ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ALERGIA E IMUNOLOGIA


Alergia e Imunologia: Rinite alérgica
A rinite alérgica é um problema clínico dos mais freqüentes em pediatria e em alergia. Tanto pediatras quanto otorrinos recebem esses casos para tratamento. O consultório de alergistas também tem o problema como dos mais freqüentes Em análise realizada a rinite alérgica é uma das dez principais causas de procura de pediatra. Em torno de 10 a 40% da população mundial apresenta rinite alérgica. O aumento da incidência parece estar relacionado ao aumento da poluição atmosférica, alterações climáticas, más condições das moradias entre outros agravantes. Pode se manifestar por obstrução nasal, espirros freqüentes(podem atingir de uma só vez dezenas de espirros), coriza inicialmente aquosa e grande prurido nasal(coceira). O prurido é tão intenso que às vezes deixa a criança com a ponta do nariz avermelhado. Esses problemas acabam repercutindo em várias atividades da criança. O sono fica inquieto, dificuldade na capacidade física, dificuldade no aprendizado e complicações como sinusites, otites, conjuntivites, laringites, asma e complicações pulmonares. A dificuldade respiratória às vezes se torna tão intensa(especialmente à noite) que os pais entram em desespero e muitas vezes super medicam essas crianças com um excesso de soluções nasais. O uso em excesso de medicações tópicas poderá acarretar uma rinite medicamentosa. É comum a criança ficar com o vício de levantar a ponta do nariz com a mão. Alguns problemas orgânicos podem ser a causa ou piorar o problema como hipertrofia das adenóides, desvio do septo nasal. O tratamento visa cuidados gerais evitando poeiras, cheiros fortes, inseticidas, mofo, detergentes, fumaça e cinza de cigarros, corrente de ar frio, colocar os és descalços em piso frio, lã etc. A ação medicamentosa com antialérgicos. As nebulizações em alguns casos, o uso de medicamentos nasais que irão proteger a mucosa impedindo o desencadeamento do processo, as vacinas. Dentre os antialérgicos dar preferência àqueles que não dão como efeito secundário a sonolência. O tratamento é trabalhoso e necessita de acompanhamento do pediatra.
Alergia e Imunologia: Conheça um pouco mais sobre alergia alimentar
A Alergia Alimentar (AA) faz parte de um grupo de doenças semelhantes, que são denominadas de Reações Adversas aos Alimentos. Estas compreendem todas as reações anormais associadas à ingestão de um alimento. É importante diferenciar Alergia Alimentar de outras reações a alimentos e, principalmente, de uma delas que a população confunde bastante, que é a Intolerância Alimentar.
Para se compreender melhor é preciso entender que quando se fala em Alergia Alimentar estamos nos referindo às proteínas do alimento, por exemplo, as proteínas do leite de vaca, que são: caseína e betalactoglobulina. Quando falamos de intolerância alimentar, estamos nos referindo aos açúcares dos alimentos. No caso do leite de vaca, o açúcar importante é a lactose e, portanto, chamamos de Intolerância à lactose e não, Alergia à lactose. O quadro clínico pode ser semelhante nestas duas condições clínicas, mas a AA geralmente se associa a manifestações características, como: urticária, angioedema (inchaço de lábios, pálpebras e outras partes do corpo), chiado no peito (sibilância) e, até mesmo, reações mais graves e generalizadas como a reação anafilática. Estas manifestações são tipicamente alérgicas, não sendo encontradas nos casos de intolerância alimentar. Em ambas as doenças pode ocorrer diarréia, vômitos e dificuldade para ganhar peso. Aconselha-se que na vigência de manifestações continuadas se procure um médico especialista para receber orientação adequada. Através do exame do paciente ele irá esclarecer as dúvidas, estabelecer o diagnóstico e indicar a melhor conduta para a situação. Esta orientação é fundamental não somente nos casos de choque anafilático, onde o paciente pode correr risco de vida, mas também nos casos de intolerância alimentar para efetuar o diagnóstico correto e garantir a alimentação adequada. Alguns exames podem ser realizados para auxiliar o diagnóstico de alergia alimentar, tais como:
1) RAST: exame de sangue indicado para pesquisar a presença de anticorpos IgE (responsáveis pela alergia) para o alimento suspeito de desencadear alergia alimentar.
2) Teste cutâneo (Prick teste) - é um teste realizado na superfície da pele usando alérgeno dos alimentos suspeitos. A leitura do resultado é feita após 20 minutos. A reação é positiva quando surgir uma pápula igual ou maior que 3 mm no local. Isto é indicação de que ocorreu reação entre o alérgeno aplicado na pele e células da pessoa, isto é, significa que a pessoa tem anticorpo IgE para aquele alimento. Nem sempre os testes que demonstram a presença de sensibilização alérgica (anticorpo IgE) têm relação direta com manifestações clínicas. Eles apontam os alimentos suspeitos de causar alergia naquele paciente. Quando houver associação nítida entre ingestão do alimento e surgimento de manifestação clínica, os exames positivos podem ser considerados como diagnósticos de sensibilização (Alergia) ao alimento. Quando a relação entre ingestão e o quadro clínico não for tão evidente é necessário confirmar através de teste de provocação oral. Neste caso, os alimentos são introduzidos em quantidades crescentes e o médico especialista avalia a repercussão clínica da ingestão do alimento suspeito.
Quando se fala em alergia alimentar muitos pais associam ao chocolate. Deve-se salientar que este alimento representa, na realidade, uma mistura de vários produtos, como: leite, cacau, ovo, corantes, essências e até castanhas. Vários estudos mostram que a alergia ao cacau é rara, sendo muito mais comum a alergia a leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixe e frutos do mar. O básico no tratamento da AA é a exclusão do alimento suspeito e no caso deste ser muito importante na dieta da criança, a substituição por outros alimentos de igual valor nutricional. Na orientação dos familiares e pacientes adolescentes é que o profissional médico enfatize a importância da leitura de rótulos e oriente a identificação de nomes que possam corresponder ao alimento desencadeante das manifestações clínicas.
Vamos dar um exemplo para melhor compreensão: criança com alergia ao leite de vaca quer comer uma bolacha salgada, que a mãe nem imagina que pode conter leite. A leitura de rótulos cita: caseína, soro, entre outros ingredientes. Neste caso é necessário que o familiar conheça que caseína e soro significam leite, embora na rotulagem industrial não apareça o nome leite de vaca. Existem pacientes que podem sofrer reações graves porque determinado produto industrializado mudou a formulação, incluindo ingrediente ao qual a pessoa é alérgica. Este fato mostra a importância da leitura freqüente de rótulos e a necessidade da educação do paciente e, naturalmente, da indústria que deveria alertar sobre a mudança de composição sempre que isto ocorresse. Algumas dicas podem ser sempre lembradas:
1) - Cuidado ao consumir preparações caseiras ou industrializadas, pois o alimento que causa AA pode estar oculto. No caso do leite de vaca, lembre-se que ele entra como ingrediente de manteiga, margarina, creme de leite, chocolate, sorvete, bolo, pudim, empanados, molhos, tortas entre outros.
2) - Entre em contato com as indústrias alimentícias para esclarecimento e conhecimento adequado da composição dos produtos, através do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC).
3) - Tente experimentar as receitas fornecidas pelo médico para melhorar a aceitação da dieta e variar o cardápio.

Fonte: Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia
Alergia: Tolerância ao ovo cozido em crianças com alergia ao ovo
A alergia ao ovo, é uma das mais freqüentes alergias encontradas na prática pediátrica. A reação alérgica tende a diminuir e inclusive desaparecer com a idade; mas costuma persistir até os 5 anos.
Com a idade algumas crianças toleram algumas formas de ovos. O propósito do estudo foi analisar as crianças abaixo de 5 anos que tinham alergia ao ovo e que toleravam o ovo cozido. Entre 1998 e 2002, 60 crianças com alergia ao ovo receberam uma alimentação com ovo cozido. A alergia ao ovo foi definida como uma história clínica de reação ao ovo com teste de pele positivo. Foram estudados dois grupos de crianças: um que apresentava um teste de pele positivo ao uso do ovo cozido e um outro grupo que não apresentava resposta alérgica ao teste de pele ao usar o ovo cozido.
Os resultados mostraram que 73% das crianças alérgicas ao ovo, foram tolerantes ao ovo cozido. Isto veio mostrar que a alergenicidade e antigenicidade do ovo pode ser alterado pelo calor.A reação ao teste de pele, com o ovo, atingindo valores iguais ou acima que 10 mm na pele, é um indicativo que essa criança apresentara também intolerância ao ovo cozido. Em conclusão a persistência de alergia ao ovo, particularmente em sua forma cozida, é vista por ser associada com forte sensibilização, principalmente na população atópica.
Alergia: Diagnóstico de alergia alimentar AA
O estabelecimento do diagnóstico da AA deve ser realizado com todo o rigor e cuidado, pois, uma vez estabelecido irá implicar em uma restrição alimentar, que precisa ser realizada adequadamente para o sucesso do tratamento. Uma dieta não corretamente seguida irá trazer repercussões sobre o crescimento e o desenvolvimento da criança. Vamos analisar as várias etapas para o diagnóstico da AA:
História clínica colhida minuciosamente e que seja compatível com a AA.
Melhora acentuada dos sintomas ou o seu desaparecimento após a exclusão do alimento considerado suspeito.
Retorno dos sintomas e do quadro clínico com a re introdução do alimento suspeito (chamado teste de provocação oral ou desafio);
Presença de testes laboratoriais e cutâneos positivos. Os testes cutâneos são menos confiáveis.

Tratamento – Dieta

A dieta de exclusão é a única terapêutica comprovada para AA. A eliminação total do alimento suspeito de causar o problema é fundamental. Os pais deverão ser orientados para lerem com cuidado os rótulos dos produtos para evitarem aquele causador do problema. Devem ter o cuidado de usar vasilhas que já contiveram o alimento suspeito de nocivo. A orientação quanto a evitar o alimento causador do problema deverá ser estendida aos familiares e professores. Somente com a supressão total do alimento o sucesso será conseguido. A chamada dieta de exclusão deverá prolongar-se por um período mínimo de oito semanas. Cada dieta devera ser adaptada a cada paciente e precisamos sempre da confirmação de que a mesma esta sendo seguida à risca. A introdução de novos alimentos deverá ser cuidadosamente observada. É necessária uma fiscalização rigorosa das pessoas que convivem com a criança, pois alguns adultos não acreditando na AA podem dar para a criança o alimento proibido, causando muitas vezes reações sérias. Precisamos orientar os familiares para a leitura dos nomes químicos dos rótulos, dando-lhes os sinônimos para cada um, principalmente em se tratando de alimentos industrializados. Em algumas ocasiões precisamos intervir nos hábitos alimentares de toda a família, dificultando as idas coletivas a restaurantes. Quando forem para um programa coletivo a um restaurante, deveremos evitar aqueles com pratos muito específicos. Se a criança tem uma alergia ao glúten, deveremos evitar as pizzarias e restaurantes italianos. As chances de contaminação cruzada em restaurantes durante o preparo dos alimentos é muito alta. O uso de uma mesma gordura para fritar vários alimentos diferentes poderá causar problemas de contaminação cruzada. É recomendável, oferecer para a criança com AA, alimentos de fácil preparo e sem risco de contaminação cruzada. Evitar as frituras. Nos casos de alergia a proteína do leite de vaca, é útil a proteína da soja. Não esquecer que um percentual bastante elevado de crianças que apresentam alergia a proteína do leite de vaca apresentam também a soja.
Alergia: Controle Ambiental
O controle ambiental é fundamental para o sucesso de qualquer tratamento contra alergia, principalmente quando se tratar de alergia respiratória. Nos últimos anos o aumento da poluição ambiental tanto fora das residências como dentro das mesmas, vem fazendo com que as crianças sejam constantemente submetidas a agressões de alergenos que vão aumentar as respostas alérgicas da mesma (coriza, asma, sinusite, otite, diarréias, eczemas etc.). O uso de carpetes, cortinas, aparelhos de ar refrigerado sem renovação do ar, aumentam o acúmulo de alergenos, principalmente aqueles oriundos dos ácaros. Hoje as crianças ficam um maior tempo em casa, na maioria das vezes em ambiente fechado. A fumaça de cigarros e a cinza dos mesmos já está demonstrada, ser fatal para as crianças alérgicas. A sensibilização da criança geneticamente predisposta, aos alergenos domiciliares, ocorre nos primeiros três anos de vida. Alem dos ácaros também causam alergia às baratas, fungos (mofo), polem (das flores), pêlos (dos animais domésticos). O principal destes alergenos é o acaro, que se acumula na poeira e principalmente abaixo do carpete, colchões, travesseiros e estofados.
Medidas gerais para reduzir a quantidade de alergenos ambientais: Encapar colchões e travesseiros com tecido impermeável. Lavar a roupa de cama pelo menos dois x por semana (de preferência com água quente). Retirar os brinquedos de pelúcia. Usar aspirador de pó, na limpeza, dos tapetes, cortinas pelo menos uma vez ao dia. Limpar pisos e móveis, evitando poeira. Nos locais onde exista muita poeira, precisamos fazer essa limpeza pelo menos dois x ao dia. Desumidificar o ambiente. Se não houver melhora nítida, retirar carpete dos dormitórios. Retirar a mobília estofada. Uso de estabilizadores de ar. Em casos de alergia a baratas, manter dedetização a cada seis meses. No caso dos fungos evitar manusear roupas e livros velhos, observar presença de vazamentos que poderão ocasionar mofo. As áreas que mais apresentam fungos são os banheiros, rejuntes de azulejos, cortinas plásticas, armários sob as pias. Para combater os fungos, manter o ambiente bem arejado, lavar os banheiros com compostos clorados ou com fungicidas. Quando se tratar de plantas, coloca-las nas áreas externas da casa e as flores nunca deverão ser colocadas nos quartos.
Alergia: Rinite Alérgica
A Rinite alérgica é o problema alérgico mais comum entre as crianças e mesmo entre os adultos. Se caracteriza por espirros, em crise, coceira nasal , coriza , obstrução nasal dificultando a respiração, obrigando muitas vezes a que a criança com o dedo ou com a mão eleve a ponta do nariz para respirar melhor. A coceira nos olhos é freqüente, bem como, coceira na garganta( a criança coça a garganta, o céu da boca, com a própria língua fazendo um barulho característico). A coceira nos ouvidos pode aparecer por si só ou fazendo parte de um eczema no conduto auditivo, Como a criança está sempre com obstrução nasal, passa a respirar pela boca, roncar a noite, cansaço fácil fungueira ( a criança fica fungando). Quando olhamos, mesmo a olho nu a mucosa nasal, ela está descorada e edemaciada(inchada). Os principais agentes causadores da rinite são os pólens das flores, mofo, poeira domiciliar, pelos, cheiros fortes, fumaça e cinza de cigarros, corrente de ar . Os alergenos de origem alimentar são mais raros, mas não poderão ser ignorados. O melhor tratamento é evitar as suas causas, retirando tapetes e cortinas, evitando de fumar dentro de casa, evitar mofo, perfumes principalmente. Em muitos casos haverá necessidade de tratamento com alergista.

Alergias - Dermografismo
O dermografismo é um tipo de reação urticariforme que independe de uma causa alérgica, ou enzimática, parecendo pertencer a um padrão apenas vascular. Surge como conseqüência do atrito ou de uma riscada na pele por qualquer objeto rombo ou a própria unha. No local onde é feita a pressão, aparece uma urticária. Em geral linear acompanhando rigorosamente a área da riscada na pele. Com o atrito haverá liberação de histamina com vasodilatação local e aparecimento de urticária linear. Como e por que surge o dermografismo é ainda motivo de especulação entre os estudiosos da alergia, sabendo-se apenas que pode aparecer após urticária por drogas e, principalmente, na vigência de agressões emocionais, muito embora um bom número de casos seja realmente idiopático (sem causa específica). O dermografismo responde bem à terapêutica anti-histamínica, tendo bom prognóstico e não determinando uma crise anafilática ou um edema de glote. O diagnóstico baseia-se na história de prurido(coceira) precedendo a lesão e no seu aparecimento pela riscadura da pele com a unha ou palito de fósforo. É tão nítido o problema que podemos até fazer desenhos na pele destas crianças.
Alergia e Imunologia: Alergia a proteína do leite de vaca
Os estudos sobre alergia a proteína do leite de vaca vem mostrando progressos, mas estamos ainda longe de controlarmos o fato e de sabermos exatamente como ela se estabelece. No passado todos os casos em que as crianças vomitavam e tinham diarréias eram rotuladas de alergia ao leite. Quando descobriram a intolerância ao açúcar do leite(lactose), muitos casos da chamada alergia, não passavam de intolerância a lactose. Nas estatísticas o número de casos oscila de 2 a 7%. Alguns fatos são importantes. A criança em baixa idade tem uma permeabilidade intestinal maior que as crianças maiores, em virtude disto é mais fácil absorver proteínas que vão causar alergia. As crianças nos primeiros meses deveriam receber apenas leite humano. Outro fato é que durante infeções a parede intestinal fica mais permeável, facilitando também a instalação da alergia alimentar. A maioria das crianças com alergia ao leite de vaca tem os seus sintomas já nos primeiros meses. Os sintomas poderão ser apenas intestinais ou também urticárias, sibilos do tipo bronquite. Tanto o leite de cabra como os formulados de soja, podem apresentar casos de alergia em crianças com alergia a proteína do leite de vaca. O tratamento pelo menos inicial deve ser a retirada total de formulados que contenham a proteína do leite de vaca.
Alergia e Imunologia: Asma - Tratamento da asma com corticosteroides inaláveis.
Com o tempo, os pesquisadores foram descobrindo novas fórmulas de corticosteroides, modificando as anteriores, tornando-os altamente eficazes e com efeitos negativos perfeitamente controlados. O seu emprego na asma, veio dar um grande alívio a estes pacientes que nas crises tinham grande dificuldade para respirarem ("falta de ar"). De descoberta em descoberta foram surgindo os chamados corticosteroides inaláveis. Estes, ao contrário dos outros, com pouco ou quase nenhum efeito sobre o organismo geral, mas com grande efeito na melhora da respiração durante as crises e nos períodos entre estas crises. Os corticosteroides inaláveis, como passaram a ser conhecidos, melhoraram em muito o controle da asma na criança, principalmente quando são crises leves a moderadas. Para o controle das crises de longo tempo, parece ser o melhor caminho. O seu uso criterioso, não tem apresentado, praticamente, nenhuma interferência sobre a ossificação e o crescimento da criança, não produzindo também edema (inchação), nem aumento da pressão arterial. Sendo medicamentos bastante mais seguros, quando prescritos pelos pediatras e pneumologistas, poderão ser usados com menos medo e insegurança. Chamamos atenção que são medicamentos que só deverão ser usados sob ordens e supervisão do pediatra.
Alergia e Imunologia: Aspectos Gerais.
A alergia na criança é muito freqüente, provavelmente devido ao grande contato com o meio exterior e também pela relativa incapacidade de seu organismo enfrentar os alergenos existentes no meio ambiente. Várias são as manifestações da alergia na criança: As principais são:
1 - asma brônquica, que é responsável por aproximadamente 10% das consultas em consultórios.
2 - Alergia a poeira domiciliar, principalmente devido aos ácaros que ficam nos tapetes e carpetes, se manifestando através de rinite alérgica e bronquite asmatiforme.
3 - Alergia a proteína do leite de vaca, com vômitos e diarréia, muitas vezes com sangue.
4 - Alergias com manifestações na pele como as urticárias, a alergia a picada de insetos chamada de estrófulo.
5 - As várias dermatites (são lesões inflamatórias na pele), sendo a mais importante denominada de dermatite atópica.
6 - O edema angioneurótico, que é uma tumefação que surge em um dos olhos edemaciando a pálpebra (inchando) ou fazendo um aumento na testa parecendo um "galo" ou um edema no lábio.
7 - As reações a picadas de abelhas, mordidas de formigas (neste grupo principalmente a chamada "lava pés" ou "formiga de fogo". As mordidas desta formiga, muito comum nos jardins e também as picadas de abelhas e marimbondos poderão acarretar shock.
8 - A alergia aos crustáceos, com manifestações de urticária na forma de grandes placas que se elevam na pele (chamada de urticária gigante), vômitos e mal estar.

Todos esses episódios têm estreita relação com as manifestações alérgicas. Nesta sessão estaremos sempre abordando alguns desses aspectos, como evitá-los e que medidas poderão ser tomadas para minorar a agressão até que um correto atendimento médico possa ser realizado.
FONTE: http://www.pediatriaseculoxxi.net/