Os medicamentos antiinfecciosos (que combatem as infecções) incluem as drogas antibacterianas, as antivirais e as antifúngicas. Essas drogas são desenvolvidas para serem as mais tóxicas possíveis contra o microrganismo infeccioso e as mais seguras possíveis para as células humanas, isto é, são feitas para ter uma toxicidade seletiva. A produção de drogas com essas características para combater bactérias e fungos é relativamente fácil porque as células bacterianas e fúngicas são muito diferentes das células humanas. No entanto, a produção de uma droga que destrua um vírus sem lesar a célula humana infectada é muito difícil, pois os vírus perdem sua identidade no interior da célula humana, reprogramando a célula para produzir partículas virais.
Antibióticos
Os antibióticos são drogas utilizadas para tratar infecções bacterianas. Infelizmente, um número crescente de bactérias vêm desenvolvendo resistência os antibióticos atualmente disponíveis. Em parte, essa resistência deve-se ao uso excessivo de antibióticos. Por essa razão, novos antibióticos são constantemente desenvolvidos para combater bactérias cada vez mais resistentes. Em última instância, no entanto, as bactérias tornar-se-ão resistentes também aos antibióticos mais modernos. Os antibióticos são classificados de acordo com a sua potência. Os antibióticos bactericidas realmente matam as bactérias e os antibióticos bacteriostáticos simplesmente impedem a sua multiplicação, permitindo que o organismo elimine as bactérias remanescentes. Para a maioria das infecções, ambos os tipos de antibiótico parecem ser igualmente eficazes, mas, quando o sistema imune encontra-se comprometido ou quando a infecção é grave (p.ex., uma endocardite ou uma meningite bacteriana), um antibiótico bactericida é normalmente mais eficaz.
Calendário Básico de Vacinação 2000/2001
Vacina | Dose | Doença(s) | |
Ao nascimento | BCG | Única | Forma s graves de tuberculose |
Contra hepatite B | 1ª Dose | Hepatite B | |
1 mês | Contra hepatite B | 2ª Dose | Hepatite B |
2 meses | Sabin(oral contra poliomielite) | 1ª Dose | Poliomielite (paralisia infantil) |
DTP (tríplice bacteriana) | 1ª Dose | Difteria, tétano e coqueluche | |
Hib (contra Haemophilus influenzae tipo b) | 1ª Dose | Meningite e outras infecções, causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b | |
4 meses | Vacina oral contra poliomielite (Sabin) | 2ª Dose | Poliomielite (paralisia infantil) |
DTP (tríplice bacteriana) | 2ª Dose | Difteria, tétano e coqueluche | |
Hib (contra Haemophilus influenzae tipo b) | 2ª Dose | Meningite e outras infecções causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b | |
6 meses | Sabin (oral contra poliomielite) | 3ª dose | Poliomielite (paralisia infantil) |
DTP (tríplice bacteriana) | 3ª dose | Difteria, tétano e coqueluche | |
Hib (contra Haemophilus influenzae tipo b) | 3ª dose | Meningite e outras infecções, causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b | |
9 meses | Contra sarampo | Única | Sarampo |
Contra febre amarela | Única | Febre amarela | |
15 meses | Sabin (oral contra poliomielite) | reforço | Poliomielite (paralisia infantil) |
DTP (tríplice bacteriana) | reforço | Difteria, tétano e coqueluche | |
Tríplice viral ou | Única (reforço) sarampo) | Sarampo, rubéola, síndrome da rubéola congênita e caxumba | |
Dupla viral ou | Sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita | ||
Contra sarampo | Sarampo | ||
de 6 a 10 anos | BCG | reforço | Formas graves de tuberculose |
de 10 a 11 anos | dT (dupla adulto) | reforço | Difteria e tétano |
Contra febre amarela | reforço | Difteria e tétano | |
de 12 a 49 anos (mulher em idade fértil) | dT (dupla adulto) | reforço | Difteria e tétano |
No pós-parto e no pós-aborto imediatos | Contra rubéola ou | Única | Rubéola e síndrome da rubéola congênita |
Dupla viral ou | Sarampo, rubéola e síndrome da rubéola congênita | ||
Tríplice viral | Sarampo, rubéola, síndrome da rubéola congênita e caxumba | ||
60 anos ou mais | Contra influenza (gripe) | Única | Influenza (gripe) |
60 anos ou mais (em hospitais, asilos e casas geriátricas) | Contra pneumococos (antipneumocócica) | Única | Infecções respiratórias (pneumonias) |
Drogas Antiinfecciosas: Usos e Efeitos Colaterais
Droga | Usos Comuns | Efeitos Colaterais | ||||
Antibióticos | ||||||
Aminoglicosídeos Amicacina Gentamicina Canamicina Neomicina Estreptomicina Tobramicina | Infecções causadas por bactérias Gram-negativas (p.ex., Escherichia coli e Klebsiella) | • Perda de audição, vertigem e lesão renal | ||||
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Cefalosporinas Cefaclor Cefadroxila Cefazolina Cefixima Cefoperazona Cefotaxima Cefotetano Cefoxitina Ceftazidima Ceftriaxona Cefuroxima Cefalexina Cefalotina Loracarbef | Ampla variedade de infecções | • Desconforto gastrointestinal e diarréia • Náusea (quando com uso concomitante de álcool) • Reações alérgicas | ||||
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Macrolídeos Azitromicina Claritromicina Eritromicina Troleandomicina | Infecções estreptocócicas, sífilis, infecções respiratórias, infecções por micoplasmas, doença de Lyme | • Náusea, vômito e diarréia (especialmente em doses elevadas) • Icterícia | ||||
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Penicilinas Amoxicilina Ampicilina Azlocilina Carbenicilina Cloxacilina Mezlocilina Nafcilina Penicilina Piperacilina Ticarcilina | Ampla variedade de infecções A penicilina é usada contra infecções estreptocócicas, sífilis e doença de Lyme | • Desconforto gastrointestinal e diarréia • Alergia com reações anafiláticas graves • Lesões cerebrais e renais (raras) | ||||
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Polipeptídeos Bacitracina Colistina Polimixina B | Infecções do ouvido, olho ou bexiga Normalmente aplicados diretamente no olho ou inalados até os pulmões; raramente administrados por injeção | • Lesões renais e nervosas (quando administrados sob a forma injetável) | ||||
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Quinolonas Ciprofloxacina Enoxacina Norfloxacina Ofloxacina | Infecções do trato urinário, prostatite bacteriana, diarréia bacteriana, gonorréia | • Náusea (rara) | ||||
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Sulfonamidas Mafenida Sulfacetamida Sulfametizol Sulfametoxazol Sulfasalazina Sulfisoxazol Trimetoprimsul-fametoxazol | Infecções do trato urinário (excetuando-se a sulfacetamida e a mafenida); a mafenida é utilizada sob a forma tópica em queimaduras | • Náusea, vômito e diarréia • Alergia (inclusive erupções cutâneas) • Cristais na urina • Insuficiência renal • Diminuição da contagem leucocitária • Sensibilidade à luz solar | ||||
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Tetraciclinas Doxiciclina Minociclina Tetraciclina | Sífilis, infecções por clamídias, doença de Lyme, infecções por micoplasmas, infecções por riquétsias | • Desconforto gastrointestinal • Sensibilidade à luz solar • Pigmentação dos dentes • Toxicidade potencial para a mãe e para o feto durante a gestação | ||||
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Outros antibióticos Aztreonam | Infecções causadas por bactérias Gram-negativas | • Reações alérgicas | ||||
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Cloranfenicol | Tifo e outras infecções por Salmonella, meningite | • Redução intensa da contagem leucocitária (rara) | ||||
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Clindamicina | Infecções estreptocócicas, infecções respiratórias, abcesso pulmonar | • Diarréia intensa | ||||
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Etambutol | Tuberculose | • Lesão ocular (reversível quando interrompida precocemente) | ||||
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Imipenemo | Gama extremamente ampla de infecções | • Pressão arterial temporariamente baixa, convulsões | ||||
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Isoniazida | Tuberculose | • Lesão hepática grave mas reversível • Alergia | ||||
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Lincomicina | Infecções estreptocócicas, infecções respiratórias | • Diarréia intensa | ||||
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Metronidazol | Vaginite causada pelo Trichomonas ou pela Gardnerella, infecções pélvicas e abdominais | • Náusea • Cefaléia • Gosto metálico • Urina escura | ||||
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Nitrofurantoína | Infecções do trato urinário | • Náusea e vômito • Alergia | ||||
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Pirazinamida | Tuberculose | • Concentração sérica alta de ácido úrico | ||||
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Outros antibióticos Rifampina | Tuberculose e hanseníase | • Erupção cutânea • Hepatite • Saliva, suor, lágrimas e urina de cor vermelho-alaranjada | ||||
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Espectinomicina | Gonorréia | • Alergia • Febre | ||||
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Vancomicina | Infecções graves resistentes a outros antibióticos | • Calafrios e febre (quando administrada por via intravenosa) | ||||
Drogas antivirais | ||||||
Aciclovir | Herpes simples, herpes-zoster e varicela (catapora) | • Confusão mental, convulsões ou coma (por infusão intravenosa) • Poucos efeitos colaterais quando a droga é aplicada topicamente | ||||
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Amantadina | Gripe (prevenção) | • Nervosismo • Tontura • Fala enrolada • Oscilação | ||||
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Didanosina (ddI) | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Lesão dos nervos periféricos, inflamação do pâncreas | ||||
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Foscarnet | Infecções por citomegalovírus, herpes simples | • Lesão renal • Convulsões | ||||
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Ganciclovir | Infecções por herpes-zoster, herpes simples e citomegalovírus | • Tóxico para os precursores das células sangüíneas da medula óssea, resultando em anemia e distúrbios da coagulação | ||||
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Idoxuridina | Feridas de herpes simples na pele ou nos olhos | • Irritação, dor e edema (quando aplicada nos olhos ou nas pálpebras) | ||||
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Indinavir | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Cálculos renais | ||||
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Interferon-alfa | Leucemia das células pilosas, sarcoma de Kaposi, verrugas genitais | • Sintomas semelhantes aos do resfriado (febre, dores musculares, cefaléia, cansaço) • Náusea e diarréia | ||||
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Lamivudina (3TC) | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Lesão dos nervos periféricos, perda de cabelo | ||||
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Ribavirina | Infecção pelo vírus sincicial respiratório | • Destruição de eritrócitos, causando anemia | ||||
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Rimantadina | Gripe (prevenção) | • Menos efeitos colaterais que a amantadina | ||||
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Ritonavir | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Náusea, vômito e diarréia | ||||
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Saquinavir | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | — | ||||
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Estavudina (d4T) | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Lesão de nervos periféricos | ||||
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Trifluridina | Herpes simples do olho | • Ardência nos olhos • Inchaço das pálpebras | ||||
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Vidarabina | Herpes simples e herpes-zoster Infecção do olho: aplicação direta Infecção cerebral: infusão intravenosa | • Náusea e vômito • Tremores (infusão intravenosa) • Lesão do fígado e da medula óssea • Poucos efeitos colaterais quando a droga é usada topicamente | ||||
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Zalcitabina (ddC) | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Lesão de nervos periféricos | ||||
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Zidovudina (AZT) | Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) | • Tóxica para os precursores das células sangüíneas da medula óssea, resultando em anemia e distúrbios da coagulação | ||||
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Drogas antifúngicas | ||||||
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Anfotericina B | Ampla variedade de infecções fúngicas | • Calafrios, febre, cefaléia e vômito • Concentração sérica baixa de potássio • Lesão renal | ||||
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Fluconazol | Candida e outras infecções fúngicas | • Menor toxicidade hepática que o cetoconazol | ||||
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Flucitosina | Infecções por Candida e Cryptococcus | • Lesão da medula óssea e do rim | ||||
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Griseofulvina | Infecções fúngicas de pele, cabelo e unhas | • Erupções cutâneas | ||||
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Itraconazol | Candida e outras infecções fúngicas | • Menor toxicidade hepática que o cetoconazol | ||||
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Cetoconazol | Candida e outras infecções fúngicas | • Bloqueia a produção de testosterona e de cortisol • Toxicidade hepática | ||||
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Escolha de um Antibiótico
Os médicos podem escolher um antibiótico para tratar uma determinada infecção baseando-se na suposição sobre o tipo de bactéria que mais provavelmente é responsável pelo quadro. Além disso, a bactéria infectante é rotineiramente identificada em laboratório, o que auxilia o médico na escolha de um antibiótico. Contudo, os resultados desses exames geralmente levam um a dois dias para ficarem prontos e, por essa razão, eles não podem ser utilizados para guiar a escolha inicial. Mesmo quando uma bactéria é identificada e a sua sensibilidade aos antibióticos é determinada em laboratório, a escolha de um antibiótico não é simples. As sensibilidades observadas em laboratório nem sempre são as mesmas que aquelas do indivíduo infectado.
A eficácia do tratamento depende de fatores como o quão bem a droga é absorvida pela corrente sanguínea, o quanto da droga atinge diferentes líquidos corpóreos e o quão rapidamente o organismo elimina a droga. Além disso, a escolha de um antibiótico deve levar em conta a natureza e a gravidade da doença, os efeitos colaterais da droga, a possibilidade de alergias ou de outras reações medicamentosas graves e o custo da medicação. Algumas vezes, há necessidade de combinações de antibióticos para o tratamento de infecções graves, particularmente quando a sensibilidade das bactérias aos antibióticos não é conhecida. Às vezes, dois antibióticos têm um efeito mais potente que apenas um e essas combinações podem ser utilizadas no tratamento de infecções causadas por bactérias de difícil erradicação (p.ex., por Pseudomonas).
Administração de Antibióticos
Para o tratamento de infecções bacterianas graves, os antibióticos são geralmente administrados primeiramente sob a forma injetável, comumente pela via intravenosa. Quando a infecção encontra-se sob controle, os antibióticos podem ser administrados pela via oral. Os antibióticos devem ser utilizados até o microrganismo infectante ser eliminado do corpo, o que pode ocorrer dias após o desaparecimento dos sintomas.
A interrupção muito precoce do tratamento pode acarretar uma recidiva ou pode estimular o desenvolvimento de bactérias resistentes. Por essa razão, o antibiótico é comumente administrado durante vários dias após o desaparecimento de todas as evidências da infecção. Certos antibióticos são utilizados no tratamento de infecções causada por riquétsias (microrganismos microrganismos semelhantes às bactérias e aos vírus). As riquétsias são menores que as bactérias mas maiores que os vírus. Assim como os vírus, as riquétsias somente conseguem sobreviver no interior das células de um outro organismo, mas, assim como as bactérias, elas são vulneráveis aos antibióticos.
O cloranfenicol e as tetraciclinas são os antibióticos mais específicos contra infecções por riquétsias. Os antibióticos não são utilizados apenas no tratamento de infecções, eles também o são na prevenção. Para ser eficaz e evitar a ocorrência de resistência bacteriana, a antibioticoterapia preventiva (profilática) precisa ser utilizada durante apenas um período curto e o antibiótico deve ser potente contra a bactéria em particular. Um exemplo de terapia preventiva consiste no uso de antibióticos durante uma viagem, para evitar a chamada diarréia dos viajantes. Os antibióticos também são freqüentemente utilizados preventivamente pelos indivíduos expostos a alguém com meningite meningocócica devido ao risco de infecção.
Os indivíduos com válvulas cardíacas anormais geralmente utilizam antibióticos preventivos rotineiramente antes de cirurgias, incluindo as cirurgias odontológicas. Eles apresentam maior risco de infecção de válvulas cardíacas (endocardite) causada por bactérias que existem normalmente na boca e em outras partes do corpo. Essas bactérias podem penetrar na corrente sangüínea durante a cirurgia e ser transportadas até as válvulas cardíacas lesadas. Os antibióticos também podem ser utilizados de forma preventiva por indivíduos com comprometimento do sistema imune como, por exemplo, os indivíduos com leucemia, os submetidos à quimioterapia contra o câncer ou os com AIDS.
Os indivíduos saudáveis que são submetidos a uma cirurgia com alto risco de infecção (p.ex. uma cirurgia ortopédica ou intestinal de grande porte) também podem utilizar antibióticos de modo preventivo. Infelizmente, os antibióticos são freqüentemente utilizados sem que exista uma boa razão para isto. Por exemplo, eles são freqüentemene utilizados erroneamente para tratar doenças virais (p.ex., gripes e resfriados).
Efeitos Colaterais
Os antibióticos podem causar reações alérgicas (como comumente ocorre com a penicilina) ou podem desencadear outros efeitos colaterais. Por exemplo, os aminoglicosídeos podem causar lesão renal ou do ouvido interno. A antibioticoterapia pode ser mantida apesar dos efeitos colaterais, especialmente quando o antibiótico é o único eficaz contra a infecção apresentada pelo indivíduo. O médico deve pesar a gravidade dos efeitos colaterais contra a gravidade da infecção.
Drogas Antivirais
As drogas antivirais podem atuar interferindo em qualquer um dos processos pelos quais um vírus passa para se replicar (reproduzir): adesão à célula, invasão da célula, eliminação de seu revestimento para liberar o seu material genético e produção de novas partículas virais por parte da célula. Como os vírus somente replicam no interior das celulas e utilizam as mesmas vias metabólicas que as células sadias, as drogas antivirais são freqüentemente mais tóxicas para as células humanas que os antibióticos. Um outro problema das drogas antivirais é que os vírus podem desenvolver rapidamente uma resistência contra as mesmas.
Drogas Antifúngicas
As drogas antifúngicas podem ser aplicadas diretamente na região onde existe uma infecção fúngica cutânea ou de outra superfície (p.ex., vagina ou mucosa oral). Os antifúngicos também podem ser utilizados sob a forma oral ou injetável. Geralmente, as drogas antifúngicas causam mais efeitos colaterais que os antibióticos. Elas também são geralmente menos eficazes e, por essa razão, as infecções fúngicas são de difícil tratamento e, freqüentemente, tornam-se crônicas. A terapia anti-fúngica comumente dura semanas e deve ser repetida.
fonte: Manual Merck