quarta-feira, 7 de outubro de 2009

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

INFORME TÉCNICO XVI

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Acidentes por animais peçonhentos

Não é agente infeccioso

Padrão

Não se aplica

Não se aplica

Não se aplica

Não se aplica

Durante todo o período de internação

AIDS / Vírus HIV

Vírus HIV

Padrão

Sangue, secreção vaginal, esperma , leite materno

Exposição mucosa ou percutânea a fluídos corpóreos infectados

Semanas a anos

Desde o estabelecimento da infecção

Durante todo o período de internação

Acrescentar as precauções necessárias, conforme as infecções associadas

Antrax ou carbúnculo

Bacillus anthracis

Padrão (forma cutânea e pulmonar)

Material de lesão drenante

Risco ocupacional (manipulação de herbívoros e seus produtos)

1 a 7 dias

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Pós contendo esporos aerossolizados (bioterrorismo: precaução para aerossóis, até descontaminação do ambiente)

Botulismo

Padrão

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Cólera

Vibrio cholerae

Adulto:padrão*

Criança:contato

Fezes

Contato direto e indireto (fecal / oral)

1 – 5 dias

Enquanto persistir a diarréia

Até fezes normais

* adultos incontinentes ou com higiene precária: precauções de contato

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Coqueluche*

Sintomas respiratórios inespecíficos, síndrome coqueluchóide

Bordetella pertussis

Gotículas

Secreções respiratórias

gotículas

6 a 20 dias

Até 3 semanas após o estabelecimento do paroxismo, se não tratada, ou até 5 dias de antibioticoterapia apropriada

Até 3 semanas após o estabelecimento do paroxismo, se não tratada. Ou até 5 dias de antibioticoterapia apropriada(1)

(1) – contatos próximos : quimioprofilaxia

Dengue

Vírus do dengue

Padrão

Não se aplica

Transmitida pela picada do mosquito: Aedes

3 a 15 dias

(média: 5 a 6 dias)

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Importante: telas nas janelas, extinção ou controle de criadouros

Difteria

Corynebacterium diphtheriae

Forma faríngea: gotículas

Secreções

respiratórias

Gotículas ou contato direto

2 a 5 dias

Se não tratada, 2 semanas a meses

Até 2 culturas (nariz e garganta) negativas*

* culturas colhidas após 24 horas de término da antibioticoterapia e com 24 horas de intervalo entre uma e outra.

Portador: quimioprofilaxia

Difteria

Corynebacterium diphtheriae

Forma cutânea: Contato

Lesão drenante

Contato direto ou indireto

2 a 5 dias

Como forma faríngea

Durante todo o período de internação

Como forma faríngea

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Doença de Chagas (agudo)

Tripanosoma cruzi

Padrão

Sangue

Vetor: triatomídeo

Variável

Durante todo o período de internação

Na forma aguda pode haver transmissão do agente por transfusão de sangue, e da mãe para o feto

D. Creutzfeldt-Jacob variante

E outras doenças priônicas

Proteína do príon

Padrão

Alimentar: ingestão de carne de animais contaminados ou Iatrogênica*

Durante todo o período de internação

* através de hormônio de crescimento contaminado, transplante de córnea e dura-mater de indivíduos portadores da doença, utilização de instrumentos neurocirúrgicos e eletrodos contaminados

D. Invasiva Haemophilus influenzae

Haemophilus influenzae

Tipo b

Gotículas

Secreções respiratórias

Gotículas, contato direto

Variável

Semana que antecede a doença até o início tratamento

Até 24 horas depois do início antibiotico

terapia efetiva

Quimioprofilaxia: todos os contatos próximos, se entre os contatos houver criança menor de 5 anos, independente do estado vacinal

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Doença Meningocócica

Neisseria meningitidis

Gotículas

Secreções respiratórias

Gotículas, contato direto

2 a 10 dias

Até 24 horas de antibioticoterapia efetiva

Até 24 horas de antibioticoterapia efetiva

Contatos próximos precisam receber quimioprofilaxia

Esquistossomose mansônica

Schistossoma mansoni

Padrão

Variável (2 a 6 semanas infecções agudas)

Não se transmite pessoa a pessoa*

Durante todo o período de internação

* - Contato com água contendo caracóis contaminados com larvas

Eventos adversos após vacinação

Padrão

Durante todo o período de internação

Febre amarela

Vírus da febre amarela

Padrão

sangue

Vetor: mosquito

3 a 6 dias após a picada do mosquito infectado

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Sangue do paciente é infectante pouco antes da febre e nos 4 primeiros dias da doença

Febre do Nilo Ocidental

Vírus da febre do Nilo Ocidental (flavivirus)

Padrão

Vetor: mosquito

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Febre Maculosa Brasileira

Ricketsia ricktsii

Padrão

2 a 14 dias (média: 7 dias)

Não se transmite pessoa a pessoa

Transmissão pela picada do carrapato infectado

Febre Purpúrica do Brasil

Haemophilus influenzae aegyptyus

Padrão

Secreção de conjuntiva

Contato direto ou indireto por vetor (mosca)

1 a 60 dias (média 7 a 16 dias)

Enquanto perdura a conjuntivite

Durante a duração da doença

Febre tifóide

Salmonella typhi

Adulto: padrão*

Crianças: contato

Fezes

Fecal-oral, contato, alimentar

6- 72 horas (diarréia),

FT: 3-60 dias

variável

Durante a duração da doença

* adultos incontinentes ou com higiene precária: precauções de contato

Hanseníase

Mycobacterium leprae

Padrão

Contato direto

2 a 7 anos

Pacientes multibacilares não tratados disseminam o bacilo

Durante todo o período de internação

Hantavirose

Hantavírus

Padrão

variável

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Controle de roedores

Hepatite A, E

Vírus Hepatite A, E

Adulto: padrão*

Crianças: contato

Fezes

Fecal-oral, contato direto e indireto

A: 15-50 dias

E: 15-60 dias

A**- 2 semanas antes a 1 semana depois do início dos sintomas

E: pelo menos 2 semanas

Até 1 semana depois do início dos sintomas. Durante toda a internação se RN

* adultos incontinentes ou com higiene precária: contato

**- RN período disseminação do vírus mais prolongado

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Hepatite B, C, Delta

Vírus Hep B, C e Delta

Padrão

Sangue e certos fluidos corpóreos

Exposição mucosa ou percutânea a fluidos corpóreos infectantes

Semanas a anos

Desde o estabelecimento da infecção

Durante todo o período de internação

Influenza

Vírus Influenza

Gotículas e contato

Secreções respiratórias

Gotículas, contato direto e indireto

1 a 3 dias

5 dias (período de transmissibilidade pode ser maior em RN)

Durante todo o período de duração da doença

Minimizar a exposição de pacientes imunocomprometidos, com doenças cardíacas ou pulmonares e RN

Intoxicação por agrotóxicos

Não é agente infeccioso

Padrão

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Leishmaniose Tegumentar Americana

Leishmania

Padrão

2 meses (2 semanas a 2 anos)

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Transmitida por picada de insetos infectados

Leishmaniose Visceral

Leishmania

Padrão

10 a 24 meses (média 2 a 4 meses)

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Controle de vetores

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Leptospirose

Leptospira

Padrão

2 a 26 dias

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Controle de ratos

Malária

Plasmodium vivax, P. malariae, P. falciparum

Padrão

Sangue

Vetor: mosquito

variável

Não se transmite pessoa a pessoa, exceto através de transfusão de sangue

Durante todo o período de internação

Telas em janelas e portas em áreas endêmicas; uso de roupas que cubram as extremidades; repelentes de mosquitos

Peste (bubônica – linfadenite)

Yersinia pestis

Padrão

2 a 6 dias

Durante todo o período de internação

Peste pneumônica

Yersinia pestis

Gotículas

Secreções respiratórias

gotículas

2 a 4 dias

Até 72 horas de antibioticoterapia apropriada

Até 72 horas de antibioticoterapia apropriada

Contatos próximos: quimioprofilaxia

Poliomielite / Paralisia flácida aguda

Vírus da

poliomielite

Contato

Fezes e secreções respiratórias

Contato direto e indireto

3 a 21dias

Duração da disseminação do vírus (em torno de 6 semanas)

Até 6 semanas do estabelecimento da doença ou cultura de fezes negativa

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Raiva humana

Vírus da raiva

Padrão

Saliva

Exposição mucosa ou percutânea à saliva

5 dias a vários meses

Durante todo o período de internação

Profilaxia pós-exposição quando exposição percutânea ou mucosa à saliva de paciente com raiva

Rubéola

Vírus da rubéola

Gotículas

Secreções respiratórias

Gotículas, contato direto

14 a 21 dias

Poucos dias antes até 7 dias depois do início do “rash”

Até 7 dias depois do início do “rash”

Precauções p/ gotículas para pacientes suscetíveis expostos, durante o período de 7 dias após o primeiro contato até 21 dias após o último contato

Rubéola congênita

Vírus da rubéola

Gotículas e contato

Secreções respiratórias e urina

Contato direto e indireto; gotículas

Disseminação prolongada em secreções respiratórias e urina; até 1 ano

1 ano, a menos que culturas de nasofaringe e urina após 3 meses de idade, forem negativas

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Sarampo

(febre e exantema + tosse ou coriza ou conjuntivite)

Vírus do sarampo

Aerossóis

Secreções respiratórias

Aerossóis

7 a 18 dias

5 dias antes do “rash” até 4 dias depois (maior em imunocomprometidos)

Durante o período de duração da doença

Imunoprofilaxia para contatos suscetíveis, segundo normas oficiais

Instituir Precauções para Aerossóis para RN de mães com sarampo no momento do parto

Sarampo (comunicantes suscetíveis)

Aerossóis

Secreções respiratórias

Aerossóis

Dois últimos dias do período de incubação

5 dias a partir da primeira exposição, até 21 dias depois da última exposição

Sífilis

em gestante*

Treponema pallidum

Padrão

Secreções genitais, lesão exsudativa

Sexual

Mãe para o feto

10 a 90 dias

Durante todo o período de internação

*- todas as formas: primária,secundária, latente, terciária, e soropositividade sem lesões

Sífilis congênita

Treponema pallidum

Padrão

Durante todo o período de internação

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Síndromes Febris Hemorrágicas Virais

Vírus Lassa, Ebola, Marburg, Criméa-Congo

Aerossóis + Contato + com Proteção ocular*

Sangue e aerossóis

Aerossóis

Variável

Durante a duração da doença

* - + luvas duplas, proteção para pernas e sapatos, aventais impermeáveis

Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG*

Coronavírus - SARS

Aerossóis + Contato + com Proteção ocular

Secreções respiratórias

Aerossóis, fômites? (vírus viável no ambiente)

2 a 10 dias (média 7 dias)

Desde o início de sintomas até 10 dias depois de cessar a febre ou os sintomas

Do momento da internação até 10 dias após cessar a febre ou os sintomas

* - considerar dados epidemiológicos

Tétano acidental

Clostridium tetani

Padrão

2 dias a 2 meses

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Adquirido a partir de esporos do solo que germinam em feridas ou tecidos desvitalizados

Tétano neonatal

Clostridium tetani

Padrão

7 dias (2 a 28 dias)

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Tracoma

Chlamydia trachomatis

Contato

Secreção ocular e conjuntiva

Contato direto e indireto (objetos contaminados)

5 a 12 dias

Enquanto houver lesões ativas em conjuntiva

Durante a duração da doença

Insetos: vetores mecânicos (mosca doméstica)

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA E PRECAUÇÕES DE ISOLAMENTO

Agravo

Agente

Precauções

Material infectante

Via de transmissão

Período de incubação

Período de transmissibilidade

Duração das precauções

Comentários

Tuberculose

(laríngea e pulmonar)

Tuberculose extra-pulmonar com lesão drenante (1)

Mycobacterium tuberculosis

Aerossóis

Secreções respiratórias

aerossóis

Semanas a anos

Enquanto houver microrganismos no escarro

Até melhora clínica e 3 pesquisas de BK no escarro negativas (com pelo menos 24 horas de intervalo entre uma e outra)*

* - em caso de tuberculose multidroga resistente – precauções até cultura negativa

Tuberculose extrapulmonar sem lesão drenante

Mycobacterium tuberculosis

Padrão

Durante todo o período de internação

Evitar procedimentos de drenagem que gerem aerossóis

Tularemia

Francisella tularensis

Padrão

1 a 21 dias

Não se transmite pessoa a pessoa

Durante todo o período de internação

Adquirida pelo contato com animais infectados

Varíola

Vírus da varíola

Aerossóis e contato

Secreções respiratórias e vesículas escarificadas

Aerossóis e contato direto

10 a 14 dias (7 a 19 dias)

Desde o início do “rash” até a cura

Durante todo o período de internação*

*- até as crostas caírem (3 a 4 semanas)

Vacinação pós-exposição: até 4 dias após contato

Referências Bibliográficas

· Guia de Vigilância Epidemiológica, Ministério da Saúde, 6a. edição, 2.005

· Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo - Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, Manuais Técnicos. In: www.cve.saude.sp.gov.br

· Febre Purpúrica Brasileira – Manual de Vigilância Epidemiológica – Normas e instruções, CVE/SP, 1.994.

· Garner, J.S. et all. Guideline for Isolation Precautions in Hospitals. Infection Control and Hospital Epidemiology, 17 (1): 54-73, jan. 1.996

· Bolyard, E.A et all. Guideline for Infection Control in health care personnel, 1.998 – Special Article. AJIC, June 1.998

· Centers for Disease Control and Prevention – CDC, Atlanta – SARS – Frequently Asked Questions About SARS, April 26, 2004. In: www.cdc.gov/ncidod/sars/sars-faq

· Centers for Disease Control and Prevention – CDC, Atlanta – Guide F – Environmental Control of Smallpox Virus – Smallpox Response Plan, March 20, 2.003. In: www.cdc.gov

· Centers for Disease Control and Prevention – CDC, Atlanta – DRAFT: Guideline for Isolation Precautions: Preventing Transmission Of Infectious Agents in Healthcare Settings: Recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory Committee, 2.005. In: www.cdc.gov.

· Laboratory Centre for Disease Control / Bureau of Infectious Diseases / Health Canada – Routine Practices and Additional Precautions for Preventing the Transmission of Infection in Health Care, 1.998. In: www.hc_sc.ca