segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010











O pulso ainda pulsa
O pulso ainda pulsa
Peste bubônica, câncer, pneumonia
Raiva, rubéola, tuberculose, anemia
Rancor, cisticircose, caxumba, difteria
Encefalite, faringite, gripe, leucemia
O pulso ainda pulsa (pulsa)
O pulso ainda pulsa (pulsa)
Hepatite, escarlatina, estupidez, paralisia
Toxoplasmose, sarampo, esquizofrenia
Úlcera, trombose, coqueluche, hipocondria
Sífilis, ciúmes, asma, cleptomania
E o corpo ainda é pouco
E o corpo ainda é pouco
Reumatismo, raquitismo, cistite, disritmia
Hérnia, pediculose, tétano, hipocrisia
Brucelose, febre tifóide, arteriosclerose, miopia
Catapora, culpa, cárie, câimbra, lepra, afasia
O pulso ainda pulsa
O corpo ainda é pouco
Ainda pulsa (TITÃS)

Distúrbios das Pálpebras e das Glândulas Lacrimais


As pálpebras desempenham um papel fundamental na proteção dos olhos. Elas ajudam a distribuir a umidade (lágrimas) sobre a superfície dos olhos quando estes se fecham (p.ex., ao piscar). Conseqüentemente, as pálpebras ajudam a evitar que os olhos tornem-se secos. As pálpebras também constituem uma barreira mecânica contra lesões, fechando-se de modo reflexo quando um objeto aproxima-se excessivamente do olho. O reflexo é desencadeado pela visão de um objeto que está se aproximando, pelo contato de um objeto contra a superfície do olho, pela exposição dos cílios ao vento ou a pequenas partículas (p.ex., poeira ou areia).

As lágrimas são um líquido salino que banha continuamente a superfície do olho, mantendo-a úmida. Este líquido também contém anticorpos que ajudam a proteger o olho contra infecções. As lágrimas são produzidas pelas glândulas lacrimais, localizadas perto do ângulo externo do olho. O líquido banha o olho e sai através de duas pequenas aberturas localizadas nas pálpebras (canais lacrimais); essas aberturas levam ao canal lacrimonasal, um canal que desemboca no nariz. Quando as glândulas lacrimais não produzem lágrimas suficientes, os olhos podem tornar-se dolorosamente secos e podem ser lesados. Uma causa rara de produção inadequada de lágrimas é a síndrome de Sjögren. Os olhos também podem tornar-se secos quando a evaporação causa uma perda excessiva de lágrimas (p.ex., quando as pálpebras não se fecham adequadamente).

Obstrução do Canal Lacrimonasal

A bloqueio do canal lacrimonasal (dacrioestenose) pode ser decorrente do desenvolvimento inadequado do sistema lacrimonasal por ocasião do nascimento, de uma infecção nasal crônica, de infecções oculares graves ou recorrentes ou de fraturas dos ossos nasais ou da face. A obstrução pode ser parcial ou total. A obstrução causada por um sistema lacrimonasal imaturo geralmente acarreta um transbordamento de lágrimas que escorrem sobre a bochecha (epífora) do lado afetado.

Raramente, isto ocorre em ambos os olhos, em lactentes com 3 a 12 semanas de vida. Este tipo de obstrução geralmente desaparece espontaneamente em torno dos 6 meses de idade, à medida que o sistema lacrimonasal se desenvolve. Algumas vezes, a obstrução desaparece mais rapidamente quando é ensinado aos pais como ordenhar o canal através da massagem suave da área sobre o canal com a ponta de um dedo. Independentemente da causa da obstrução, quando ocorre uma conjuntivite (inflamação da conjuntiva), pode ser necessário o uso de colírios antibióticos.

Quando a obstrução não desaparece, um otorrinolaringologista (especialista em ouvido, nariz e garganta) ou um oftalmologista pode ter de abrir o canal com o auxílio de uma pequena sonda, a qual é comumente inserida através da abertura localizada no ângulo da pálpebra. Para a realização deste procedimento, as crianças são submetidas a uma anestesia geral, mas os adultos necessitam apenas de uma anestesia local. Quando o canal encontra-se totalmente obstruído, pode ser necessária a realização de uma cirurgia mais ampla.

Celulite Orbitária

Normalmente, a infecção do saco lacrimal (dacriocistite) é decorrente de uma obstrução do canal lacrimonasal. A infecção torna a área circunjacente ao saco doloroso, hiperemiada e edemaciada. O olho torna-se vermelho, lacrimejante e secreta pus. Uma pressão suave sobre o saco pode fazer com que o pus seja drenado através da abertura localizada no ângulo interno do olho, próximo ao nariz. O indivíduo também apresenta febre. Quando uma infecção leve ou recorrente persiste prolongadamente, a maioria dos sintomas pode desaparecer, com a persistência de apenas um discreto edema na área.

As Estruturas Lacrimais

Algumas vezes, a infecção provoca a retenção de líquido no saco lacrimal e ocorre a formação de um grande saco cheio de líquido (mucocele) sob a pele. As infecções recorrentes podem produzir uma área vermelha e espessada sobre o saco. Um abcesso pode formar-se e romper através da pele, criando uma passagem para a drenagem. A infecção é tratada com antibióticos orais ou intravenosos. A aplicação freqüente de compressas quentes sobre a área também é útil. Quando ocorre a formação de um abcesso, é realizada uma cirurgia para abri-lo e drená-lo. Para as infecções crônicas, o canal lacrimonasal bloqueado pode ser aberto com o auxílio de uma sonda ou cirurgicamente. Em raros casos, é necessária a remoção total do saco lacrimal.

Edema Palpebral

Qualquer coisa que irrite os olhos também pode irritar as pálpebras e produzir edema (edema palpebral). O fator irritante mais comum é a alergia, a qual pode provocar edema e deformação de uma ou de ambas as pálpebras. As reações alérgicas podem ser causadas por medicamentos instilados nos olhos (p.ex., colírios), por outros medicamentos, cosméticos, ou pelo pólen e outras partículas presentes no ar. As picadas ou mordidas de insetos, assim como as infecções bacterianas, virais ou fúngicas, também podem produzir edema palpebral. A remoção da causa do edema e a aplicação de compressas frias podem reduzir o edema. Quando a causa é uma alergia, evitar o alergeno pode reduzir o edema. O médico também pode prescrever um tratamento medicamentoso. Quando um corpo estranho (p.ex., ferrão de um inseto) encontra- se alojado na pálpebra, ele deve ser removido.

Inflamação Palpebral

A inflamação palpebral (blefarite) causa hiperemia e espessamento. Além disso, é freqüente a formação de escamas e crostas ou úlceras superficiais sobre as pálpebras. Os distúrbios que podem ocorrer com inflamação palpebral incluem a infecção estafilocócica das pálpebras e das glândulas sebáceas (produtoras de óleo) localizadas nas bordas palpebrais, a dermatite seborréica da face e do couro cabeludo e a rosácea. A blefarite pode produzir uma sensação de que há algo no olho. O indivíduo pode apresentar prurido ou sensação de queimação nos olhos e nas pálpebras, assim como hiperemia.

A pálpebra pode edemaciar e pode ocorrer queda de cílios. Os olhos podem tornar-se vermelhos, lacrimejantes e sensíveis à luz intensa. Pode ocorrer a formação de crostas que aderem firmemente às bordas palpebrais. Quando a crosta é removida, ela pode deixar uma superfície sangrante. Durante o sono, as secreções secas podem tornar as pálpebras pegajosas. A blefarite tende a ser recorrente e é muito resistente ao tratamento. Ela é desagradável e pouco estética, mas, geralmente, não é destrutiva. Algumas vezes, a blefarite pode causar a perda de cílios, a formação de cicatrizes nas bordas palpebrais e inclusive lesão da córnea.

Comumente, o tratamento consiste na manutenção das pálpebras limpas, podendo ser realizada a sua lavagem com xampu para bebês. Ocasionalmente, o médico pode prescrever uma pomada contendo um antibiótico (p.ex., eritromicina ou sulfacetamida) ou um antibiótico oral (p.ex., tetraciclina). Quando a pele da pessoa também está afetada pela dermatite seborréica, a face e o couro cabeludo também devem ser tratados.

Hordéolo (Terçol)

O hordéolo (terçol) é uma infecção, normalmente estafilocócica, de uma ou mais glândulas localizadas na borda palpebral ou sob a mesma. Ocorre a formação de um abcesso que tende a romper, liberando uma pequena quantidade de pus. Algumas vezes, o hordéolo forma-se simultaneamente com uma blefarite ou é conseqüência da mesma. Um indivíduo pode apresentar um ou dois hordéolos durante a vida, mas alguns os apresentam repetidamente. Um hordéolo geralmente inicia com hiperemia, sensibilidade e dor na borda palpebral.

A seguir, ocorre a formação de uma pequena área arredondada, dolorosa e edemaciada. O olho pode lacrimejar e pode tornar sensível à luz intensa. O indivíduo pode ter uma sensação de que há algo no olho. Geralmente, apenas uma pequena área da pálpebra torna-se edemaciada. Algumas vezes, no entanto, toda a pálpebra edemacia. Freqüentemente, ocorre a formação de um diminuto ponto amarelo no centro da área edemaciada. Embora os antibióticos sejam utilizados, parece que eles não são muito úteis.

O melhor tratamento consiste na aplicação de compressas quentes durante 10 minutos, várias vezes ao dia. O calor ajuda o hordéolo a romper e a drenar. Quando ele forma-se em uma das glândulas mais profundas da pálpebra, uma condição denominada hordéolo interno, a dor e os outros sintomas geralmente são mais intensos. A dor, a hiperemia e o edema tendem a ocorrer apenas sobre uma área muito pequena, habitualmente na borda palpebral. Como este tipo de hordéolo raramente rompe espontaneamente, o médico pode ter que abri-lo para drenar o pus. Os hordéolos internos tendem a recorrer.

Calázio

O calázio é o aumento de uma glândula sebácea longa e delgada da pálpebra em decorrência de uma obstrução da abertura da glândula localizada na borda palpebral. No início, o calázio apresenta o mesmo aspeto e produz os mesmos sintomas que um hordéolo: edema palpebral, dor e irritação. Contudo, após alguns dias, os sintomas desaparecem, permanecendo um aumento de volume redondo e indolor sobre a pálpebra, o qual cresce lentamente durante a primeira semana.

Sob a pálpebra, pode ocorrer a formação de uma uma área vermelha ou cinzenta. A maioria dos calázios desaparece espontaneamente após alguns meses. Quando são aplicadas compressas quentes várias vezes ao dia, essas lesões podem desaparecer mais rapidamente. Quando eles permanecem após 6 semanas, o médico pode drená-los ou simplesmente injetar um corticosteróide.

Entrópio e Ectrópio

O entrópio é um distúrbio no qual a pálpebra está virada contra o globo ocular. O ectrópio é um distúrbio no qual a pálpebra está virada para o exterior e não entra em contato com o globo ocular. Normalmente, as pálpebras superior e inferior se fecham firmemente, protegendo o olho contra lesões e evitando a evaporação das lágrimas. Quando a borda de uma pálpebra vira para dentro (entrópio), os cílios atritam contra o olho, podendo produzir úlceras e cicatrizes da córnea.

Quando a borda de uma pálpebra vira para fora (ectrópio), as duas pálpebras podem não se encontrar adequadamente e as lágrimas não são distribuídas sobre o globo ocular. Esses distúrbios são mais comuns em indivíduos idosos e naqueles que sofreram uma lesão palpebral com formação de cicatriz. Ambos podem causar irritação ocular, acarretando lacrimejamento e hiperemia. Quando necessário, ambos os distúrbios podem ser tratados cirurgicamente.

Uso de Colírios e Pomadas Oftálmicas

O indivíduo que recebe o medicamento deve inclinar a cabeça para trás e olhar para cima. A melhor posição é o decúbito dorsal (deitado de barriga para cima) quando uma outra pessoa aplica o medicamento. Com o extremo do dedo indicador limpo, a pálpebra inferior é delicadamente puxada para baixo para criar uma bolsa, como mostra a ilustração. A seguir, são aplicadas gotas de colírio no interior da bolsa, não diretamente sobre o olho. A pomada é aplicada em pequena quantidade no interior da bolsa. O piscar distribui a medicação sobre o olho.

Tumores Palpebrais

Tumores não cancerosos (benignos) e cancerosos (malignos) podem desenvolver-se nas pálpebras. Um dos tipos mais comuns de tumor benigno é o xantelasma, uma formação achatada constituída por material gorduroso. Não há necessidade de se remover xantelasmas, exceto quando o seu aspecto torna-se um incômodo. Como os xantelasmas podem indicar concentrações elevadas de colesterol (especialmente nos indivíduos jovens), o médico deve investigar a concentração de colesterol do indivíduo. O carcinoma epidermóide e o carcinoma basocelular (mais comum), ambos tumores cancerosos, podem ocorrer sobre as pálpebras assim como sobre outras áreas da pele. Quando um tumor palpebral não desaparece após algumas semanas, o médico pode realizar uma biópsia (coleta de uma amostra de tecido para exame microscópico) e o tumor é tratado, normalmente cirurgicamente.

fonte: Manual Merck saúde