segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

NASF


A Atenção Primária à Saúde é complexa e demanda uma intervenção ampla em diversos aspectos para que se possa ter efeito positivo sobre a qualidade de vida da população, necessita de um conjunto de saberes para ser eficiente, eficaz e resolutiva. É definida como o primeiro contato na rede assistencial dentro do sistema de saúde, caracterizando-se, principalmente, pela continuidade e integralidade da atenção, além da coordenação da assistência dentro do próprio sistema, da atenção centrada na família, da orientação e participação comunitária e da competência cultural dos profissionais (STARFIELD, 2004).

Desta forma, são definidos os quatro atributos essenciais da atenção primária à saúde: o acesso de primeiro contato do indivíduo com o sistema de saúde, a continuidade e a integralidade da atenção, e a coordenação da atenção dentro do sistema.

A Saúde da Família caracteriza-se como a porta de entrada prioritária de um sistema hierarquizado, regionalizado de saúde e vem provocando um importante movimento de reorientação do modelo de atenção à saúde no SUS. Visando apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primaria bem como sua resolutividade, além dos processos de territorialização e regionalização, o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF, com a Portaria GM nº 154, de 24 de Janeiro de 2008, Republicada em 04 de Março de 2008.

O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em conjunto com os profissionais das Equipes Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob responsabilidade das Equipes de SF no qual o NASF está cadastrado.

Existem duas modalidades de NASF: o NASF 1 que deverá ser composto por no mínimo cinco das profissões de nível superior (Psicólogo; Assistente Social; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Profissional da Educação Física; Nutricionista; Terapeuta Ocupacional; Médico Ginecologista; Médico Homeopata; Médico Acupunturista; Médico Pediatra; e Médico Psiquiatra) vinculado de 08 a 20 Equipes Saúde da Família e o NASF 2 que deverá ser composto por no mínimo três profissionais de nível superior de ocupações não-coincidentes (Assistente Social; Profissional de Educação Física; Farmacêutico; Fisioterapeuta; Fonoaudiólogo; Nutricionista; Psicólogo; e Terapeuta Ocupacional), vinculado a no mínimo 03 Equipes Saúde da Família, fica vedada a implantação das duas modalidades de forma concomitante nos Municípios e no Distrito Federal.

Excepcionalmente, nos Municípios com menos de 100.000 habitantes dos Estados da Região Norte, cada NASF 1 poderá realizar suas atividades vinculado a, no mínimo, 5 (cinco) equipes de Saúde da Família, e a, no máximo, a 20 (vinte) equipes de Saúde da Família. A definição dos profissionais que irão compor os núcleos é de responsabilidade dos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações.

Tem como responsabilidade central atuar e reforçar 9 diretrizes na atenção à saúde: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização.

A equipe do NASF e as equipes da saúde da família criarão espaços de discussões para gestão do cuidado. Como, por exemplo, reuniões e atendimentos conjuntos constituindo processo de aprendizado coletivo. Desta maneira, o NASF não se constitui porta de entrada do sistema para os usuários, mas apoio às equipes de saúde da família e tem como eixos a responsabilização, gestão compartilhada e apoio à coordenação do cuidado, que se pretende, pela saúde da família.

O NASF está dividido em nove áreas estratégicas sendo elas: atividade física/praticas corporais; práticas integrativas e complementares; reabilitação; alimentação e nutrição; saúde mental; serviço social; saúde da criança/ do adolescente e do jovem; saúde da mulher e assistência farmacêutica.

Organização do processo de trabalho dos NASF, nos territórios de sua responsabilidade, deve ser estruturado priorizando:

(a) Atendimento compartilhado para uma intervenção interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para ambos os profissionais envolvidos. Com ênfase em estudo e discussão de casos e situações, realização de projeto terapêutico, orientações, bem como atendimento conjunto; (criando espaços de reuniões, atendimento, apoio por telefone, e-mail, etc)

(b) Intervenções especificas do NASF com usuários e famílias encaminhados pela equipe de SF, com discussões e negociação a priori entre os profissionais responsáveis pelo caso, de forma que o atendimento individualizado pelo NASF se dê apenas em situações extremamente necessária;

(c) Ações comuns nos territórios de sua responsabilidade, desenvolvidas de forma articulada com as equipes de SF e outros setores. Como por exemplo o desenvolvimento do projeto de saúde no território, planejamentos, apoio aos grupos, trabalhos educativos, de inclusão social, enfrentamento da violência, ações junto aos equipamentos públicos (escolas, creches, igrejas, pastorais, etc).

Dentro de tal perspectiva, implantar NASF implica, portanto, na necessidade de estabelecer espaços rotineiros de reunião de planejamentos, o que incluiria discussão de casos, estabelecimentos de contratos, definição de objetivos, critérios de prioridade, critérios de encaminhamento ou compartilhamento de casos, critérios de avaliação, resolução de conflitos etc. Tudo isso não acontece automaticamente, tornando-se assim necessário que os profissionais assumam sua responsabilidade na co-gestão e os gestores coordenem estes processos, em constante construção.

fonte: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/index.php

INFECÇÃO DO TRATO URINARIO


INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NA CRIANÇA

O problema urinário mais comum entre as crianças são as infecções. Estima-se que 3% das meninas e 1% dos meninos até 11 anos já tenham apresentado infecção do trato urinário. Estudiosos no assunto acreditam que essa estimativa seja baixa, pois muitas dessas infecções não são detectadas. Os sintomas nem sempre são óbvios para os pais, e as crianças menores são incapazes de descrever o que sentem. É muito importante reconhecer e tratar das infecções do trato urinário, pois não curadas podem causar sérios problemas renais, levando até a uma insuficiência renal.
Como é a função normal do Trato Urinário? Os rins filtram e removem as impurezas e a água do sangue produzindo a urina. São produzidos 20 ml por quilo por dia de urina nos adultos e um pouco menos na criança, dependendo de sua idade. A urina desce dos rins por dois tubos finos denominados ureteres e é então estocada na bexiga. Quando a bexiga está repleta, a criança relaxa os músculos da uretra e elimina a urina. O orifício externo da uretra nos meninos localiza-se na glande (cabeça do pênis) e nas meninas na vulva, acima do intróito vaginal.

Como o Trato Urinário torna-se infectado?

A urina normal não contém bactérias. As bactérias podem alcançar o Trato Urinário e a urina, provenientes da pele ao redor do reto e dos genitais, fazendo um trajeto ascendente, da uretra para a bexiga. Quando isso ocorre, a bactéria pode causar infecção e inflamação da bexiga, resultando em edema e dor nas regiões laterais e inferiores do abdome. É a chamada Cistite.
Se as bactérias sobem da bexiga pelos ureteres e alcançam os rins, uma Pielonefrite pode se instalar. Essa infecção é freqüentemente acompanhada de dor lombar e febre. As infecções renais são mais graves que as Cistites.

Quais são os sinais da Infecção do Trato Urinário?

As mucosas da bexiga, uretra, ureteres e rins ficam irritados com a ITU, como o nariz e a garganta no resfriado. Se a criança for um bebe ou tiver até dois anos de idade, os sinais de ITU podem não ser muito claros pois, ela não consegue contar o que sente. A criança pode ter febre alta, tornar-se irritada, ou simplesmente não se alimentar.
Uma criança maior com irritação da bexiga pode apresentar: 1) dor em baixo-ventre ou abdominal, 2) polaciúria ( urinar a todo instante, com ou sem dor, em pequena quantidade, às vezes só alguns pingos), 3) dor nas costas, 4) dificuldade em segurar a urina, molhando a roupa, e, 5) a urina pode ter mal cheiro ou parecer turva.


Como descobrir se a criança está com ITU?

O especialista que pode descobrir se a criança está com ITU ou não, deve ser um pediatra ou um urologista infantil.
A urina deve ser coletada no laboratório para os exames denominados: Urina tipo I, Urocultura e Antibiograma. Para a criança menor é usado um saco coletor estéril que se adere nos genitais dos meninos ou das meninas que ainda não adquiriram continência. Esse saco coletor deve ser trocado a cada 30 a 40 minutos enquanto a criança ainda não tiver urinado para que não se torne contaminado. As crianças maiores podem urinar em um coletor estéril com tampa. Antes dessa coleta, no laboratório, os genitais devem ser bem limpos, para que essa urina não se contamine com bactérias da pele ou da área perto do reto.
Nestes exames poderemos saber se a urina contém leucócitos (pus), hemácias (sangue), cristais ou bactérias. Também, através da urocultura poderemos conhecer o tipo de bactéria presente nessa urina e os antibióticos a que elas seriam sensíveis.

Como tratar a Infecção do Trato Urinário?

As ITU são tratadas com antibióticos. Após a coleta da urina, o médico já deve iniciar o tratamento com uso de antibiótico que mais freqüentemente é sensível às bactérias que comumente atacam o trato urinário. Ao ter o resultado da urocultura, o médico pode ou não necessitar trocar o antibiótico.
A via de administração e os dias necessários para o cura, serão determinados de acordo com o tipo da bactéria, a gravidade da infecção e o tipo de antibiótico empregado. Após poucos dias do início da medicação, a criança costuma estar bem melhor, mas é importante que seja administrada todo o antibiótico prescrito, para que a bactéria não adquira resistência àquela droga, e o paciente fique totalmente curado.
Outro ponto importante no tratamento e na prevenção das infecções do trato urinário é a adequada ingestão de líquidos que a criança deve ter durante todo o dia. Muitas vezes a criança, envolvida em seus afazeres e brincadeiras, esquece de pedir para tomar água; por isso devemos oferecer-lhe sempre que possível. Conte ao médico se a aceitação de líquidos pela criança não estiver sendo adequada, e por conseqüência a diurese (produção de urina) não for suficiente.

Quais exames realizar após a melhora da ITU?

Após a cura da infecção, deve-se fazer uma investigação do Trato Urinário com exames que estarão a cargo do Pediatra ou do Urologista Pediátrico solicitar. O tipo de exame pedido vai depender da idade da criança, dos sintomas e das circunstâncias encontradas com a ITU, e, com o tipo de infecção ocorrida. Serão aqui citados os exames existentes, não querendo dizer que se aplicam a todas as ITU nas crianças. Cada paciente deve ser analisado pelo seu médico e este deve solicitar um ou mais exames.


- Ultrassonografia de Rins e Vias Urinárias: exame que mostra, através de ondas sonoras, os rins e a bexiga. Através de sombras dos rins e da bexiga, poderemos saber sobre certas anormalidades congênitas ou não e sobre medidas de como estão funcionando os rins. É o primeiro exame que deve ser realizado sempre que uma criança tiver uma Infecção do Trato Urinário.


- Uretrocistografia Miccional: é um tipo de Raio-X contrastado que examina a uretra e a bexiga durante seu enchimento e esvaziamento. Um líquido iodado é introduzido na bexiga através de um cateter (sonda) colocado na uretra da criança, até que a bexiga esteja cheia e a criança inicie a micção. Esse exame demonstra anormalidades da uretra e da bexiga, e se a urina não retorna para os ureteres durante o seu enchimento ou o esvaziamento (Refluxo Vésico-Ureteral).


-Urografia Excretora: é um exame que demonstra todo o trato urinário através da injeção endovenosa de uma substância iodada, que aparece ao RX durante sua excreção pelos rins, ureteres e bexiga. O inconveniente do exame é a radiação recebida pela criança.
- Cintilografia Renal: exame que através da injeção endovenosa de uma substância radioisotópica, um aparelho capta as radiações e pode demonstrar a quantidade de função de cada rim, a sua excreção para o trato urinário e a presença ou não de lesões renais denominadas cicatrizes, que ocorrem em consequência de infecção urinária. A vantagem do exame em relação a Urografia Excretora é que, a cintilografia, não expõe a criança a radiações desnecessárias.

Quais anormalidades podem ser encontradas na criança com ITU?

Muitas crianças que apresentam ITU têm rins e bexigas normais, mas as que têm alguma anormalidade devem tê-la detectada o mais cedo possível, para que se tente proteger seus rins de maiores danos. Podem ocorrer as seguintes anormalidades:


- Refluxo Vésico-Ureteral: a urina normalmente desce dos rins para os ureteres em direção à bexiga. Com o refluxo, quando a bexiga se enche, a urina faz também o trajeto contrário, subindo até os rins. Essa anormalidade é comumente encontrada em crianças com infecção urinária.


- Obstrução Urinária: bloqueios do fluxo urinário podem ocorrer em qualquer parte do trato urinário. Muito comum é o aparecimento de bloqueios se o ureter ou uretra são muito estreitos ou também se ocorrer algum cálculo (pedra) renal. Ocasionalmente o ureter pode desembocar em local errado na bexiga.

As crianças menores são as mais predispostas ao risco de danos renais a partir de uma ITU. Esses danos incluem: cicatrizes renais, pequeno crescimento renal, função renal anormal, aumento da pressão arterial e outros problemas. Por essa razão, é importante que as crianças com Infecção do Trato Urinário tenha seu diagnóstico confirmado e o seu tratamento iniciado rapidamente, assim como, tenha um acompanhamento médico adequado.

INSTITUTO ISEXP: Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática