ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Ouvido, Nariz e Garganta


Os ouvidos, o nariz e a garganta são órgãos intimamente relacionados, tanto no que diz respeito à sua localização quanto à sua função. Os distúrbios desses órgãos são diagnosticados e tratados por especialistas denominados otorrinolaringologistas.

Ouvido

O ouvido, o órgão da audição e do equilíbrio, é formado pelos ouvidos externo, médio e interno. O ouvido externo capta as ondas sonoras, as quais são convertidas em energia mecânica pelo ouvido médio. O ouvido interno converte a energia mecânica em impulsos nervosos, os quais são transmitidos ao cérebro. O ouvido interno também ajuda a manter o equilíbrio.

Ouvido Externo

O ouvido externo é formado pelas parte externa do ouvido (orelha, pavilhão auricular) e pelo canal auditivo (meato auditivo externo). A orelha, formada por uma cartilagem coberta de pele, é rígida mas flexível. Os sons captados pela orelha avançam através do canal auditivo até a membrana timpânica, uma membrana delgada revestida de pele e que separa o ouvido externo do ouvido médio.

Ouvido Médio

O ouvido médio é formado pela membrana timpânica e uma pequena câmara cheia de ar que contém uma cadeia de três ossos diminutos (ossículos) que conectam a membrana timpânica ao ouvido interno. Os nomes desses ossículos são decorrentes de suas formas: o martelo (malleus) encontra-se fixado à membrana timpânica; a bigorna (incus) conecta o martelo e o estribo; e o estribo (stapes) encontra-se fixado à janela oval na entrada do ouvido interno. As vibrações do membrana timpânica são amplificadas mecanicamente pelos ossículos e transmitidas à janela oval.

O ouvido médio também contém dois músculos diminutos, o tensor do membrana timpânica, o qual encontra-se fixado ao martelo e mantém a membrana timpânica tensa; e o músculo estapédio, que se encontra fixado ao estribo e estabiliza a conexão entre este osso e a janela oval. Em resposta a um ruído intenso, o músculo estapédio contrai e torna a cadeia de ossículos mais rígida de modo que o som transmitido seja menos forte. Esta resposta, denominada reflexo acústico, ajuda a proteger o delicado ouvido interno contra as lesões provocadas pelos sons.

A tuba auditiva, um pequeno tubo que conecta o ouvido médio com a parte posterior do nariz, permite que ar do exterior entre no ouvido médio. Este tubo, o qual se abre através da deglutição, ajuda a manter a pressão do ar igual em ambos os lados da membrana timpânica, o que é importante para a audição normal e para o conforto. Esta é a razão pela qual a deglutição pode reduzir a pressão sobre a membrana timpânica causada por uma queda abrupta da pressão atmosférica, como ocorre freqüentemente durante uma viagem aérea. A conexão da tuba auditiva com o ouvido médio explica porque as infecções do trato respiratório superior (p.ex., resfriado comum), as quais inflamam e obstruem a tuba auditiva, podem acarretar infecções do ouvido médio ou um aumento da pressão no ouvido médio, produzindo dor.

Ouvido Interno

Interior do Ouvido

O ouvido interno (labirinto) é uma estrutura complexa constituída por duas partes principais: a cóclea, o órgão da audição, e os canais semicirculares, o órgão do equilíbrio.

O ouvido médio também contém dois músculos diminutos, o tensor do membrana timpânica, o qual encontra-se fixado ao martelo e mantém a membrana timpânica tensa; e o músculo estapédio, que se encontra fixado ao estribo e estabiliza a conexão entre este osso e a janela oval. Em resposta a um ruído intenso, o músculo estapédio contrai e torna a cadeia de ossículos mais rígida de modo que o som transmitido seja menos forte. Esta resposta, denominada reflexo acústico, ajuda a proteger o delicado ouvido interno contra as lesões provocadas pelos sons.

A tuba auditiva, um pequeno tubo que conecta o ouvido médio com a parte posterior do nariz, permite que ar do exterior entre no ouvido médio. Este tubo, o qual se abre através da deglutição, ajuda a manter a pressão do ar igual em ambos os lados da membrana timpânica, o que é importante para a audição normal e para o conforto. Esta é a razão pela qual a deglutição pode reduzir a pressão sobre a membrana timpânica causada por uma queda abrupta da pressão atmosférica, como ocorre freqüentemente durante uma viagem aérea. A conexão da tuba auditiva com o ouvido médio explica porque as infecções do trato respiratório superior (p.ex., resfriado comum), as quais inflamam e obstruem a tuba auditiva, podem acarretar infecções do ouvido médio ou um aumento da pressão no ouvido médio, produzindo dor.

Apesar do efeito protetor do reflexo acústico, o ruído muito intenso pode lesar as células ciliadas. Quando uma célula ciliada é destruída, ela aparentemente não volta a crescer. A exposição contínua a ruídos muito intensos causa uma lesão progressiva e perda da audição.

Os canais semicirculares, os quais ajudam a manter o equilíbrio, são três tubos cheios de liquido dispostos em ângulos retos entre si. Qualquer movimento da cabeça faz com que o líquido presente no interior dos canais se movimente. Dependendo da direção do movimento da cabeça, o movimento do líquido pode ser maior em um dos canais que em outro. Os canais contêm células ciliadas que respondem aos movimentos do líquido. Elas desencadeiam impulsos nervosos que informam ao cérebro qual a direção do movimento da cabeça e, conseqüentemente, uma ação adequada pode ser realizada para manter o equilíbrio.

Quando os canais semicirculares inflamam, como ocorre em uma infecção do ouvido médio ou em um resfriado, o indivíduo pode perder a noção do equilíbrio e apresentar vertigem (sensação de que tudo ao seu redor está girando).

Nariz

O nariz é o órgão do olfato e a principal via de passagem do fluxo de ar para dentro e para fora dos pulmões. O nariz também adiciona ressonância à voz e os seios paranasais e os canais lacrimais desembocam em seu interior.

A parte superior do nariz é formada por osso e a parte inferior, por cartilagem. No interior do nariz existe uma cavidade oca (cavidade nasal) dividida em duas passagens pelo septo nasal, o qual se estende das narinas até a parte posterior da garganta. Uns ossos denominados cornetos nasais projetam-se para o interior da cavidade nasal, formando uma série de pregas. Essas pregas aumentam enormemente a superfície através da qual passa o ar. Uma membrana mucosa com muitos vasos sangüíneos reveste a cavidade nasal. A superfície aumentada e os abundantes vasos sangüíneos permitem que o nariz aqueça e umedeça rapidamente o ar que entra. As células da membrana mucosa produzem muco e apresentam projeções diminutas semelhantes a cílios. Normalmente, o muco retém as partículas de sujeira que penetram com o ar, as quais são então transportadas pelos cílios até a parte anterior do nariz ou até a garganta, sendo eliminadas das vias respiratórias. Esta ação ajuda a limpar o ar antes dele atingir os pulmões. O espirro limpa automaticamente as vias nasais em resposta à irritação, da mesma maneira que a tosse limpa os pulmões.

Existem pequenas células receptoras do olfato localizadas na parte superior da cavidade nasal. Essas células possuem projeções semelhantes a cílios que se estendem para baixo no interior da cavidade nasal e fibras nervosas que se estendem para cima até o bulbo olfatório, uma protuberância localizada na extremidade de cada nervo olfatório. Os nervos olfatórios (nervos do olfato) estendem-se diretamente até o interior do cérebro.

O sentido do olfato, o qual não é totalmente compreendido, é muito mais sofisticado que o sentido da gustação. Os odores distintos são muito mais numerosos que os sabores. O sentido subjetivo da gustação durante a alimentação envolve tanto a gustação quanto o olfato. É por essa razão que os alimentos freqüentemente perdem parte do sabor quando um indivíduo está resfriado e não consegue sentir odores. Como os receptores do olfato estão localizados na parte superior do nariz, a respiração normal não faz chegar muito ar até eles. No entanto, o ato de cheirar faz com que uma maior quantidade de ar chegue até esses receptores, aumentando enormemente a sua exposição aos odores.

Seios Paranasais

Os ossos que rodeiam o nariz contêm os seios paranasais, câmaras ocas com aberturas que permitem a drenagem de seu conteúdo no interior da cavidade nasal. Existem quatro grupos de seios paranasais: os maxilares, os etmóides, os frontais e os esfenóides. Os seios paranasais reduzem o peso dos ossos da face, ao mesmo tempo que preservam a força e a forma dos ossos e adicionam ressonância à voz.

Como a cavidade nasal, os seios paranasais são revestidos por uma membrana mucosa composta por células produtoras de muco que possuem diminutas projeções semelhantes a cílios. As partículas de sujeira contidas no ar são retidas pelo muco e, a seguir, são transportadas pelos cílios até a cavidade nasal, onde os seios drenam. Como a drenagem pode ser obstruída, os seios paranasais são particularmente suscetíveis a infecções e à inflamação (sinusite).

Garganta

Interior do Nariz e da Garganta

A garganta (faringe) localiza-se atrás da boca, abaixo da cavidade nasal e acima do esôfago e a traquéia. Ela é constituída por uma parte superior (nasofaringe), uma parte média (orofaringe) e uma parte inferior (hipofaringe). A garganta é um conduto muscular através da qual os alimentos são transportados ao esôfago e o ar chega aos pulmões. Como o nariz e a boca, a garganta é revestida por uma membrana mucosa composta de células que produzem muco e que possuem projeções semelhantes a cílios. As partículas de sujeira retidas pelo muco são transportadas pelos cílios em direção ao esôfago e são deglutidas.

As tonsilas localizam-se na parte posterior da boca e as adenóides na parte posterior da cavidade nasal. As tonsilas e as adenóides são formadas por tecido linfático e ajudam a combater as infecções. Elas são maiores durante a infância e atrofiam gradualmente ao longo da vida.

Na parte superior da traquéia encontra-se a laringe, a qual contém as pregas vocais (pregas vocais) e é responsável pela produção dos sons utilizados na fala. Quando relaxadas, as pregas vocais formam uma abertura em forma de V, através da qual o ar pode passar livremente. Quando contraídas, as pregas vocais vibram, produzindo sons que podem ser modificados pela língua, nariz e boca, para produzir as palavras.

A epiglote, uma estrutura semelhante a uma tampa constituída sobretudo por cartilagem, está localizada acima e à frente da laringe. Durante a deglutição, a epiglote fecha para impedir a entrada de alimentos e de líquidos na traquéia.