CITOLOGIA URINÁRIA
Figura C2 – Padrões Morfológicos de Tumores Vesicais.
Dados de 2008 referem que, na Europa, o tumor da bexiga foi a 8ª
causa mais comum de mortalidade específica por cancro. Os sintomas mais
comuns incluem a hematúria indolor, aumento da frequência urinária,
urgência em urinar e disúria. Outros sintomas, como dor lombar
(obstrução ureteral), edema dos membros inferiores, massa pélvica
palpável, perda de peso e dor abdominal ou óssea, podem ocorrer em caso
da carcinoma invasivo ou metastático.
A indicação mais comum para se fazer uma citologia urinária é a
hematúria, sendo que entre 5% a 10% dos doentes com hematúria têm lesão
maligna. A citologia urinária também é indicada para vigilância de
doentes operados a neoplasia do sistema urinário, dado que o índice de
recorrência é elevado.
A infecção a schistosoma foi relacionada com o desenvolvimento de tumor da bexiga.
Em profissionais expostos a factores de risco para cancro da bexiga,
nomeadamente a exposição a compostos de anilina, aminas aromáticas
usadas na indústria petroquímica (por exemplo, corantes, solventes,
tintas, produtos de combustão, borracha e têxteis) ou ciclofosfamidas
usadas no tratamento de algumas doenças, a citologia urinária está
também indicada como método de rastreio.
COLHEITA DE AMOSTRAS
Se houver suspeita de tumor da bexiga, serão realizados inicialmente
métodos de exame não-invasivos ao sistema urinário. Entre eles,
incluem-se a citologia urinária, lavagens e escovados. Métodos
invasivos, incluem as biópsias dirigidas a uma lesão do ureter ou à
bexiga.
Há vários estudos que defendem a utilização de biomarcadores urinários
para o diagnóstico de tumores da bexiga, mas até ao momento ainda não
existe consenso quanto à sua utilização. Os exames radiológicos também
são realizados como método não-invasivo.
No entanto, a confirmação do diagnóstico é feito exclusivamente pela Anatomia Patológica.
URINA ESPONTÂNEA
Este método tem alta especificidade e sensibilidade moderada para tumores de alto grau .
A urina pode ser obtida 3 a 4 horas após a última vez que o doente
urinou. A primeira urina da manhã não deve ser analisada, uma vez que o
baixo pH e o meio hipertónico aumentam a degeneração celular,
dificultando o diagnóstico citológico.
O mínimo de amostra necessário para ser efectuado o diagnóstico é desconhecido, mas recomenda-se que esteja entre 25 a 100 mL.
Nas mulheres, a urina pode conter celulas vaginais, que na maioria das vezes não comprometem o diagnóstico.
ALGALIAÇÃO / CATETERIZAÇÃO
A algaliação urinária é um procedimento que consiste na introdução de
um cateter no interior da bexiga através da uretra. Convém salientar
que as amostras obtidas por algaliação têm desvantagens, quer para o
doente, quer para o patologista. Se por um lado este procedimento
aumenta o risco de infecções no sistema urinário, também a urina obtida
por este método fica muito tempo exposta à temperatura ambiente,
provocando degeneração celular pronunciada. Pode também acontecer que a
ponta do cateter arraste grupos de células uroteliais benignas, que
podem mimetizar a neoplasia papilar de baixo grau.
LAVADOS VESICAIS
A lavagem da bexiga para obtenção de urina é realizada através de um
cateter, através do qual se efectua irrigação da bexiga com 50 mL de uma
solução salina. Esta solução efectua uma esfoliação das células
epiteliais da bexiga e produz uma suspensão celular rica em células.
Este método, quando comparado com o método da urina espontânea, tem a
vantagem de obter maior quantidade e preservação celular, com um menor
risco de contaminação.
ESCOVADOS VESICAIS
Os escovados são mais sensíveis e mais específicos na detecção de um tumor da bexiga do que os outros métodos citológicos.
São realizados através de cistoscopia e é efectuada uma raspagem na área
suspeita com o objectivo de serem colhidas células para observação
microscópica.
CÉLULAS UROTELIAIS
As células uroteliais observadas na urina estão presentes em várias camadas no epitélio, e são considerados três tipos:
Células superficiais ou Umbrella Cells
Têm tamanho variável, forma poligonal, citoplasma abundante, fino e
quase transparente, finamente vacuolizado podendo conter muco ou
gordura. As células umbrella tem uma relação núcleo citoplasma muito
baixa, podem ser binucleadas, mas é mais frequente serem multinucleadas
podendo ter um grande número de núcleos de forma esférica a oval com
cromatina finamente granular. As células umbrella gigantes são
frequentemente observadas em amostras provenientes dos ureteres ou do
bacinete (pélvis renal).
Células intermédias e células basais
São células mais pequenas, que podem ser idênticas às células
parabasais do epitélio pavimentoso cervical. Variam menos no tamanho do
que as anteriores, embora também tenham forma poligonal a redonda. O
citoplasma é vasto e claro, vacuolizado e o núcleo apresenta cromatina
finamente granular. Quando esfoliam em folhetos ou em agregados, podem
formar estruturas compactas com formas papilares ou esféricas de células
benignas, mas que podem dificultar o diagnóstico.
CÉLULAS EPITELIAIS NÃO UROTELIAIS
Células epiteliais intestinais
Aparecem como células isoladas, ou em pequenos agregados pouco
coesos. São células cilíndricas de citoplasma claro e núcleo pequeno com
cromatina finamente granular. Estas células mostram alterações
degenerativas bastante marcadas, com inclusões intracitoplasmáticas
eosinófilicas.
Células pavimentosas e glandulares
São células mais frequentes nas mulheres do que nos homens, e observam-se como células pavimentosas com aspecto metaplásico.
Células dos túbulos renais
As células dos túbulos renais são pequenas e colunares, que podem
estar em agregados ou isoladas, de núcleo picnótico e citoplasma
granular. Podem ser observadas em grande quantidade em situações de
agressão ao parênquima renal.
URINA SEM ALTERAÇÕES
Em situações normais, a urina é pobre em células. No entanto, citologicamente
podem ser observadas células do epitélio urotelial, células
pavimentosas, células dos túbulos renais, raros eritrócitos e escassos
polimorfonucleares e histiócitos. Por contaminação,
podem ainda coexistir na urina, em caso da amostra ser do sexo
masculino, células das vesículas seminais, espermatozóides, células
pavimentosas e corpos amiláceos. Em caso de urina do sexo feminino,
podem ser observadas células pavimentosas e flora vaginal. A tabela C5,
resume a categorização da classificação das alterações celulares no
sistema urinário.
LESÕES BENIGNAS
Inflamação
A cistite, ou inflamação da bexiga, é uma situação comum em todas as
idades, mas com variação da causa nos diferentes grupos etários.
Por norma, as alterações inflamatórias, são uma consequência secundária
de outra patologia. Os processos inflamatórios podem ser considerados primários, quando causados por infecções, tumores, processos obstrutivos ou compressões, e secundários, quando consequência de doenças como tuberculose renal, diabetes e imunossupressão.
Citologicamente, observa-se aumento do número de células
inflamatórias, polimorfonucleares, histiócitos e por vezes linfócitos,
eosinófilos e plasmócitos. Também são observadas células epiteliais com
alterações inflamatórias, halos perinucleares, núcleos ligeiramente
aumentados e irregulares, cromatina de distribuição homogénea,
vacuolização citoplasmática e nuclear.
Alterações Infecciosas
Bactérias
Podem ser observadas diferentes formas bacterianas como
cocos ou bacilos, no entanto a sua correcta identificação só é possível
através de exame bacteriológico. É frequente a infecção por Escherichia
coli.
Fungos
A Candida albicans é o fungo que causa infecções com maior
frequência, e pode ser observada na forma de esporos ou pseudohifas.
Pode ter grande importância em doentes com transplantes renais ou
imunossuprimidos. É frequente existir obstrução dos ureteres, pela
formação de rolhões de fungos. Outros fungos, menos comuns e que causam
cistites são o Aspergillus, Mucor, Blastomyces, Histoplasma,
Cryptococcus e Coccidioides, detectados em amostras urinárias,
particularmente em imunossuprimidos.
Parasitas
O Schistosoma haematobium é o agente infeccioso mais
frequente. É endémico em algumas regiões de África, sendo transmitido
por um hospedeiro (caracol de água doce). A forma móvel do parasita
penetra pela pele nua e intacta, ou pelas mucosas como da boca e
esófago, após ingestão da água, ou anal ou genital. Ela continua a
penetrar os tecidos até encontrar pequenos vasos sanguíneos, no interior
dos quais entra e migra até à bexiga, onde maturam e depositam os ovos.
Os ovos têm aspecto translúcido, com um espículo terminal. Este
parasita pode romper as paredes da bexiga causando hematúria.
No Schistosoma mansoni, os ovos também são translúcidos mas
com um espículo lateral. Este parasita é encontrado no intestino e no
fígado, mas também pode ser encontrado na urina.
O Schistosoma haematobium está associado ao carcinoma da
bexiga, devido à fibrose e reacções inflamatórias persistentes causando
metaplasia reactiva. Como o parasita produz hormonas relacionadas com o
estrogénio, os doentes infectados apresentam estas hormonas em
circulação.
A infecção mais frequente na mulher é por Trichomonas
vaginalis, que pode ser consequência da contaminação de uma infecção
vaginal e no caso do homem por Trichomonas hominis. A tricomoníase no
sistema urinário é rara.
Outros parasitas incluem o Enterobius vermicularis e o Toxoplasma.
Vírus
Citomegalovirus (CMV)
Numa fase inicial da infecção, podem ser observadas
inclusões nucleares virais múltiplas, pequenas e basófilas, com halos
perinucleares. Em fases mais avançadas, as células aumentam de tamanho e
as inclusões são grandes apresentando o aspecto de “olho de coruja”.
Herpes simplex
As alterações virais podem ser observadas em células
multinucleadas, isoladas ou em agregados. A moldagem nuclear é marcada, e
a cromatina fica com um aspecto de vidro fosco. As inclusões
intranucleares são frequentemente eosinófilas.
Poliomavirus
Os poliomavirus são virus de DNA da familia Pappoviridae, e
compreendem o vírus BK (iniciais do paciente renal transplantado, cujo
vírus foi encontrado na sua amostra de urina), JC (John Cunningham)
altamente prevalentes no Homem, enquanto o SV-40 é um vírus dos símios
mas que também pode provocar infecções em humanos.
As células infectadas (Decoy cell) variam no tamanho e
ficam aumentadas. A inclusão viral é basófila, homogénea preenchendo na
totalidade o núcleo, com padrões da cromatina irregulares. As células
infectadas são geralmente atípicas podendo ser confundidas com células
malignas. O poliomavirus pode coexistir com o cancro.
HPV
O vírus do papiloma Humano pode afectar o sistema urinário, mas
quando os efeitos citopáticos provocados pelo HPV são vistos em urinas
espontâneas de mulheres, as células geralmente são provenientes da vulva
ou da vagina. Coilócitos numa amostra obtida por cateterização, indica
condiloma no sistema urinário.
Alterações não infecciosas
Cristalúria
Os cristais são achados comuns nas amostras de urina, sendo que a
maioria não tem significado clínico. Os cristais são compostos por uma
matriz de microproteínas, de cor clara transparente, formas irregulares e
não são birrefrigentes. Existem outros tipos de cristais identificáveis
apenas quimicamente e outros são identificáveis pela sua forma
característica e que são birrefrigentes.
Entre os vários tipos de cristais incluem-se o triplo fosfato, ácido úrico, oxalato de cálcio, colesterol, etc.
Citologicamente é observado aumento da celularidade, aumento do número
de células inflamatórias, cristais ou fragmentos destes com as
configurações correspondentes que os permitem identificar.
Formação de cilindros renais
Os cilindros podem ser hialinos ou granulares. São causados pela
acumulação de proteínas, eritrócitos e células necróticas, que ficam com
um aspecto moldado em cilindros. Os cilindros hialinos são compostos por material proteico eosinófilo e homogéneo, podendo ter algumas células renais na periferia. Os cilindros granulares são constituídos por restos celulares com células tubulares degeneradas de citoplasma granular.
Os cilindros encontrados em amostras urinárias, podem ou não ter
significado clinico, assim como podem ser uma manifestação de uma doença
renal severa. Cilindros de eritrócitos são característicos de doença glomerular. Cilindros de leucócitos são característicos de doenças tubulointersticiais e podem estar associadas a rejeição de transplantes.
Cilindros epiteliais podem ser vistos em quase todas as doenças, e são compostos por células tubulares renais degeneradas. Cilindros gordurosos contêm vacúolos de lípidos e são encontrados em pacientes com síndrome nefrótico.
Alterações reactivas inespecíficas nas células uroteliais
Inflamação e ferimentos no urotélio resultam em alterações reactivas nas células uroteliais.
Citologicamente é observado vacuolização do citoplasma, aumento nuclear e nucléolo proeminente.
Diagnóstico diferencial:
Em alguns adenocarcinomas pode existir vacuolização do citoplasma. No
entanto, os núcleos são muito atípicos e raramente se confunde com
células uroteliais reactivas.
Efeitos da radiação e da quimioterapia
A radiação tipicamente provoca um aumento celular e nuclear, embora
não exista um aumento da relação núcleo/citoplasma. As células afectadas
aparecem isoladas. É comum existir vacuolização quer do citoplasma quer
do núcleo. Os efeitos da radiação podem permanecer semanas, meses e até
anos depois do tratamento ter terminado.
Tiotepa e mitomicina C, medicamentos usados no tratamento de cancro
da bexiga, produzem alterações semelhantes às encontradas nos efeitos da
radiação nas células. As células são frequentemente multinucleadas, com
vacuolização do núcleo e citoplasma, membrana nuclear irregular e
hipercromasia.
As alterações provocadas pela radiação e pela quimoterapia podem mimetizar o carcinoma urotelial.
NEOPLASIAS UROTELIAIS
O tumor da bexiga pode ser classificado em três tipos, considerando o tipo de células envolvidas:
- carcinoma de células uroteliais
- carcinoma pavimento celular
- adenocarcinoma
O que tem maior prevalência é o carcinoma de células uroteliais com
cerca de 90% dos casos reportados. Há duas lesões percursoras diferentes
para o carcinoma urotelial invasivo. A mais comum são os tumores
papilares, que parecem surgir da hiperplasia papilar urotelial. A outra
lesão percursora é o carcinoma urotelial plano, também denominado
carcinoma in situ (CIS). (Figura C2)
Figura C2 – Padrões Morfológicos de Tumores Vesicais
Por razões ainda não conhecidas, a incidência do carcinoma urotelial
tem vindo a aumentar, e ocorre três vezes mais em homens. É frequente em
idade superior a 50 anos, e está associado com hábitos tabágicos e
outros factores de risco que incluem a exposição a elevado número de
agentes ocupacionais, como aminas aromáticas, agentes alcalinos, entre
outros.
Os doentes tratados com ciclofosfamida, usada para o tratamento de
esclerose múltipla, têm risco aumentado de desenvolver tumor na bexiga.
O carcinoma urotelial tem um grande número de alterações genéticas e
estão envolvidos múltiplos e diferentes cromossomas. Por esse motivo,
têm vindo a ser testados múltiplos biomarcadores para detecção precoce
deste tipo de tumor.
Neoplasias uroteliais papilares
Papiloma Urotelial
No papiloma urotelial, o epitélio dispõe-se num arranjo papilífero, ao
longos dos eixos conjuntivo-vasculares. O epitélio do papiloma é
semelhante ao do epitélio normal, sem atipias ou mitoses na camada
basal, que, a existirem, são raras. Por este motivo, o diagnóstico de
papiloma é estritamente histológico, sendo compatível com diagnóstico
“Negativo para neoplasia” citologicamente.
Neoplasia papilar urotelial de baixo potencial maligno (PUNLMP)
Na última classificação do WHO, a neoplasia papilar urotelial de baixo
potencial maligno é definida histologicamente como uma lesão papilar,
com mínima atipia, com aumento da proliferação celular superior à
espessura normal do epitélio.
A única distinção que existe entre a PUNLMP e o carcinoma de baixo grau tem a ver com o grau de atipia das células uroteliais.
Carcinoma urotelial de baixo grau
O carcinoma urotelial de baixo grau é definido como uma neoplasia com
moderada atipia nuclear. Citologicamente é de difícil diagnóstico, com
uma sensibilidade de 30% e uma especificidade de 80%. Na maioria dos
pacientes com este diagnóstico citológico, histologicamente não se
verifica tumor. Citologicamente estes tumores são caracterizados por um
aumento da celularidade, e pela presença e pelo aumento de grupos
papilares ou não papilares de células uroteliais. Estas células têm
citoplasma homogéneo, aumento da relação núcleo/citoplasma com
abaulamento dos núcleos para o citoplasma e membrana nuclear irregular. A
cromatina é granular e uniformemente distribuída. O nucléolo é
imperceptivel e por vezes ausente.
Dignóstico diferencial:
PUNLMP
Carcinoma urotelial de alto grau
Citologicamente o carcinoma urotelial de alto grau é de fácil
diagnóstico com elevada sensibilidade e especificidade, devido à
presença de células anaplásicas. Existe perda de polaridade celular,
variação no tamanho das células, células pleomórficas, núcleos
hipercromáticos, aumento da relação núcleo/citoplasma, cromatina
grosseiramente granular e aumento da actividade mitótica. Nucléolo
proeminente, membrana nuclear irregular. Fundo com sangue, mas não
existe diátese. Também poderá aparecer “canibalismo” nas células, parece
ser indicador de alto grau e invasão.
Diagnóstico diferencial:
Polioma vírus
Atipia provocada por cálculos
Células normais obtidas por lavagens e escovados
Efeitos de tratamento
Alterações reactivas inespecíficas
Carcinoma in situ (CIS)
O carcinoma in situ é uma lesão precursora da maioria dos carcinomas
uroteliais invasivos. É definido pela presença de quaisquer células
citologicamente malignas no urotélio plano. O carcinoma in situ (CIS)
pode variar desde atipia citológica em toda a espessura do epitélio até
células malignas disseminadas no urotélio sem outras alterações. A falta
de coesão celular, leva à eliminação das células malignas pela urina, é
um dos critérios partilhado entre o carcinoma in situ e o carcinoma
urotelial papilar de alto grau. Algumas células malignas contêm corpos
de Melamed-Wolinska, que são inclusões intracitoplasmáticas eosinófilas.
Carcinoma pavimento celular
O carcinoma pavimento celular é raro e está fortemente associado com o
Schistosoma haematobium. É caracterizado citologicamente por
queratinização citoplasmática, pérolas de queratina e núcleo
hipercromático.
Adenocarcinoma
O adenocarcinoma ocorre em células glandulares, que se formam na bexiga
após um longo periodo de inflamação ou irritação. Geralmente surgem em
dois locais comuns, na área basal da bexiga e na cúpula da bexiga.
Correspondem da 1% dos casos diagnosticados.
Carcinoma de células claras
O carcinoma de células claras da bexiga é extremamente raro e
assemelha-se ao carcinoma de células claras do aparelho genital
feminino.
É caracterizado pela presença de pequenos agrupamentos redondos de
células malignas, citoplasma claro e abundante, núcleo aumentado e
irregular, cromatina vesicular e nucléolo proeminente.
Carcinoma de pequenas células
O carcinoma de pequenas células é muito raro, sendo que o prognóstico é
mais favorável do que o tumor de pequenas células noutros orgãos. O
diagnóstico diferencial inclui lesões metastáticas, especialmente do
pulmão.
Tumores secundários
É raro mas podem ser visualizadas células de adenocarcinoma da próstata
em lavados vesicais e na citologia urinária. As células estão em
agrupamentos e com nucléolos proeminentes. Os carcinomas de células
renais também podem descamar, podendo aparecer na urina ou nos lavados.
As células estão degeneradas, o citoplasma vacuolizado e os núcleos são
grandes com nucléolos proeminentes.
Em caso de tumores do aparelho genital feminino, devido à proximidade
dos orgãos à parede vesical, podem ser observadas células de carcinoma
pavimentoso, adenocarcinoma do colo do útero, tumores epiteliais do
ovário ou do cólon.
Tabela C5 – Categorização da classificação das alterações celulares no sistema urinário.
Fonte: http://www.pathologika.com/citologia-urinaria