ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

ALERGIAS


AS ALERGIAS

Em algumas pessoas, o sistema imune assume o papel de “vilão”, em vez de “patrulheiro”. Passa a produzir anticorpos contra antígenos potencialmente inofensivos, como pólen e alguns alimentos, desencadeando manifestações desagradáveis, como urticária ou asma brônquica.

Essas reações são deflagradas pelos mastócitos, células que contêm grânulos de heparina (ação anticoagulante) e histamina (provoca reações alérgicas). Indivíduos com predisposição hereditária acabam produzindo em maior quantidade anticorpos de uma classe especial, chamada IgE, que se fixam às membranas dos mastócitos. Caso entrem em contato com seus antígenos específicos, promovem a liberação do conteúdo celular para o meio extracelular, desencadeando processos alérgicos.

Os pacientes alérgicos apresentam concentração alta de IgE, e de eosinófilos. A elevação de eosinófilos também ocorre em doenças parasitárias.

A forma mais grave de reação alérgica é o choque anafilático, desencadeado por alérgenos (antígenos que provocam alergia) ingeridos ou inoculados. As manifestações não são dependentes da quantidade de alérgeno que entra no corpo. Em algumas pessoas uma única ferroada de abelha pode ser suficiente para provocar o choque, que acontece por liberação maciça de histamina no organismo, causando vasodilatação generalizada e queda acentuada da pressão arterial, que pode levar à morte em poucos minutos. Freqüentemente há edema da laringe, o que dificulta a passagem de ar e causa asfixia.

REJEIÇÃO A ENXERTOS E TRANSPLANTES

A resposta imune aos aloantígenos pode ser humoral ou mediada por células. Em geral a resposta mediada por células é mais importante para a rejeição aos transplantes de órgãos.

IMUNIZAÇÃO

PASSIVA

ATIVA

Indivíduos que já tiveram doenças como a caxumba ou a rubéola costumam estar protegidos permanentemente, devido à formação de anticorpos duradouros. Evidentemente que adquirir a imunização através da doença não é o melhor processo. Com essa finalidade são desenvolvidas as vacinas que deverão ser aplicadas segundo um calendário bem programado.

As vacinas podem apresentar os microrganismos (vírus ou bactéria) mortos ou vivos e “atenuados” (processos físico-químicos que impedem a manifestação da doença, reduzindo a virulência do agente causador). As pessoas irão recebê-las através de injeção ou por via oral (ex.: vacina Sabin – gotículas contra a poliomielite). Assim, respeitado o calendário que prevê os intervalos de tempo e número de doses adequadas, o nosso organismo desenvolve a imunidade ativa (produção dos próprios anticorpos específicos).

Há antígenos como os venenos de serpentes ou de aracnídeos que podem agir muito rapidamente no nosso organismo, causando danos fisiológicos com risco de serem fatais. Para essas situações são indicadas as aplicações de soros específicos, os quais já apresentarão os anticorpos prontos.

Os soros são desenvolvidos da seguinte forma: pequenas doses de veneno (antígenos) são injetadas num animal (cavalo, por exemplo), sem lhe causar dano. Lentamente o animal fica imunizado contra esse tipo específico de veneno, apresentando certa concentração dos anticorpos respectivos na sua corrente sangüínea. Do sangue desse animal é separado o soro (plasma sem a proteína fibrinogênio), onde estarão os anticorpos. Este soro apresentará a propriedade de curar uma pessoa “picada” que tenha recebido o respectivo veneno. A esse processo chamamos de imunização passiva.

É importante reconhecer que a mãe grávida (através da circulação placentária), além da alimentação e oxigenação passa ao bebê parte dos anticorpos que ela possui. Isso confere imunidade nos primeiros meses após o nascimento. O mesmo processo ocorre através do leite durante o importantíssimo período de amamentação.

Podemos concluir então que vacinas promovem imunização ativa, duradoura e preventiva, enquanto soros, imunização passiva, temporária e curativa.

FONTE: http://www.afh.bio.br/imune/imune3.asp