ENFERMAGEM, CIÊNCIAS E SAÚDE

Gerson de Souza Santos - Bacharel em Enfermagem, Especialista em Saúde da Família, Mestrado em Enfermagem, Doutorado em Ciências da Saúde - Universidade Federal de São Paulo. Atualmente professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Ages - Irecê-Ba.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Antibióticos



Os medicamentos antiinfecciosos (que combatem as infecções) incluem as drogas antibacterianas, as antivirais e as antifúngicas. Essas drogas são desenvolvidas para serem as mais tóxicas possíveis contra o microrganismo infeccioso e as mais seguras possíveis para as células humanas, isto é, são feitas para ter uma toxicidade seletiva. A produção de drogas com essas características para combater bactérias e fungos é relativamente fácil porque as células bacterianas e fúngicas são muito diferentes das células humanas. No entanto, a produção de uma droga que destrua um vírus sem lesar a célula humana infectada é muito difícil, pois os vírus perdem sua identidade no interior da célula humana, reprogramando a célula para produzir partículas virais.

Antibióticos

Os antibióticos são drogas utilizadas para tratar infecções bacterianas. Infelizmente, um número crescente de bactérias vêm desenvolvendo resistência os antibióticos atualmente disponíveis. Em parte, essa resistência deve-se ao uso excessivo de antibióticos. Por essa razão, novos antibióticos são constantemente desenvolvidos para combater bactérias cada vez mais resistentes. Em última instância, no entanto, as bactérias tornar-se-ão resistentes também aos antibióticos mais modernos. Os antibióticos são classificados de acordo com a sua potência. Os antibióticos bactericidas realmente matam as bactérias e os antibióticos bacteriostáticos simplesmente impedem a sua multiplicação, permitindo que o organismo elimine as bactérias remanescentes. Para a maioria das infecções, ambos os tipos de antibiótico parecem ser igualmente eficazes, mas, quando o sistema imune encontra-se comprometido ou quando a infecção é grave (p.ex., uma endocardite ou uma meningite bacteriana), um antibiótico bactericida é normalmente mais eficaz.

Calendário Básico de Vacinação 2000/2001


Vacina
Dose
Doença(s)
Ao nascimento
BCG
Única
Forma s graves de tuberculose
Contra hepatite B
1ª Dose
Hepatite B
1 mês
Contra hepatite B
2ª Dose
Hepatite B
2 meses
Sabin(oral contra
poliomielite)
1ª Dose
Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana)
1ª Dose
Difteria, tétano e coqueluche
Hib (contra Haemophilus
influenzae tipo b)
1ª Dose
Meningite e outras infecções, causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b
4 meses
Vacina oral contra poliomielite
(Sabin)
2ª Dose
Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana)
2ª Dose
Difteria, tétano e coqueluche
Hib (contra Haemophilus
influenzae tipo b)
2ª Dose
Meningite e outras infecções causadas
pelo Haemophilus influenzae tipo b
6 meses
Sabin (oral contra
poliomielite)
3ª dose
Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana)
3ª dose
Difteria, tétano e coqueluche
Hib (contra Haemophilus
influenzae tipo b)
3ª dose
Meningite e outras infecções, causadas
pelo Haemophilus influenzae tipo b
9 meses
Contra sarampo
Única
Sarampo
Contra febre amarela
Única
Febre amarela
15 meses
Sabin (oral contra poliomielite)
reforço
Poliomielite (paralisia infantil)
DTP (tríplice bacteriana)
reforço
Difteria, tétano e coqueluche
Tríplice viral ou
Única
(reforço)
sarampo)
Sarampo, rubéola, síndrome da
rubéola congênita e caxumba
Dupla viral ou
Sarampo, rubéola e síndrome da
rubéola congênita
Contra sarampo
Sarampo
de 6 a 10 anos
BCG
reforço
Formas graves de tuberculose
de 10 a 11 anos
dT (dupla adulto)
reforço
Difteria e tétano
Contra febre amarela
reforço
Difteria e tétano
de 12 a 49 anos
(mulher em idade fértil)
dT (dupla adulto)
reforço
Difteria e tétano
No pós-parto
e no pós-aborto
imediatos
Contra rubéola ou
Única
Rubéola e síndrome da rubéola
congênita
Dupla viral ou
Sarampo, rubéola e síndrome da
rubéola congênita
Tríplice viral
Sarampo, rubéola, síndrome da
rubéola congênita e caxumba
60 anos ou mais
Contra influenza (gripe)
Única
Influenza (gripe)
60 anos ou mais
(em hospitais, asilos
e casas geriátricas)
Contra pneumococos
(antipneumocócica)
Única
Infecções respiratórias
(pneumonias)

Drogas Antiinfecciosas: Usos e Efeitos Colaterais



Droga

Usos Comuns
Efeitos Colaterais

Antibióticos

Aminoglicosídeos Amicacina Gentamicina Canamicina Neomicina Estreptomicina Tobramicina

Infecções causadas por bactérias Gram-negativas (p.ex., Escherichia coli e Klebsiella)
• Perda de audição, vertigem e lesão renal

Cefalosporinas Cefaclor Cefadroxila Cefazolina Cefixima Cefoperazona Cefotaxima Cefotetano Cefoxitina Ceftazidima Ceftriaxona Cefuroxima Cefalexina Cefalotina Loracarbef
Ampla variedade de infecções
• Desconforto gastrointestinal e diarréia
• Náusea (quando com uso concomitante de álcool)
• Reações alérgicas

Macrolídeos Azitromicina Claritromicina Eritromicina Troleandomicina
Infecções estreptocócicas, sífilis, infecções respiratórias, infecções por micoplasmas, doença de Lyme
• Náusea, vômito e diarréia (especialmente em doses elevadas)
• Icterícia

Penicilinas Amoxicilina Ampicilina Azlocilina Carbenicilina Cloxacilina Mezlocilina Nafcilina Penicilina Piperacilina Ticarcilina
Ampla variedade de infecções A penicilina é usada contra infecções estreptocócicas, sífilis e doença de Lyme
• Desconforto gastrointestinal e diarréia
• Alergia com reações anafiláticas graves
• Lesões cerebrais e renais (raras)

Polipeptídeos Bacitracina Colistina Polimixina B
Infecções do ouvido, olho ou bexiga Normalmente aplicados diretamente no olho ou inalados até os pulmões; raramente administrados por injeção
• Lesões renais e nervosas (quando administrados sob a forma injetável)

Quinolonas Ciprofloxacina Enoxacina Norfloxacina Ofloxacina
Infecções do trato urinário, prostatite bacteriana, diarréia bacteriana, gonorréia
• Náusea (rara)

Sulfonamidas Mafenida Sulfacetamida Sulfametizol Sulfametoxazol Sulfasalazina
Sulfisoxazol Trimetoprimsul-fametoxazol

Infecções do trato urinário (excetuando-se a sulfacetamida e a mafenida); a mafenida é utilizada sob a forma tópica em queimaduras
• Náusea, vômito e diarréia
• Alergia (inclusive erupções cutâneas)
• Cristais na urina
• Insuficiência renal
• Diminuição da contagem leucocitária
• Sensibilidade à luz solar

Tetraciclinas Doxiciclina Minociclina Tetraciclina
Sífilis, infecções por clamídias, doença de Lyme, infecções por micoplasmas, infecções por riquétsias
• Desconforto gastrointestinal
• Sensibilidade à luz solar
• Pigmentação dos dentes
• Toxicidade potencial para a mãe e para o feto durante a gestação

Outros antibióticos Aztreonam
Infecções causadas por bactérias Gram-negativas
• Reações alérgicas

Cloranfenicol
Tifo e outras infecções por Salmonella, meningite
• Redução intensa da contagem leucocitária (rara)

Clindamicina
Infecções estreptocócicas, infecções respiratórias, abcesso pulmonar
• Diarréia intensa

Etambutol
Tuberculose
• Lesão ocular (reversível quando interrompida precocemente)

Imipenemo
Gama extremamente ampla de infecções
• Pressão arterial temporariamente baixa, convulsões

Isoniazida
Tuberculose
• Lesão hepática grave mas reversível
• Alergia

Lincomicina
Infecções estreptocócicas, infecções respiratórias
• Diarréia intensa

Metronidazol
Vaginite causada pelo Trichomonas ou pela Gardnerella, infecções pélvicas e abdominais
• Náusea
• Cefaléia
• Gosto metálico
• Urina escura

Nitrofurantoína
Infecções do trato urinário
• Náusea e vômito
• Alergia

Pirazinamida
Tuberculose
• Concentração sérica alta de ácido úrico

Outros antibióticos Rifampina
Tuberculose e hanseníase
• Erupção cutânea
• Hepatite
• Saliva, suor, lágrimas e urina de cor vermelho-alaranjada

Espectinomicina
Gonorréia
• Alergia
• Febre

Vancomicina
Infecções graves resistentes a outros antibióticos
• Calafrios e febre (quando administrada por via intravenosa)


Drogas antivirais

Aciclovir


Herpes simples, herpes-zoster e varicela (catapora)


• Confusão mental, convulsões ou coma (por infusão intravenosa)
• Poucos efeitos colaterais quando a droga é aplicada topicamente

Amantadina
Gripe (prevenção)
• Nervosismo
• Tontura
• Fala enrolada
• Oscilação

Didanosina (ddI)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Lesão dos nervos periféricos, inflamação do pâncreas

Foscarnet
Infecções por citomegalovírus, herpes simples
• Lesão renal
• Convulsões

Ganciclovir
Infecções por herpes-zoster, herpes simples e citomegalovírus
• Tóxico para os precursores das células sangüíneas da medula óssea, resultando em anemia e distúrbios da coagulação

Idoxuridina
Feridas de herpes simples na pele ou nos olhos
• Irritação, dor e edema (quando aplicada nos olhos ou nas pálpebras)

Indinavir
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Cálculos renais

Interferon-alfa
Leucemia das células pilosas, sarcoma de Kaposi, verrugas genitais
• Sintomas semelhantes aos do resfriado (febre, dores musculares, cefaléia, cansaço)
• Náusea e diarréia

Lamivudina (3TC)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Lesão dos nervos periféricos, perda de cabelo

Ribavirina
Infecção pelo vírus sincicial respiratório
• Destruição de eritrócitos, causando anemia

Rimantadina
Gripe (prevenção)
• Menos efeitos colaterais que a amantadina

Ritonavir
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Náusea, vômito e diarréia

Saquinavir
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Estavudina (d4T)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Lesão de nervos periféricos

Trifluridina
Herpes simples do olho
• Ardência nos olhos
• Inchaço das pálpebras

Vidarabina
Herpes simples e herpes-zoster Infecção do olho: aplicação direta Infecção cerebral: infusão intravenosa
• Náusea e vômito
• Tremores (infusão intravenosa)
• Lesão do fígado e da medula óssea
• Poucos efeitos colaterais quando a droga é usada topicamente

Zalcitabina (ddC)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Lesão de nervos periféricos

Zidovudina (AZT)
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
• Tóxica para os precursores das células sangüíneas da medula óssea, resultando em anemia e distúrbios da coagulação

Drogas antifúngicas

Anfotericina B
Ampla variedade de infecções fúngicas
• Calafrios, febre, cefaléia e vômito
• Concentração sérica baixa de potássio
• Lesão renal

Fluconazol
Candida e outras infecções fúngicas
• Menor toxicidade hepática que o cetoconazol

Flucitosina
Infecções por Candida e Cryptococcus
• Lesão da medula óssea e do rim

Griseofulvina
Infecções fúngicas de pele, cabelo e unhas
• Erupções cutâneas

Itraconazol
Candida e outras infecções fúngicas
• Menor toxicidade hepática que o cetoconazol

Cetoconazol
Candida e outras infecções fúngicas
• Bloqueia a produção de testosterona e de cortisol
• Toxicidade hepática

Escolha de um Antibiótico

Os médicos podem escolher um antibiótico para tratar uma determinada infecção baseando-se na suposição sobre o tipo de bactéria que mais provavelmente é responsável pelo quadro. Além disso, a bactéria infectante é rotineiramente identificada em laboratório, o que auxilia o médico na escolha de um antibiótico. Contudo, os resultados desses exames geralmente levam um a dois dias para ficarem prontos e, por essa razão, eles não podem ser utilizados para guiar a escolha inicial. Mesmo quando uma bactéria é identificada e a sua sensibilidade aos antibióticos é determinada em laboratório, a escolha de um antibiótico não é simples. As sensibilidades observadas em laboratório nem sempre são as mesmas que aquelas do indivíduo infectado.

A eficácia do tratamento depende de fatores como o quão bem a droga é absorvida pela corrente sanguínea, o quanto da droga atinge diferentes líquidos corpóreos e o quão rapidamente o organismo elimina a droga. Além disso, a escolha de um antibiótico deve levar em conta a natureza e a gravidade da doença, os efeitos colaterais da droga, a possibilidade de alergias ou de outras reações medicamentosas graves e o custo da medicação. Algumas vezes, há necessidade de combinações de antibióticos para o tratamento de infecções graves, particularmente quando a sensibilidade das bactérias aos antibióticos não é conhecida. Às vezes, dois antibióticos têm um efeito mais potente que apenas um e essas combinações podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por bactérias de difícil erradicação (p.ex., por Pseudomonas).

Administração de Antibióticos

Para o tratamento de infecções bacterianas graves, os antibióticos são geralmente administrados primeiramente sob a forma injetável, comumente pela via intravenosa. Quando a infecção encontra-se sob controle, os antibióticos podem ser administrados pela via oral. Os antibióticos devem ser utilizados até o microrganismo infectante ser eliminado do corpo, o que pode ocorrer dias após o desaparecimento dos sintomas.

A interrupção muito precoce do tratamento pode acarretar uma recidiva ou pode estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes. Por essa razão, o antibiótico é comumente administrado durante vários dias após o desaparecimento de todas as evidências da infecção. Certos antibióticos são utilizados no tratamento de infecções causada por riquétsias (microrganismos microrganismos semelhantes às bactérias e aos vírus). As riquétsias são menores que as bactérias mas maiores que os vírus. Assim como os vírus, as riquétsias somente conseguem sobreviver no interior das células de um outro organismo, mas, assim como as bactérias, elas são vulneráveis aos antibióticos.

O cloranfenicol e as tetraciclinas são os antibióticos mais específicos contra infecções por riquétsias. Os antibióticos não são utilizados apenas no tratamento de infecções, eles também o são na prevenção. Para ser eficaz e evitar a ocorrência de resistência bacteriana, a antibioticoterapia preventiva (profilática) precisa ser utilizada durante apenas um período curto e o antibiótico deve ser potente contra a bactéria em particular. Um exemplo de terapia preventiva consiste no uso de antibióticos durante uma viagem, para evitar a chamada diarréia dos viajantes. Os antibióticos também são freqüentemente utilizados preventivamente pelos indivíduos expostos a alguém com meningite meningocócica devido ao risco de infecção.

Os indivíduos com válvulas cardíacas anormais geralmente utilizam antibióticos preventivos rotineiramente antes de cirurgias, incluindo as cirurgias odontológicas. Eles apresentam maior risco de infecção de válvulas cardíacas (endocardite) causada por bactérias que existem normalmente na boca e em outras partes do corpo. Essas bactérias podem penetrar na corrente sangüínea durante a cirurgia e ser transportadas até as válvulas cardíacas lesadas. Os antibióticos também podem ser utilizados de forma preventiva por indivíduos com comprometimento do sistema imune como, por exemplo, os indivíduos com leucemia, os submetidos à quimioterapia contra o câncer ou os com AIDS.

Os indivíduos saudáveis que são submetidos a uma cirurgia com alto risco de infecção (p.ex. uma cirurgia ortopédica ou intestinal de grande porte) também podem utilizar antibióticos de modo preventivo. Infelizmente, os antibióticos são freqüentemente utilizados sem que exista uma boa razão para isto. Por exemplo, eles são freqüentemene utilizados erroneamente para tratar doenças virais (p.ex., gripes e resfriados).

Efeitos Colaterais

Os antibióticos podem causar reações alérgicas (como comumente ocorre com a penicilina) ou podem desencadear outros efeitos colaterais. Por exemplo, os aminoglicosídeos podem causar lesão renal ou do ouvido interno. A antibioticoterapia pode ser mantida apesar dos efeitos colaterais, especialmente quando o antibiótico é o único eficaz contra a infecção apresentada pelo indivíduo. O médico deve pesar a gravidade dos efeitos colaterais contra a gravidade da infecção.

Drogas Antivirais

As drogas antivirais podem atuar interferindo em qualquer um dos processos pelos quais um vírus passa para se replicar (reproduzir): adesão à célula, invasão da célula, eliminação de seu revestimento para liberar o seu material genético e produção de novas partículas virais por parte da célula. Como os vírus somente replicam no interior das celulas e utilizam as mesmas vias metabólicas que as células sadias, as drogas antivirais são freqüentemente mais tóxicas para as células humanas que os antibióticos. Um outro problema das drogas antivirais é que os vírus podem desenvolver rapidamente uma resistência contra as mesmas.

Drogas Antifúngicas

As drogas antifúngicas podem ser aplicadas diretamente na região onde existe uma infecção fúngica cutânea ou de outra superfície (p.ex., vagina ou mucosa oral). Os antifúngicos também podem ser utilizados sob a forma oral ou injetável. Geralmente, as drogas antifúngicas causam mais efeitos colaterais que os antibióticos. Elas também são geralmente menos eficazes e, por essa razão, as infecções fúngicas são de difícil tratamento e, freqüentemente, tornam-se crônicas. A terapia anti-fúngica comumente dura semanas e deve ser repetida.

fonte: Manual Merck

VERMINOSES


Teníase

A teníase é uma doença causada pela forma adulta das tênias (Taenia solium e Taenia saginata, principalmente), com sintomatologia mais simples. Muitas vezes, o paciente nem sabe que convive com o parasita em seu intestino delgado.
São duas fases distintas de um mesmo verme, causando, portanto, duas parasitoses no homem, o que não significa que uma mesma pessoa tenha que ter as duas formas ao mesmo tempo. As tênias também são chamadas de “solitárias”, porque, na maioria dos caso, o portador traz apenas um verme adulto. São altamente competitivas pelo habitat e, sendo hermafroditas com estruturas fisiológicas para autofecundação, não necessitam de parceiros para a cópula e postura de ovos.

Ciclo Evolutivo

O homem portador da verminose apresenta a tênia no estado adulto de seu intestino, sendo, portanto, o hospedeiro definitivo. Os últimos anéis ou proglótides são hermafroditas e aptos à fecundação. Geralmente, os espermatozóides de um anel fecundam os óvulos de outro segmento, no mesmo animal. A quantidade de ovos produzidos é muito grande (30 a 80 mil em cada proglote), sendo uma garantia para a perpetuação e propagação da espécie. Os anéis grávidos se desprendem periodicamente e caem com as fezes. O hospedeiro intermediário é o porco, animal que, por ser coprófago, ingere os proglótides grávidos ou os ovos que foram liberados no meio. Dentro do intestino do animal, os embriões deixam a proteção dos ovos e, por meio de seis ganchos, perfuram a mucosa intestinal. Pela circulação sangüínea, alcançam os músculos e o fígado do porco, transformando-se em larvas denominadas cisticercos, que apresentam o escólex invaginado numa vesícula. Quando o homem se alimenta de carne suína crua ou malcozida contendo estes cisticercos, as vesículas são digeridas, liberando o escólex que se everte e fixa-se nas paredes intestinais através dos ganchos e ventosas. O homem com tais características desenvolve a teníase, isto é, está com o helminte no estado adulto, e é o seu hospedeiro definitivo.
Os cisticercos apresentam-se semelhantes a pérolas esbranquiçadas, com diâmetros variáveis, normalmente do tamanho de uma ervilha. Na linguagem popular, são chamados de “pipoquinhas” ou “canjiquinhas”.

Sintomatologia

Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréias freqüentes, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.

Profilaxia e Tratamento

A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinha bem as carnes e na fiscalização da carne e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço,etc.)

Em relação ao tratamento, este consiste na aplicação de dose única (2g) de niclosamida. Podem ser usadas outras drogas alternativas, como diclorofeno, mebendazol, etc. O chá de sementes de abóbora é muito usado e indicado até hoje por muitos médicos, especialmente para crianças e gestantes.

ASCARIDÍASE

Sinônimos:

Verminose – Lombriga – Infecção por Ascaris.

O que é?

É uma verminose causada por um parasita chamado Ascaris lumbricoides.

Como se adquire?

É a verminose intestinal humana mais disseminada no mundo. A contaminação acontece ocorre quando há ingestão dos ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos.

O que se sente?

A maioria das infecções é assintomática. A larva se libera do ovo no intestino delgado, penetra a mucosa e por via venosa alcança o fígado e pulmão de onde alcançam a árvore brônquica. Junto com as secreções respiratórias são deglutidas e atingem o intestino onde crescem chegando ao tamanho adulto. Em várias situações podem surgir sintomas dependendo do órgão atingido. A ascaridíase pode causar dor de barriga, diarréia, náuseas, falta de apetite ou nenhum sintoma. Quando há grande número de vermes pode haver quadro de obstrução intestinal. A larva pode contaminar as vias respiratórias, fazendo o indivíduo apresentar tosse, catarro com sangue ou crise de asma. Se uma larva obstruir o colédoco pode haver icterícia obstrutiva.

Como se faz o diagnóstico?

O diagnóstico é feito pelo exame de fezes, onde se encontram os ovos do parasita.

Como se trata?

Existem remédios específicos para erradicar a larva do organismo humano, todos por via oral.

Como se previne?

Através de medidas de saneamento básico:

lavagem das mãos após uso do sanitário
lavagem de frutas e verduras com água corrente e
higiene pessoal, principalmente.

É necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença.

A ascaridíase está mais presente em países de clima tropical e subtropical.

As más condições de higiene e a utilização das fezes como adubo contribuem para a prevalência dessa verminose nos países do terceiro mundo.

Oxiuríase

Sinonímia:

Enterobíase, Verminose, Prurido Anal, Coceira Anal, Comichão no Reto

O que é ?

É uma inflamação causada por um verme que se aloja no intestino grosso. Entenda-se por inflamação um processo de reação a um agente irritante que atinge um ser vivo. Caracteriza-se por edema (inchaço), hiperemia (vermelhidão), hiperestesia (aumento da sensibilidade dolorosa) e aumento da temperatura local eventualmente se acompanha de diminuição funcional e na dependência do local atingido pode passar sem que se perceba o processo.

Como se adquire ?

Esta verminose é adquirida pela chegada dos ovos deste parasita ao aparelho digestivo através de mecanismos como: a – deglutição – junto com alimentos, poeira de casa, objetos, animais, roupas contaminados com ovos dos oxiúros; b – auto – infestação externa – no ato de coçar o ânus os ovos podem aderir aos dedos e então levados à boca; c – migração – larvas já no ânus podem subir para porções mais altas do intestino. Após a deglutição dos ovos, no intestino as larvas se transformam em adultos, as fêmeas guardam os ovos fecundados e os machos morrem. As fêmeas migram para o cólon e reto, de noite elas Saem pelo esfíncter anal e depositam ovos na região anal e perianal.

O que se sente ?

Exceto pelo prurido (coceira) anal e por ocasionais episódios de diarréia a maioria das pessoas não sente nada.Infestações intensas podem causar vômitos, diarréia freqüente inclusive com esteatorréia (excesso de gordura nas fezes), prurido anal constante, insônia. Irritabilidade, perda de peso, chegando à desnutrição.

Como se faz o diagnóstico ?

O diagnóstico pode ser evidenciado pela visualização dos vermes nas fezes (raro), em pesquisa de ovos no exame parasitológico de fezes e mais comumente pela pesquisa de ovos na região perianal e anal através de raspado anal (swab) ou fita adesiva. Prevenção

A higiene de um modo sistemático, mãos, alimentos, animais, roupas, roupas de cama, brinquedos é eficaz na prevenção. O uso de água sanitária (diluição de 1/3) serve para maior eficácia na limpeza de objetos que não sejam atacados pelo cloro

ANCYLOSTOMA BRASILIENSIS

Normalmente, no final das temporadas de verão, os pediatras atendem dezenas de casos de Larva migrans, doença dermatológica popularmente conhecida por BICHO GEOGRÁFICO provocada pelo verme Ancylostoma brasiliensis, que vive no intestino do cão. No cão, geralmente as infestações são leves, não provocando nenhum sinal, mas podem ocorrer infestações mais graves, com grande número de vermes, quando o animal pode apresentar anemia e diarréia com sangue. Os ovos do verme são eliminados nas fezes do cão, viram larvas e penetram na pele, formando aquele caminho típico da presença do bicho geográfico. Em alguns casos pode chegar aos órgãos internos ou aos olhos, causando lesões mais graves. As pessoas que andam descalças são contaminadas pelo parasita, que se desenvolve muito bem na areia úmida encontrada em praias e tanques de areia parques e penetra com facilidade na pele. O tratamento é simples, mas deve ser feito de maneira completa para evitar recorrência. Como sempre, o melhor é a prevenção, sendo que o ideal é andar sempre calçado, no caso de praias, com chinelos, além de se evitar a presença de cães em praias e locais de recreação. Os proprietários de cães que passeiam com eles em locais públicos devem se habituar ao civilizado uso da pazinha para recolher as fezes do animal, além de levá-los com regularidade ao veterinário e proceder à vermifugação e vacinação.

Ancylostoma duodenale

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É um dos nematódeos causadores da ancilostomose no homem. Seu tamanho varia de 0,8 a 1,3 cm. Quando eliminados nas fezes são avermelhados por causa da hematofagia e histiofagia que fazem no trato gastrintestinal dos hospedeiros. O Ancylostoma duodenale tem bolsa copuladora e cápsula bucal com dois pares de dentes. Os ovos (1) são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A larva rabditóide (2) leva por volta de uma semana para tornar-se larva filarióide (3). Essa penetra a pele do homem e o contamina. A infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. A larva atinge a circulação linfática ou vasos sangüíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). O local preferencial de instalação no intestino é no final do duodeno, mas ocasionalmente pode atingir o íleo ou ceco (em infecções maciças), onde torna-se o verme adulto (4). O período pré-patente varia de cinco a sete semanas. A penetração da larva causa dermatite, que pode variar de intensidade. Nos pulmões, pode haver bronquite/alveolite. O intestino é acometido pela hisitiofagia e hematofagia dos parasitos. Esta atividade dos vermes adultos pode provocar formação de úlceras intestinais, anemia microcítica e hipocrômica e até hipoproteinemia. O uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos são medidas preventivas importantes.

FILARIOSE OU ELEFANTIASE

Espionando: A Wuchereria bancrofti


Verme adulto
Verme adulto
A filária Wuchereria bancrofti causa a filariose linfática. É um helminto (verme) longo e delgado, que vive quase que exclusivamente em seres humanos. As filárias se alojam no sistema linfático, a rede de gânglios e vasos que mantém o equilíbrio delicado entre os tecidos e o sangue e é um componente essencial do sistema de defesa do organismo. No sistema linfático, são encontradas enroladas em novelos, que provocam inflamação e atrapalham a circulação da linfa.
A fêmea da filária mede entre 8 e 10 cm de comprimento por 0,3 mm de diâmetro. Já o macho mede 4 cm de comprimento por 0,1 mm de diâmetro. Vivem de 4 a 6 anos, produzindo milhões de microfilárias imaturas (larvas minúsculas) que circulam no sangue.

Microfilárias

Microfilária
Microfilária

Ao contrário dos outros helmintos (vermes), os ovos das filárias são envoltos por uma delicada membrana ovular, ao invés de uma casca uterina. Quando o embrião completa seu desenvolvimento e se alonga, a membrana se distende e passa a constituir a bainha da microfilária.
Nascidas no interior dos vasos e troncos linfáticos, as filárias acumulam-se, durante o dia, no interior da rede vascular sangüínea dos pulmões. Ao anoitecer, começam a se dirigir para a circulação periférica e seu número vai aumentando até as primeiras horas da madrugada. Depois diminui progressivamente e, pela manhã, não é possível encontrar microfilárias no sangue periférico.
Este comportamento da Wuchereria bancrofti é exclusivo dos focos da América, África e Ásia, não sendo observado na variedade do parasito encontrada nas ilhas do Pacífico Sul, onde não há periodicidade no comportamento das microfilárias.

Ciclo no inseto

Ao sugar o sangue de uma pessoa parasitada, no período em que há microfilárias circulantes, o mosquito Culex quinquefasciatus ingere um certo número destas larvas. Elas perfuram a parede do estômago do mosquito e dirigem-se ao tórax. Nos cinco primeiros dias encurtam, assumindo um aspecto de salsichas. Voltam depois a crescer e, por volta do oitavo ou nono dia, passam pela primeira muda. A larva de segundo estádio cresce rapidamente, chegando a triplicar ou quadriplicar de tamanho em quatro dias. Dirige-se então para a hemolinfa, passando pela segunda muda. Esta é a forma infectante para o hospedeiro vertebrado (homem). Seu comprimento é de pouco menos de 2mm. A larva move-se ativamente e se aloja na bainha da tromba (lábio) do inseto.

Ciclo no homem

Quando o inseto volta a sugar sangue, a larva infectante perfura o lábio do mosquito e invade o organismo humano, através da pequena lesão deixada pela picada. No homem, as larvas penetram nos vasos linfáticos e iniciam sua longa migração até chegarem aos locais de permanência definitiva. Lá se desenvolvem e acredita-se que passem por mais duas mudas até se tornarem adultos, quando acasalam e produzem novas microfilárias. Esse período é longo (cerca de um ano).

ELEFANTIASE


fonte: http://netobio.wordpress.com