ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

CÉLULAS, TECIDO0S E ÓRGÃOS


A biologia engloba o estudo da anatomia e da fisiologia dos organismos vivos. A anatomia é o estudo das estruturas e a fisiologia é o estudo das funções do organismo. Devido à complexidade da estrutura dos organismos vivos, a anatomia é organizada por níveis, desde os menores componentes das células até os órgãos maiores e suas relações com outros órgãos. A anatomia geral é o estudo dos órgãos do organismo através da sua observação a olho nu durante a inspeção visual e a dissecção. A anatomia celular é o estudo das células e de seus componentes e requer instrumentos especiais, como microscópios e técnicas especiais para sua observação.

Células

Embora existam diferentes tipos de células, quase todas apresentam os mesmos componentes. A célula é composta por um núcleo e pelo citoplasma e é envolta por uma membrana celular, a qual controla o que entra e sai. O núcleo controla a produção de proteínas. Ele contém os cromossomos, os quais representam o material genético da célula, e um nucléolo, o qual produz ribossomos.

O citoplasma é formado por um material líquido e organelas, as quais podem ser consideradas os órgãos da célula. O retículo endoplasmático transporta materiais no interior da célula. Os ribossomos produzem proteínas, as quais são acondicionadas pelo aparelho de Golgi, de forma que possam deixar a célula. As mitocôndrias geram energia para as atividades celulares. Os lisossomos contêm enzimas que são capazes de degradar partículas que entram na célula. Por exemplo, determinados leucócitos ingerem bactérias, as quais, em seguida, são destruídas por enzimas existentes nos lisossomos. Os centríolos participam na divisão celular.

Dentro da Célula

Embora existam diferentes tipos de células, quase todas apresentam os mesmos componentes. A célula é composta por um núcleo e pelo citoplasma e é envolta por uma membrana celular, a qual controla o que entra e sai. O núcleo controla a produção de proteínas.

Ele contém os cromossomos, os quais representam o material genético da célula, e um nucléolo, o qual produz ribossomos. O citoplasma é formado por um material líquido e organelas, as quais podem ser consideradas os órgãos da célula. O retículo endoplasmático transporta materiais no interior da célula.

Os ribossomos produzem proteínas, as quais são acondicionadas pelo aparelho de Golgi, de forma que possam deixar a célula. As mitocôndrias geram energia para as atividades celulares. Os lisossomos contêm enzimas que são capazes de degradar partículas que entram na célula. Por exemplo, determinados leucócitos ingerem bactérias, as quais, em seguida, são destruídas por enzimas existentes nos lisossomos. Os centríolos participam na divisão celular.

Ela possui receptores que identificam a célula a outras células. Os receptores também reagem a substâncias produzidas no organismo e a medicamentos nele introduzidos, permitindo, de modo seletivo, que essas substâncias ou medicamentos entrem e saiam da célula.

As reações que ocorrem nos receptores, com freqüência alteram e controlam as funções celulares. Dentro da membrana celular, existem dois compartimentos importantes: o citoplasma e o núcleo. O citoplasma contém estruturas que consomem e transformam a energia e que desempenham as funções celulares; o núcleo contém o material genético da célula e as estruturas que controlam a sua divisão e reprodução.

O organismo é constituído por muitos tipos diferentes de células, cada qual com estrutura e função próprias. Algumas, como os leucócitos (glóbulos brancos), movimentam-se livremente, não estando unidas a outras células. Outras, como as células musculares, estão firmemente unidas entre si. Algumas células, como as da pele, dividem-se e reproduzem-se com rapidez e, por outro lado, as células nervosas nunca se reproduzem.

Algumas células, sobretudo as glandulares, têm como função principal a produção de substâncias complexas, como um hormônio ou uma enzima. Por exemplo, as células da mama produzem leite; as do pâncreas, insulina; as do revestimento pulmonar, muco; e as da boca, saliva. Outras células desempenham funções que não estão relacionadas com a produção de substâncias como, por exemplo, as células dos músculos e do coração que têm como ação principal a contração. As células nervosas conduzem impulsos elétricos, permitindo a comunicação entre o sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) e o resto do organismo.

Tecidos e Órgãos

É denominado tecido o conjunto de células semelhantes unidas entre si. As células de um tecido não são idênticas, mas atuam em conjunto para realizar funções específicas. Uma amostra de tecido removida para exame em microscópio (biópsia) contém muitos tipos de células, apesar do médico poder estar interessado apenas em um tipo específico de célula.

O tecido conjuntivo é o tecido resistente e freqüentemente fibroso que une as estruturas do organismo, provendo sua sustentação. O tecido conjuntivo está presente em quase todos os órgãos, representando uma grande parte da constituição da pele, dos tendões e dos músculos. As características do tecido conjuntivo e os tipos de células nele contidos variam, dependendo da sua localização no organismo.

As funções corpóreas são realizadas por órgãos. Cada órgão é uma estrutura reconhecível que desempenha funções específicas como, por exemplo, o coração, os pulmões, o fígado, os olhos e o estômago. Um órgão é composto por vários tipos de tecidos e, conseqüentemente, por vários tipos de células. Por exemplo, o coração contém um tecido muscular, que se contrai para bombear o sangue; um tecido fibroso que formam as válvulas cardíacas e células especiais que mantêm a freqüência e o ritmo dos batimentos cardíacos.

O olho contém células musculares que abrem e fecham a pupila; células transparentes, que formam o cristalino e a córnea; células que produzem o líquido existente no interior do olho; células sensíveis à luz; e células nervosas que transmitem impulsos até o cérebro. Mesmo um órgão aparentemente tão simples como a vesícula biliar contém tipos diferentes de célula como, por exemplo, as do revestimento interior que são resistentes aos efeitos irritativos da bile; células musculares que contraem para expelir a bile; e células que formam a parede fibrosa externa que contém a vesícula.

Sistemas Orgânicos

Embora um determinado órgão desempenhe funções específicas, existem órgãos que também fazem parte de um grupo, o qual é denominado sistema orgânico. O sistema orgânico é a unidade organizacional na qual se baseia o estudo da medicina, a classificação das doenças e o planejamento dos tratamentos. Em grande parte, este livro foi elaborado baseando-se no conceito do sistema orgânico. Um exemplo de sistema é o cardiovascular, o qual é composto pelo coração (cardio) e pelos vasos sangüíneos (vascular). Ele é responsável pelo bombeamento e pela circulação do sangue.

O sistema digestivo, o qual se estende da boca ao ânus, é responsável pela recepção e digestão dos alimentos e também pela excreção de resíduos. Além do estômago, do intestino delgado e do intestino grosso, os quais transportam o alimento, esse sistema inclui órgãos relacionados, como o pâncreas, o fígado e a vesícula biliar, os quais produzem enzimas digestivas, removem toxinas e armazenam substâncias necessárias para a digestão.

O sistema musculoesquelético, constituído por ossos, músculos, ligamentos, tendões e articulações, provê sustentação e movimento ao organismo. Evidentemente, os sistemas orgânicos não funcionam isoladamente. Por exemplo, após a ingestão de uma refeição, o sistema digestivo necessita de uma maior quantidade de sangue para desempenhar suas funções. Por isso, ele solicita o auxílio dos sistemas cardiovascular e nervoso. Os vasos sangüíneos do sistema digestivo dilatam para transportar mais sangue. Impulsos nervosos são transmitidos ao cérebro, notificando-o sobre o aumento de trabalho.

O sistema digestivo estimula o coração de modo direto através de impulsos nervosos e substâncias químicas liberadas na corrente sangüínea. O coração responde, bombeando mais sangue. O cérebro também responde detectando menor fome, maior plenitude e menor interesse por atividades vigorosas. A comunicação entre órgãos e sistemas orgânicos é vital. Essa comunicação permite que o organismo ajuste a função de cada órgão às necessidades de todo o organismo.

O coração deve saber quando o organismo encontra-se em repouso, para reduzir o ritmo cardíaco, e quando os órgãos necessitam de mais sangue, para acelerar. Os rins devem saber quando o organismo apresenta excesso de líquido, para excretar mais urina; e quando ele está desidratado, para conservar água. Por meio dessa comunicação, o organismo mantém o equilíbrio. Este conceito é conhecido como homeostasia. Através da homeostasia, os órgãos não apresentam uma produção excessiva nem uma produção deficiente e cada órgão facilita as funções dos outros.

A comunicação para a manutenção da homeostasia pode ocorrer através do sistema nervoso ou da estimulação química. Em grande parte, o sistema nervoso autônomo controla a complexa rede de comunicação que regula as funções corpóreas. Essa parte do sistema nervoso funciona sem que a pessoa tenha consciência, ou seja, sem que haja indicação perceptível de sua ação. As substâncias químicas utilizadas na comunicação são denominadas transmissores.

Os transmissores produzidos por um órgão e que se deslocam até outros órgãos através da corrente sangüínea são denominados hormônios. Os transmissores que conduzem mensagens entre partes do sistema nervoso são denominados neurotransmissores. Um dos transmissores mais conhecidos é o hormônio epinefrina (adrenalina). Quando uma pessoa defronta-se a uma situação súbita de estresse ou de medo, o cérebro envia instantaneamente uma mensagem até as glândulas adrenais, as quais imediatamente liberam adrenalina. Em instantes, essa substância química coloca todo o organismo em estado de alerta, uma resposta que, às vezes, é denominada “preparação de luta ou fuga”.

O coração bate mais rápido e intensamente, os olhos dilatam para permitir maior entrada de luz, a respiração acelera e a atividade do sistema digestivo diminui para permitir que maior volume de sangue seja enviado aos músculos. O efeito é rápido e intenso. Outras comunicações químicas são menos espetaculares, mas igualmente eficazes. Por exemplo, quando o organismo fica desidratado e precisa de mais água, o volume de sangue circulante no sistema cardiovascular diminui.

Essa redução do volume sangüíneo é detectada por receptores localizados nas artérias da região do pescoço. Esses receptores respondem enviando impulsos, através de nervos, até a hipófise, (localizada na base do cérebro), a qual então produz o hormônio antidiurético. Este hormônio sinaliza aos rins para que eles produzam menos urina e retenham mais água. Simultaneamente, o cérebro detecta a sede e estimula a ingestão líquida.

O organismo também possui um grupo de órgãos – o sistema endócrino – cuja função principal é produzir hormônios que regulam a função de outros órgãos. Por exemplo, a glândula tireóide produz o hormônio tireoidiano, o qual controla a taxa metabólica (velocidade com que ocorrem as funções químicas do organismo); o pâncreas produz insulina, a qual controla o consumo de açúcar; e as glândulas adrenais produzem adrenalina, a qual estimula vários órgãos a preparar o organismo para enfrentar o estresse.

Barreiras Externas e Internas

Por mais estranho que pareça, definir o que é “externo” e o que é “interno” no organismo nem sempre é fácil, pois o organismo apresenta muitas superfícies. A pele que, na realidade, é um sistema orgânico, é uma superfície óbvia, e forma uma barreira que impede a entrada de muitas substâncias nocivas no organismo. Apesar de revestido por uma fina camada de pele, o canal auditivo é em geral considerado interno por penetrar profundamente na cabeça.

O sistema digestivo é um tubo longo que inicia na boca, serpenteia ao longo do corpo e termina no ânus. O alimento parcialmente absorvido ao passar através desse tubo encontra-se dentro ou fora do corpo? Na realidade, os nutrientes e líquidos não se encontram no interior do organismo até serem absorvidos para o interior da corrente sangüínea.

O ar passa através do nariz e da garganta até a traquéia e, em seguida, até as vias respiratórias e as ramificações das vias respiratórias pulmonares (os brônquios). Em que ponto esse sistema de condução do ar deixa de ser “externo” e passa a ser “interno”? O oxigênio nos pulmões não tem utilidade para o organismo até entrar na corrente sangüínea. Para fazê-lo, o oxigênio precisa atravessar uma fina camada de células que reveste os pulmões. Essa camada funciona como uma barreira contra vírus e bactérias (p. ex., bacilo da tuberculose), os quais podem ser transportados até o interior dos pulmões juntamente com o ar.

A não ser que penetrem nas células ou na corrente sangüínea, esses organismos não causam doença. Em razão dos pulmões possuírem muitos mecanismos de proteção – como os anticorpos, os quais combatem infecções, e os cílios, os quais eliminam os detritos das vias respiratórias – a maioria dos organismos infecciosos nunca causam doença. As superfícies do corpo não só separam o “exterior” do “interior”, mas, também, mantêm as estruturas e as substâncias no local adequado, de modo que elas possam funcionar satisfatoriamente. Por exemplo, os órgãos internos não flutuam no sangue; o sangue normalmente é confinado no interior dos vasos sangüíneos.

Se ocorrer extravasamento de sangue, com invasão de outras partes do organismo (hemorragia), não ocorre somente a falha de fornecimento de oxigênio e nutrientes aos tecidos, mas também pode ocorrer a produção de lesões graves. Uma hemorragia cerebral, mesmo que pequena, destrói o tecido cerebral, pois não existe espaço livre que permita a expansão do sangue dentro dos limites do crânio.

Por outro lado, um volume similar de sangue extravasando para o interior da cavidade abdominal não causa destruição do tecido. A saliva, tão importante na boca, pode causar problemas sérios quando aspirada pelos pulmões.

O ácido clorídrico produzido pelo estômago raramente causa danos a esse órgão, mas pode queimar e lesar o esôfago, no caso de haver refluxo, ou lesar outros órgãos, caso extravase através da parede do estômago. As fezes – parte não digerida dos alimentos que é expelida através do ânus – podem causar infecções potencialmente letais quando ocorre extravasamento através da parede intestinal para o interior da cavidade abdominal.

Anatomia e Doença

O corpo humano é admiravelmente bem planejado. Quase todos os seus órgãos possuem grande reserva ou capacidade extra, o que lhes permite funcionar adequadamente, mesmo quando parcialmente lesados. Por exemplo, é necessário uma destruição superior a dois terços do fígado antes que ocorram graves conseqüências e uma pessoa possa sobreviver à remoção cirúrgica de um pulmão inteiro, desde que o outro pulmão apresente uma função normal.

Outros órgãos podem suportar pequenas lesões antes de apresentarem uma disfunção (mal funcionamento). Por exemplo, se um acidente vascular cerebral (derrame cerebral) destruir uma pequena quantidade de tecido cerebral vital, o indivíduo pode apresentar incapacidade para falar, mover um membro ou manter o equilíbrio. Um infarto do miocárdio (ataque cardíaco), o qual destrói tecido cardíaco, pode prejudicar apenas discretamente a capacidade de bombeamento de sangue ou pode acarretar a morte.

A doença afeta a anatomia, e alterações da anatomia podem causar uma doença. Crescimentos anormais, como o câncer, podem destruir diretamente o tecido normal ou podem produzir uma pressão, a qual, em última instância, provoca destruição. Se o suprimento sangüíneo a um tecido for bloqueado ou interrompido, o tecido morre (infarto), como no infarto do miocárdio (ataque cardíaco) ou no acidente vascular cerebral (derrame cerebral). Devido à relação entre a doença e a anatomia, os métodos de exame do interior do organismo tornaram-se a base do diagnóstico e do tratamento de doenças.

O primeiro grande avanço ocorreu com a radiografia, a qual permitiu aos médicos examinar o interior do organismo e os órgãos sem cirurgia. Um outro avanço importante foi a tomografia computadorizada (TC), na qual os raios X são associados a um computador. A TC produz imagens bidimensionais detalhadas do interior do organismo.

Outros métodos de produção de imagens de estruturas internas são a ultra-sonografia, a qual utiliza ondas sonoras; a ressonância magnética (RM), a qual detecta o movimento dos átomos em um campo magnético; e os estudos imagenológicos com radionuclídeos, os quais utilizam substâncias químicas radioativas injetadas no organismo. Tratam-se de técnicas não-invasivas que examinam o interior do organismo. A cirurgia, ao contrário, é um procedimento invasivo.

FONTE: MANUAL MERCK