ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quarta-feira, 2 de março de 2011

ONICOMICOSE


"Onicomicose é o nome dado a uma infecção que acomete as unhas, causada por qualquer tipo de fungo. Essa infecção pode ser adquirida de várias formas, como pelo contato com o solo, com os animais e outras pessoas, e com alicates e tesouras que estejam contaminados. Os fungos mais frequentemente implicados são de um grupo chamado de dermatófitos, que se alimentam de queratina, a "matéria-prima" das unhas."

A doença pode acometer qualquer unha, mas as do pé são as mais acometidas devido ao uso constante de tênis e sapatos, criando um ambiente úmido, escuro e aquecido, extremamente favorável ao desenvolvimento dos fungos. Uma ou várias unhas podem estar envolvidas, mas raramente todas estão doentes."

Apresentação

A unha do primeiro dedo do pé ("dedão") é, geralmente, a primeira a ser acometida. A doença começa como uma mudança na coloração da unha (amarelada, esbranquiçada ou amarronzada) primeiramente na ponta da unha, espalhando-se por toda a espessura da unha e depois em direção à cutícula. Com a evolução, a ponta da unha se quebra ou é retirada pelo indivíduo, deixando a pele sob a unha exposta, local que de fato abriga a infecção. As partes da unha que restam podem retorcer-se e tornar-se irregular. Essa condição permanece assim, indefinidamente, se não tratada.

A doença pode se manifestar das seguintes formas:

Descolamento da ponta da unha: é a mais freqüente (descrita anteriormente).
Espessamento: as unhas tornam-se endurecidas e grossas; pode se acompanhar de dor.
Leuconíquia: manchas brancas na unha.
Destruição e deformidade: a unha fica frágil e quebradiça, deformando-se.
Paroníquia: nessa forma especial, o acometimento é na região do dedo ao redor da unha, que fica inflamada, avermelhada, inchada e dolorida. Isso leva alterações na forma da unha.

Diagnóstico

O indivíduo que apresente qualquer dessas alterações deve procurar um médico para estabelecimento do diagnóstico e do tratamento, o mais precocemente possível. O que acontece, em muitos casos, é que as pessoas não buscam atendimento por acharem que o quadro é normal, especialmente se as alterações são apenas de coloração e/ou espessura.

O exame mais utilizado para confirmar a infecção, em um paciente com quadro sugestivo, consiste na raspagem da unha acometida e exame do material em um microscópio após adição de uma substância, o KOH. Ele permite que o médico visualize o fungo causador da infecção.

Outros exames disponíveis são a cultura do material da raspagem em meios de cultura e a biópsia da unha. Entretanto, eles são mais caros e o resultado demora muito tempo para ser liberado.

Tratamento

O tratamento de todas as formas de onicomicose é semelhante. Pode ser realizado sob a forma de medicação tópica, como cremes, soluções e esmaltes, ou por meio de medicação sistêmica tomada por via oral. Porém, o tratamento local frequentemente é ineficaz na erradicação da infecção primária, e o sistêmico está associado à alta taxa de falha e recorrência. Os motivos podem ser a resistência do fungo ao medicamento usado ou características individuais que podem dificultar a ação do mesmo. Apesar disso, o tratamento deve ser realizado, e pode ser modificado caso não haja resposta, até que se obtenha a cura.

Somente o médico está habilitado a recomendar o tratamento adequado, e o uso de medicamentos indicados por outras pessoas pode mascarar as características que permitem o diagnóstico correto da infecção, dificultando o reconhecimento pelo médico e a instituição do tratamento indicado, posteriormente.

Para que o tratamento seja bem sucedido, o fungo causador deve ser totalmente eliminado da unha. Isso requer que a unha doente seja totalmente substituída por nova unha saudável, o que depende do crescimento da mesma. Esse crescimento é bastante lento, sendo de aproximadamente 6 meses para as unhas das mãos e de até 12 meses para as do pé. O tratamento deve, então, ser mantido durante todo esse tempo. Caso os medicamentos sejam usados pelo tempo indicado, é possível obter-se bons resultados.

Assim, o tratamento dessa doença é extremamente complicado, já que exige do paciente a paciência e a perseverança no uso da medicação prescrita. Além disso, a unha é um meio de difícil penetração para os medicamentos.

Em muitos casos, para aumentar as chances de cura, o médico indica uma associação de tratamento local e sistêmico (comprimidos). Essa conduta é obrigatória quando a infecção atinge a matriz da unha (base). A medicação por via oral é utilizada por cerca de 3 a 4 meses, enquanto a local é mantida durante todo o período de crescimento completo da nova unha.

Os medicamentos disponíveis para uso por via oral são a terbinafina, o itraconazol e o fluconazol. Cada um apresenta um tempo indicado de uso e taxa de eficácia particular. Para o tratamento tópico, dispõe-se dos seguintes agentes: tioconazol, solução contendo uréia e bifonazol, e o esmalte de amolrofina.

Prevenção

A prevenção compõe-se, basicamente, de hábitos higiênicos.

• Não andar descalço em ambientes constantemente úmidos (vestiários, saunas); • Levar animais de estimação ao veterinário caso sejam observadas alterações no pêlo, descamação; • Evitar trabalhar com terra sem uso de luvas; • Usar material de manicure próprio, ou esterilizado; • Evitar ao máximo o uso calçados fechados, optando por aqueles mais largos e ventilados; • Preferir as meias de algodão, que absorvem melhor a umidade dos pés.


FONTE: http://boasaude.uol.com.br/