inicia abruptamente. Ele é semelhante ao da malária vivax, mas recorre a cada 72 horas.

Dados Que Devem Ser Recordados Sobre a Malária


• Os medicamentos utilizados para a prevenção não são 100% eficazes
• Os sintomas podem iniciar um mês ou mais após a picada pelo mosquito infectante
• Os sintomas iniciais são inespecíficos e freqüentemente confundidos com os da gripe
• O rápido diagnóstico e o tratamento precoce são importantes, particularmente nos casos de malária falciparum, a qual é fatal em até 20% dos indivíduos infectados

Sintomas e Complicações

Geralmente, os sintomas iniciam 10 a 35 dias após o mosquito haver injetado o parasita no indivíduo. Freqüentemente, os sintomas iniciais são a febre baixa e intermitente, a cefaléia, as dores musculares e os calafrios, juntamente com uma sensação de mal-estar generalizado. Algumas vezes, os sintomas começam com calafrios com tremores acompanhados por febre. Esses sintomas duram 2 a 3 dias e são freqüentemente considerados como sintomas do resfriado. Os sintomas subseqüentes e os padrões da doença variam de acordo com o tipo de malária. Na malária falciparum, pode ocorrer uma disfunção cerebral, uma complicação denominada malária cerebral.

Os sintomas incluem uma febre de no mínimo 40°C, cefaléia intensa, sonolência, delírio e confusão mental. A malária cerebral pode ser fatal. Ela ocorre com maior freqüência em lactentes, mulheres grávidas e indivíduos que viajam para áreas de alto risco. Nos casos de malária vivax, o indivíduo pode apresentar delírio quando a febre é alta, mas, além do que, os sintomas cerebrais são incomuns. Em todos os tipos de malária, a contagem leucocitária geralmente é normal, mas o número de linfócitos e monócitos (dois tipos específicos de leucócito) encontra-se elevado.

Quando a malária não é tratada, é comum a ocorrência de uma icterícia discreta e aumento do fígado e do baço. A baixa concentração sérica de açúcar (glicose) é comum, podendo ser grave em indivíduos que apresentam uma quantidade elevada de parasitas. A concentração sérica de açúcar pode cair ainda mais nos indivíduos tratados com quinina. Algumas vezes, a malária persiste quando baixos níveis de parasitas permanecem no sangue. Os sintomas incluem a apatia, cefaléias periódicas, mal-estar, inapetência, fadiga e episódios de calafrios e febre. Os sintomas são consideravelmente mais leves e os episódios não duram tanto quanto o primeiro.

Quando o indivíduo não é tratado, os sintomas da malária vivax, ovale ou malariae desaparecem espontaneamente em 10 a 30 dias, podendo retornar em intervalos variáveis. A malária falciparum não tratada é fatal em até 20% dos casos. A febre hemoglobinúrica (febre de urina negra) é uma complicação rara da malária causada pela ruptura de grandes quantidades de eritrócitos. A ruptura libera a hemoglobina (um pigmento vermelho) na corrente sangüínea. A hemoglobina, a qual é então excretada na urina, a torna escura. A febre hemoglobinúrica ocorre quase que exclusivamente em indivíduos com malária falciparum crônica, especialmente naqueles que utilizaram a quinina no tratamento.

Toxoplasmose: Sintomas e Problemas


Os sintomas da toxoplasmose variam de acordo com a forma da infecção. A toxoplasmose linfática leve pode assemelhar-se à mononucleose infecciosa. Os sintomas incluem o aumento de tamanho (geralmente indolor) dos linfonodos do pescoço e das axilas, mal estar, dores musculares e febre baixa e flutuante que pode durar semanas ou meses e, finalmente desaparece. O indivíduo também pode apresentar uma anemia discreta, hipotensão arterial, baixa contagem leucocitária e resultados discretamente anormais das provas da função hepática. Comumente, no entanto, os indivíduos infectados apresentam apenas linfonodos aumentados de volume e indolores no pescoço. A toxoplasmose crônica produz inflamação no interior do olho. Freqüentemente, os outros sintomas são vagos.

A toxoplasmose aguda disseminada pode produzir erupção cutânea, febre alta, calafrios e fadiga extrema. Este tipo de toxoplasmose ocorre principalmente em indivíduos com comprometimento do sistema imune. Em alguns, a infecção produz meningoencefalite (inflamação do cérebro e de seu revestimento), hepatite (inflamação do fígado), pneumonite (inflamação dos pulmões) ou miocardite (inflamação do coração). A toxoplasmose em indivíduos com AIDS pode disseminar-se por todo o corpo. Mais freqüentemente, ela causa encefalite (inflamação do cérebro), a qual pode paralisar metade do corpo, diminuir a sensibilidade em áreas específicas e causar convulsões, tremores, cefaléia, confusão mental ou coma.

Diagnóstico

O médico suspeita de malária quando um indivíduo apresenta episódios periódicos de calafrios e febre sem causa aparente. A suspeita é maior quando no ano precedente o indivíduo visitou uma área onde a malária é prevalente e quando ele apresenta um baço aumentado de volume. A identificação do parasita em uma amostra de sangue confirma o diagnóstico. Podem ser necessárias várias amostras para se estabelecer o diagnóstico, uma vez que a concentração de parasitas no sangue varia no decorrer do tempo. O resultado do exame laboratorial identifica a espécie de Plasmodium encontrada na amostra, pois o tratamento, as complicações e o prognóstico variam de acordo com a espécie envolvida.

Prevenção e Tratamento

Os indivíduos que habitam áreas infestadas pela malária ou que viajam para esses locais devem tomar precauções. Eles podem utilizar aerossóis inseticidas de ação prolongada nas casas e nas áreas externas, devem colocar telas nas portas e janelas, usar mosquiteiros sobre as camas e aplicar repelentes de mosquitos sobre a pele. Eles também podem utilizar vestimentas suficientes, particularmente após o pôr-do-sol, para proteger a pele o máximo possível contra as picadas de mosquitos. Drogas podem ser indicadas para se evitar a malária durante uma viagem a uma área com risco de contágio.

O tratamento com drogas é iniciado uma semana antes da viagem, continuado durante a permanência no local e mantido por 1 mês após o retorno. A droga mais comumente utilizada é a cloroquina. Entretanto, em muitas regiões do mundo existem cepas de Plasmodium falciparum resistentes a essa droga. Outras drogas incluem a mefloquina e a doxiciclina. No entanto, as crianças com menos de 8 anos de idade e as gestantes não podem utilizar a doxiciclina. Não existe um tratamento medicamentoso totalmente eficaz para prevenir a infecção. Os viajantes que apresentam febre enquanto se encontram em uma região de risco devem ser imediatamente examinados por um médico.

A pirimetamina-sulfadoxina, uma combinação de drogas, pode ser utilizada para automedicação até que o indivíduo consiga auxílio médico. O tratamento depende do tipo de malária e da existência ou não na área geográfica de cepas do parasita que são resistentes à cloroquina. Contra um episódio agudo de malária falciparum em uma área que há incidência de cepas resistentes à cloroquina, o indivíduo pode utilizar a quinina ou pode lhe ser administrada a quinidina intravenosa. Para os demais tipos de malária, a resistência à cloroquina é menos comum e, por essa razão, o indivíduo normalmente deve utilizar cloroquina seguida pela primaquina.

Toxoplasmose

A toxoplasmose é uma infecção causada pelo Toxoplasma gondii, um parasita unicelular. A reprodução sexual desse parasita ocorre apenas nas células que revestem o intestino dos gatos. Os ovos (oocistos) são eliminados nas fezes desses mamíferos. Os indivíduos adquirem a infecção ao consumir carne crua ou cozida inadequadamente que contém a forma inativa (cistos) do parasita ou através do contacto com o solo que contém oocistos oriundos das fezes de gato. Quando uma mulher grávida é infectada, a infecção pode ser transmitida ao feto através da placenta. Ela pode abortar, o recém-nascido pode nascer morto ou com toxoplasmose congênita.

Sintomas

As crianças com toxoplasmose congênita podem apresentar sintomas graves e rapidamente fatais ou podem ser assintomáticos. Os sintomas incluem a inflamação dos olhos que evolui para a cegueira, icterícia intensa, equimoses fáceis, convulsões, uma cabeça muito grande ou muito pequena e um retardo mental grave. Sintomas muito discretos podem ocorrer logo após o nascimento, mas eles ocorrem mais freqüentemente meses ou vários anos depois. A toxoplasmose adquirida após o nascimento raramente causa sintomas e é geralmente diagnosticada quando um exame de sangue revela a presença de anticorpos contra o parasita. No entanto, algumas vezes ocorrem sintomas e eles variam de acordo com o tipo de toxoplasmose: linfática leve, toxoplasmose crônica ou toxoplasmose aguda disseminada. Nos doentes com AIDS, a toxoplasmose apresenta uma série de problemas diferentes.

Diagnóstico

O diagnóstico de toxoplasmose é normalmente estabelecido através de um exame de sangue que revela a presença de anticorpos contra o parasita. Entretanto, quando o indivíduo apresenta um comprometimento do sistema imune, pode ser necessária a realização de uma tomografia computadorizada (TC) ou de uma ressonância magnética (RM) do cérebro para se estabelecer o diagnóstico.

Tratamento e Prognóstico

A toxoplasmose em recém-nascidos e em indivíduos com comprometimento do sistema imune é tratada com espiramicina ou sulfadiazina associada à pirimetamina. A toxoplasmose em indivíduos com AIDS tende a recorrer com tanta freqüência que o tratamento é mantido indefinidamente. O tratamento durante a gestação é controverso, pois a droga pode causar lesão fetal. Como a doença desaparece espontaneamente na maioria dos adultos com sistema imune normal, as gestantes normalmente não são tratadas com medicamentos, exceto quando um órgão vital (p.ex., olhos, cérebro ou coração) é infectado ou quando os sintomas são suficientemente graves e afetem todo o corpo. O prognóstico para os indivíduos com toxoplasmose adquirida após o nascimento é bom, exceto para aqueles com comprometimento do sistema imune (p.ex., indivíduos com AIDS), para os quais a toxoplasmose é freqüentemente fatal.

Babesiose

A babesiose é uma infecção dos glóbulos vermelhos causada por parasitas do gênero Babesia. Carrapatos de carapaça dura – os mesmos carrapatos de cervos que causam a doença de Lyme – transmitem os parasitas Babesia. Embora a infecção seja comum em animais, o ser humano raramente é infectado. Os sintomas incluem a febre e a anemia causada pela ruptura dos eritrócitos. Para os indivíduos que tiveram o baço removido, o risco de morte é elevado. Nesses indivíduos, a infecção é muito semelhante à malária falciparum.

Ela produz febre alta, anemia, presença de hemoglobina na urina, icterícia e insuficiência renal. Um indivíduo com um baço funcionante apresenta uma doença mais leve que geralmente desaparece espontaneamente em semanas ou meses. A maioria dos casos dede babesiose nos Estados Unidos (que foram contraídos em ilhas situadas ao largo dos estados de Nova York e Massachusetts) são brandos. O diagnóstico é estabelecido através da identificação dos parasitas, os quais assemelham-se aos causadores da malária. O tratamento consiste no uso da clindamicina.

Tricuríase

A tricuríase é uma infecção causada por Trichuris trichiura, um verme nematódeo intestinal. Este parasita ocorre principalmente nas regiões tropicais e subtropicais, onde as más condições sanitárias e o clima quente e úmido fornecem as condições necessárias para que os ovos sejam incubados no solo. A infecção ocorre quando um indivíduo consome alimentos que contêm ovos incubados no solo por 2 a 3 semanas. As larvas eclodem no intestino delgado, migram para o intestino grosso e enterram suas cabeças no revestimento intestinal. Cada larva cresce até atingir um comprimento de aproximadamente 11 centímetros. As fêmeas maduras produzem 5.000 ovos por dia, que são eliminados nas fezes.

Sintomas e Diagnóstico

Somente uma infecção maciça causa os sintomas de dor abdominal e diarréia. Infecções muito mais intensas podem causar sangramento intestinal, anemia, perda de peso e apendicite. Ocasionalmente, pode ocorrer prolapso retal (exteriorização do reto através do ânus), especialmente em crianças e em mulheres em trabalho de parto. Os ovos apresentam uma forma de barril e geralmente são visíveis ao exame microscópio de amostras de fezes.

Prevenção e Tratamento

A prevenção depende do uso de instalações sanitárias, da manutenção de uma boa higiene pessoal e evitando-se o consumo de vegetais crus que não tenham sido lavados. As infecções leves não necessitam ser tratadas. Quando o tratamento é necessário, o medicamento de escolha é o mebendazol. No entanto, ele não pode ser administrado a mulheres grávidas devido aos seus efeitos potencialmente nocivos ao feto.

Ascaridíase

A ascaridíase é uma infecção causada pelo Ascaris lumbricoides, um verme nematódeo intestinal. A infecção ocorre no mundo todo, mas é mais comum nas regiões quentes com más condições sanitárias, onde ela persiste em grande parte devido à defecação indiscriminada das crianças. O ciclo de vida do parasita Ascaris se parece com o do parasita causador da tricuríase, excetuando- se o fato das larvas do Ascaris também migrarem até os pulmões.

Assim que eclode, a larva migra através da parede do intestino delgado, sendo transportada pelos vasos linfáticos e pela corrente sangüínea até os pulmões. Nos pulmões, a larva passa para os alvéolos (sacos aéreos), ascende pelo trato respiratório e é deglutida. A larva amadurece no intestino delgado, onde permanece como verme adulto. Os vermes adultos possuem um comprimento que varia de 15 a 50 centímetros e um diâmetro de 2,5 a 5 milímetros. Os sintomas podem ser causados pela migração da larva através dos pulmões e pela presença dos vermes adultos no intestino.

Sintomas e Diagnóstico

A migração das larvas através dos pulmões pode causar febre, tosse e sibilos. Uma infecção intestinal maciça pode causar cólicas abdominais e, ocasionalmente, obstrução intestinal. A má absorção de nutrientes pode ser provocada por uma concentração maciça de vermes. Ocasionalmente, os vermes adultos provocam a obstrução do apêndice, das vias biliares ou do ducto pancreático. A infecção pelo verme adulto é geralmente diagnosticada através da identificação de ovos em uma amostra de fezes. Ocasionalmente, os exames laboratoriais revelam a presença de vermes adultos nas fezes ou no vômito ou de larvas no escarro. No sangue, o número de eosinófilos (um tipo de leucócito) pode aumentar. Em uma radiografia torácica, podem ser observados sinais da migração.

Prevenção e Tratamento

A prevenção exige uma condição sanitária adequada e o não consumo de vegetais não lavados. O tratamento consiste no uso de pamoato de pirantel ou de mebendazol. Entretanto, o mebendazol não pode ser utilizado por mulheres grávidas devido aos seus possíveis efeitos nocivos sobre o feto.

Infecção por Ancilostomídeos

A infecção por ancilostomídeos é causada por um verme nematódeo intestinal, seja o Ancylostoma duodenale ou o Necator americanus. Aproximadamente um quarto da população do mundo encontra-se infectado por ancilostomídeos. A infecção é mais comum em lugares quentes e úmidos onde as condições sanitárias são inadequadas. O Ancylostoma duodenale é encontrado na área do Mediterrâneo, na Índia, na China e no Japão; o Necator americanus é encontrado nas regiões tropicais da África, na Ásia e nas Américas.

Hoje em dia, eles são raramente transmitidos na região sul dos Estados dos Estados Unidos. No ciclo de vida de qualquer um desses ancilostomídeos, os ovos são eliminados nas fezes e eclodem no solo após uma incubação de 1 a 2 dias. Algumas vezes, as larvas são liberadas e vivem no solo. O ser humano pode ser infectado ao andar descalço em um campo contaminado com fezes humanas, pois as larvas podem penetrar através da pele. As larvas atingem os pulmões pelos vasos linfáticos e pela corrente sangüínea. A seguir, eles ascendem pelo trato respiratório e são deglutidas. Aproximadamente uma semana após haverem penetrado a pele, elas chegam ao intestino. As larvas fixam-se através da boca ao revestimento da porção superior do intestino delgado e sugam sangue.

Sintomas e Diagnóstico

No ponto em que as larvas penetram a pele, pode ocorrer a formação de uma erupção cutânea plana, um pouco elevada e pruriginosa .A migração das larvas através dos pulmões pode causar febre, tosse e sibilos. Freqüentemente, os vermes adultos causam dor na região abdominal superior. Devido ao sangramento intestinal, pode ocorrer anemia ferropriva e concentração sérica baixa de proteínas. Nas crianças, pode ocorrer retardo do crescimento, insuficiência cardíaca e edema tecidual generalizado em decorrência da perda de sangue intensa e prolongada. Quando a infecção produz sintomas, os ovos geralmente são visíveis em uma amostra de fezes. Quando as fezes são examinadas somente várias horas após a coleta, os ovos podem eclodir e liberar.

Tratamento

A prioridade do tratamento é a correção da anemia, que normalmente melhora com a administração de suplementos orais de ferro. No entanto, em determinados casos, pode ser necessária a administração de ferro injetável. Nos casos graves, a transfusão sangüínea pode ser necessária. Quando a condição do indivíduo é estável, pode ser administrado um medicamento oral (p.ex., pamoato de pirantel ou mebendazol) por 1 a 3 dias para matar os ancilostomídeos. Esses medicamentos não devem ser utilizados por mulheres grávidas.

Triquinose

A triquinose é uma infecção parasitária causada pela Trichinella spiralis. A triquinose ocorre na maioria das regiões do mundo, mas é rara ou ausente nas regiões onde os porcos são alimentados com raízes vegetais, como na França. Nos Estados Unidos, a triquinose tornou-se rara. A infecção é decorrente do consumo da ingestão de carne de porco ou de seus derivados cozidos ou processados de forma inadequada. Em raros casos, ela pode ser decorrente da ingestão de carne de urso, de porco do mato e de alguns mamíferos marinhos. Qualquer desses animais pode conter uma forma cística das larvas (triquina).

Quando a parede do cisto é digerida no estômago ou no duodeno, as larvas são liberadas e penetram na parede do intestino delgado. Em dois dias, as larvas amadurecem e se reproduzem. Os vermes machos não têm mais qualquer papel na produção da infecção. As fêmeas permanecem aninhadas na parede intestinal e, em torno do sétimo dia, começam a liberar larvas vivas. Cada fêmea pode produzir mais de 1.000 larvas. A produção continua durante 4 a 6 semanas, após as quais a fêmea morre e é digerida.

As minúsculas larvas são transportadas por todo o corpo através dos vasos linfáticos e da corrente sangüínea. Apenas aquelas que conseguem atingir os músculos esqueléticos sobrevivem. Essas larvas penetram nos músculos e causam inflamação. No final do terceiro mês, elas formam cistos. Certos músculos (p.ex., língua, músculos dos olhos e músculos intercostais) são particularmente propensos à infecção. As larvas que atingem o miocárdio (músculo cardíaco) morrem devido à intensa reação inflamatória que provocam.

Sintomas

Os sintomas variam, dependendo do número de larvas invasoras, dos tecidos invadidos e do estado físico geral do indivíduo. Muitos indivíduos não apresentam qualquer sintoma. Algumas vezes, ocorrem sintomas intestinais e uma febre discreta 1 a 2 dias após o consumo de carne infectada. No entanto, os sintomas da invasão larvária geralmente ocorrem após 7 a 15 dias. O edema das pálpebras superiores é um dos sintomas iniciais mais característicos, ocorrendo de forma abrupta em torno do décimo-primeiro dia da infecção.

A seguir, ocorrem hemorragias da esclera e da porção porsterior dos olhos, dor ocular e sensibilidade à luz intensa. A sensibilidade e a dor muscular, juntamente com uma erupção cutânea e hemorragia subungueal, podem ocorrer logo em seguida. A dor é pronunciada nos músculos respiratórios, da fala, da mastigação e da deglutição. Pode ocorrer uma grande dificuldade respiratória, a qual pode inclusive acarretar a morte. Os sintomas adicionais podem incluir a sede, a sudorese abundante, a febre, calafrios e a fraqueza. Geralmente, a febre é intermitente, freqüentemente atingindo pelo menos 39 °C, permanecendo elevada durante vários dias e, a seguir, caindo gradualmente.

À medida que o sistema imunológico destrói as larvas fora dos músculos, os linfonodos, assim como o cérebro e as meninges, podem inflamar e o indivíduo pode apresentar distúrbios de visão e de audição. Os pulmões ou a pleura (a membrana que reveste os pulmões) e o coração também podem inflamar. A insuficiência cardíaca pode ocorrer entre a quarta e a oitava semana. A maioria dos sintomas desaparece em torno do terceiro mês, embora possa ocorrer a persistência de dores musculares vagas e de fadiga durante meses.

Diagnóstico

Enquanto o parasita permanece no intestino, não existe qualquer teste capaz de confirmar o diagnóstico. Uma biópsia de tecido muscular (coleta de uma amostra de tecido para exame microscópico), realizada após a quarta semana de infecção, pode revelar a presença de larvas ou cistos. O parasita raramente é encontra do nas fezes, no sangue ou no líquido cefalorraquidiano (líquido que circunda o cérebro e a medula espinhal).

Os exames de sangue são razoavelmente confiáveis, embora possam ocorrer resultados falsonegativos (resultados que não indicam infecção quando, na verdade, ela existe), particularmente quando eles são realizados nas 2 semanas subseqüentes ao início da doença. Normalmente, a concentração de eosinófilos (um tipo de leucócito) começa a aumentar em torno da segunda semana, atinge o máximo em torno da terceira ou quarta semana e, em seguida, diminui gradualmente. Os testes cutâneos não são confiáveis.

Prevenção e Tratamento

A triquinose é prevenida através do cozimento completo da carne de porco, de seus produtos derivados e de outras carnes. Alternativamente, as larvas podem ser mortas através do congelamento de carnes a –15 °C durante 3 semanas ou a –20 °C durante 1 dia. Contudo, as larvas dos mamíferos do Ártico parecem ser capazes de sobreviver a temperaturas mais baixas.

O mebendazol e o tiabendazol, medicamentos administrados pela via oral, são eficazes contra o parasita. O repouso ao leito ajuda a aliviar as dores musculares, mas pode ser necessária a administração de analgésicos (p.ex., aspirina ou codeína). Os corticosteróides (p.ex., prednisona) podem ser utilizados para reduzir a inflamação do coração ou do cérebro. A maioria dos indivíduos com triquinose recupera-se completamente.

Toxocaríase

A toxocaríase (larva migrans visceral) é uma infecção decorrente da invasão de órgãos por larvas de nematódeos, como a Toxocara canis e a Toxocara cati. Os ovos do parasita desenvolvem-se no solo contaminado por fezes de cães e gatos infectados. As caixas de areia para crianças, onde os gatos freqüentemente defecam, representam um perigo. Os ovos podem ser diretamente transferidos para a boca quando a criança brinca na areia contaminada ou a ingere.

Após serem deglutidos, os ovos eclodem no intestino. As larvas penetram a parede intestinal e são disseminadas através do sangue. Praticamente todos os tecidos do corpo podem ser envolvidos, sobretudo o cérebro, os olhos, o fígado, o pulmão e o coração. As larvas podem permanecer vivas durante muitos meses, produzindo lesões ao migrarem para os tecidos e causando inflamação pela sua presença.

Sintomas e Diagnóstico

Normalmente, a toxocaríase provoca uma infecção relativamente leve em crianças com idade entre 2 e 4 anos, mas as crianças maiores e os adultos também podem ser afetados. Os sintomas podem iniciar algumas semanas após a infecção ou podem ocorrer após vários meses, dependendo da intensidade e do número de exposições e da sensibilidade do indivíduo às larvas. Inicialmente, o indivíduo pode apresentar febre, tosse, sibilos e aumento do fígado.

Alguns apresentam erupção cutânea, aumento do baço e pneumonia recorrente. As crianças maiories podem apresentar ou não sintomas discretos, podendo, no entanto, apresentar uma lesão ocular que compromete a visão e que pode ser confundida com um tumor maligno do olho. O médico pode suspeitar de toxocaríase em um indivíduo que apresenta concentração elevada de eosinófilos (um tipo de leucócito), aumento do fígado, inflamação dos pulmões, febre e concentrações séricas elevadas de anticorpos. O exame de uma amostra de tecido hepático (obtida através de uma biópsia) pode revelar a presença de larvas ou de inflamação decorrente da sua presença.

Prevenção e Tratamento

Os cães e gatos infectados, particularmente os com menos de 6 meses de idade, devem ser tratados regularmente com vermífugos, iniciando o tratamento antes deles atingirem 4 semanas de vida. A cobertura das caixas de areia quando não estão sendo utilizadas impede que os animais defequem nelas. No ser humano, a infecção geralmente desaparece espontaneamente em 6 a 18 meses. A eficácia de qualquer tratamento é incerta. O melhor tratamento é provavelmente o mebendazol e a dietilcarbamazina pode ser útil. Algumas vezes, a prednisona é administrada para controlar os sintomas.

Infecção pela Tênia Bovina

A infecção pela tênia bovina é a infecção causada pelo cestóide Taenia saginata. Esta infecção é particularmente comum na África, no Oriente Médio, no leste europeu, no México e na América do Sul. Embora seja incomum nos Estados Unidos, a infecção ocorre em muitos estados. produzindo lesões ao migrarem para os tecidos e causando inflamação pela sua presença.

Sintomas e Diagnóstico

Normalmente, a toxocaríase provoca uma infecção relativamente leve em crianças com idade entre 2 e 4 anos, mas as crianças maiores e os adultos também podem ser afetados. Os sintomas podem iniciar algumas semanas após a infecção ou podem ocorrer após vários meses, dependendo da intensidade e do número de exposições e da sensibilidade do indivíduo às larvas. Inicialmente, o indivíduo pode apresentar febre, tosse, sibilos e aumento do fígado.

Alguns apresentam erupção cutânea, aumento do baço e pneumonia recorrente. As crianças maiories podem apresentar ou não sintomas discretos, podendo, no entanto, apresentar uma lesão ocular que compromete a visão e que pode ser confundida com um tumor maligno do olho. O médico pode suspeitar de toxocaríase em um indivíduo que apresenta concentração elevada de eosinófilos (um tipo de leucócito), aumento do fígado, inflamação dos pulmões, febre e concentrações séricas elevadas de anticorpos. O exame de uma amostra de tecido hepático (obtida através de uma biópsia) pode revelar a presença de larvas ou de inflamação decorrente da sua presença.

Prevenção e Tratamento

Os cães e gatos infectados, particularmente os com menos de 6 meses de idade, devem ser tratados regularmente com vermífugos, iniciando o tratamento antes deles atingirem 4 semanas de vida. A cobertura das caixas de areia quando não estão sendo utilizadas impede que os animais defequem nelas. No ser humano, a infecção geralmente desaparece espontaneamente em 6 a 18 meses. A eficácia de qualquer tratamento é incerta. O melhor tratamento é provavelmente o mebendazol e a dietilcarbamazina pode ser útil. Algumas vezes, a prednisona é administrada para controlar os sintomas. Infecção pela Tênia Bovina A infecção pela tênia bovina é a infecção causada pelo cestóide Taenia saginata. Esta infecção é particularmente comum na África, no Oriente Médio, no leste europeu, no México e na América do Sul.

Embora seja incomum nos Estados Unidos, a infecção ocorre em muitos estados. O verme adulto vive no intestino humano e pode atingir 4,5 ou 9 metros de comprimento. Anéis do verme contendo ovos (proglotes) são eliminados nas fezes e ingeridos por bovinos. Os ovos eclodem no interior desses animais e invadem a parede intestinal. Em seguida, eles são transportados pela corrente sangüínea até os músculos esqueléticos, onde formam cistos (cisticercos). O ser humano é infectado ao consumir carne bovina crua ou mal cozida que contém cistos. Sintomas e Diagnóstico Apesar da infecção normalmente ser assintomática, alguns indivíduos sentem uma dor na região abdominal superior, apresentam febre e perda de peso. Ocasionalmente, um indivíduo infectado pode sentir a passagem de um fragmento do verme através do ânus.

O diagnóstico é geralmente estabelecido quando uma porção do verme é observada nas fezes. O médico pode pressionar a face adesiva de uma fita adesiva contra a área perianal e, em seguida, coloca a fita sobre uma lâmina e a examina ao microscópio, buscando a presença de ovos do parasita. Prevenção e Tratamento A infecção pela tênia bovina pode ser evitada através do cozimento da carne bovina a uma temperatura mínima de 56°C durante pelo menos 5 minutos. O indivíduo infectado é tratado com niclosamida ou praziquantel administrados pela via oral. Um novo exame de fezes é realizado 3 e 6 meses após para se assegurar que a infecção foi eliminada.

Infecção pela Tênia Suína

A infecção pela tênia suína é uma infecção intestinal causada pela Taenia solium adulta. A infecção pelo estágio larval do verme causa a cisticercose. As infecções pela tênia suína são comuns na Ásia, na antiga União Soviética, no leste europeu e na América Latina. Nos Estados Unidos, a infecção é rara, exceto entre os imigrantes e os indivíduos que viajam para áreas de alto risco. A tênia adulta mede 2,5 a 3 metros de comprimento.

Ela é composta por uma cabeça que contêm numerosos ganchos pequenos e por um corpo composto de 1.000 anéis que contêm ovos (proglotes). O seu ciclo de vida é semelhante ao da tênia bovina, com a diferença de que o hospedeiro intermediário são os suínos e não os bovinos. O ser humano também pode atuar como hospedeiro intermediário; os ovos atingem o estômago quando um indivíduo os ingere ou quando os proglotes são regurgitados do intestino para o estômago. Os embriões são liberados no estômago. Em seguida, eles penetram a parede intestinal e migram até os músculos, os órgãos internos, o cérebro e o tecido subcutâneo, onde formam cistos. Os cistos vivos causam apenas uma discreta reação tecidual, enquanto que os cistos mortos desencadeiam uma reação mais intensa.

Sintomas e Diagnóstico

A infecção produzida pelo verme adulto geralmente é assintomática. A infecção maciça por cistos pode causar dores musculares, fraqueza e febre. Quando a infecção atinge o cérebro e as meninges (membranas que revestem o cérebro), essas estruturas podem inflamar. Convulsões também podem ocorrer. Nas infecções causadas por vermes adultos, podem ser observados ovos em torno do ânus ou nas fezes. Para diferenciar a tênia suína de outras tênias, é necessária a detecção de um proglote ou de uma cabeça do verme nas fezes e examiná-los ao microscópio.

Os cistos vivos localizados em tecidos como o cerebral são melhor visualizados através da tomografia computadorizada (TC) ou da ressonância magnética (RM). Algumas vezes, os cistos podem ser observados no exame microscópico de uma amostra de tecido de um nódulo cutâneo. Além disso, existem disponíveis exames de sangue que identificam a presença de anticorpos contra o parasita.

Outras Infecções por Vermes


Infecção
Fonte e Porta
de Entrada
Sintomas
Comuns
Indícios
Diagnósticos
Tratamento
Helmintos
Estrongiloidíase
(verme filiforme)
Ocorre nas regiões
tropicais úmidas.
Pouco freqüentemente,
no sul dos Estados
Unidos
Fonte: Contaminação
fecal do solo (larvas)
Porta de entrada:
Pele, geralmente dos
pés
Dor que se estende
da boca ao
estômago, diarréia,
urticária ou erupção
cutânea que forma
um padrão linear
Larvas nas fezes ou
no duodeno
Tiabendazol
Enterobíase
(oxiúro)
Ocorre em todo o
mundo, sobretudo
em crianças
Fonte: Ovos
provenientes de
artigos contaminados,
disseminados através
do contacto ânusdedo-
boca
Porta de entrada:
Boca
Prurido em torno do
ânus
Ovos encontrados
próximos ao ânus;
vermes adultos
próximos ao ânus
Pamoato de
pirantel
Mebendazol
Tênias
Infecção pela tênia
anã;
Ocorre em todo o
mundo. No sul dos
Estados Unidos, em
crianças
Fonte: Ovos que
contaminam o
ambiente
Porta de entrada:
Boca
Diarréia,
desconforto
abdominal nas
crianças com
infecção maciça
Ovos nas fezes
Praziquantel
Niclosamida
Equinococose
Ocorre em áreas de
criação de ovelhas
em todo o mundo e
no Alasca, Utah,
Arizona e Nevada
Fonte: Fezes de
cães
Porta de entrada:
Boca
Massa abdominal,
dor, tosse e
expectoração com
sangue
Viver numa área
onde existe a
infecção, cisto
hepático ou
pulmonar; anticorpos
contra os cestóides;
mancha na
radiografia torácica
Mebendazol
Remoção
cirúrgica
Fascíolas
Fascíolas intestinais.
Nos Estados
Unidos, ocorrem
apenas como
infecções importadas
do Extremo Oriente
ou das regiões tropicais
Fonte: Vegetação
ou peixes de água
doce
Porta de entrada:
Boca
Geralmente
assintomático; às
vezes, dor
abdominal, diarréia
e obstrução
intestinal
Ovos nas fezes
Praziquantel
Fascíolas hepáticas
de carneiros
Ocorrem nos países
criadores de ovelhas
em todo o mundo
Fonte: Agrião
contendo cistos
Porta de entrada:
Boca
Dor abdominal
aguda e inflamação
da vesícula biliar
Ovos imaturos nas
fezes ou na bile
Praziquantel
Bitionol
Fascíolas de peixes
(clonorquíase)
Ocorrem no Extremo
Oriente
Fonte: Peixes de
água doce
Porta de entrada:
boca
Dor abdominal,
icterícia e diarréia
Ovos nas fezes e no
conteúdo intestinal
Praziquantel
Fascíolas
pulmonares
Ocorrem
amplamente na
África, no Extremo
Oriente e na
América Latina;
raramente, nos
Estados Unidos e
no Canadá
Fonte: Caranguejos
e camarões de água
doce contendo
cistos
Porta de Entrada:
Boca
Dificuldade
respiratória e
expectoração
sanguinolenta
Ovos imaturos nas
fezes ou no escarro,
resultados positivos
dos exames de
sangue
Praziquantel
Fascíolas
sangüíneas
(esquistossomose)
Ocorrem no Extremo
Oriente, na África,
na América Latina e
no Oriente Próximo
Fonte: Água
infestada contendo
cercárias com
cauda em garfo
provenientes de
caramujos
hospedeiros
Porta de Entrada:
Pele
Diarréia intensa,
formação de
cicatrizes nas
paredes intestinais
ou da bexiga ou no
fígado e sangue na
urina
Ovos em
desenvolvimento
nas fezes ou na
urina
Praziquantel
Oxamniquina
Metrifonato

Prevenção e Tratamento

O cozimento completo da carne de porco evita a infecção. Esta é tratada com a niclosamida ou o praziquantel, administrados pela via oral.

Infecção pela Tênia de Peixe

A infecção pela tênia de peixe (difilobotriose) é uma infecção intestinal causada pelo Diphyllobothrium latum adulto. A infecção pela tênia de peixe ocorre na Europa (particularmente na Escandinávia), no Japão, na África, na América do Sul, no Canadá e nos Estados Unidos (especialmente no Alasca e na região dos Grandes Lagos). Freqüentemente, ela é causada pelo consumo de peixe de água doce cru ou cozido de modo inadequado.

O verme adulto possui vários anéis contendo ovos (proglotes) e pode atingir 4,5 a 9 metros de comprimento. Os ovos são liberados dos proglotes para o interior do intestino, sendo expelidos nas fezes. O ovo eclode na água doce e libera o embrião, o qual é ingerido por pequenos crustáceos. Por sua vez, os crustáceos são ingeridos pelos peixes. O ser humano é infectado quando come peixe de água doce cru ou cozido de modo inadequado.

Sintomas e Diagnóstico

Normalmente, a infecção é assintomática. No entanto, alguns indivíduos podem apresentar um discreto desconforto intestinal. Em raros casos, a tênia causa anemia pois consome vitamina B12. Os ovos são encontrados nas fezes.

Prevenção e Tratamento

O cozimento completo de peixes de água doce ou o seu congelamento a –10°C durante 48 horas evita a infecção. A infecção é tratada com a niclosamida ou o praziquantel, administrados pela via oral.

FONTE: MANUAL MERCK