Foram distribuídos mais de 1,2 milhão de tratamentos de oseltamivir,
disponibilizados recursos para o preparo da rede de saúde aos estados
com maior incidência da doença e oferecido curso de capacitação aos
profissionais de saúde.
O Ministério da Saúde adotou uma série de medidas para o enfrentamento
da influenza deste ano. Além da campanha nacional de vacinação, que
imunizou mais de 32 milhões de pessoas e ultrapassou a meta de 80% do
público-alvo, diversas ações em curso visam à prevenção e a redução do
número de casos e óbitos por agravamento da doença.
As medidas foram anunciadas na terça-feira (21) pelo ministro da Saúde,
Alexandre Padilha, e abrangem deste a disponibilização de R$ 30 milhões
para a preparação da rede ambulatorial e hospitalar ao tratamento de
pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), como a
distribuição de 1,2 milhão de tratamentos de oseltamivir (tamiflu). Os
recursos foram repassados aos estados do Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná e São Paulo.
Confira a apresentação da coletiva
Confira a apresentação da coletiva
Durante a entrevista coletiva, o ministro ressaltou que estes recursos
foram direcionados aos estados que apresentam maior incidência de casos
de gripe. Entre eles, o de maior preocupação, no momento, é São Paulo,
onde foram notificados, neste ano, 1.863 casos de SRAG e 183 óbitos,
sendo 55 para H1N1. Padilha anunciou que o Ministério da Saúde vai
enviar ao estado uma equipe para investigação dos casos de óbitos;
ampliar os pontos de distribuição do oseltamivir; realizar semanalmente
videoconferências com a participação de 42 hospitais para monitoramento
da influenza no estado, além de reuniões com as operadoras de planos de
saúde para reforçar o protocolo da Influenza 2013.
O ministro destacou a importância do uso do oseltamivir e fez um apelo
para que estados e municípios facilite o acesso ao medicamento. Para
isso, sugeriu que o Tamiflu seja disponibilizado em todas as unidades de
saúde, nas UPAs, nos prontos socorros, facilitando assim a prescrição
pelo profissional de saúde. “O Ministério da Saúde garante a
distribuição desse medicamento de graça e todos os estados estão
abastecidos”, afirmou Padilha.
Segundo o ministro, estudo sobre os óbitos no ano passado no Rio Grande
do Sul, demonstrou que apenas 5% das vítimas receberam o medicamento
nas 48 horas. “ O tratamento deve ser iniciado de imediato, sobretudo
para pessoas que estão no grupo de risco. Não se deve esperar a
confirmação laboratorial ou o agravamento do caso”, explicou Padilha.
Ele ressaltou ainda que o antiviral deve ser utilizado em pessoas que
fazem parte do grupo de risco e moram com alguém que teve influenza. A
mesma recomendação serve para os moradores de asilos. “Essas pessoas
devem receber o Tamiflu, mesmo que não tenham sinais e sintomas da
doença”, observou;
O diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do
Ministério da Saúde, Cláudio Maierovich, explicou que um dos cuidados
durante a revisão do protocolo de Influenza para 2013, foi a de
reafirmar a recomendação para o uso do medicamento. “Existe uma falta do
hábito dos nossos profissionais de saúde em prescrever o antiviral
Tamiflu, talvez por entender que não existe tratamento específico para a
gripe. Porém, há alguns anos existe este medicamento, com estudos
confirmando a sua eficácia”, ressaltou.
RECURSOS -
A aplicação do recurso (R$ 30 milhões) vai ampliar a capacidade de
internações, com a criação de leitos extras para o tratamento de
influenza, de acordo com a necessidade local. A estimativa é de criação
de aproximadamente 450 leitos para o tratamento da influenza,
distribuídos nos quatro estados, possibilitando 1,8 mil internações por
mês.
O montante vai permitir a compra ou locação de cerca de 450
ventiladores respiratórios e 555 monitores cardíacos para equipar leitos
de cuidados intermediários ou intensivos. Além disso, deverão ser
adquiridos 1.500 oxímetros para os estabelecimentos de primeiro
atendimento e unidades 24 horas de pronto atendimento clínico e
pediátrico. O equipamento é usado na classificação de risco do paciente
com síndrome gripal e facilita a identificação precoce de formas graves
da doença.
O repasse do recurso foi baseado na análise dos locais com maior número
de casos de Influenza em 2009. Ao estado de São Paulo foram destinados
R$ 12,7 milhões; para o Rio Grande do Sul foram disponibilizados R$ 5,6
milhões; Santa Catarina R$ 5,4 milhões; e Paraná R$ 6,7 milhões. Os
estados vão articular com os municípios o uso do recurso, de acordo com a
situação epidemiológica prevista ou detectada. Nesses quatros estados
foram realizadas 310.895 internações por SRAG, em 2009.
CURSO-
Também como parte das medidas de preparação da rede pública, o
Ministério da Saúde oferecerá, em parceria com a Universidade Aberta do
SUS (UNA-SUS), curso de Educação a Distância (EAD) sobre o protocolo de influenza 2013.
Voltado aos médicos que atuam na rede assistência à saúde, a
capacitação tem o objetivo de reforçar o manejo correto de influenza, de
acordo com protocolos atualizados.
O curso apresenta casos clínicos interativos, com explicações sobre os
erros e acertos a cada decisão que o médico tomar. Ao final de cada
caso, o profissional poderá assistir a um vídeo com comentários de
médicos especialistas sobre o tema abordado. Além disso, o curso permite
o acesso a materiais de apoio, como fluxograma de tratamento,
orientações de etiqueta respiratória e links para outros conteúdos.
Outros profissionais da saúde podem fazer o curso como visitante, mas
não receberão declaração de conclusão. As inscrições podem ser feitas no
link http://unasus.gov.br/influenza .
O Ministério da Saúde também está distribuindo 680 mil materiais
informativos e educativos para orientação aos profissionais da área e
também à população, como cartazes sobre tratamento e prevenção da gripe,
display de mesa sobre tratamento, filipeta orientando a diluição do
oseltamivir para crianças, algoritmo de atendimento.
PROTOCOLO –
A orientação aos médicos para receitar o Fosfato de oseltamivir
(Tamiflu), sem aguardar resultados de laboratório ou sinais de
agravamento, em todas as pessoas que integrem o grupo de risco e que
apresentem sintomas de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) - como crianças menores de dois anos, gestantes, puérperas,
indígenas que moram em aldeias, idosos, obesos e doentes crônicos - é
uma das recomendações do Protocolo de Tratamento da Influenza 2013.
O protocolo orienta ainda atenção especial às gestantes, reiterando a
necessidade do uso do antiviral em até 48 horas após o aparecimento dos
sintomas mesmo para as que receberam a vacina, além da investigação do
caso com exames complementares. Quem não pertence aos grupos mais
vulneráveis, mas apresente sinais de agravamento da síndrome gripal, o
tratamento com o antiviral deve ser iniciado com urgência.
DISTRIBUIÇÃO - O
medicamento é oferecido gratuitamente na rede pública e reduz
complicações e óbitos pela doença. Para retirar o medicamento, o
paciente deve apresentar prescrição médica emitida tanto por
profissionais da rede pública como da rede privada. A adoção de ações
de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, cobrir o
nariz e a boca ao tossir e espirrar, evitar tocar o rosto e não
compartilhar objetos de uso pessoal são algumas das recomendações para a
prevenção da gripe. Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um
serviço de saúde o mais rápido possível. O Ministério da Saúde
distribuiu aos estados 1.066.082 tratamentos do oseltamivir na fórmula
adulto (75mg) e 141.900 tratamentos de uso pediátrico.
AMPLIAÇÃO: A
validade do antiviral usado no tratamento da Influenza foi ampliada,
conforme resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A medida atendeu a solicitação do laboratório produtor (Roche) e do
Ministério da Saúde, já que o prazo do antiviral com registro no Brasil
era de dois anos. O mesmo medicamento possui vencimento de quatro anos
em países europeus e nos Estados Unidos.
Com a resolução, o prazo de validade do Tamiflu com concentração 30mg e
45mg (fórmula infantil) passará de dois para quatro anos, a partir da
data de fabricação. A modificação está amparada por estudos de
estabilidade feitos pelo laboratório produtor. A extensão vale para
todos os lotes do medicamento em posse do Ministério da Saúde. A
iniciativa contribuirá para a garantia do tratamento adequado aos
pacientes.
A alteração será apresentada em etiquetas na embalagem, que também
manterá o lacre original de fábrica para demonstrar a integridade do
produto. O Ministério da Saúde monitora a quantidade em estoque e avalia
a necessidade do envio de novas remessas do medicamento.
IMUNIZAÇÃO: O
balanço nacional aponta que foi superada a meta da 15ª Campanha
Nacional de Vacinação contra a Gripe. Até as 18h de quinta-feira (23),
foram vacinadas 33,3 milhões de pessoas em todo o Brasil. O número
representa uma cobertura de 85,36% do público alvo, excluídas as doses
aplicadas em doentes crônicos e pessoas privadas de liberdade. A meta
era vacinar 80%, de um total de 39,2 milhões.
Até o momento, apenas três estados não atingiram a meta 80% ou mais de
cobertura vacinal: Roraima (72,88%), Mato Grosso (77,12%) e Bahia
(78,27%). O Ministério da Saúde (MS) recomenda aos estados e municípios
que não atingiram a meta para que continuem vacinando quem faz parte dos
grupos prioritários. Na análise por grupo prioritário, a campanha teve
melhor adesão entre as mulheres em puerpério (45 dias após o parto) com
100% de cobertura, seguido dos trabalhadores em saúde 96,9%, crianças
88,4% e pessoas acima dos 60 anos 83,7%. A população indígena teve 77,8%
de imunização e gestantes alcançaram o menor índice com 75,6%. Grávidas
ainda podem se vacinar. A vacina é segura e a melhor forma de prevenção
antes do inverno. Foram ainda aplicadas seis milhões de doses em
doentes crônicos e 256,9 mil doses em pessoas privadas de liberdade. As
pessoas que formam o grupo prioritário são consideradas mais vulneráveis
a desenvolver a forma mais grave da doença e ter complicações, como
internação e mortes.
RAIO X DA DOENÇA: De
1º de janeiro a 12 de maio de 2013, foram notificados 4.713 casos
hospitalizados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), destes 388
casos foram confirmados para o vírus Influenza A(H1N1). No mesmo período
deste ano, foram confirmados 391 óbitos por SRAG, sendo 61 por A(H1N1).
Durante o ano de 2012, foram registrados 20.539 casos da SRAG, sendo
confirmados 2.614 para A (H1N1). No ano passado, foram contabilizadas
1.931 mortes, sendo 351 pelo vírus pandêmico.
Fonte: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/10920/785/ministerio-da-saude-anuncia-acoes-para-enfrentamento-da-gripe.html