sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ALIMENTAÇÃO


Alimentação: Café contra Alzheimer
Café para o tratamento de Alzheimer? É o que descrevem dois artigos publicados neste domingo no Journal of Alzheimer's Disease. Os trabalhos por enquanto foram feitos apenas em camundongos, mas os resultados deixaram os autores otimistas. Segundo o grupo internacional de pesquisadores responsável pelos dois estudos complementares, a ingestão de cafeína levou à redução de níveis anormais de placas amiloides - depósitos de proteínas que danificam nervos no cérebro e são características da doença - tanto no sangue como no cérebro de camundongos.
Os estudos foram baseados em trabalhos anteriores feitos no Centro de Pesquisa sobre a Doença de Alzheimer da Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, os quais mostraram que a administração de cafeína no início da vida adulta preveniu a manifestação de problemas de memória em camundongos modificados geneticamente para desenvolver sintomas de Alzheimer quando idosos.
"Os novos resultados fornecem evidência de que a cafeína pode ser uma alternativa viável para o tratamento da doença já estabelecida, e não apenas como uma estratégia preventiva. Isso é muito importante, pois o consumo de cafeína é seguro para a maioria das pessoas, ela entra facilmente no cérebro e aparentemente afeta diretamente o processo da doença", disse Gary Arendash, da Universidade do Sul da Flórida, um dos coordenadores das pesquisas.
Com base nos resultados animadores, os cientistas esperam começar em breve testes em humanos para avaliar se a cafeína pode beneficiar pacientes com prejuízo cognitivo suave ou Alzheimer em estágio inicial.
Os pesquisadores haviam determinado em trabalho anterior que a administração de cafeína em idosos sem sinais de demência altera rapidamente os níveis de beta-amiloide (proteína responsável pela formação da placa) no sangue, da mesma forma como foi verificada em testes com animais.
O grupo se interessou em investigar o potencial da cafeína há alguns anos, após a publicação de um estudo feito em Portugal que apontou que pessoas com Alzheimer haviam consumido menos café nos 20 anos anteriores do que outros sem a doença.
Desde então, diversos estudos clínicos não controlados apontaram que o consumo moderado de café poderia proteger contra o declínio da memória que ocorre normalmente durante o envelhecimento. Os novos estudos, controlados, permitiram isolar efeitos da cafeína de outros fatores, como dieta ou exercício, segundo os autores.
Os trabalhos foram feitos em 55 camundongos geneticamente alterados para desenvolver problemas de memória, simulando Alzheimer, à medida que envelheciam.
Depois que testes comportamentais confirmaram que os animais apresentavam sinais de déficits de memória por volta dos 18 meses - que correspondem aos 70 anos em humanos -, os pesquisadores dividiram os camundongos em dois grupos, um dos quais passou a receber café junto com a água que bebiam.
Os roedores ingeriram cerca de 500 miligramas de café por dia, o equivalente a um pouco mais de dois expressos. Após os dois meses da pesquisa, o grupo que ingeriu café se saiu bem melhor do que o outro em testes para avaliar a memória.
De acordo com os pesquisadores, a análise dos cérebros dos camundongos que consumiu café mostrou uma redução de quase 50% nos níveis de beta-amiloide.
Outro experimento do mesmo grupo indicou que a cafeína aparentemente restaura a memória ao reduzir as quantidades de enzimas necessárias para a produção da beta-amiloide. Os autores estimam que a cafeína deve suprimir as alterações inflamatórias no cérebro que levam à abundância de beta-amiloide.
Se a cafeína teve importante ação nos animais doentes, o mesmo não ocorreu em outro experimento feito com exemplares saudáveis. Nesses, a administração da substância não levou a uma melhoria da memória.
Os artigos Caffeine reverses cognitive impairment and decreases brain amyloid-? levels in aged Alzheimer's disease mice e Caffeine suppresses amyloid-? levels in plasma and brain of Alzheimer's disease transgenic mice podem ser lidos por assinantes do Journal of Alzheimer's Disease em www.j-alz.com.
Fonte: Boletim FAPESP - www.agencia.fapesp.br
Alimentação: Fast-foof do cajueiro
Uma pesquisa realizada na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) testou hambúrgueres à base de caju como alternativa para possibilitar o consumo fora do período de safra e aproveitar o excedente de produção.
Os testes mostraram que os hambúrgueres feitos com caju apresentam menores teores de gordura quando comparados a produtos similares à base de soja e de carne, disponíveis no mercado. Além disso, o produto obteve boa avaliação no teste de aceitação sensorial.
De acordo com a autora da pesquisa, Janice Ribeiro Lima, um dos objetivos do estudo era sugerir estratégias para estimular a comercialização do caju, uma vez que cerca de 88% da produção é perdida anualmente. O pedúnculo, que corresponde a 90% do fruto, é desperdiçado devido ao curto período de safra, à reduzida estabilidade pós-colheita e à pequena capacidade de absorção da indústria.
"O hambúrguer pode ser elaborado no período de safra e consumido no restante do ano, quando o caju não está disponível", disse Janice à Agência FAPESP. O estudo, realizado pela Embrapa Agroindústria Tropical, em Fortaleza, foi publicado na Revista Ciência e Agrotecnologia.
Segundo a pesquisadora da Embrapa, a agroindústria de caju do Nordeste tem relevante importância socioeconômica: ela explora 700 mil hectares de cajueiros, mobiliza cerca de 280 mil pessoas no campo e produz 200 mil toneladas de castanha e 2 milhões de toneladas de pedúnculo por ano. Desse total, 60% da produção vêm da agricultura familiar.
A elaboração dos hambúrgueres foi feita a partir da carne de caju liquidificada. Depois de peneirada, a fim de adquirir uma fibra enxuta, a carne de caju foi refogada com outros ingredientes (cebola, pimentão, alho, tomate, tempero comercial e cheiro-verde) e misturada com farinha de trigo.
Para os testes comparativos, foram utilizados quatro tipos de hambúrgueres de marcas nacionais. Dessas amostras, uma era à base de carne bovina e três de proteína vegetal. Os hambúrgueres de caju apresentaram baixo teor de proteína, mas, de acordo com a pesquisadora, esse resultado já era esperado.
"A falta de proteínas na composição poderá ser corrigida, no futuro, com incorporação de outros ingredientes à formulação básica, como a proteína de soja. A elaboração de novas formulações, com a utilização de outros temperos pode melhorar as características nutricionais e sensoriais do produto", explicou.
Em contrapartida, o teor de gordura foi inferior e o de carboidratos maior em relação aos produtos comerciais, tornando o hambúrguer de caju uma boa alternativa de alimentação para as pessoas que não ingerem derivados de carne ou que buscam produtos menos calóricos.
"Trata-se de um produto vegetal que apresenta fibras, sais minerais e vitamina C em sua composição. A principal desvantagem é que o produto deve ser conservado congelado", disse Janice.
Na merenda escolar: Os testes de aceitação sensorial foram realizados por 50 provadores não treinados. Foi utilizada uma escala hedônica, com nove pontos, variando de "desgostei muitíssimo" (nota um) a "gostei muitíssimo" (nota nove).
A média de aceitação do hambúrguer composto com caju foi de seis pontos, de acordo com os resultados - o que é considerado um padrão aceitável. A incorporação de temperos da culinária local e o hábito de consumo podem melhorar esse nível, segundo a pesquisadora.
O pH também foi inferior ao dos hambúrgueres comerciais, acidez maior que pode ter influenciado de forma negativa a aceitação sensorial do produto. "Os consumidores tendem a rejeitar novas formulações que pretendem substituir produtos tradicionais existentes no mercado. Por isso, é importante salientar que com o hambúrguer de caju não se pretende substituir o hambúrguer tradicional, mas sim fornecer uma nova alternativa de alimento à população", explicou.
De acordo com Janice, a pesquisa dá um exemplo de como produtos locais, que muitas vezes são subutilizados, podem ser transformados para se tornar uma fonte de alimentação. "É importante procurar novas formas de utilização e consumo dos alimentos, de maneira a evitar o desperdício", destacou. A pesquisadora da Embrapa sugere que o produto seja incluído na merenda escolar da rede pública. "Além disso, seria interessante incentivar a criação de pequenas unidades de produção, que seriam uma nova alternativa para geração de emprego e renda na região, valorizando um produto tipicamente regional", disse.
Por Alex Sander Alcântara
Fonte: Boletim FAPESP - www.agencia.fapesp.br
Alimentação: Acréscimo de proteínas no pão
Este trabalho teve como objetivos elaborar pães enriquecidos com proteína de pescado para aumentar o conteúdo deste nutriente no produto e avaliar estes pães sensorial(quando ao cheiro e sabor), tecnológica(textura) e físico- quimicamente(durabilidade). A proteína de pescado foi obtida a partir de cabrinha (Prionotus punctatus), espécie de baixo valor comercial. Para obtenção da polpa de cabrinha, a matéria-prima foi submetida a um processo de lavagem, seguido de secagem. Foram desenvolvidas cinco formulações de pão: 30, 40 e 50% de polpa lavada úmida (PU) e 3 e 5% de polpa lavada seca (PS) em base à farinha. Os pães foram avaliados sensorial (teste de ordenação, escala hedônica e perfil de atributos), tecnológica (notas das características internas, externas e volume específico) e físico-quimicamente (composição centesimal). O teste de perfil de atributos mostrou que o pão com 5% PS não diferiu significativamente (? = 0,05) do padrão para nenhum atributo avaliado. Todos os pães apresentaram aceitação superior a 74%, no entanto ocorreu diminuição das notas(aceitação do produto) das características internas e externas e do volume específico dos pães com o aumento da adição de polpa em todas as formulações, caracterizando queda da qualidade tecnológica. Os pães com 3 e 5% de PS e 50% de PU apresentaram um aumento no conteúdo protéico de 31, 45 e 48% respectivamente, em relação ao conteúdo protéico do pão padrão.
Em conclusão, todos os pães formulados apresentaram boa aceitação sensorial, apesar das características tecnológicas terem sido prejudicadas quando se adicionou mais de 3% PS nos pães devido ao acréscimo de polpa de pescado na formulação. No entanto, houve um aumento considerável do conteúdo protéico, que era o principal objetivo, a partir de uma espécie de pescado de baixo valor comercial. Dessa maneira, nas condições experimentais realizadas, pode-se concluir que a adição de polpa de pescado em pães pode contribuir para o enriquecimento protéico de produtos de panificação.
Ciência e Tecnologia de Alimentos
ISSN 0101-2061 versão impressa

Alimentação: Benefícios do alho na dieta
Há vários séculos, diferentes culturas têm observado que o consumo de alho é bom para a saúde, especialmente por estar relacionado à redução dos riscos de doenças cardiovasculares. Mas, até agora, a ciência não tinha muito a dizer sobre os mecanismos de ação e os princípios ativos por trás dessas propriedades.
Um grupo de pesquisadores norte-americanos acaba de descobrir, no entanto, que os compostos polissulfídeos derivados do alho digerido são processados pelas hemácias (glóbulos vermelhos do sangue) transformando-se no mensageiro celular sulfeto de hidrogênio (H2S), que relaxa os vasos sangüíneos e aumenta o fluxo sangüíneo.
De acordo com a coordenadora da equipe, Gloria Benavides, da Universidade do Alabama, ingerir alho provavelmente aumenta o suprimento natural de sulfito de hidrogênio no organismo. O estudo será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).
Para realizar a pesquisa, os cientistas extraíram suco de alho - do tipo comumente encontrado em supermercados - e o adicionaram em quantidades diminutas a hemácias humanas. As células imediatamente começaram a emitir H2S. O sulfeto de hidrogênio, embora seja venenoso em altas concentrações, é essencial, em baixos níveis, para a sinalização celular.
Experimentos posteriores determinaram que a reação química chave acontecesse principalmente nas membranas dos glóbulos vermelhos, embora uma fração do H2S tenha sido também produzida dentro das células.
"Achamos que a produção de H2S desses polissulfídeos orgânicos derivados do alho fornece a base para os efeitos benéficos de longo prazo obtidos pelo consumo habitual da planta", destacou o estudo.
A produção de H2S foi medida em tempo real por um novo sensor polarográfico. Segundo os pesquisadores, a produção de H2S de polissulfídeos orgânicos é facilitada pela presença de compostos de alil e pelo aumento do número de átomos de enxofre. Poucas plantas além do alho possuem compostos de alil e enxofre - e o alho é a única comestível.
De acordo com os autores do trabalho, numerosos estudos destacam os efeitos benéficos de uma dieta rica em alho contra a progressão de doenças cardiovasculares. Mas também há uma série de estudos que indicam a ausência de efeito em suplementos alimentares à base de alho. Por conta disso, os pesquisadores sugerem que a produção de H2S nos glóbulos vermelhos poderia ser usada para padronizar suplementos dietéticos de alho.
Baseado nesses estudos uma alimentação rica em alho poderia ser favorável na profilaxia(prevenção) de moléstias cardiovasculares o flagelo atual que vem na esteira da obesidade, do sedentarismo e nas dietas desregradas.
Fonte: Boletim FAPESP - www.agencia.fapesp.br
Alimentação: Carnes de vaca com menor teor de colesterol
Um estudo realizado na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP), em Pirassununga, no interior paulista, verificaram que a suplementação na ração de bovinos com níveis elevados de sulfato de cobre diminuiu a deposição de colesterol no músculo conhecido, popularmente como contrafilé. Essa suplementação não causa efeito tóxico.Foram utilizados bois de uma raça que produz carne de melhor qualidade. Antes de serem abatidos, os animais permaneceram em baias individuais por 131 dias, alimentados com ração à base de milho e uma mistura mineral contendo sulfato de cobre.O experimento resultou na tese de doutorado de Gustavo Ribeiro Del Claro, que teve bolsa da FAPESP, e teve a orientação do professor Marcus Antonio Zanetti. Segundo o docente, do Departamento de Zootecnia, a deficiência de sulfato de cobre em bovinos causa hipercolesterolemia(aumento do teor de colesterol no sangue). Zanetti explicou que o inverso, doses elevadas de sulfato de cobre, provoca uma diminuição na síntese de colesterol nos bovinos. O sulfato de cobre é usado na suplementação da alimentação dos bovinos. Os autores aumentaram essa suplementação em 4 vezes. Com essa suplementação maior, a carne apresentou 30% a menos de colesterol. Com o aumento do sulfato de cobre na alimentação, não houve nenhum efeito tóxico nos animais, que tiveram crescimento e ganho de peso normais. No fim do período, os bovinos, que antes do confinamento tinham 14 meses de idade, ganharam cerca de 1,3 quilos por dia. O sulfato de cobre é amplamente utilizado para a promoção do crescimento em animais como suínos e frangos, nesse caso em doses que chegam a até 200 miligramas por quilo de ração. Para quem se preocupa com esse uso, é importante destacar que, mesmo em quantidades elevadas como essa usado com os bois, o cobre não é transferido para a carne.
Fonte: Boletim FAPESP - www.agencia.fapesp.br
Alimentação: Leite Longa Vida
O leite longa vida é um leite que sofre um processo especial para mantê-lo em ótimo estado para o consumo por um maior tempo.
O leite inicialmente passa pela homogeneização(tornando os glóbulos de gordura menores), aumentando a estabilidade do leite e evitando que o leite forme nata.
Em seguida é submetido a um processo que é chamado de ultra pasteurização que consiste em elevar a temperatura a 140 e 150 graus por 2 a 4 segundos e imediato resfriamento a temperaturas inferiores a 32 graus.
A seguir o leite é empacotado em condições de total assepsia em embalagens cartonadas também assépticas.
Há uma crendice de que o leite pode ser reprocessado por várias vezes depois de vencido o seu prazo, o que não é verdade.
Todos esses produtos possuem inspeção constante do Ministério da Agricultura. E pela Vigilância Sanitária.
As caixas apresentam um número no seu fundo. Essa numeração está relacionada ao número de ordem na produção.
Antes de seu aberto o pacote pode ser guardado sem refrigeração, mas depois de aberto deve ser guardado em geladeira. Aconselha-se que o leite após ser aberto, seja consumido em no máximo 3 dias.
As embalagens do leite longa vida são formadas por 6 camadas de proteção, com isso a embalagem é de alta qualidade, que protege o alimento da exposição à luz, ar, água e microorganismos. Com uma embalagem deste tipo o aroma e o sabor do leite são conservados.
Uma dúvida que às vezes surge é porque o leite não precisa de refrigeração quando fechado? É devido à caixa em que é guardado. Durante 180 dias, em condições ambientes ele resiste. No preparo do leite longa vida, nenhum conservante é colocado.
Uma dúvida comum que as mães têm é se o leite longa vida precisa ser fervido antes de consumido.
Não há necessidade de fervura antes do uso.
Alimentação: Como organizar a alimentação de seu filho
Muitos familiares nos perguntam como organizar uma alimentação saudável para seus filhos. Que alimentos escolher, como combiná-los nas várias refeições do dia. Vamos procurar de maneira bem simples dar variações para a alimentação.
Inicialmente vamos dividir as refeições em manhã e noite; almoço e jantar e lanche da tarde.
Manhã – pela manhã deveremos basear a alimentação no leite e nos casos de alergia a proteína do leite de vaca a um outro leite. Quando existe intolerância ao açúcar do leite(lactose), usar um substituto que não contenha a lactose(deveremos saber que todos os leite contem lactose). O leite poderá ser misturado a frutas(banana, maçã, mamão, abacate), quanto a maçã, não usar nos casos de refluxo ou acrescido de farinhas aveia (ligeiramente laxante) maizena, milho, arroz, araruta. As farinhas achocolatadas estão contra-indicadas em crianças que apresentam refluxo gastroesofágico.
Nas crianças maiores na refeição da manhã poderemos usar pão com manteiga ou geléia, queijo e presunto magro. Os sucos de frutas poderão eventualmente substituir parte do leite, nesta primeira refeição ou a noite.
No almoço e no jantar deveremos sempre usar um tipo de carne (as crianças não evoluem bem em dietas vegetarianas puras), que poderá ser de vaca, peixe ou frango. Em torno de 50 gramas por refeição é suficiente. óleo vegetal é preferível que gordura. Dentre os óleos vegetais dar preferência ao de girassol. Entre 10 a 15 ml para condimentar cada refeição. Os temperos só deverão ser usados perto de um ano e moderadamente.
Quanto aos alimentos propriamente ditos, vamos agrupá-los em :
Arroz : Poderá ser substituído por macarrão (a não ser em casos de doença celíaca).
Feijão : poderemos usar lentilha, milho verde, ervilha e grão de bico.
Cenoura : ou abóbora, moranga, abobrinha, batata baroa, beterraba, chuchu.
Batata inglesa : ou inhame, aipim, cará.
Alimentos ricos em fibras, muito úteis para o funcionamento intestinal: quiabo, vagem, couve-flor, brócolos, palmito, aspargo.
Folhas : alface, espinafre, bertalha, couve, agrião, broto de feijão.
Quando a criança é pequena o alimento poderá ser ligeiramente liqüefeito e depois amassado ou simplesmente amassado. Dever´[a ser dado preferentemente de colher.
Lanche: O lanche deverá ser constituído preferentemente por frutas como laranja, tangerina, abacaxi, caqui, morango + banana, maçã + mamão, melão, melancia ou abacate. Poderemos acrescer ainda dependendo da idade da criança, biscoitos, pão, queijo, geléias.
Nunca insistir para que se alimente.
Nos dias de verão predominar as frutas e evitar os alimentos gordurosos.
Só usar alimentos de boa qualidade.
As sopas e papas poderão ser feitas em maior quantidade, repartida em vasilhas de 250 a 300 ml e guardadas no congelador. O alimento congelado, só poderá ser descongelado uma vez; portanto não re-congelar um alimento que foi descongelado.
Não há vantagens de mudar o cardápio diariamente; você poderá aguardar alguns dias e só mudar quando a criança mostrar interesse em variar a alimentação(recusar parte da alimentação oferecida).
Alimentação: Cultivo de peixes brasileiros.
A carne de pescado durante muitos anos ficou somente usada nas regiões praianas ou ribeirinhas. Com o desenvolver da piscicultura, a oferta de peixe cresceu muito e tornou-se uma opção muitas vezes, mais em conta que as outras carnes como peixe, porco e vaca. As informações sobre a criação de peixes careceram apenas nos últimos anos, propiciando o aumento expressivo do uso do peixe na alimentação do adulto e da criança.
Dados sobre a criação de espécies brasileiras de peixes geralmente estão difusos em revistas científicas ou em anais de congressos, sendo difícil para os piscicultores e também para os cientistas obterem informações completas e atualizadas. Para se obter o máximo da criação e nas melhores condições de higiene, são preciso pesquisas e trabalhos científicos. Em vários estados brasileiros encontramos criações de tilápias, pacu, matrinxam, pintado, tambaqui, dourado etc. surgiu agora à oportunidade para aqueles que se interessam pela criação de peixes e obviamente pelo seu consumo. O livro intitulado "Espécies nativas para piscicultura no Brasil", organizado por Bernardo Baldisserotto e Levy C. Gomes, publicado pela editora da UFSM, foram reunidos capítulos sobre o cultivo de 19 espécies de peixes, cada um escrito por pesquisadores especialistas na espécie em questão.
Cada capítulo fornece ao leitor informações sobre a biologia, reprodução, engorda, efeitos da qualidade da água, nutrição, doenças e transporte destas espécies. Este livro é destinado a piscicultores, estudantes, pesquisadores e entusiastas pelo assunto.
O livro tem 473 páginas e o custo de obtenção é de R$ 57,00. Para informações e compra do livro enviar e-mail para levy@cpaa.embrapa.br.
Esperamos que novos entusiastas surjam para melhorar a nossa alimentação.
Alimentação: Principais fontes de alimentos alternativos
Vamos listar as principais fontes de alimentos alternativos que poderão ser usados na alimentação infantil e do adulto.
  1. Farinha de pescado – Essa farinha é muito usada na alimentação no Chile. Entre nós ela é pouco aceita. O gosto é forte, o aroma é de pescado limitando o seu uso. Quando usada é por acréscimo nas papinhas é de 10 a 20%. Em alguns locais ela é acrescida ao pão, não devendo ultrapassar 3%. O talharim e outras pastas poderão ser acrescidas da farinha também em 3%.

  2. Farelos – O farelo é um subproduto obtido através da moagem e refinação. Consiste no embrião mais os tegumentos que envolvem o grão e que são removidos no preparo do cereal para a alimentação humana. Os farelos mais usados como alimentação alternativa são os de trigo e de arroz. Usamos 1 a 2 colheres das de sopa ao dia de mistura com os vários alimentos. O farelo de arroz deveremos peneirar e retirara casca e o arroz quebradinho. Torrar em panela seca até que exale um cheiro semelhante ao amendoim torrado. Guardar em vasilhas secas e bem fechadas. O de trigo possui composição semelhante à do arroz. Preparar igual ao de arroz.

  3. Verduras e folhas alternativas – Citaremos apenas algumas mais usadas: azedinha, folha de batata- doce, ora pró nobis(maria sem vergonha), folha de cenoura, folha de rabanete, folha de quiabo, folha de tomate, folha de abóbora, folha de chuchu, folha de pimentão, folha de feijão, folha de beterraba, folha de couve- flor. Todas deverão ser preparadas igual a couve.

  4. Pó de casca de ovo.

  5. Fruta-pão – usar a fruta antes de totalmente amadurecida(de vez) Usar cozida ou assada.

  6. Sementes de girassol, abóbora e de melancia torradas,

  7. Farinhas de soja, de banana usadas para enriquecimento de misturas alimentares.

Na utilização dos alimentos alternativos, deveremos ter sempre presente a possibilidade de fatores tóxicos existirem nos mesmos. A maioria dos fatores tóxicos são termolábeis e não causam problemas desde que o alimento seja bem cozido. A contaminação dos alimentos deve ser sempre investigada. Risco de defensivos agrícolas nas folhas e sementes. Resumindo: as folhas deverão ser usadas em pó, torradas ou refogadas. Ass cascas deverão ser usadas no preparo de refrescos e doces. As sementes sempre torradas. Os caroços sempre torrados, ralados, cozidos ou moídos. Os farelos acrescidos aos bolos, mingaus, pães. Bem manejados os alimentos alternativos poderão suprir várias deficiências alimentares.

Alimentação: Alimentos Alternativos e Modismos
Os alimentos são divididos em três grandes grupos: Os chamados: a) construtores, ricos em proteínas, onde estão carnes, ovos, queijos, leites, amendoim, castanha, feijão, soja, etc., b) os energéticos, ricos em calorias como o açúcar, gorduras, óleos, margarinas, manteiga, arroz, aipim(mandioca, macaxera), milho, etc., c) os protetores que são ricos em vitaminas e sais minerais como as frutas, legumes e verduras.
Podem ainda ser divididos em: a) Convencionais. Aqueles consumidos pela maioria dos grupos populacionais independente de locais, raças e religiões. Como exemplos temos as carnes, pescados, leites, ovos e legumes. Temos ainda os b) Semiconvencionais que são consumidos por grupos humanos, ,mas que obrigam uma mudança nos hábitos alimentares. Como exemplo temos farinha de pescado, tortas oleaginosas como da soja e do girassol, algumas folhas e algumas cascas de alimentos. Finalmente temos o grupo dos não convencionais que são oriundos de microorganismos que crescem e se multiplicam em subprodutos da cana de açúcar, do petróleo e da celulose. Chamamos de alimentação alternativa aquela que se utiliza de fontes alimentares não convencionais e/ou semiconvencionais, tendo como finalidade, preencher as deficiências de uma alimentação inadequada ou enriquecê-la a fim de satisfazer as necessidades nutricionais com a dieta costumeira. Para que possamos utilizar fontes alternativas de alimentos, é fundamental que esses alimentos sejam de fácil preparo, baixo custo, alto valor nutritivo e de bom paladar. Se o alimento alternativo não preencher essas 4 qualidades ele não cairá no gosto da população alvo. Fonte de referência Nutrição da Criança – Fundo editorial BYK.

Alimentação: Sucralose
Sucralose é um adoçante derivado do açúcar. É o utilizado em todo mundo tanto para adoçar alimento como bebidas com baixo teor de calorias. Tem uma estrutura muito sólida sendo 600 vezes mais doce que o açúcar.
Inúmeros estudos científicos foram realizados nos últimos 20 anos, comprovando a sua segurança.
Estudos toxicológicos realizados comprovaram que não tem efeito cancerígeno nem teratogênico, podendo ser usado em nutrição infantil.
O FDA(órgão de fiscalização nos Estados Unidos), a FAO/WHO Expert Comittee on Food Additives (JECFA), a Health Protection Branch of Health and Welfane Canada; a National Food Anthority of Australia; e os Ministérios da Saúde da Argentina, Brasil, China e México, num total de mais de 25 países pôr todo o mundo autorizaram o seu uso.
Sucralose por si só não produz calorias. As vezes produtos feitos com sucralose acrescentam outros carbohidratos que forneceram calorias, bem como proteínas e gorduras.
A Sucralose é usada para adoçar produtos de baixa caloria, incluindo refrigerante, sorvete, laticínios e alguns "doces" chamados dietéticos. Pode ser usado como açúcar, sem perder a sua semelhança com o mesmo, mesmo quando é exposto à altas temperaturas. Mesmo após cozimento os produtos com Sucralose mantém o sabor doce.
Mesmo sendo derivado da sacarose(açúcar de cana), a Sucralose passa pelo corpo sem ser metabolizada. passa pelo corpo sem se modificar, isto é, não é metabolizada, e é eliminada após o consumo.
O cloro em forma de cloreto, que é encontrado no produto não causa problemas. O cloro restitui química e biologicamente a molécula de Sucralose, de maneira que a Sucralose passa através do corpo sem ser metabolizado e é eliminado após o consumo.
A quantidade de Sucralose que pode ser consumida por indivíduos, mesmo que diariamente durante toda sua vida, continuará sendo seguro por uma larga margem, segundo as autoridades internacionais de saúde. A Dose Diária Consumida (ADI) para a Sucralose estabelecida pelo U.S. Food and Drug Administration, é de 5mg/Kg do peso do indivíduo, por dia.
A Sucralose pode ser consumida com segurança por diabéticos. O Sucralose não é reconhecido pelo corpo como açúcar ou carbohidrato. Não é metabolizado pelo corpo como energia e não afeta a taxa de glicemia. O Sucralose não afeta também na utilização da glicose no sangue, no metabolismo do carbohidrato ou na produção de insulina. Produtos adoçados com Sucralose proporcionam um bom sabor e baixas calorias, sendo uma boa alternativa para pessoas diabéticas
Sucralose pode ser consumido por qualquer pessoa, inclusive mulheres grávidas e que estejam amamentando. Embora a Sucralose possa ser usada como parte de uma saudável dieta pré e pós natal, mulheres grávidas devem sempre consultar seu médico ou nutricionista à respeito da melhor alimentação para assegurar sua saúde e a do bebê durante este tempo muito especial.
Comidas e bebidas adoçadas com Sucralose podem ser usadas sem risco para crianças e jovens a saúde de jovens. Devemos ter sempre em mente que ela não acrescenta calorias a dieta.
A Sucralose pode ser usado como parte de uma dieta saudável, a qual inclui uma variedade de alimentos nutritivos em porções moderadas. Como o Sucralose oferece o doce sabor do açúcar sem as calorias do mesmo, e por ser ideal para cozinhar e assar, ajuda na exigência de consumo por alimentos de bom sabor e bebidas sem as calorias do açúcar.

Alimentação - Inadequação do leite de vaca em natureza para crianças menores que um ano
Inúmeros tem sido os trabalhos mostrando que as necessidades das crianças nos primeiros 12 meses de vida, não são satisfeitas pelo uso do leite em natureza, o leite de vaca sem sofrer alterações e adaptação ao organismo do lactente A Academia Americana de Pediatria recomenda que o leite de vaca integral, sem modificações em sua composição não seja oferecido as crianças no primeiro ano de vida. Esta falta de adequação do leite em natureza, poderá quando não convenientemente corrigida gerar problemas como anemia e sobrecarga renal. Poderíamos listar estas principais falhas: Deficiência de ferro , ferro de má qualidade dificultando o seu aproveitamento pelo lactente, excesso de fósforo e perda de ferro pelo intestino devido a pequena incompatibilidade que todo leite de espécie diferente causa na espécie humana. Essas falhas acabam por acarretar anemia por falta de ferro e de certa forma prejudicar o crescimento e o bom desenvolvimento da lactente. Apresenta ainda uma deficiência em um ácido muito importante para o crescimento, desenvolvimento da pele e do sistema nervoso que é o ácido linoleico. Como o leite de vaca em natureza apresenta maiores quantidades de sódio, potássio, cloretos e proteínas de não tão boa qualidade como a humana, acarretarão grande sobrecarga aos rins e facilitando a instalação de desidratações. A grande quantidade de fósforo encontrada, prejudica uma boa absorção do cálcio podendo levar a deficiência de cálcio. O uso das fórmulas lácteas infantis, em que pese, não substituírem em nenhuma hipótese o leite materno, não acarretam estes problemas. As fórmulas infantis, procuram melhorar a qualidade das proteínas, tornar as gorduras de melhor absorção, o acréscimo de vitaminas corrigirá a falta existente no leite de vaca e o acréscimo de ferro de fácil absorção evita a instalações de anemia ferropriva. Assim sempre que possível deveremos estimular o aleitamento materno, nada o substitui; mas na sua ausência deveremos sempre que possível até um ano, usar uma fórmula láctea adequada a cada período etário da criança no primeiro ano de vida.

Alimentação: Anorexia no adolescente.
A incidência da anorexia tem-se mantido a mesma nos últimos anos, a não ser entre os adolescentes. Entre as meninas acima de 15 anos até pouco mais de 20, sua incidência tem crescido principalmente entre 15 e 18 anos. Em mais baixa idade também estamos encontrando aumento de casos. Em algumas idades como entre 10 e 14 anos, período que coincide com a puberdade, chega a ser assustador o número de crianças que apresentam o problema. Muito se tem perguntado o motivo do aumento desta incidência e tudo leva a crer que seja um tributo cobrado pela sociedade. A sociedade cobra muito um corpo perfeito das meninas, fazendo com que elas fiquem sem se alimentar com medo de se tornarem gordas e obesas. Entre o sexo masculino esta cobrança é menor e menos intensa. Muitas destas meninas mesmo com o corpo correto, se acham gordas e, param de se alimentar. Algumas chegam a casos extremos necessitando serem internadas afim de serem recuperadas. É preciso que tenhamos cuidado na condução das meninas na puberdade. Nesta idade é comum a menina ganhar mais peso, ficando ligeiramente mais roliça. Neste ponto poderá haver um desespero para perder peso, surgindo a anorexia rebelde e as vezes fatal. A menina deverá ser bem acompanhada pelo pediatra , por nutricionista e por psicólogo ou se for o caso psiquiatra. Não adianta a família brigar ou insistir para que se alimente, pois quando isto acontece, muitas delas, vomitam espontaneamente ou após provocarem. O peso é importante, mas a saúde é muito mais.

Alimentação: Aleitamento Materno: Composição do Leite Humano.
A composição do leite humano foi conseguida através de estudos com o leite no terceiro dia após o parto, no décimo quarto dia e no vigésimo oitavo dia. O leite no terceiro dia é chamado de colostro, e ao contrário do leite de dias posteriores é mais rico em proteínas e mais pobre em gorduras e em açucares(lactose). O leite chamado de transição é aquele que sucede ao colostro, a partir do terceiro dia, até o décimo quarto dia. Ele mantém ainda um teor mais elevado de proteínas, menor de gorduras e de lactose. O leite maduro é aquele que se estabiliza após o leite de transição e está presente no décimo oitavo dia. Ele tem menos proteínas, mais gorduras e lactose. Quando comparado com o leite de vaca, o leite humano tem menor quantidade de proteínas, mas proteínas de melhor qualidade. No quadro abaixo poderemos ver a composição do leite na fase de colostro, transição e maduro.

Colostro Leite de Transição Leite Maduro

Prot.gr......................................2,29 1,57 1,42

Açúcar em gramas.................6,16 6,78 7,26

Gordura em gramas...............1,71 3,48 4,00

Cálcio em mg%....................21,40 25,80 24,90

Fósforo mg% ......................11,00 16,80 15,80

Magnésio mg%.....................2,50 2,60 2,50



ALERGIA E IMUNOLOGIA


Alergia e Imunologia: Rinite alérgica
A rinite alérgica é um problema clínico dos mais freqüentes em pediatria e em alergia. Tanto pediatras quanto otorrinos recebem esses casos para tratamento. O consultório de alergistas também tem o problema como dos mais freqüentes Em análise realizada a rinite alérgica é uma das dez principais causas de procura de pediatra. Em torno de 10 a 40% da população mundial apresenta rinite alérgica. O aumento da incidência parece estar relacionado ao aumento da poluição atmosférica, alterações climáticas, más condições das moradias entre outros agravantes. Pode se manifestar por obstrução nasal, espirros freqüentes(podem atingir de uma só vez dezenas de espirros), coriza inicialmente aquosa e grande prurido nasal(coceira). O prurido é tão intenso que às vezes deixa a criança com a ponta do nariz avermelhado. Esses problemas acabam repercutindo em várias atividades da criança. O sono fica inquieto, dificuldade na capacidade física, dificuldade no aprendizado e complicações como sinusites, otites, conjuntivites, laringites, asma e complicações pulmonares. A dificuldade respiratória às vezes se torna tão intensa(especialmente à noite) que os pais entram em desespero e muitas vezes super medicam essas crianças com um excesso de soluções nasais. O uso em excesso de medicações tópicas poderá acarretar uma rinite medicamentosa. É comum a criança ficar com o vício de levantar a ponta do nariz com a mão. Alguns problemas orgânicos podem ser a causa ou piorar o problema como hipertrofia das adenóides, desvio do septo nasal. O tratamento visa cuidados gerais evitando poeiras, cheiros fortes, inseticidas, mofo, detergentes, fumaça e cinza de cigarros, corrente de ar frio, colocar os és descalços em piso frio, lã etc. A ação medicamentosa com antialérgicos. As nebulizações em alguns casos, o uso de medicamentos nasais que irão proteger a mucosa impedindo o desencadeamento do processo, as vacinas. Dentre os antialérgicos dar preferência àqueles que não dão como efeito secundário a sonolência. O tratamento é trabalhoso e necessita de acompanhamento do pediatra.
Alergia e Imunologia: Conheça um pouco mais sobre alergia alimentar
A Alergia Alimentar (AA) faz parte de um grupo de doenças semelhantes, que são denominadas de Reações Adversas aos Alimentos. Estas compreendem todas as reações anormais associadas à ingestão de um alimento. É importante diferenciar Alergia Alimentar de outras reações a alimentos e, principalmente, de uma delas que a população confunde bastante, que é a Intolerância Alimentar.
Para se compreender melhor é preciso entender que quando se fala em Alergia Alimentar estamos nos referindo às proteínas do alimento, por exemplo, as proteínas do leite de vaca, que são: caseína e betalactoglobulina. Quando falamos de intolerância alimentar, estamos nos referindo aos açúcares dos alimentos. No caso do leite de vaca, o açúcar importante é a lactose e, portanto, chamamos de Intolerância à lactose e não, Alergia à lactose. O quadro clínico pode ser semelhante nestas duas condições clínicas, mas a AA geralmente se associa a manifestações características, como: urticária, angioedema (inchaço de lábios, pálpebras e outras partes do corpo), chiado no peito (sibilância) e, até mesmo, reações mais graves e generalizadas como a reação anafilática. Estas manifestações são tipicamente alérgicas, não sendo encontradas nos casos de intolerância alimentar. Em ambas as doenças pode ocorrer diarréia, vômitos e dificuldade para ganhar peso. Aconselha-se que na vigência de manifestações continuadas se procure um médico especialista para receber orientação adequada. Através do exame do paciente ele irá esclarecer as dúvidas, estabelecer o diagnóstico e indicar a melhor conduta para a situação. Esta orientação é fundamental não somente nos casos de choque anafilático, onde o paciente pode correr risco de vida, mas também nos casos de intolerância alimentar para efetuar o diagnóstico correto e garantir a alimentação adequada. Alguns exames podem ser realizados para auxiliar o diagnóstico de alergia alimentar, tais como:
1) RAST: exame de sangue indicado para pesquisar a presença de anticorpos IgE (responsáveis pela alergia) para o alimento suspeito de desencadear alergia alimentar.
2) Teste cutâneo (Prick teste) - é um teste realizado na superfície da pele usando alérgeno dos alimentos suspeitos. A leitura do resultado é feita após 20 minutos. A reação é positiva quando surgir uma pápula igual ou maior que 3 mm no local. Isto é indicação de que ocorreu reação entre o alérgeno aplicado na pele e células da pessoa, isto é, significa que a pessoa tem anticorpo IgE para aquele alimento. Nem sempre os testes que demonstram a presença de sensibilização alérgica (anticorpo IgE) têm relação direta com manifestações clínicas. Eles apontam os alimentos suspeitos de causar alergia naquele paciente. Quando houver associação nítida entre ingestão do alimento e surgimento de manifestação clínica, os exames positivos podem ser considerados como diagnósticos de sensibilização (Alergia) ao alimento. Quando a relação entre ingestão e o quadro clínico não for tão evidente é necessário confirmar através de teste de provocação oral. Neste caso, os alimentos são introduzidos em quantidades crescentes e o médico especialista avalia a repercussão clínica da ingestão do alimento suspeito.
Quando se fala em alergia alimentar muitos pais associam ao chocolate. Deve-se salientar que este alimento representa, na realidade, uma mistura de vários produtos, como: leite, cacau, ovo, corantes, essências e até castanhas. Vários estudos mostram que a alergia ao cacau é rara, sendo muito mais comum a alergia a leite de vaca, ovo, soja, trigo, amendoim, castanhas, peixe e frutos do mar. O básico no tratamento da AA é a exclusão do alimento suspeito e no caso deste ser muito importante na dieta da criança, a substituição por outros alimentos de igual valor nutricional. Na orientação dos familiares e pacientes adolescentes é que o profissional médico enfatize a importância da leitura de rótulos e oriente a identificação de nomes que possam corresponder ao alimento desencadeante das manifestações clínicas.
Vamos dar um exemplo para melhor compreensão: criança com alergia ao leite de vaca quer comer uma bolacha salgada, que a mãe nem imagina que pode conter leite. A leitura de rótulos cita: caseína, soro, entre outros ingredientes. Neste caso é necessário que o familiar conheça que caseína e soro significam leite, embora na rotulagem industrial não apareça o nome leite de vaca. Existem pacientes que podem sofrer reações graves porque determinado produto industrializado mudou a formulação, incluindo ingrediente ao qual a pessoa é alérgica. Este fato mostra a importância da leitura freqüente de rótulos e a necessidade da educação do paciente e, naturalmente, da indústria que deveria alertar sobre a mudança de composição sempre que isto ocorresse. Algumas dicas podem ser sempre lembradas:
1) - Cuidado ao consumir preparações caseiras ou industrializadas, pois o alimento que causa AA pode estar oculto. No caso do leite de vaca, lembre-se que ele entra como ingrediente de manteiga, margarina, creme de leite, chocolate, sorvete, bolo, pudim, empanados, molhos, tortas entre outros.
2) - Entre em contato com as indústrias alimentícias para esclarecimento e conhecimento adequado da composição dos produtos, através do Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC).
3) - Tente experimentar as receitas fornecidas pelo médico para melhorar a aceitação da dieta e variar o cardápio.

Fonte: Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia
Alergia: Tolerância ao ovo cozido em crianças com alergia ao ovo
A alergia ao ovo, é uma das mais freqüentes alergias encontradas na prática pediátrica. A reação alérgica tende a diminuir e inclusive desaparecer com a idade; mas costuma persistir até os 5 anos.
Com a idade algumas crianças toleram algumas formas de ovos. O propósito do estudo foi analisar as crianças abaixo de 5 anos que tinham alergia ao ovo e que toleravam o ovo cozido. Entre 1998 e 2002, 60 crianças com alergia ao ovo receberam uma alimentação com ovo cozido. A alergia ao ovo foi definida como uma história clínica de reação ao ovo com teste de pele positivo. Foram estudados dois grupos de crianças: um que apresentava um teste de pele positivo ao uso do ovo cozido e um outro grupo que não apresentava resposta alérgica ao teste de pele ao usar o ovo cozido.
Os resultados mostraram que 73% das crianças alérgicas ao ovo, foram tolerantes ao ovo cozido. Isto veio mostrar que a alergenicidade e antigenicidade do ovo pode ser alterado pelo calor.A reação ao teste de pele, com o ovo, atingindo valores iguais ou acima que 10 mm na pele, é um indicativo que essa criança apresentara também intolerância ao ovo cozido. Em conclusão a persistência de alergia ao ovo, particularmente em sua forma cozida, é vista por ser associada com forte sensibilização, principalmente na população atópica.
Alergia: Diagnóstico de alergia alimentar AA
O estabelecimento do diagnóstico da AA deve ser realizado com todo o rigor e cuidado, pois, uma vez estabelecido irá implicar em uma restrição alimentar, que precisa ser realizada adequadamente para o sucesso do tratamento. Uma dieta não corretamente seguida irá trazer repercussões sobre o crescimento e o desenvolvimento da criança. Vamos analisar as várias etapas para o diagnóstico da AA:
História clínica colhida minuciosamente e que seja compatível com a AA.
Melhora acentuada dos sintomas ou o seu desaparecimento após a exclusão do alimento considerado suspeito.
Retorno dos sintomas e do quadro clínico com a re introdução do alimento suspeito (chamado teste de provocação oral ou desafio);
Presença de testes laboratoriais e cutâneos positivos. Os testes cutâneos são menos confiáveis.

Tratamento – Dieta

A dieta de exclusão é a única terapêutica comprovada para AA. A eliminação total do alimento suspeito de causar o problema é fundamental. Os pais deverão ser orientados para lerem com cuidado os rótulos dos produtos para evitarem aquele causador do problema. Devem ter o cuidado de usar vasilhas que já contiveram o alimento suspeito de nocivo. A orientação quanto a evitar o alimento causador do problema deverá ser estendida aos familiares e professores. Somente com a supressão total do alimento o sucesso será conseguido. A chamada dieta de exclusão deverá prolongar-se por um período mínimo de oito semanas. Cada dieta devera ser adaptada a cada paciente e precisamos sempre da confirmação de que a mesma esta sendo seguida à risca. A introdução de novos alimentos deverá ser cuidadosamente observada. É necessária uma fiscalização rigorosa das pessoas que convivem com a criança, pois alguns adultos não acreditando na AA podem dar para a criança o alimento proibido, causando muitas vezes reações sérias. Precisamos orientar os familiares para a leitura dos nomes químicos dos rótulos, dando-lhes os sinônimos para cada um, principalmente em se tratando de alimentos industrializados. Em algumas ocasiões precisamos intervir nos hábitos alimentares de toda a família, dificultando as idas coletivas a restaurantes. Quando forem para um programa coletivo a um restaurante, deveremos evitar aqueles com pratos muito específicos. Se a criança tem uma alergia ao glúten, deveremos evitar as pizzarias e restaurantes italianos. As chances de contaminação cruzada em restaurantes durante o preparo dos alimentos é muito alta. O uso de uma mesma gordura para fritar vários alimentos diferentes poderá causar problemas de contaminação cruzada. É recomendável, oferecer para a criança com AA, alimentos de fácil preparo e sem risco de contaminação cruzada. Evitar as frituras. Nos casos de alergia a proteína do leite de vaca, é útil a proteína da soja. Não esquecer que um percentual bastante elevado de crianças que apresentam alergia a proteína do leite de vaca apresentam também a soja.
Alergia: Controle Ambiental
O controle ambiental é fundamental para o sucesso de qualquer tratamento contra alergia, principalmente quando se tratar de alergia respiratória. Nos últimos anos o aumento da poluição ambiental tanto fora das residências como dentro das mesmas, vem fazendo com que as crianças sejam constantemente submetidas a agressões de alergenos que vão aumentar as respostas alérgicas da mesma (coriza, asma, sinusite, otite, diarréias, eczemas etc.). O uso de carpetes, cortinas, aparelhos de ar refrigerado sem renovação do ar, aumentam o acúmulo de alergenos, principalmente aqueles oriundos dos ácaros. Hoje as crianças ficam um maior tempo em casa, na maioria das vezes em ambiente fechado. A fumaça de cigarros e a cinza dos mesmos já está demonstrada, ser fatal para as crianças alérgicas. A sensibilização da criança geneticamente predisposta, aos alergenos domiciliares, ocorre nos primeiros três anos de vida. Alem dos ácaros também causam alergia às baratas, fungos (mofo), polem (das flores), pêlos (dos animais domésticos). O principal destes alergenos é o acaro, que se acumula na poeira e principalmente abaixo do carpete, colchões, travesseiros e estofados.
Medidas gerais para reduzir a quantidade de alergenos ambientais: Encapar colchões e travesseiros com tecido impermeável. Lavar a roupa de cama pelo menos dois x por semana (de preferência com água quente). Retirar os brinquedos de pelúcia. Usar aspirador de pó, na limpeza, dos tapetes, cortinas pelo menos uma vez ao dia. Limpar pisos e móveis, evitando poeira. Nos locais onde exista muita poeira, precisamos fazer essa limpeza pelo menos dois x ao dia. Desumidificar o ambiente. Se não houver melhora nítida, retirar carpete dos dormitórios. Retirar a mobília estofada. Uso de estabilizadores de ar. Em casos de alergia a baratas, manter dedetização a cada seis meses. No caso dos fungos evitar manusear roupas e livros velhos, observar presença de vazamentos que poderão ocasionar mofo. As áreas que mais apresentam fungos são os banheiros, rejuntes de azulejos, cortinas plásticas, armários sob as pias. Para combater os fungos, manter o ambiente bem arejado, lavar os banheiros com compostos clorados ou com fungicidas. Quando se tratar de plantas, coloca-las nas áreas externas da casa e as flores nunca deverão ser colocadas nos quartos.
Alergia: Rinite Alérgica
A Rinite alérgica é o problema alérgico mais comum entre as crianças e mesmo entre os adultos. Se caracteriza por espirros, em crise, coceira nasal , coriza , obstrução nasal dificultando a respiração, obrigando muitas vezes a que a criança com o dedo ou com a mão eleve a ponta do nariz para respirar melhor. A coceira nos olhos é freqüente, bem como, coceira na garganta( a criança coça a garganta, o céu da boca, com a própria língua fazendo um barulho característico). A coceira nos ouvidos pode aparecer por si só ou fazendo parte de um eczema no conduto auditivo, Como a criança está sempre com obstrução nasal, passa a respirar pela boca, roncar a noite, cansaço fácil fungueira ( a criança fica fungando). Quando olhamos, mesmo a olho nu a mucosa nasal, ela está descorada e edemaciada(inchada). Os principais agentes causadores da rinite são os pólens das flores, mofo, poeira domiciliar, pelos, cheiros fortes, fumaça e cinza de cigarros, corrente de ar . Os alergenos de origem alimentar são mais raros, mas não poderão ser ignorados. O melhor tratamento é evitar as suas causas, retirando tapetes e cortinas, evitando de fumar dentro de casa, evitar mofo, perfumes principalmente. Em muitos casos haverá necessidade de tratamento com alergista.

Alergias - Dermografismo
O dermografismo é um tipo de reação urticariforme que independe de uma causa alérgica, ou enzimática, parecendo pertencer a um padrão apenas vascular. Surge como conseqüência do atrito ou de uma riscada na pele por qualquer objeto rombo ou a própria unha. No local onde é feita a pressão, aparece uma urticária. Em geral linear acompanhando rigorosamente a área da riscada na pele. Com o atrito haverá liberação de histamina com vasodilatação local e aparecimento de urticária linear. Como e por que surge o dermografismo é ainda motivo de especulação entre os estudiosos da alergia, sabendo-se apenas que pode aparecer após urticária por drogas e, principalmente, na vigência de agressões emocionais, muito embora um bom número de casos seja realmente idiopático (sem causa específica). O dermografismo responde bem à terapêutica anti-histamínica, tendo bom prognóstico e não determinando uma crise anafilática ou um edema de glote. O diagnóstico baseia-se na história de prurido(coceira) precedendo a lesão e no seu aparecimento pela riscadura da pele com a unha ou palito de fósforo. É tão nítido o problema que podemos até fazer desenhos na pele destas crianças.
Alergia e Imunologia: Alergia a proteína do leite de vaca
Os estudos sobre alergia a proteína do leite de vaca vem mostrando progressos, mas estamos ainda longe de controlarmos o fato e de sabermos exatamente como ela se estabelece. No passado todos os casos em que as crianças vomitavam e tinham diarréias eram rotuladas de alergia ao leite. Quando descobriram a intolerância ao açúcar do leite(lactose), muitos casos da chamada alergia, não passavam de intolerância a lactose. Nas estatísticas o número de casos oscila de 2 a 7%. Alguns fatos são importantes. A criança em baixa idade tem uma permeabilidade intestinal maior que as crianças maiores, em virtude disto é mais fácil absorver proteínas que vão causar alergia. As crianças nos primeiros meses deveriam receber apenas leite humano. Outro fato é que durante infeções a parede intestinal fica mais permeável, facilitando também a instalação da alergia alimentar. A maioria das crianças com alergia ao leite de vaca tem os seus sintomas já nos primeiros meses. Os sintomas poderão ser apenas intestinais ou também urticárias, sibilos do tipo bronquite. Tanto o leite de cabra como os formulados de soja, podem apresentar casos de alergia em crianças com alergia a proteína do leite de vaca. O tratamento pelo menos inicial deve ser a retirada total de formulados que contenham a proteína do leite de vaca.
Alergia e Imunologia: Asma - Tratamento da asma com corticosteroides inaláveis.
Com o tempo, os pesquisadores foram descobrindo novas fórmulas de corticosteroides, modificando as anteriores, tornando-os altamente eficazes e com efeitos negativos perfeitamente controlados. O seu emprego na asma, veio dar um grande alívio a estes pacientes que nas crises tinham grande dificuldade para respirarem ("falta de ar"). De descoberta em descoberta foram surgindo os chamados corticosteroides inaláveis. Estes, ao contrário dos outros, com pouco ou quase nenhum efeito sobre o organismo geral, mas com grande efeito na melhora da respiração durante as crises e nos períodos entre estas crises. Os corticosteroides inaláveis, como passaram a ser conhecidos, melhoraram em muito o controle da asma na criança, principalmente quando são crises leves a moderadas. Para o controle das crises de longo tempo, parece ser o melhor caminho. O seu uso criterioso, não tem apresentado, praticamente, nenhuma interferência sobre a ossificação e o crescimento da criança, não produzindo também edema (inchação), nem aumento da pressão arterial. Sendo medicamentos bastante mais seguros, quando prescritos pelos pediatras e pneumologistas, poderão ser usados com menos medo e insegurança. Chamamos atenção que são medicamentos que só deverão ser usados sob ordens e supervisão do pediatra.
Alergia e Imunologia: Aspectos Gerais.
A alergia na criança é muito freqüente, provavelmente devido ao grande contato com o meio exterior e também pela relativa incapacidade de seu organismo enfrentar os alergenos existentes no meio ambiente. Várias são as manifestações da alergia na criança: As principais são:
1 - asma brônquica, que é responsável por aproximadamente 10% das consultas em consultórios.
2 - Alergia a poeira domiciliar, principalmente devido aos ácaros que ficam nos tapetes e carpetes, se manifestando através de rinite alérgica e bronquite asmatiforme.
3 - Alergia a proteína do leite de vaca, com vômitos e diarréia, muitas vezes com sangue.
4 - Alergias com manifestações na pele como as urticárias, a alergia a picada de insetos chamada de estrófulo.
5 - As várias dermatites (são lesões inflamatórias na pele), sendo a mais importante denominada de dermatite atópica.
6 - O edema angioneurótico, que é uma tumefação que surge em um dos olhos edemaciando a pálpebra (inchando) ou fazendo um aumento na testa parecendo um "galo" ou um edema no lábio.
7 - As reações a picadas de abelhas, mordidas de formigas (neste grupo principalmente a chamada "lava pés" ou "formiga de fogo". As mordidas desta formiga, muito comum nos jardins e também as picadas de abelhas e marimbondos poderão acarretar shock.
8 - A alergia aos crustáceos, com manifestações de urticária na forma de grandes placas que se elevam na pele (chamada de urticária gigante), vômitos e mal estar.

Todos esses episódios têm estreita relação com as manifestações alérgicas. Nesta sessão estaremos sempre abordando alguns desses aspectos, como evitá-los e que medidas poderão ser tomadas para minorar a agressão até que um correto atendimento médico possa ser realizado.
FONTE: http://www.pediatriaseculoxxi.net/