domingo, 22 de novembro de 2009

Infecções do Trato Urinário


Nos indivíduos saudáveis, a urina presente na bexiga é estéril. Ela não apresenta bactérias ou qualquer outro microrganismo infeccioso. A uretra, o canal que conduz a urina da bexiga para fora do corpo, não contém microrganismos infecciossos ou uma quantidade insuficiente para causar uma infecção. No entanto, qualquer parte do trato urinário pode tornar-se infectada. Essas infecções normalmente são classificadas como infecções do trato urinário inferior ou do trato urinário superior. Inferior referese a infecções da uretra ou da bexiga e superior refere-se a infecções dos rins ou dos ureteres.

Os microrganismos causadores de infecção comumente invadem o trato urinário através de duas vias possíveis. Uma delas (muito mais comum que a outra) é a extremidade inferior do trato urinário (no homem, o orifício localizado na glande; na mulher, o orifício uretral localizado na vulva). O resultado é uma infecção ascendente que dissemina através da uretra. A outra via possível (muito menos comum) é a corrente sangüínea, geralmente afetando diretamente os rins.

As infecções do trato urinário podem ser causadas por bactérias, vírus, fungos ou vários outros parasitas.

Bactérias: As infecções bacterianas do trato urinário inferior (bexiga e uretra) são muito comuns. Elas são mais comuns em recém-nascidos do sexo masculino que do sexo feminino, mas tornam-se cerca de 10 vezes mais comuns em meninas que em meninos em torno do primeiro ano de vida. Aproximadamente 5% das meninas adolescentes apresentam, em algum momento, uma infecção do trato urinário. Os meninos adolescentes raramente apresentam esse problema. Entre os indivíduos com idade entre 20 e 50 anos, as infecções no trato urinário são cerca de 50 vezes mais comuns em mulheres que em homens. Entre os idosos, as infecções tornam-se mais comuns tanto entre os homens quanto entre as mulheres, com uma menor diferença entre os sexos.

Mais de 85% das infecções do trato urinário são causadas por bactérias presentes no intestino ou na vagina. No entanto, as bactérias que invadem o trato urinário comumente são eliminadas pela ação de descarga da bexiga durante a micção.

Vírus: As infecções pelo vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2) afetam o pênis no homem e podem afetar a vulva, o períneo, as nádegas, o colo uterino ou a vagina na mulher. Quando a uretra é afetada, a micção pode tornar-se dolorosa e o esvaziamento da bexiga pode ser difícil.

Fungos: As infecções fúngicas do trato urinário são causadas mais comumente pela Candida (fungo causador da candidíase) em indivíduos com uma sonda vesical. Raramente, outros tipos de fungos, como os causadores da blastomicose (Blastomyces) ou da coccidiomicose (Coccidioides), podem também infectar o trato urinário. Fungos e bactérias freqüentemente infectam os rins ao mesmo tempo.

Parasitas: Diversos parasitas, incluindo os vermes, podem causar infecções do trato urinário. A malária, uma doença causada por parasitas protozoários transmitidos por mosquitos, pode obstruir os pequenos vasos sangüíneos renais ou pode causar uma hemólise (destruição dos eritrócitos) rápida, causando insuficiência renal aguda. A tricomoníase, a qual também é causada por um protozoário, é uma doença sexualmente transmitida que pode produzir um corrimento vaginal abundante, espumoso e com uma coloração amarelo-esverdeada. Raramente, a bexiga é infectada. Nos homens, a tricomoníase geralmente é assintomática, apesar de poder causar prostatite (inflamação da próstata).

A esquistossomose, uma infecção causada por um trematódeo, pode afetar os rins, os ureteres e a bexiga. Ela é uma causa comum de insuficiência renal grave em indivíduos que vivem no Egito e no Brasil. A infecção pode causar infecções persistentes na bexiga, as quais podem evoluir para o câncer de bexiga. A filariose, uma infecção causada por um nematódeo, causa obstrução dos vasos linfáticos, provocando a quilúria (presença de líquido linfático na urina). A filariose pode causar elefantíase (edema tissular enorme), que pode envolver a bolsa escrotal e as extremidades inferiores.

Infecções do Trato Urinário
Órgão
Infecção
Uretra
Uretrite
Bexiga
Cistite
Ureteres
Ureterite
Rins
Pielonefrite

Fatores que Contribuem para Infecções Bacterianas do Trato Urinário

Infecções Ascendentes

  • Obstrução (p.ex., cálculos) em qualquer ponto do trato urinário
  • Disfunção da bexiga, a qual impede o seu esvaziamento adequado como, ocorre nas doenças neurológicas
  • Escape da válvula localizada entre o ureter e a bexiga, permitindo o refluxo da urina e de bactérias em direção à bexiga, podendo atingir os rins
  • Passagem de um cateter urinário ou de um instrumento pelo médico
Infecções Veiculadas pelo Sangue (Hematogênicas)
  • Infecção na corrente sangüínea (septicemia)
  • Infecção das válvulas cardíacas (endocardite infecciosa)

Uretrite

A uretrite é uma infecção da uretra, o canal que conduz a urina da bexiga para fora do corpo.

A uretrite pode ser causada por bactérias, fungos ou vírus. Nas mulheres, os microrganismos geralmente deslocam-se da vagina para a uretra. Na maioria dos casos, as bactérias provêm do intestino grosso e atingem a vagina a partir do ânus. Os homens apresentam uma probabilidade muito menor de apresentar uretrite. Os microrganismos sexualmente transmitidos (p.ex.,
Neisseria gonorrhoeae, a qual causa a blenorragia ou gonorréia) atingem a vagina ou o pênis durante a relação sexual com um parceiro infectado e podem propagar-se até a uretra. Quando um homem apresenta uma uretrite, o gonococo é uma causa muito comum. Este microrganismo pode infectar a uretra nas mulheres, mas a vagina, o colo uterino, o útero, os ovários e as tubas uterinas apresentam uma maior probabilidade de serem infectados. A Chlamydia e o vírus do herpes simples podem ser transmitidos sexualmente e causar uretrite.

Sintomas

Nos homens, a uretrite comumente inicia com uma secreção (corrimento) uretral. Quando a causa é o gonococo, a secreção é purulenta (contém pus). Quando a uretrite é causada por outros microrganismos, a secreção é mucosa (contém muco). Os outros sintomas da uretrite são a dor durante a micção e uma necessidade freqüente e urgente de urinar. Uma infecção vaginal pode causar dor durante a micção quando a urina, a qual é ácida, passa sobre os lábios vaginais inflamados.

Uma infecção gonocócica da uretra não tratada ou tratada inadequadamente pode causar uma estenose (estreitamento) uretral. A estenose aumenta o risco de uretrite em uma região mais alta da uretra e, ocasionalmente, pode acarretar a formação de um abcesso em torno da uretra. O abcesso pode provocar o surgimento de divertículos uretrais (abaulamentos na parede uretral) que também podem ser infectados. Quando o abcesso perfura a pele e forma uma fístula uretral, a urina pode escoar através da mesma.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico de uretrite normalmente é estabelecido considerandose apenas os sintomas. Quando presente, é coletada uma amostra (swab uretral) da secreção. A amostra é enviada ao laboratório para análise, para que o microrganismo infeccioso possa ser identificado.

O tratamento depende da causa da infecção. Quando a infecção é bacteriana, é instituído um tratamento com antibiótios. Quando ela é causada pelo vírus do herpes simples, ela pode ser tratada com um medicamento antiviral (p.ex., aciclovir).

Cistite

A cistite é uma infecção da bexiga urinária.

As infecções da bexiga urinária são comuns em mulheres, sobretudo durante os anos férteis.

Algumas mulheres apresentam infecção da bexiga repetidamente.

As bactérias da vagina podem deslocar-se para a uretra e para o interior da bexiga. Freqüentemente, as mulheres apresentam infecções da bexiga após uma relação sexual, provavelmente porque a uretra foi contundida durante o coito. Raramente, as infecções recorrentes da bexiga nas mulheres são causadas por uma físcula vésico-vaginal (conexão anormal entre a bexiga e a vagina), sem que exista qualquer outro sintoma.

As infecções da bexiga são menos comuns nos homens e, geralmente, iniciam com uma infecção uretral que avança até a próstata e, em seguida, até a bexiga. Por outro lado, uma infecção da bexiga pode ser causada por um cateter ou instrumento utilizado durante uma cirurgia.A causa mais comum de infecções recorrentes da bexiga em homens é a infecção bacteriana persistente da próstata. Embora os antibióticos eliminem rapidamente as bactérias da urina presente na bexiga, quase todos esses medicamentos não conseguem penetrar na próstata com uma eficácia suficiente para curar uma infecção localizada nessa glândula. Conseqüentemente, quando o tratamento com antibiótico é interrompido, as bactérias que persistem na próstata tendem a reinfectar a bexiga.

Raramente, ocorre a formação de uma fístula vésico-entérica (conexão anormal entre a bexiga e o intestino), a qual, algumas vezes, permitem a invasão e a proliferação de bactérias produtoras de gás. Este tipo de infecção pode produzir pneumatúria (bolhas de ar na urina).

Sintomas

As infecções da bexiga habitualmente causam um desejo freqüente e urgente de urinar, uma sensação de queimação ou dor durante a micção. Normalmente, a dor é localizada acima da pube e, freqüentemente, na região lombar. A micção noturna freqüente é um outro sintoma. Em aproximadamente 30% dos indivíduos, a urina comumente é turva e contém sangue visível. Os sintomas podem desaparecer sem tratamento. Algumas vezes, uma infecção da bexiga não produz sintomas e é descoberta por acaso quando um exame de urina (urinálise) é realizado por alguma outra razão. As infecções da bexiga assintomáticas são particularmente comuns em indivíduos idosos, os quais pode, como conseqüência, apresentar incontinência urinária.

Um indivíduo que apresenta um comprometimento da inervação da bexiga (bexiga neurogênica) ou que permaneceu com sondagem vesical contínua pode apresentar uma infecção da bexiga assintomática até apresentar uma infecção renal ou uma febre de origem inexplicada.

Diagnóstico

O médico pode diagnosticar uma infecção da bexiga baseando-se nos sintomas típicos. É realizada a coleta de uma amostra do jato intermediário para que a urina não seja contaminada por bactérias oriundas da vagina ou da ponta do pênis. O indivíduo começa a urinar no vaso sanitário, interrompe a micção e, em seguida, urina em um recipiente estéril. A urina é examinada ao microscópio para se verificar a presença de eritrócitos, leucócitos ou outras substâncias. É realizada a contagem das bactérias presentes e uma cultura para se identificar o tipo de bactéria. Quando um indivíduo apresenta uma infecção, um tipo de bactéria normalmente está presente em grande quantidade.

Nos homens, uma amostra de urina do jato intermediário é suficiente para o estabelecimento do diagnóstico. Nas mulheres, essas amostras algumas vezes são contaminadas por bactérias oriundas da vagina. Para garantir a não contaminação da urina, o médico freqüentemente necessita coletar uma amostra de urina diretamente da bexiga com o auxílio de uma sonda.
É importante que seja descoberta a causa das infecções recidivantes freqüentes. O médico pode realizar um estudo radiográfico no qual um contraste (substância radiopaca) visível nas radiografias é injetado em uma veia e, a seguir, é excretado na urina pelos rins. As radiografias fornecem imagens dos rins, dos ureteres e da bexiga. A realização de uma uretrocistografia miccional, a qual envolve a colocação de um contraste no interior da bexiga e a realização de radiografias para a visualização de sua eliminação, é uma boa maneira de se investigar o refluxo de urina da bexiga (sobretudo em crianças) e também pode ser útil na identificação de qualquer estenose uretral presente. Na uretrografia retrógrada, o contraste é introduzido diretamente na uretra. Este exame éútil para a detecção de estenose, divertículos (protrusões) ou fístulas (conexões anormais) uretrais tanto em homens quanto em mulheres. Quando uma infecção da bexiga não melhora com o tratamento, a cistoscopia (observação direta da bexiga com o auxílio de um aparelho de visualização de fibra óptica) pode ajudar no diagnóstico do problema.

Tratamento

Nos indivíduos idosos, a infecção assintomática geralmente não exige tratamento.
Como primeira medida, a ingestão de uma grande quantidade de líquido comumente elimina uma infecção da bexiga leve. A ação de descarga da urina elimina muitas bactérias e as defesas naturais do organismo eliminam as bactérias restantes.

Antes de prescrever antibióticos, o médico deve verificar se o indivíduo apresenta qualquer distúrbio que possa agravar a infecção da bexiga como, por exemplo, anormalidades estruturais ou da inervação, diabetes ou um sistema imune debilitado que reduz a capacidade do indivíduo de combater a infecção. Esses distúrbios podem exigir um tratamento mais agressivo, sobretudo por causa da probabilidade de retorno da infecção assim que o indivíduo parar de tomar os antibióticos.

Normalmente, o tratamento com antibióticos orais durante 3 dias ou mesmo uma dose única é eficaz quando a infecção não apresenta qualquer complicação. Para as infecções mais resistentes, a antibioticoterapia é comumente mantida por um período de 7 a 10 dias. Como profilaxia (prevenção) para aqueles que apresentam mais de duas infecções da bexiga por ano, baixas doses de antibióticos podem ser utilizadas de modo contínuo. O custo anual é de apenas 25% do custo do tratamento de três ou quatro infecções anuais. Comumente o antibiótico é tomado diariamente, três vezes por semana ou imediatamente após uma relação sexual.

Vários medicamentos são utilizados para aliviar os sintomas, especialmente a urgência miccional freqüente e a micção dolorosa. Alguns medicamentos (p.ex., atropina) podem aliviar os espasmos musculares. Outros (p.ex., fenazopiridina), reduzem a dor diminuindo a inflamação dos tecidos. Freqüentemente, a alcalinização da urina alivia os sintomas e ela pode ser conseguida através da ingestão de bicarbonato de sódio dissolvido em água.

A cirurgia pode ser necessária em casos de obstrução física do fluxo urinário (uropatia obstrutiva) ou para corrigir uma anormalidade estrutural que aumenta a probabilidade de infecção (p.ex., bexiga e útero “caídos”). A drenagem da urina retida devido a uma obstrução com o auxílio de uma sonda ajuda a controlar a infecção. Comumente, um antibiótico é administrado antes da cirurgia para reduzir o risco de disseminação da infecção por todo o corpo.

Cistite Intersticial

A cistite intersticial é uma inflamação dolorosa da bexiga.

A sua causa é desconhecida, pois não são detectados microrganismos infecciosos na urina. Comumente, a cistite intersticial ocorre em mulheres de meia-idade. O sintoma principal é a micção freqüente e dolorosa. O exame microscópico da urina revela a presença de sangue e pus. Ocasionalmente, o sangue é visível na urina e pode ser necessária a realização de transfusões sangüíneas. O resultado final normalmente é uma bexiga atrofiada. O diagnóstico é estabelecido através da cistoscopia, a qual pode detectar pequenas áreas de sangramento superficial e úlceras. Vários tratamentos vêm sendo tentados, mas nenhum deles tem se revelado particularmente satisfatório. Quando um paciente apresenta sintomas intoleráveis que não respondem a qualquer tratamento, pode ser necessária a remoção cirúrgica da bexiga.

Uretrite

A ureterite é uma infecção de um ou de ambos os ureteres (tubos que conectam os rins à bexiga).

A causa mais comum é a disseminação de uma infecção renal ou vesical (da bexiga). Outra causa de ureterite é a lentidão do fluxo urinário devida a uma atividade nervosa defeituosa de uma parte do ureter. A infecção subjacente (renal ou vesical) deve ser tratada. As porções do ureter com atividade nervosa defeituosa podem ser removidas cirurgicamente.

Pielonefrite

A pielonefrite é a infecção bacteriana de um ou de ambos os rins.

Escherichia coli, uma bactéria que é normalmente encontrada no intestino grosso, é responsável por aproximadamente 90% das infecções renais entre os indivíduos que vivem em comunidade, mas por apenas cerca de 50% das que afetam os pacientes hospitalizados. Normalmente, as infecções ascendem a partir da área genital até a bexiga. Em um trato urinário saudável, a ascenção da infecção até os rins (através dos ureteres) comumente é impedida pelo fluxo urinário, o qual elimina os microrganismos, e pelo fechamento dos ureteres em seu ponto de entrada na bexiga. No entanto, qualquer obstrução física ao fluxo da urina (p.ex., cálculo renal, próstata aumentada de tamanho) ou o refluxo da urina da bexiga aos ureteres aumentam a possibilidade de uma infecção renal.

Através da corrente sangüínea, as infecções de uma outra parte do corpo também podem ser transportadas aos rins. Por exemplo, uma infecção estafilocócica da pele pode disseminar-se até os rins através da corrente sangüínea.

Outras situações que aumentam o risco de uma infecção urinária incluem a gravidez, o diabetes e condições que reduzem a capacidade do organismo de combater as infecções.

Sintomas

Normalmente, os sintomas de uma infecção renal iniciam subitamente com calafrios, febre, dor na região lombar bilateral, náusea e vômito.

Aproximadamente um terço dos indivíduos com infecção renal também apresentam sintomas de infecção do trato urinário inferior como, por exemplo, a micção freqüente e dolorosa. Um ou ambos os rins podem apresentar aumento de volume e dor à palpação. A dor à palpação é localizada na região lombar do lado afetado. Algumas vezes, pode ocorrer uma contração intensa da musculatura abdominal. O indivíduo pode apresentar crises de dor intensa causada por espasmos de um dos ureteres (cólica nefrética ou renal). Os espasmos podem ser causados pela irritação decorrente da infecção ou pela eliminação de uma cálculo renal. Nas crianças, os sintomas de uma infecção renal freqüentemente são discretos e, conseqüentemente, de reconhecimento mais difícil. Em uma pielonefrite crônica (infecção renal prolongada), a dor pode ser vaga e a febre pode surgir e desaparecer ou pode não ocorrer. A pielonefrite crônica ocorre apenas em indivíduos que apresentam anormalidades subjacentes importantes (p.ex., obstrução do trato urinário, cálculos renais grandes e persistentes ou, mais comumente, refluxo de urina da bexiga para os ureteres em crianças de baixa idade). Em última instância, a pielonefrite pode lesar os rins em uma tal extensão que eles não conseguem mais funcionar adequadamente. O resultado é a insuficiência renal.

Diagnóstico

Os sintomas típicos de um infecção renal levam o médico a solicitar dois exames laboratoriais comuns para determinar se os rins encontram-se infectados: o exame de urina (urinálise) e a cultura de uma amostra de urina (para determinar qual é o microrganismo presente).

Exames adicionais são realizados para os indivíduos que apresentam uma dor na região lombar intensa devida a uma cólica nefrética, para aqueles que não respondem à antibioticoterapia em 48 horas, para aqueles cujos sintomas retornam logo após o término da antibioticoterapia e para os homens em geral (uma vez que a infecção renal é rara em homens). Nessas situações, a ultra-sonografia ou os estudos radiográficos podem revelar a presença de cálculos renais, de anormalidades estruturais ou de outras causas de obstrução urinária.

Tratamento

A antibioticoterapia (tratamento com antibióticos) é iniciada assim que o diagnóstico de in-ecção renal parecer provável e após ser realizada a coleta de amostras de urina e de sangue para exames laboratoriais. A escolha da droga ou a sua dosagem pode ser modificada baseando-se nos resultados dos exames laboratoriais. A antibioticoterapia para evitar a recorrência da infecção renal comumente é mantida por duas semanas, podendo ser prolongada por até seis semanas para os homens, nos quais a infecção é geralmente mais difícil de ser erradicada. Normalmente, para se certificar que a infecção foi erradicada, é realizada a coleta de uma amostra de urina (jato final), 4 a 6 semanas após o término da antibioticoterapia.

Quando os exames revelam a existência de uma condição predisponente (p.ex., uma obstrução, uma anormalidade estrutural ou um cálculo), a cirurgia pode ser necessária para corrigir o problema.

Os indivíduos que apresentam infecções renais freqüentes ou cujas infecções recorrem após o término da antibioticoterapia podem ser aconselhadas a tomar diariamente uma pequena dose de um antibiótico como tratamento profilático. A duração ideal desse tratamento não é conhecida, mas, freqüentemente, ele é interrompido após um ano. Se a infecção retornar, o tratamento poderá ser mantido indefinidamente.

MANUAL MERCK

TANATOLOGIA



TANATOLOGIA: UMA REFLEXÃO SOBRE A MORTE E O MORRER

INTRODUÇÃO

A morte não tem o mesmo significado para todos. As tensões provocadas pela morte nos seres humanos em geral, seja em relação a sua própria morte, a de seus familiares e/ou amigo, ou mesmo no exercício profissional, deixam em evidência sentimentos diferentes que vão desde a raiva, a tristeza, a barganha, a negação, entre outros, que precisam ser discutidos e analisados, de modo a propiciar um enfrentamento mais adequado do processo de morte e morrer.

A morte pode ser percebida de diferentes formas, conforme a história de vida, a religião e a cultura do indivíduo envolvido nesse processo. É fato que na maioria das vezes não estamos preparados para lidar com a morte dos outros e muito menos com a nossa própria morte, daí surge à importância de se refletir sobre esse acontecimento.

Na sociedade, de acordo com cada cultura, a concepção da morte, fica visível no modo como se fala ou não se fala dela, nos rituais que seguem o funeral, nos costumes do luto e nas sensações. Portanto, a questão da morte e do morrer se faz reflexão obrigatória.

A morte é um evento vital capaz de suscitar, nos seres humanos, sentimentos dirigidos pela emoção e reações emocionais frente à pessoa que está morrendo e àquelas que estão a sua volta. (LUNARDI FILHO, 2001).

O presente estudo tem por objetivo identificar as diferentes concepções e significações do processo de morte e morrer ao longo da evolução da humanidade.

A questão da morte precisa ser discutida e refletida para uma melhor elaboração e enfrentamento do processo do morrer. A morte mobiliza conteúdos internos, que na maioria das vezes são sentimentos desagradáveis como a angústia e a tristeza, que não se estando preparado para tal enfrentamento, poderá influenciar negativamente na qualidade de vida das pessoas.

A relevância deste estudo está na necessidade de discussão acerca da repercussão da morte em nossas vidas, na busca de refletir sobre os significados e valores que atribuímos ao processo da morte e do morrer no nosso cotidiano de vida

TANATOLOGIA – UM BREVE HISTÓRICO

O termo Tanatologia vem do grego que significa thnatos o deus da morte e logos estudo. Para Assumpção (2005), tanatologia significaria o “estudo da morte” ou “ciência da morte”.

O estudo da tanatologia possibilitou um meio para resgatar o sentido da morte por meio da superação dos medos culturalmente instituídos propondo uma reflexão sobre o sentido da vida e o processo da morte e do morrer com dignidade. ... para o ser humano, o ato de morrer, além de um fenômeno biológico natural, contém intrinsecamente uma dimensão simbólica, relacionada tanto a psicologia como as ciências sociais. Enquanto tal, a morte apresentou-se como um fenômeno impregnado de valores dependentes do contexto sócio-cultural e histórico em que se manifesta [...] (COMBINATO; QUEIROZ, 2006, p. 209).

Relatos pioneiros dos estudos sobre a morte aparecem com o médico canadense William Osler no ano de 1904, na sua publicação A study of death sobre os aspectos físicos e psicológicos com a intenção de diminuir o sofrimento das pessoas no que se refere à morte. Com o término da Segunda Guerra Mundial os estudos sobre a tanatologia progrediram. A obra de Feifel, The meaning of death, em 1959, falava sobre a proibição, o tabu em torno do tema morte.

“Na década de 1960, encontram-se os trabalhos da psiquiatra Kübler-Ross, realizados a partir de suas experiências profissionais com pacientes terminais.” (COMBINATO; QUEIROZ, 2006, p. 209). Em 1969 publicou a obra Sobre a morte e o morrer onde analisa os estágios que o ser o humano passa quando está em fase terminal, a saber: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. Esses cinco estágios nem sempre acontecem em seqüência, pois podem se sobrepor um ao outro. É natural que toda pessoa acerca da morte reconheça algum dos sinais de que algo não transcorre normalmente, e desenvolva esses estágios, ou parte deles. Muitas vezes não dispomos de preparação psicológica para o enfrentamento de situações de morte iminente.

No Brasil, Wilma da Costa Torres (1934-2004) foi pioneira no desenvolvimento da área da tanatologia. “[...] Como todos os pioneiros, teve que desbravar campos desconhecidos e lutar contra preconceitos. [...]” (KOVÁCS, 2004, p. 95). Na década de 70 surgiram as suas primeiras publicações sobre o assunto. Em 1981 criou o primeiro Curso de Especialização em Tanatologia no Instituto de Seleção e Orientação Profissional (ISOP) da Fundação Getúlio Vargas. Após o fechamento do ISOP passou a desenvolver a área da tanatologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro ministrando aulas na graduação e pós-graduação. Criou o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Tanatologia destinado ao desenvolvimento de pesquisas de iniciação científica, aperfeiçoamento e pós-graduação.

A morte é um evento vivenciado de diferentes formas, por diferentes indivíduos envolvidos: o paciente crítico vivencia a morte de uma forma; seus familiares já sentem-se de outro modo e os elementos da equipe de saúde vêm a morte sob outro ângulo; mas basicamente todos passam por processos semelhantes, experimentam sensações semelhantes. (CRUZ; JAWARS, 2001, p.25 apud ROCHA et al, 2004).

Até então, poucos são os espaços nas universidades brasileiras para se tratar exclusivamente do tema morte, pois o tabu existe, mesmo no mundo acadêmico, apesar da temática ser uma realidade viva e constante para aqueles que trabalham na área da saúde. Há um despreparo filosófico e psicológico de um modo geral.

O estudo da tanatologia é de suma importância para desmistificar preconceitos e fornecer subsídios para um melhor preparo ao lidar com a questão da morte, proporcionando a valorização da humanização no cuidado de pessoas e pacientes com risco iminente de morte assim com também de seus familiares, através de ações de conforto e respeito.

MORTE À MODA ANTIGA

O homem por sua capacidade racional é o único ser consciente de sua própria morte. Com a certeza de sua finitude o homem vem sofrendo ao longo do tempo e se questionando sobre o sentido de sua existência, tendo como única certeza absoluta que está destinado a morrer.

“É comum em algum momento da vida do ser humano, o tema morte ser pensado e questionado. Dificilmente se aceita que as pessoas morrem porque simplesmente estão sujeitas às leis da natureza.” (MOREIRA; LISBOA, 2006).

Ao longo da história, o homem sempre buscou desvendar a morte e os mistérios que envolvem o antes e o depois de sua existência. (CHAUÍ, 1997). Como tem necessidade de compreendê-la, o homem busca conceituá-la assim como faz com todas as coisas do seu cotidiano.

O significado histórico e social da morte varia de acordo com as diferentes civilizações. O processo do morrer recebe tratamento diferenciado na história dos povos. Uma das características do ser humano é a atribuição de significados e valores que ele imprime às coisas. “[...] Por isso, o significado da morte varia necessariamente no decorrer da história e entre as diferentes culturas humanas.” (COMBINATO; QUEIROZ, 2006, p.210).

De acordo com a cultura e os costumes de cada povo, em épocas diferentes, o sentido dado à morte é distinto. Os sentimentos e ritos ligados a esse acontecimento variam conforme a evolução dos valores cultuados por cada sociedade.

A trajetória histórica dos comportamentos diante da morte desde os primórdios até os dias atuais sofreu alterações conforme a mudança pela quais passaram as sociedades e consequentemente recebeu as suas conseqüências. [...] Os povos mesopotâmios tinham por costume enterrar os corpos dos mortos da maneira mais escrupulosa, sendo o cadáver cuidadosamente acompanhado de todas as marcas mais distintas de sua identidade pessoal e familiar, como seus pertences, insígnias e objetos de uso, suas vestimentas e até mesmo de suas comidas prediletas. (GIACOIA JÚNIOR, 2005, p.15).

Para as civilizações da Mesopotâmia os rituais de inumação revelavam o significado da vida e da morte. O importante eram as marcas de identidade, personalidade e inserção social da pessoa durante a sua existência terrena. A morte seria uma espécie de rebaixamento da vida, o apagamento dessa mesma existência.

Já entre os antigos hindus a incineração crematória era o destino dado aos seus mortos. O cadáver era consumido pelo fogo, e as cinzas eram lançadas ao vento, ou nas águas dos rios, sendo o morto despojado de todos os seus traços de identidade. (GIACOIA JÚNIOR, 2005, p. 16). A cremação representava a purgação de todos os pecados, sendo a própria vida individual considerada uma transgressão que deveria ser expiada pela morte. “[...] o verdadeiro sentido da vida consiste no despojamento do corpo e na preparação para a morte. [...]” (GIACOIA JÚNIOR, 2005, p.17).

Para os antigos gregos, a incineração determinava dois tipos de mortos: o cadáver do homem comum e o cadáver dos grandes heróis. Ao anônimo cabia o crematório coletivo e o depósito de suas cinzas em vala comum. Os corpos falecidos dos heróis eram cremados na cerimônia da bela morte, onde os seus feitos no campo de batalha eram enaltecidos. A própria morte seria a prova de sua virtude, tornando-o um indivíduo cuja vida é digna de ser lembrada.

Para os judeus e cristãos que acreditavam na ressurreição após a morte, esta seria o acesso para outra dimensão da vida que poderia no inferno ou no paraíso, conforme os seus feitos terrenos a partir da observância dos mandamentos de Deus.

“Dessa maneira, o próprio sentido de imortalidade da alma se diferencia de acordo com as diversas maneiras de integração e gestão simbólica da morte pelas diferentes civilizações. [...]”. (GIACOIA JÚNIOR, 2005, p.18).

Portanto, é possível afirmar que a morte e o morrer, apesar de ser um fenômeno biológico e natural, assumem para o ser humano uma dimensão simbólica, impregnada de valores e significados diferentes conforme o contexto sócio-cultural e histórico em que se manifestam.

Na Idade Média a morte era entendida com naturalidade, fazendo parte do ambiente doméstico. Os cemitérios ocupavam o centro da cidade e faziam parte do cenário de vida das pessoas. Os mortos socialmente importantes eram enterrados no interior das igrejas. Aqueles menos importantes eram enterrados em um terreno ao lado, e os indignos sociais eram enterrados em vala comum que permanecia aberta até a completa lotação. O ritual da morte envolvia tanto a pessoa que ia morrer como os seus parentes e amigos. a morte é uma cerimônia pública e organizada. Organizada pelo próprio moribundo, que a preside e conhece o seu protocolo [...] Tratava-se de uma cerimônia pública [...] Era importante que os parentes, amigos e vizinhos estivessem presentes. Levavam-se as crianças. (ARIÈS, 1975/2003, p. 34 apud COMBINATO; QUEIROZ, 2006, p.211).

Os ritos e sacramentos da igreja antes da morte como a confissão, comunhão e a extrema-unção, e após a morte como o cortejo fúnebre, ritos de purificação e passagem conduzidos pelo sacerdote, revelavam a espiritualidade e a religiosidade ligadas a esse processo. (COMBINATO; QUEIROZ, 2006, p.211). Tanto a família como os amigos do morto manifestavam o processo do luto através do uso de roupas pretas e da não participação na vida social até que não acontecesse a elaboração do óbito.

As pessoas que sabiam que iam morrer protagonizavam todo o ritual, despedindo-se dos entes queridos, fazendo o testamento, buscando se reconciliar com as pessoas e superar as mágoas. A comunidade participava ativamente de todo esse processo.

De acordo com Moreira e Lisboa (2006), as pessoas morriam em casa, com a participação de toda a comunidade, o que as possibilitava vivenciar o fenômeno da morte de perto e, por estar ocorrendo com alguém tão próximo, era possível que fizessem uma identificação com o outro. “O conhecimento da morte era uma rotina e nenhuma criança crescia sem ter tido a experiência de ver, pelo menos, uma cena de morte.” (ARAÚJO; VIEIRA, 2001, p.105).

Como um marco histórico-social, a revolução industrial trouxe uma nova ordem social que repercutiu nas formas de morrer, nos rituais fúnebres e no luto após a morte. A partir do capitalismo, com a necessidade de produção emergente, o homem passa a ser visto como mão-de-obra para o desenvolvimento da nação, portanto a necessidade de ser portador de um corpo saudável para o trabalho obrigou o deslocamento de doentes para locais apropriados para o seu tratamento. Esses locais seriam os hospitais. Com isso, veio à valorização do individualismo o que fez com que a morte fosse personalizada.

A MORTE NOS DIAS ATUAIS

A visão de morte como acontecimento natural predominante no período que vai do século V ao século XII foi sendo transformada com o advento do capitalismo onde o homem passou a ser visto como mão-de-obra para o trabalho. Para tanto, era preciso que tivesse um corpo saudável, livre de doenças que o incapacitasse para as atividades laborais. Houve nessa época um êxodo rural que foi necessário para o fornecimento de trabalhadores para a indústria, ocasionando uma expansão desordenada das áreas urbanas que não tinham infra-estrutura para receber um elevado número de pessoas, o que ocasionou o surgimento de muitas doenças. As cidades não estavam preparadas para o grande fluxo de pessoas, não existia um planejamento sanitário, a água e os dejetos não tinham um tratamento adequado, com valas conduzindo materiais sem nenhuma estruturação prévia, contaminando os lençóis freáticos e proporcionando um aumento no número de roedores, mosquitos, etc., o que conseqüentemente, acarretou um aumento das doenças infecto-parasitárias. (MOREIRA; LISBOA, 2006).

Com a ciência e a tecnologia em franca expansão e a indústria precisando de trabalhadores saudáveis para garantir a produção, não era possível que os doentes ficassem aos cuidados da comunidade. Era preciso um local específico que se destinasse a tratar e curar os trabalhadores para devolvê-los saudáveis e produtivos para a construção do progresso.

De acordo com Moreira e Lisboa (2006), as famílias tinham necessidade de produzir e por isso não dispunham de tempo para cuidar do moribundo. A política de saúde da época era baseada em normas de higiene, sendo a morte e o moribundo inseridos nesse contexto.

“A institucionalização das práticas curativas, no Brasil, data da década de 60 e, conseqüentemente, a maioria das mortes passou a acontecer dentro das instituições de saúde, caracterizando uma institucionalização da morte.” (MOREIRA; LISBOA, 2006).

Com a institucionalização das práticas terapêuticas, a morte saiu do espaço familiar para o ambiente impessoal das instituições de saúde. O moribundo ficou entregue aos profissionais que são pessoas estranhas ao seu convívio, privados da companhia de seus familiares e amigos. A morte mudou de endereço, deixou a casa pelo hospital. Com o desenvolvimento do capitalismo e advento da modernidade, a morte, que estava presente na sala de visita, desloca-se para o hospital e, em alguns casos, para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em ambiente isolado, com janelas fechadas, luz artificial, temperatura constante mantida pelo ar condicionado e equipamentos técnicos, os profissionais da saúde realizam procedimentos altamente sofisticados com pacientes que se encontram em situações limite entre a vida e a morte. (OLIVEIRA, apud COMBINATO; QUEIROZ, 2006, p.210).

Mesmo sabendo que a morte é a única certeza absoluta da existência humana, é angustiante e de difícil aceitação pelas pessoas, expressando-se pela dificuldade de lidar com o limite da vida. Ainda assim, sabendo que a morte é um fenômeno natural recusamos como sendo pessoal e inevitável, sendo comum as pessoas morrerem isoladas, encerradas nos hospitais, longe dos seus. Assim, adiamos o confronto em lidarmos com a nossa própria morte.

CONCLUSÃO

Ao identificar as diferentes formas de perceber e atribuir significados a morte e ao morrer pela humanidade ao longo de sua evolução, ficou evidente a necessidade de um maior aprofundamento da temática considerando que embora a morte seja um processo natural na vida do ser humano, é vista como um momento difícil e de grande sofrimento tanto.

Mesmo fazendo parte do cotidiano de vida das pessoas a morte é vista como tabu, um evento assustador cercado por mistérios que geram dificuldades para a aceitação e o enfrentamento.

O estudo mostrou que a forma de percepção e significação do processo de morte e morrer variam de acordo com o contexto sócio-cultural e histórico das diferentes civilizações.

Como um marco histórico-social, a revolução industrial representou uma nova ordem social que repercutiu até mesmo nos rituais fúnebres e luto. Da morte considerada como parte natural do ciclo evolutivo do homem, onde era vivenciada por toda a comunidade e geralmente acontecia em casa, passou para dentro dos hospitais dando-se o seu processo de institucionalização.

O medo da morte é cultural. Ele está relacionado ao desenvolvimento do sentido da vida. Trabalhando o medo da morte a pessoa se prepara para lidar com as pequenas perdas diárias que as acomete rotineiramente (perda do emprego, mudança de endereço, casamento de um filho, etc.). Através do estudo da tanatologia cria-se um meio para resgatar o sentido da morte por meio da superação dos medos culturalmente instituídos e propõe-se a uma reflexão sobre o sentido da vida e o morrer dignamente.

Os resultados deste estudo poderão subsidiar discussões tanto no âmbito da assistência e do ensino a respeito de pessoas com risco iminente de morte além de uma reflexão pessoal e particular acerca do tema sobre a morte e o morrer.

REFERÊNCIAS

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MOREIRA, Almir da Costa; LISBOA, Márcia Tereza Luz. A Morte _ Entre o Público e o Privado: reflexões para a prática profissional de enfermagem. Revista Enfermagem UERJ. Rio de Janeiro, v. 14, n.3, setembro de 2006. Disponível em:

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OLIVEIRA, E.C.N. O psicólogo na UTI: reflexões sobre a saúde, vida e morte nossa de cada dia. Psicologia: Ciência e Profissão, ano/v. 22, n.2, p.30-41, 2002.

ROCHA, Renata Alves et al. O Enfermeiro na Unidade de Terapia Intensiva: um enfoque sobre seus sentimentos no cuidado diário de pacientes em processo de morte. Juiz de Fora, 2004. 11 p. Artigo científico do Curso de Especialização em Enfermagem em Terapia Intensiva. Universidade Federal de Juiz de Fora.