1. INTRODUÇÃO
Gerson de Souza Santos – Enfermeiro - Especialista em Saúde da Família – Mestrando em Enfermagem – Área temática: qualidade de vida no envelhecimento.
A temática do idoso tem ganhado relevância, nos últimos anos, a partir da constatação do crescimento proporcionalmente maior de pessoas com idade avançada em relação a outras faixas etárias, provocando o envelhecimento da população. Esse fenômeno, que resulta em última instância do declínio da fecundidade e do aumento da expectativa de vida, foi observado primeiramente nos países centrais, e nas últimas décadas também em países periféricos como o Brasil. O envelhecimento da população se traduz como transição demográfica, com estreitamento da base da pirâmide populacional e alargamento do ápice. As alterações demográficas são acompanhadas por mudanças no perfil epidemiológico, em que se observa uma redução da incidência de doenças infecto-contagiosas e o aumento das doenças crônico-degenerativas, próprias das faixas etárias mais avançadas. Tais transformações exigem novas políticas e novas formas de intervenção no campo da atenção à saúde1.
O crescimento demográfico da população brasileira na faixa etária cima de 60 anos e em especial o verificado nos grandes centros urbanos tem sido motivo de grande interesse por parte dos estudiosos da Terceira Idade em vários países do mundo. O Brasil hoje desponta como um país cuja população encontra-se em rápido e inexorável processo de envelhecimento. No ano 2020 seus habitantes com 60 anos ou mais irão compor um contingente estimado de 31,8 milhões de pessoas. Esse segmento populacional, ao crescer 15 vezes no período de
Nesse aspecto, o rápido crescimento da população de idosos no Brasil causa um importante impacto em toda a sociedade, principalmente nos sistemas de saúde. Entretanto, a infra-estrutura necessária para responder às demandas deste grupo etário em termos de instalações, programas específicos e mesmo recursos humanos adequados, quantitativa e qualitativamente, ainda é precária2.
Considerando-se que o envelhecimento traz alterações físicas, sociais, cognitivas e comportamentais, que afetam diretamente a posição social e o papel desempenhado pelo indivíduo, qualificando-o ou desqualificando-o para seu exercício ou interferindo diretamente nas suas condições de autonomia e independência e, tendo em vista, que em relação à linguagem, o declínio não é homogêneo, pois alguns aspectos mantêm-se bastante preservados enquanto em outros se nota alterações, torna-se necessário o estudo da funcionalidade de comunicação dos idosos visando melhor conhecimento dos processos de envelhecimento e capacidades de adaptação3.
Os déficits relacionados ao envelhecimento são caracterizados pela perda da funcionalidade1. Entre elas a funcionalidade motora, tem sido a mais descrita, mas a diminuição nos mecanismos de defesa natural do organismo e de adaptação ao ambiente além de perda da reserva funcional estende-se a outras esferas cognitivas, como a linguagem. Fatores ambientais não são determinantes para a perda da funcionalidade, porém contribuem e influenciam as perdas. Além deles, riscos de doenças, freqüentes no envelhecimento também interferem na capacidade funcional do indivíduo4.
A comunicação permeia a vida desde o nascimento, é ela que revela a existência humana. Pode receber vários conceitos, dentre eles que é um processo de compreender e compartilhar mensagens enviadas e recebidas é o que ratifica a condição de ser humano. Existem várias perspectivas para o estudo da comunicação e as teorias que tratam dessa área podem ser divididas em dois grandes grupos: as que analisam o processo de forma mais geral (sistêmicas) e as que aprofundam um dos seus aspectos - interacionismo simbólico, por exemplo, cujo foco está voltado para as interpretações dos indivíduos no processo de interação intrapessoal e interpessoal, como fenômeno que se processa na mente e no interior dos interlocutores, considerando as influências do processo de socialização humana5.
A comunicação pode ser classificada em: verbal, referindo-se às palavras ditas ou escritas; e não-verbal, aquelas associadas aos gestos, silêncios, expressões faciais, entonação e timbre da voz, toque, aparência física, condições ambientais, posturas corporais, posição e distância corporal6.
Para alcançar uma comunicação efetiva, os profissionais de saúde precisam compreender melhor os fatores de interferência na percepção dos sinais não-verbais. De maneira sucinta, são eles: a motivação que impulsiona o querer se comunicar; as emoções e sentimentos que se vivencia no momento e no contexto; o conhecimento em si dos sinais da comunicação; o grau de intimidade e de aproximação do emissor; o tempo de estímulo apresentado, bem como, as limitações físicas e fisiológicas presentes. Cabe então, ao profissional, ficar atento para esses aspectos e propor o estabelecimento de uma comunicação terapêutica adequada ao indivíduo que se encontra sob sua responsabilidade7.
2. OBJETIVO
Identificar na literatura os principais aspectos abordados em relação à comunicação com a pessoa idosa.
3. MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, por meio de levantamento retrospectivo de artigos científicos publicados nos ultimo 10 anos (2000 a 2008).
A busca bibliográfica foi realizada em estudos indexados nas bases de dados Scientific Electronic Library Online - SCIELO é uma biblioteca eletrônica que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. A SciELO é o resultado de um projeto de pesquisa da FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, em parceria com a BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. A partir de 2002, o Projeto conta com o apoio do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Os descritores utilizados foram: comunicação, idoso, enfermagem, envelhecimento, terceira idade.
Critérios de inclusão: artigos publicados na integra no período entre 1998 a 2008; artigos que continham alguns descritores selecionados; artigos disponíveis no Brasil.
Critérios de exclusão: resumo de artigos; artigos não disponíveis no Brasil; artigos em outros idiomas que não Português.
4. Resultados e discussão
Foram encontrados 30 artigos com os descritores citados, dos quais foram selecionados 10 artigos que contemplaram os critérios de inclusão. Após leitura os artigos foram classificados e agrupados em três grupos, para facilitar a abordagem da temática.
4.1. Alterações no processo de envelhecimento e a comunicação
Com o crescimento da população idosa, muitas questões vêm motivando debates e estudos, de forma a contribuir na elaboração de políticas e intervenções na realidade. Uma delas é a comunicação humana, que neste final de século vem passando por grandes inovações, com os avanços da cibernética e tecnologia das informatizações8.
Os seres vivos expressam a necessidade instintiva de se comunicar, refletem a sua natureza físico-social, quer seja no entorno, quer em seu próprio mundo. Para que o ser humano viabilize os potenciais de interação e de se comunicar, sua condição deve estar íntegra, quer física, emocional ou social. É importante conhecer as modificações que se processam e envolvem globalmente o ser humano, em especial durante o envelhecer9.
Envelhecimento tem sido relacionado, equivocadamente, com doença. Ele desencadeia múltiplas alterações na constituição do ser enquanto processo normal sendo importante a adoção de modos de vida saudável e busca de bem estar, que permitam evitar e retardar as doenças8.
Entretanto, mesmo no envelhecimento normal, as modificações decorrentes dos anos vividos podem expressar potenciais e desgastes, de natureza pessoal e familiar, conforme o uso dos mecanismos de enfrentamento e acomodação, as estruturas funcionais e de apoio, individual e coletiva. Algumas das mudanças interferem diretamente na capacidade de trocar idéias, conversar, transmitir informações e na possibilidade de estabelecer relações e entendimento entre as pessoas10.
O corpo humano, ao envelhecer, pode apresentar alterações nas estruturas da visão, audição, tátil, paladar, olfato, apresentando reflexos na linguagem verbal e não-verbal.
Considerando a estrutura visual, o cristalino fica mais espesso e pesado com a idade, reduzindo a capacidade de foco em objetos próximos, além de poder deixar diminuída a passagem de luz para a retina, exigindo, assim, mais luz para produzir a mesma sensação psicológica de enxergar e mais tempo para a adaptação à luz e escuridão. Além disso, alterações no globo ocular e em seus músculos limitam a acuidade visual, principalmente para a leitura próxima11.
O processo mental expresso pelo pensamento, memória, compreensão e raciocínio, ou seja, a cognição é essencial à comunicação, já que a capacidade de se comunicar implica no desenvolvimento das faculdades intelectuais, que permitem estabelecer conexões com o mundo exterior e compreender o seu sentido9.
É importante salientar que a comunicação não consiste apenas na troca verbal entre os indivíduos, mas envolve todos os sinais perceptíveis, através de expressões faciais, do corpo, da postura física, da distância mantida entre as pessoas, da capacidade e o jeito de tocar, da roupa que usa. Se, por um lado, o idoso pode apresentar algumas dificuldades na comunicação verbal, por outro, as compensa quando atento e decodificando a comunicação não-verbal, aprendida ao longo da vida12.
O estudo sobre a comunicação com idosos deve levar em consideração os diversos elementos da comunicação verbal e não-verbal, lembrando que cada pessoa tem linguagem própria, a ser reconhecida. É ouvindo cada maneira particular de comunicar que será possível captar e entender os signos utilizados no contexto cultural e social8.
4.2. A importância da comunicação na socialização dos idosos
Para Brêtas e Silva, o modelo capitalista de produção incorporado pelo sistema industrial e pela sociedade está diretamente ligado ao isolamento social dos gerontes, pois ele valoriza a produtividade ou, seja o ser humano é valorizado na medida em que suas ações sejam produtivas ou lucrativas. O idoso é estigmatizado, pela sociedade, como ser improdutivo e incapaz, deixando-o sem perspectivas e visualizando-o como "encargo e prejuízo social". Verifica-se que a discriminação resultante deste processo cria o desinteresse na otimização da assistência geriátrica e gerontológica, caracterizando a prestação de cuidado ao idoso, como um ato caritativo, sem conscientização dos direitos destes indivíduos, e proporcionando-lhe a perda de sua cidadania13.
A senilidade ocorre no aspecto individual, é progressiva, dinâmica e não-patológica. É notável salientar que não possui o mesmo significado de senescência, ou seja, fase de enfermidades. A visão de similaridade entre o envelhecer e o adoecer, pela sociedade, reflete o desinteresse que há na aplicação de investimentos para a assistência à Terceira Idade, inexistindo promoção e prevenção de sua saúde e qualidade de vida, de forma satisfatória14.
A comunicação: propicia autoconhecimento, conhecer o próximo, estabelecer relacionamento significativo, examinar e estimular mudança de atitude e de comportamento, fatores estes indispensáveis ao auto-cuidado, no cuidado do idoso, executados no seio familiar. O compartilhar de experiências, idéias e sentimentos vividos através da comunicação serve não só para que as pessoas se relacionem entre si, mas para que se transformem mutuamente e transformem a realidade que as rodeia. Isto reforça importância da comunicação no processo de viver do idoso e de sua família, onde a velhice é caracterizada pelo desconhecimento dos diferentes modos de obter bem-estar e subsídios para enfrentamento deste processo, o qual exige transformação, mas que pode ser experienciado de forma digna, harmônica e prazerosa, tanto quer pelo idoso como por sua família14.
Vivenciamos, atualmente, a discriminação e a marginalização do idoso não só nas famílias, mas também em todo o contexto social. Estes fatores, entretanto, são camuflados pela sociedade onde a mídia reforça o poder e a beleza do jovem, na plena fase de produção e realização. Neste processo de viver a velhice, as famílias, muitas vezes, cuidam do idoso sem interagir, compreendê-lo, e comunicar-se; entretanto, ser idoso não é deixar de viver, mas viver de acordo com sua etapa vital, preservando sua dignidade e cidadania. A evolução tecnológica nos permite aumentar a expectativa de vida da população, mas parece-nos que as famílias, a sociedade, e os próprios idosos, não estão preparados para viver este processo com qualidade e prazer. Muitos decidem utilizar o asilamento como refúgio, onde a convivência com seus pares e os cuidados recebidos, mesmo que sejam poucos, podem oferecer novas opções de viver. Procura-se atender as necessidades básicas do idoso, muitas vezes, deixamos de lado outras necessidades sentidas com mais intensidade, mesmo quando camufladas. Isso parece-nos ser causado por diversos fatores onde a comunicação tem sua grande importância14.
4.3. Comunicação com o idoso no fim da vida
Os profissionais que trabalham com pacientes em fim de vida não escapam do insistente apelo da verificação realista de sua mortalidade, espelhada na morte do outro. Bem como não escapam do paradoxo de se saberem finitos ao mesmo tempo em que negam a condição de mortal. O conhecimento da finitude, ainda que necessário à estabilidade do funcionamento psíquico se contrapõe à idéia da certeza da própria morte, que não pode ser consciente e persistentemente tolerada por ser humano algum sem que represente ameaça à integridade de sua organização psíquica. Assim é engendrado o medo da morte, como sábia garantia de reprimir a tormenta do pavor da própria aniquilação do ser humano15.
No acolhimento ao paciente idoso Freqüentemente, agimos como se morrer fosse um problema apenas de quem está morrendo. O fato é que morremos como vivemos numa rede de relações vitais altamente complexas. Considerando tal assertiva, o encontro do profissional com um paciente idoso ao final de vida é, na verdade, um encontro entre duas pessoas que se comunicam em estimulação mútua resguardada as particularidades do papel de cada um nessa relação. A aproximação da morte assinala um modo peculiar de comunicação que pode fluir por canais nunca antes visitados, quando o sofrimento do paciente se manifesta pela tristeza, frustração ou medo16,17.
A angústia ante a ameaça da morte, a perplexidade diante do desconhecido absoluto podem não comportar a expressão pela fala, esse modo régio de comunicação dos seres humanos. Estar em comunicação com os pacientes idosos ao fim de vida é estar em comunhão com eles, no acolhimento do poder inimaginável de sua capacidade de comunicação que nem a ausência da fala é capaz de conter. É quando o profissional tem a oportunidade de ser “alguém que acolhe o que vê e sente, que registra o que ouve, que procura captar a expressividade de outrem e que deve silenciar-se para que o outro possa exprimir-se”18.
A comunicação com esses idosos à beira da morte é uma delicada tarefa que busca alcançá-los no balanço de suas fragilidades e fortalezas, quando o profissional, seu interlocutor, é provocado a considerar a sua própria terminalidade19.
Quando o paciente demonstra pressentir que algo está por acontecer, está se comunicando. O avanço da doença e as observações que vai fazendo das condutas profissionais são percepções que podem inquietá-lo e despertar-lhe a necessidade de segurança e proteção. Nessas situações, o profissional é provocado em sua capacidade de compreensão, tolerância e enfrentamento, tornando-se instrumento fundamental tanto no controle como no desencadeamento da ansiedade do paciente. Todo cuidado consigo mesmo é desejável, para que a relação comunicacional aconteça favoravelmente para ambos: profissional e paciente. É sempre bom lembrar que a comunicação entre o profissional e o paciente ao fim de vida está inserida na relação transferencial e que “a contratransferência é uma reação interna, sempre a carregamos em tudo que fazemos20.
De acordo com Goldani, a família é considerada “um processo de articulação das trajetórias de vida de seus membros, que se constrói e se reproduz no contexto das relações de classe, étnicas e de gênero”. Assim, para uma boa comunicação do profissional com os familiares dos pacientes idosos em fim de vida, é necessário que atentem para o fato de que as normas de conduta de uma família se forjam na interação das trajetórias individuais de seus membros, resultando em estruturas diferenciadas, cujas dinâmicas interferem na construção daquelas mesmas trajetórias, em movimento dialético contínuo. Então, a maneira como os idosos são tratados por seus familiares depende da forma de organização dessas articulações e interações, circunscritas em contextos sociais determinados21.
Todo profissional de saúde tem o dever de se capacitar para realizar uma comunicação franca com os pacientes e seus familiares. As más notícias devem ser dadas com sensibilidade, em um ambiente de serenidade que propicie a manifestação sincera de apoio, no ritmo do paciente e/ou familiares, e sempre com abertura para indagações, tantas quantas forem demandadas. É fundamental que o profissional jamais se esqueça de que más notícias não se transformam em boas notícias, qualquer que seja o arranjo lingüístico para expressá-las. No caso de pacientes idosos, é importante considerar a capacidade funcional do mesmo, sua disponibilidade física e psíquica para uma relação profissional-paciente que comporte a comunicação de más notícias. É sempre conveniente a presença dos familiares, não só pela vulnerabilidade do paciente como pela gravidade do anúncio da aproximação de sua morte, que, afinal, tem a ver com toda a dinâmica familiar21.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o envelhecimento, à medida que este acarreta a deterioração da função auditiva, o indivíduo experimenta uma redução da qualidade de vida. Quanto há a associação de outros problemas, como a falta de destreza manual e a acuidade visual, as dificuldades enfrentadas podem ser ainda maiores. Uma queixa comum desses indivíduos idosos diz respeito à dificuldade da compreensão da linguagem falada, principalmente em situações de comunicação desfavoráveis, como em ambientes ruidosos ou velocidade de fala aumentada. Além disso, esta dificuldade parece ser maior do que a esperada quando considerado o grau da perda auditiva(5-6). Essa discrepância pode estar relacionada a outros fatores sócio-culturais e emocionais, levando alguns idosos a supervalorizarem e outros a negarem a deficiência22.
Comunicar é partilhar com alguém um conteúdo de informações, pensamentos, idéias, desejos e aspirações, com quem passamos a ter algo em comum. A comunicação feita por meio da linguagem falada responde à necessidade vital do homem na busca de novas experiências e conhecimentos, sendo um ato social fundamental em nossas vidas.
De todas as privações sensoriais que afetam o idoso, a incapacidade de comunicar-se com os outros devido à perda auditiva pode ser uma das conseqüências mais frustrantes, produzindo um impacto profundo e devastador em sua vida psicossocial. A perda da sensibilidade auditiva resultante do envelhecimento é conhecida como presbiacusia. Estritamente, a presbiacusia é, tipicamente, caracterizada por uma perda auditiva bilateral para tons de alta freqüência, devido a mudanças degenerativas e fisiológicas no sistema auditivo com o aumento da idade23.
Idosos portadores de presbiacusia experimentam uma diminuição da sensibilidade auditiva e uma redução na inteligibilidade da fala, o que vem a comprometer seriamente o seu processo de comunicação verbal. A perda auditiva em altas freqüências (agudos) torna a percepção das consoantes muito difícil, especialmente quando a comunicação ocorre em ambientes ruidosos. Freqüentemente, respostas inadequadas de indivíduos idosos presbiacúsicos geram uma imagem de senilidade, a qual, pode não condizer com a realidade. A queixa típica destes indivíduos é a de ouvirem, mas não entenderem o que lhes é dito23.
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