INTRODUÇÃO | |
* Ft., Graduada em Fisioterapia pelo UNIPÊ-PB; Pós graduada em Fisioterapia Cardiorespiratória pela UFPE-PE; Mestranda em Educação pela UFPB; Exerce a função de Fisioterapeuta no Atendimento Domiciliar pelo Programa de Gerenciamento de Casos (PGC), atendimento em Geriatria pela GEAP; e de professora do curso de Fisioterapia na cadeira de Atividades Complementares I – Pesquisa e Gestão em Saúde Coletiva e Atividades Complementares II – Saúde Mental. ** Ft., Graduada em Fisioterapia pelo UNIPÊ-PB; Pós graduada em Fisioterapia em UTI pela Faculdade Redentor-RJ; Exerce a função de Fisioterapeuta no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL); e na Clínica de Reumatologia, Medicina Física e Reabilitação da Paraíba. *** Ft., Graduada em Fisioterapia pela UNIPÊ-PB; Pós graduada em Fisioterapia Pneumofuncional pela Faculdade Gama Filho-RJ; Exerce a função de Fisioterapeuta no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena (HETSHL). Valéria Matos Leitão de Medeiros * - Fabíola Mariana Rolim de Lima ** - Alana Moura Di Pace *** | |
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terça-feira, 29 de setembro de 2009
EQUILÍBRIO, CONTROLE POSTURAL E SUAS ALTERAÇÕES NO IDOSO
PERFIL DOS IDOSOS RESPONSAVÉIS PELO DOMICÍLIO
A população de idosos representa um contingente de quase 15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população brasileira). As mulheres são maioria, 8,9 milhões (62,4%) dos idosos são responsáveis pelos domicílios e têm, em média, 69 anos de idade e 3,4 anos de estudo. Com um rendimento médio de R$ 657,00, o idoso ocupa, cada vez mais, um papel de destaque na sociedade brasileira. Os resultados estão na nova publicação do IBGE que traz números sobre a situação no Brasil, nas Grandes Regiões, nas Unidades da Federação e é acompanhado por um CD-ROM com informações dos 5.507 municípios do País.
A maioria dos 14.536.029 de idosos vive nas grandes cidades
Nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30 milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste período. Em 2000, segundo o Censo, a população de 60 anos ou mais de idade era de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991. O peso relativo da população idosa no início da década representava 7,3%, enquanto, em 2000, essa proporção atingia 8,6%. A proporção de idosos vem crescendo mais rapidamente que a proporção de crianças. Em 1980, existiam cerca de 16 idosos para cada 100 crianças; em 2000, essa relação praticamente dobrou, passando para quase 30 idosos por 100 crianças. A queda da taxa de fecundidade ainda é a principal responsável pela redução do número de crianças, mas a longevidade vem contribuindo progressivamente para o aumento de idosos na população. Um exemplo é o grupo das pessoas de 75 anos ou mais de idade que teve o maior crescimento relativo (49,3%) nos últimos dez anos, em relação ao total da população idosa.
No Brasil, em média, as mulheres vivem oito anos a mais que os homens. As diferenças de expectativa de vida entre os sexos mostram: em 1991, as mulheres correspondiam a 54% da população de idosos; em 2000, passaram para 55,1%. Portanto, em 2000, para cada 100 mulheres idosas havia 81,6 homens idosos. Outra conclusão: residir na cidade pode beneficiar a idosa, especialmente aquela que é viúva, por causa da proximidade com seus filhos, dos serviços especializados de saúde e de outros facilitadores do cotidiano. Assim, o grau de urbanização da população idosa também acompanha a tendência da população total, ficando em torno de 81% em 2000. A proporção de idosos residentes nas áreas rurais caiu de 23,3%, em 1991, para 18,6%, em 2000.
O Rio de Janeiro tem a maior proporção de idosos
Entre as capitais, Rio de Janeiro e Porto Alegre se destacam com as maiores proporções de idosos, representando, respectivamente, 12,8% e 11,8% da população total nesses municípios. Em contrapartida, as capitais do norte do País, Boa Vista e Palmas apresentaram uma proporção de idosos de apenas 3,8% e 2,7%. Em termos absolutos, o Censo 2000 contou quase 1 milhão de idosos vivendo na cidade de São Paulo.
No mundo, em 2050, um quinto da população será de idosos
O crescimento da população de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e está ocorrendo a um nível sem precedentes. Em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo e, já em 1998, quase cinco décadas depois, este contingente alcançava 579 milhões de pessoas, um crescimento de quase 8 milhões de pessoas idosas por ano. As projeções indicam que, em 2050, a população idosa será de 1.900 milhões de pessoas, montante equivalente à população infantil de 0 a 14 anos de idade . Uma das explicações para esse fenômeno é o aumento, verificado desde 1950, de 19 anos na esperança de vida ao nascer em todo o mundo.
Os números mostram que, atualmente, uma em cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais e, para 2050, estima-se que a relação será de uma para cinco em todo o mundo, e de uma para três nos países desenvolvidos.
E ainda, segundo as projeções, o número de pessoas com 100 anos de idade ou mais aumentará 15 vezes, passando de 145.000 pessoas em 1999 para 2,2 milhões em 2050. Os centenários, no Brasil, somavam 13.865 em 1991, e já em 2000 chegam a 24.576 pessoas, ou seja, um aumento de 77%. São Paulo tem o maior número de pessoas com 100 anos ou mais (4.457), seguido pela Bahia (2.808), Minas Gerais (2.765) e Rio de Janeiro (2.029).
No País, 62,4% dos idosos são responsáveis pelos domicílios
O Censo 2000 verificou que 62,4% dos idosos eram responsáveis pelos domicílios brasileiros, observando-se um aumento em relação a 1991, quando os idosos responsáveis representavam 60,4%. É importante destacar que no conjunto dos domicílios brasileiros (44.795.101), 8.964.850 tinham idosos como responsáveis e representavam 20% do contingente total. Em 1991, essa proporção ficava em torno de 18,4%. A distribuição por sexo revela que, em 2000, 37,6% dos responsáveis idosos eram do sexo feminino, correspondendo a 3.370.503 de domicílios, enquanto no início da década passada essa proporção atingia a 31,9%. Destaca-se ainda que a idade média do responsável idoso, em 2000, estava em torno de 69,4 anos (70,2 anos quando o responsável era do sexo feminino e 68,9 para o idoso responsável do sexo masculino).
Entre os domicílios sob a responsabilidade de idosos, os domicílios unipessoais, isto é, aqueles com apenas um morador, totalizavam, em 2000, 1.603.883 unidades, representando 17,9% do total. Em 1991, a proporção era de 15,4%. O estudo chama atenção para a elevada proporção de mulheres idosas que moravam só, em 2000 - cerca de 67%.
Sexo do responsável | Pessoas de 60 anos ou mais de idade, em números absolutos e relativos, residente em domicílios unipessoais | |||
Absoluto | Relativo | |||
1991 | 2000 | 1991 | 2000 | |
Total | 985 610 | 1 603 883 | 100,0 | 100,0 |
Homem | 316 751 | 531 292 | 32,1 | 33,1 |
Mulher | 668 859 | 1 072 | 67,9 | 66,9 |
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.
Nota: Domicílios particulares permanentes.
Os idosos em domicílios unipessoais são mais freqüentes quando residentes nos estados das regiões Sul e Sudeste. Entre os municípios das capitais, as maiores proporções de pessoas com 60 anos ou mais que moravam sozinhos estão em Porto Alegre (27,1%), Rio de Janeiro (23%), Curitiba (21,3%) e São Paulo (20,2%).
Os números mostram, também, outra realidade para grande parte dos idosos responsáveis pelos domicílios. Em todo o País, 64,7% deles moram com ou sem cônjuge, mas com filhos e/ou outros parentes na mesma casa. Nos domicílios onde a idosa é responsável, é mais recorrente a forma de organização familiar sem o cônjuge (93,3%), porque, nestes casos, provavelmente, tais domicílios são ocupadas pelas idosas viúvas.
Tabela5 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, em relação ao tipo de arranjo familiar em que encontram-se inseridas
Brasil - 2000
Sexo do responsável | Total de responsáveis pelos domicílios | Proporção de pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveispelo domicílios, em relação ao tipo de arranjo familiar em que encontram-se inseridas (%) | |||
Casal sem filhos(1) | Casal com filhos e/ou outros parentes (2) | Morando com filhos e/ou outros parentes (3) | Morando sozinho (4) | ||
Total | 8 964 850 | 17.0 | 36.0 | 28.7 | 17.9 |
Homem | 5 594 347 | 25.9 | 55.5 | 8.9 | 9.5 |
Mulher | 3 370 503 | 2.1 | 3.6 | 61.5 | 31.8 |
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000
Nota: Domicílios particulares permanentes
(1) Responsável idoso morando com cônjuge, sem filhos e/ou enteados e/ou outro parente.
(2) Responsável idoso morando com cônjuge, com filho e/ou enteado e/ou com outro parente(pai, mãe, sogro(a), neto(a), bisneto(a), irmão, irmã, outro parente, agregado(a))
(3) Responsável idoso morando sem cônjuge, com filho e/ou enteado e/ou com outro parente(pai, mãe, sogro(a), neto(a), bisneto(a), irmão, irmã, outro parente, agregado(a))
(4) Responsável idoso morando sem cônjuge, sem filhos e/ou enteados e/ou outro parente.
Os dados do Censo Demográfico 2000 revelaram que 56,8% dos domicílios com responsáveis idosos apresentavam saneamento adequado, isto é, com escoadouros ligados à rede geral ou fossa séptica, servidos de água proveniente da rede geral de abastecimento e com lixo coletado direta ou indiretamente pelos serviços de limpeza. Esta proporção representou um aumento de aproximadamente 26% em relação a 1991, mas deve-se considerar as disparidades regionais encontradas nesse indicador: enquanto na região Sudeste cerca de 80% dos domicílios com responsável idoso possuíam saneamento adequado, esta proporção atingia apenas 24% dos domicílios na região Norte.
Educação: Censo 2000 revela crescimento de 16,1% na alfabetização de idosos
Na última década, houve aumento significativo no percentual de idosos alfabetizados do País. Se em 1991, 55,8% dos idosos declararam saber ler e escrever pelo menos um bilhete simples, em 2000, esse percentual passou para 64,8%, o que representa um crescimento de 16,1% no período. Os dados fazem parte do Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios no Brasil e mostram que, apesar dos avanços, ainda existem 5,1 milhões de idosos analfabetos no País.
Em relação ao gênero, os homens continuam sendo, proporcionalmente, mais alfabetizados do que as mulheres (67,7% contra 62,6%, respectivamente), já que até os anos 60 tinham mais acesso à escola do que as mulheres.
No caso dos idosos responsáveis pelo domicílio, os índices também melhoraram no período de 1991/2000, com aumentos significativos, tanto na proporção de alfabetizados, como no nível de escolaridade desses idosos.
Quanto ao número de anos de estudo dos idosos responsáveis pelo domicílio, o resultado do Censo 2000 revela, ainda, uma média muito baixa - apenas 3,4 anos (3,5 anos para os homens e 3,1 anos para as mulheres). Na comparação com 1991, houve aumento nesta média para ambos os sexos, mas o crescimento relativo na média das mulheres foi maior do que o dos homens: 29,2% e 25,0%, respectivamente. Niterói (8,2), no Rio de Janeiro, e Águas de São Pedro (7,3), em São Paulo, têm a maior média de anos de estudo dos idosos no País e Novo Santo Antônio e Barra D´Alcântara, ambos no Piauí, empataram com a menor média (0,2).
Entre as Unidades da Federação, a média de anos de estudos dos idosos responsáveis é bastante diferenciada: varia de 6,0 no Distrito Federal a 1,5 anos de estudo no Maranhão. Já nos municípios das capitais, essa média é muito superior. Em Florianópolis, por exemplo, os idosos responsáveis têm, em média, 7,2 anos de estudos, enquanto em Rio Branco a média é de 2,7. Um dado curioso é que nas Unidades da Federação do Nordeste e do Norte, onde a população rural tem mais expressão, a média de anos de estudo nas capitais é bastante superior. No estado do Maranhão, a escolaridade média dos idosos é bastante inferior à média encontrada para a capital, São Luís: 1,5 contra 4,7.
Quanto ao analfabetismo funcional , 59,4% dos idosos responsáveis pelo domicílio tinham, no máximo, 3 anos de estudo, resultado este influenciado pela alta proporção de responsáveis de 75 anos ou mais de idade analfabetos ou analfabetos funcionais. Enquanto 53,3% dos idosos no grupo de 60 a 64 anos tinham até 3 anos de estudos, 67,4% daqueles com 75 anos ou mais de idade foram considerados analfabetos funcionais. Ainda assim, houve significativa melhora no período intercensitário, provavelmente resultado dos programas federais de alfabetização de adultos implementados nas últimas duas décadas.
Entre os estados, o Maranhão lidera com a maior proporção de analfabetos funcionais (82,7%), enquanto o Rio de Janeiro tem a menor (38,1%). Nos municípios das capitais verifica-se a mesma tendência das Unidades da Federação, ou seja, nas áreas geográficas mais desenvolvidas os níveis educacionais dos idosos são melhores.
Apesar dos avanços, a proporção de idosos com escolaridade mais alta ainda é pequena. Em 1991, 2,4% dos idosos tinham de 5 a 7 anos de estudo, em 2000, essa proporção passa para 4,2%. Para aqueles que concluíram pelo menos o ensino médio, a proporção passou de 7,5% para 10,5%, um aumento de 40% .
De 1991 a 2000, rendimento dos idosos cresce 63% e passa de R$403,00 para R$657,00
Embora os dois últimos Censos tenham revelado que a renda média do idoso ainda é menor do que a da população de 10 anos ou mais de idade, seu crescimento foi maior, atingindo 63% entre 1991 e 2000 contra 42% da população de 10 anos ou mais. Essa tendência repete-se na desagregação por áreas urbanas e rurais, com destaque para essas últimas que apresentaram um crescimento no rendimento médio dos idosos de quase 77%.
De 1991 para 2000, o rendimento médio do idoso responsável pelo domicílio passou de R$403,00 para R$657,00, sendo que no corte por gênero, os homens ganham, em média, mais do que as mulheres: R$752,00 contra R$500,00.
Tabela8 - Rendimento médio mensal das pessoas com 60 anos ou mais de idade responsáveis pelo domicílio, com rendimento e respectivo crescimento relativo, segundo as Grandes Regiões - 1991-2000
Brasil e Grandes Regiões | Rendimento médio mensal das pessoas com 60 anos ou mais de idade responsáveis pelo domicílio, com rendimento (em Reais) | Crescimento relativo | ||||||||
1991 | 2000 | |||||||||
Total | Urbana | Rural | Total | Urbana | Rural | Total | Urbana | Rural | ||
Total | 403.00 | 477.00 | 168.00 | 657.00 | 739.00 | 297.00 | 63.00 | 54.00 | 76.00 | |
Norte | 300.00 | 364.00 | 197.00 | 438.00 | 502.00 | 280.00 | 46.00 | 37.9 | 42.1 | |
Nordeste | 224.00 | 298.00 | 115.00 | 386.00 | 474.00 | 198.00 | 72.3 | 59.1 | 72.2 | |
Sudeste | 536.00 | 576.00 | 224.00 | 835.00 | 879.00 | 398.00 | 55.8 | 52.6 | 77.7 | |
Sul | 382.00 | 438.00 | 221.00 | 661.00 | 730.00 | 399.00 | 73.0 | 66.7 | 80.5 | |
Centro-Oeste | 440.00 | 477.00 | 279.00 | 754.00 | 789.00 | 546.00 | 71.4 | 65.4 | 95.7 |
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991 e 2000.
Nota: Domicílio particulares permanentes
(1) Valores deflacionados pelo INPC com base em julho de 2000.
Essa diferença no crescimento da rendimento entre áreas urbanas e rurais reflete a desigualdade na distribuição dos rendimentos. Segundo os resultados do Censo 2000, a renda dos idosos na área rural representa cerca de 40% da urbana, proporção similar a encontrada em 1991. Os dados revelam que não houve melhora significativa na última década. Observa-se que, entre as Unidades da Federação, há uma grande diversidade socioeconômica no País.
Em geral, os estados cujas áreas rurais são mais desenvolvidas, como os do Sul, de São Paulo e da fronteira agrícola dos cerrados (região Centro-Oeste e Rondônia), têm rendimentos médio urbano e rural para os idosos bastante próximos. Por outro lado, o rendimento na área rural nos estados das regiões Norte e Nordeste representa, em média, menos que a metade do urbano. Esse resultado é influenciado pelos altos índices de pobreza na área rural encontrados nesses estados.
Entre os estados, o Distrito Federal e o Rio de Janeiro têm os maiores rendimentos médios para os idosos (R$1.796,00 e R$1.018,00, respectivamente), seguidos pelos demais estados da região Sudeste e Sul. Já os estados do Nordeste têm os menores rendimentos, com destaque para o Maranhão, onde os idosos recebem, em média, R$287,00. No Rio de Janeiro, Niterói é o primeiro em rendimento (R$1.785,00) e Carapebus (R$278,00), o último.
Nos municípios das capitais, os idosos de Rio Branco têm o menor rendimento médio (R$572,00), o que corresponde a, aproximadamente, um terço dos rendimentos médios de Brasília (R$1.796,00) e Florianópolis (R$1.790,00).
Mesmo com a melhora no rendimento dos idosos responsáveis pelo domicílio, existem disparidades entre os 5.507 municípios brasileiros pesquisados pelo Censo 2000: enquanto Água Limpa (R$3.305,00), em Goiás, e Campos de Júlio (R$3.058,00), no Mato Grosso, têm os maiores rendimentos médios, Serrano do Maranhão (R$135,00) e Cantanhede (R$139,00), ambos no Maranhão, têm os menores.
Ainda sobre o rendimento na área rural, a diferença mais significativa é da região Norte, onde o rendimento médio do idoso nas áreas rurais do Amazonas corresponde a aproximadamente 54% do mesmo rendimento de Rondônia. Em seguida, temos a região Sudeste, com os idosos residentes no meio rural de Minas Gerais recebendo, em média, 63,7% do rendimento dos idosos das áreas rurais de São Paulo. Já as regiões Sul e Nordeste apresentam maior homogeneidade entre as Unidades da Federação.
Entre as regiões, também há desigualdade. O menor rendimento médio dos responsáveis idosos em áreas rurais é do Nordeste (R$198,00), equivalente a apenas 36,3% do mesmo rendimento no Centro-Oeste (R$546,00) ou a 49,7% do rendimento na área rural das regiões Sul e Sudeste.
Em geral, o estudo da distribuição dos rendimentos entre os idosos responsáveis pelos domicílios indica uma pequena melhora no período analisado: enquanto em 1991, mais da metade dos idosos responsáveis do País (52,1%) recebia até um salário mínimo, em 2000 esta proporção cai para 44,5%. O Censo 2000 também revelou um considerável aumento da população idosa que recebia em média mais de cinco salários.
Analisando-se cada área isoladamente, observa-se que, se em 1991, 45,8% dos idosos responsáveis que viviam na área urbana recebiam até um salário mínimo, em 2000 esta proporção passa para 39,8%. No mesmo período, a proporção de idosos recebendo mais de cinco salários aumentou 7 pontos percentuais. Já na área rural, a proporção de idosos responsáveis que recebiam até 1 salário mínimo passou de 72,3% em 1991 para 65,0% em 2000.
Embora a renda proveniente do trabalho seja, em geral, responsável pela maior parte da renda familiar, os dados do gráfico 25 mostram que, em relação aos idosos, o mesmo não acontece. No caso dos idosos homens, os dados da PNAD mostram que, em 1999, os rendimentos de aposentadoria representavam o principal componente da renda (54,1%), enquanto o rendimento do trabalho respondia por apenas 36%. Já para as idosas, quase 80% da renda era formada pelos rendimentos de pensão e aposentadoria.
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